quarta-feira, agosto 19, 2020

Recomeço, reforços, etc.


Começo pela Champions e por corrigir o que escrevi sobre o crepúsculo dos deuses. Neymar, vagabundo por todo o campo, jogou como nunca o vi jogar! É certo que os alemães cometeram alguns erros de palmatória mas com aquele Neymar as coisas seriam sempre muito difíceis. De qualquer modo e fazendo já agulha para o Belenenses confirma-se que a tendência geral é tornar o campo numa estreita faixa de combate e onde os médios se tornam fundamentais. Outra lição é o pragmatismo. Quando não dá para jogar como estamos habituados é preciso ter um plano B. Luís Castro no jogo com o Inter pagou muito caro aquela teimosia.

Mas voltando ao Belenenses verifico que há uma preocupação em apetrechar o meio campo com jogadores experientes e fisicamente fortes. Cauê lembro-me dele numa célebre Taça da Liga que o Moreirense ganhou. Era o elemento mais recuado de um trio de meio campo que foi decisivo - Cauê, Francisco Geraldes e Podence.

Do Taira gosto do nome e penso que já o vi actuar pelo Estoril. Tem perfil de armador de jogo mas se é o criativo para substituir o André Santos ainda não tenho a certeza. Bruno Ramires não conheço mas confio em Petit. Finalmente Miguel Cardoso, se não perdeu qualidades, é um médio extremo de categoria.

Mas ainda faltam jogadores. Nomeadamente um goleador emérito, como agora se diz. Quanto aos centrais estou a partir do princípio que Ricardo Ferreira está de pedra e cal e que Chima Akas está recuperado. Porque a questão do guarda-redes também depende de termos ou não um naipe de centrais fortes no jogo aéreo. E assim ficarmos sossegados com o André Moreira na baliza. Que é bom entre os postes mas menos bom a sair deles.
Aguardemos.

Nota final: O futebol português não tem emenda. No fim de cada época surgem inevitávelmente as confusões e os problemas que ninguém teve coragem de prevenir ou resolver atempadamente. E nunca se sabe com o que se pode contar. Não é assim que conseguiremos valorizar a nossa Liga, dar-lhe alguma projecção internacional e o necessário retorno financeiro. Uma das causas tem a ver com a ditadura dos grandes e a consequente satelização (leia-se dependência) de alguns clubes da primeira Liga. E que sem essa muleta (empréstimos de jogadores e outras negociatas) não teriam condições de inscrever uma equipa profissional. Toda a gente sabe disso mas ninguém quer saber disso.

Saudações azuis

PS: Destaquei o Francisco Geraldes por se tratar de um jogador que poderia resolver quase tudo no Belenenses. O Sporting não o aproveita, ele não se move só por dinheiro, é um dos tais casos em que admito um empréstimo.

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