As coisas não estão a correr bem. Tive de ir a correr para Lisboa (o problema da ponte) pois tinha as quotas atrasadas (o problema do pagamento das quotas) e porque o tempo não corria, nem havia maneira de chegar o cobrador, fui fazer tempo até aos pastéis de Belém. Desisti sequer de me aproximar. Grande negócio, uma bicha (fila para os mais sensíveis) impossível para os meus hábitos, mas pelos vistos possível para toda aquela gente. E volto a repetir, mas que grande negócio, na exacta medida em que o espaço é o mesmo, os pastéis são os mesmos, mas a multidão cá fora decuplicou! E pensei, como é que há dinheiro para sustentar esta massa humana! Como é que se sustenta o império de regresso à praia do Restelo, donde afinal partimos há mais de quinhentos anos, à busca de sustento! E tive outro pensamento, (que mais tarde comentei com um ilustre consócio) - tanta gente em Belém e tão pouca gente no Restelo!
Sem pastéis de Belém, contentei-me com um de cerveja (mais acessível) e fui até ao pavilhão ver o andebol. E aqui as coisas correram bem! Contra uma equipa mais alta e mais forte, dirigida pelo treinador que nos deu o último título na modalidade, a verdade é que o 'sete' de João Florêncio esteve brilhante. Comandou sempre o jogo, e na segunda parte, quando o poderio do Porto ameaçava passar para a frente no marcador, Florêncio reagiu muito bem e fez avançar a defesa, baralhando os azuis e brancos. Sem esquecer a formidável exibição do nosso guarda-redes, simplesmente intransponível! Vitória por 29-23, e um pequeno alento para o que se ía seguir.
.
Mas correu mal. Em termos tácticos nem estivemos mal, e durante a primeira parte conseguimos até tapar os caminhos para a nossa baliza. Um golo de bola parada (em posição irregular) em resultado de uma falta completamente desnecessária, uma perdida para cada lado, uma grande defesa de Bruno Vale, e acabou assim a primeira parte.
No segundo tempo apareceu um Hulk mais amadurecido, menos individualista, e com espaço. E contra o Belenenses (mais uma vez) disparou um golo indefensável! O dois a zero acaba com as nossas veleidades e exibe as nossas fraquezas - fragilidades físicas nas jogadas divididas, pouco pulmão, pouca técnica, mas sobretudo pouca inteligência nas transições. Neste particular o médio Celestino arruinou algumas das possibilidades de contra ataque com perdas de bola inadmissíveis. Apesar de tudo continuámos a tentar o golo de honra, que seria merecido, enquanto o Porto, com Ruben Micael na batuta, ensaiava perigosos contra golpes. Num deles chegou ao teceiro golo por Falcão. E quase o quarto.
Há que levantar a cabeça e encarar os próximos jogos com determinação e esperança.
.
Individualmente, gostei dos centrais (Mustafa e Marcos António) e não foi por ali que a coisa se desmanchou. Bruno Vale também cumpriu. Lima esforçado mas sempre muito individualista, Mano está muito preso de iniciativa, raramente avançou no terreno, e gostei francamente da entrada de André Almeida.
Do que não gostei foi dos indíces físicos da maioria dos jogadores.
.
. Saudações azuis.
Sem comentários:
Enviar um comentário