Relativamente frustrado com aquela segunda parte, jogada a passo, onde apenas as acelerações de Arsénio trouxeram alguma emoção à partida. Dava a impressão que se o Tondela estivesse a jogar, não com dez, mas com nove ou oito jogadores, tudo aconteceria da mesma maneira! Carlos Manuel, comentador de serviço, elogiava a prestação do meio campo azul! De facto, os marcadores dos golos saíram do meio campo, mas essa circunstância não é muito abonatória para a produção atacante dos azuis. Que foi fraquinha. Mas foi fraquinha porque se exagerou na circulação de bola, e porque Fernando Ferreira não assegura os ritmos necessários a uma ofensiva constante e consistente. Pára o jogo, atrasa quando devia lançar a equipa para a frente, tem o vício da contenção! Só não se contém quando resolve fazer remates disparatados à baliza!
Em defesa do meio campo, e de Fernando Ferreira, o futebol directo que tem vindo a ser implementado, próprio de uma equipa de contra ataque e não de uma equipa de ataque continuado. Para não dizer de uma equipa que joga em casa! Essa opção táctica, não a discuto, obriga a manter o bloco defensivo muito atrás, longe do apoio que devia dar na recuperação das segundas bolas e longe da parede compressora que define as equipas de ataque. Por isso o Tondela, com menos um jogador, manteve a iniciativa do jogo. Nós mantivemos a posse de bola e arrefecemos a partida! Está explicada a minha frustração. Eu sei que ninguém aceita que depois de uma vitória por quatro a zero se fale em… ‘frustrações’! É uma questão de ambição. E de memória.
Faltam as declarações do nosso treinador: - em resumo, gostou, o Tondela nunca tinha perdido fora de casa, é uma equipa forte. Concordo, mas estava a jogar com dez desde os 37 minutos e nós estávamos a jogar em casa. Eu bem sei que o factor casa no Restelo é coisa do passado. Infelizmente.
Análise individual:
Os aspectos defensivos funcionaram e quer Meira quer Kay cumpriram, deram confiança à equipa. O guarda-redes Jones esteve seguro. Quanto aos laterais pode dizer-se que subiram com a propósito e apenas se recomenda que na hora de decidirem, se centram, se atrasam, o façam com mais celeridade. Duarte Machado explicou as lesões e as queixas (hoje também houve) uma vez que tem tendência para demorar a decisão do lance até á chegada do adversário e ao inevitável choque!
Sobre o meio campo já falei um pouco, aparte a contenção exagerada, o meio campo jogou de acordo com o esquema previsto: - muita circulação cá atrás a que se segue um lançamento à distância à procura da altura de Diawara ou da rapidez de Arsénio. Assim e dentro deste esquema, foi de Diakité de quem mais gostei. Eficaz a defender, muito oportuno a aparecer nos dois golos que marcou. Quanto ao jovem Tiago… faz-se. É rápido, joga para a frente. Marcou um bom golo de livre. Sobre Fernando Ferreira já dei a minha opinião. Boa cultura táctica, bom jogo posicional, salpicado pelas tais diferenças de rotação que, em minha opinião, afectam a produção ofensiva da equipa.
No ataque o maior destaque vai para Arsénio, não marcou mas esteve perto. Foi por causa dele, rápido a desmarcar-se, que o Tondela ficou reduzido a dez unidades. Um jovem a ter em conta.
Diawara é avançado centro com planta, marca posição na área, dá trabalho às defesas, esteve quase a marcar nos descontos.
Paulo Roberto não deu para ver, pareceu-me um pouco precipitado.
Dos suplentes que entraram, saúde-se o regresso de Zazá, fora de forma, e saúde-se também Ruizinho e Filipe. Mostraram qualidades.
Resultado final: Belenenses 4 – Tondela 0
Saudações azuis