Li a notícia, e compreendi perfeitamente - o país do futebol precisava de uma cidade do futebol. Por isso o presidente da respectiva federação decidiu-se a apresentar, hoje, ‘na tribuna de honra do estádio nacional’, o projecto da futura metrópole, a erigir no mesmo local. Convidadas as mais altas individualidades, desde logo o ministro Relvas, a incomparável corte que acompanha as selecções, e por certo uma série de empreiteiros a esfregarem as mãos de contentes.
Portanto, obras públicas em perspectiva, absolutamente necessárias para levantarem o ânimo da nação. Oh não fosse o futebol, a avaliar pela propaganda, o grande motor da economia. Milhões para a esquerda, milhões para a direita, milhões que entram, milhões que saem, recordes de transferências, e mesmo assim, os clubes, os portugueses, o estado, em falência técnica! E mesmo assim, os subsídios a voarem dos bolsos de quem trabalha, e dos reformados, para o bolso do ministério das finanças. Vá lá perceber-se este futebol! Vá lá perceber-se este país!
Nota básica:
A notícia refere que no Jamor serão construídas imensas infra estruturas desportivas, desde hotéis de cinco estrelas a pavilhões multiusos, mas não se refere à esperada (pelo menos, eu espero) reabilitação do estádio nacional, como lugar de eleição para os jogos da selecção nacional. Ou pretende-se continuar a encher os bolsos de Benfica, Sporting e Porto com o aluguer dos respectivos estádios, de cada vez que a selecção lá vai jogar?!
É que se for assim, eu como contribuinte, reajo. Como português, também.
Saudações azuis