terça-feira, setembro 04, 2012

Uma competição esquizofrénica!

A Orangina, Liga B para os íntimos, é o retrato fiel deste país a desaparecer. Chamar-lhe país já é um exagero, a definição mais apropriada seria: - pequena região ocidental da Europa, vestígios de um Condado, restos de antiga metrópole, museu soviético em ponto pequeno, viveiro de parasitas, alguns pagos a peso de ouro, protectorado para quem lhe quiser pegar, etc. etc. Escolham a definição que mais lhes aprouver.

Pois é neste cenário, nesta santa terrinha, que floresce uma das competições futebolísticas mais curiosas do planeta!
‘Competidores’ são muitos, objectivos, os mais diversos! Não se trata da clássica diferença entre lutar para subir ou lutar para não descer, não, existem outros intervenientes que não podem subir, não querem descer, não se percebe bem o que querem, mas temos a certeza que interferem de forma decisiva nas subidas e descidas que irão ocorrer. Isto se esta Orangina conseguir chegar até ao fim!


Dir-me-ão que em Espanha também existem equipas B a competir na segunda Liga o que é verdade. A esses respondo que Portugal não é a Espanha (as ‘Espanhas’, para quem sabe), uma vez que nuestros hermanos, graças à monarquia e às autonomias, não padecem do afunilamento mental de que sofremos. Afunilamento cada vez mais acentuado. Explico: - em Espanha, o efeito Real Madrid versus Barcelona, não contamina nem impede que as pessoas sejam do clube da sua terra. E isso vê-se nos estádios completamente cheios, sejam quais forem os intervenientes.
Está explicado.


Voltemos então às nossas equipas B e para esclarecer o seguinte: - quando eu disse que elas não sabem o que querem, estava a mentir, elas sabem bem o que querem, querem tudo! Querem rodar jogadores, querem dar visibilidade aos seus activos, querem fazer (mais!) propaganda da marca, e querem recolher os parcos euros que sobram do mercado audiovisual. Querem no fundo capturar para os seus interesses mais uma competição não se importando com os inconvenientes que daí advém para as outras equipas e para o futebol português. Estão no seu direito. Quem não está no seu dever é a Liga e a Federação que o permitem.


Entretanto, convém não esquecer que continua a ser permitido o empréstimo de jogadores entre clubes que disputam a mesma competição! Também convém não esquecer que estes empréstimos ocorrem normalmente quando a equipa que empresta se desloca ao campo do adversário. Um escândalo, mais um!


Resumindo, depois da asfixia informativa em todos os canais, intitulem-se eles públicos ou privados, o nacional-benfiquismo tomou conta de nós, um partido único, um pensamento único, um sonho coreano a que não faltam as bandeirinhas!


Resistentes?! Poucos. Quem são?


Este Vosso criado, a zona libertada da Madeira, e apesar de tudo, honra lhe seja, a cidade Condal e seus arredores de Entre Douro e Minho.
O resto é paisagem.




Saudações azuis