segunda-feira, setembro 27, 2010

Vi outro jogo!

Se calhar estou a precisar de óculos! Com efeito leio no jornal de hoje (A Bola) que afinal fizemos uma grande exibição na primeira parte, que criámos oportunidades de golo nesse período (também era melhor que não criássemos!) e que a equipa está boa e recomenda-se!
Muito bem, se calhar entusiasmei-me com as recordações trazidas pelo Vicente, pela memória do Riera, grande treinador azul a quem prestámos a devida homenagem. Treinador que orientou a equipa na última vez em que nos abeirámos do título, perdido aliás em condições dramáticas… ainda nas Salésias. Foi há mais de meio século!
Mas penso que não, que não preciso de óculos, o problema é mesmo esse, não é por termos descido à Orangina que vou baixar a fasquia daquilo que se exige a uma equipa que representa o Belenenses. Os problemas estruturais continuam, e os vícios também.

Problemas estruturais: - marca-se um golo e recua-se imediatamente para defender, problema mental de equipa inferior. Isto somado aos muitos anos de hábitos de contra ataque, de jogo de contenção, mais cómodo e menos arriscado, vai dar num estilo de jogo (!) aos repelões, pouco audaz, que enerva os sócios e afasta o público. Será por aqui que temos que explicar a constante ausência de jogadores influentes no meio campo, ausência de facto, ou quando existem, o jogo não passa por eles. Ontem, por exemplo, Miguel Rosa e Celestino estiveram largos períodos desaparecidos do jogo! Isto é normal?!

Vícios estruturais: - a justificação para tudo e mais alguma coisa, que se traduz num grau de exigência cada vez menor, e que se transmite inconscientemente aos jogadores. Jogadores que mal passam quinze dias no Restelo, e se têm a sorte de conseguir um bom drible, ou se marcam um golo, entram definitivamente para a condição de vedetas! Desaprendem e desaparecem com a mesma velocidade com que deram nas vistas.

Isto não é só dizer mal ou o bota abaixo das ‘relíquias’, alcunha que os mais novos põem aos velhos sócios do Belenenses… que ainda não se habituaram à triste realidade. Há aqui um fundo de verdade que ano após ano se repete. Não podemos baixar fasquias nem há justificação para aquela segunda parte. Temos que jogar mais e melhor. Porque quando se joga melhor, mais tarde ou mais cedo recolhem-se frutos. O contrário é que não costuma acontecer.

Saudações azuis

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