O
governo reuniu-se com a FPF, com a Liga de Clubes, tendo sido
convidados também os presidentes do Benfica, do Sporting e do Porto.
Para discutir o quê?! O regresso das competições nestes tempos de
pandemia. E do rescaldo da reunião saiu o esperado fumo cinzento: -
o regresso do futebol fica condicionado à permissão das autoridades
sanitárias. Se era para isto bem podiam ter reunido com aquela
senhora da direcção geral de saúde. Que por certo não iria
colocar grandes obstáculos uma vez que qualquer estádio é bastante
maior que a assembleia da república. Há apenas que resolver o
problema das distâncias entre os jogadores e as máscaras.
De
qualquer modo gostaria de tecer alguns comentários sobre a ideia e a
estrutura desta reunião:
Em
primeiro lugar ficámos a saber aquilo que já sabíamos há muito
tempo, ou seja, que neste país o que conta são os chamados
'grandes', ou como eu lhes chamo – os clubes do estado - dentro da
velha tradição soviética, onde uns eram mais iguais do que os
outros.
Em
segundo lugar e como consequência do primeiro, a Liga, ao contrário
do que o nome indica, não representa os tais 'grandes' e por isso
devia chamar-se apenas 'Liga dos pequenos'. Um papel que o sr.
Proença deve levar em consideração daqui para a frente.
Em
terceiro lugar e porque a sugestão elitista terá partido do sr.
Gomes da federação, ficamos a aguardar um próximo campeonato,
organizado por ele, e só com os três clubes eleitos. Para perfazer
o calendário devem chegar vinte voltas.
Em
quarto lugar podemos concluir que o verdadeiro problema do nosso
futebol são precisamente aqueles três clubes, completamente
falidos, completamente dependentes das receitas televisivas, receitas
vergonhosamente 'leoninas' e que já levam anos de avanço através
do vergonhoso 'factoring' que aqui tantas vezes denunciei. São esses
mesmos clubes que, em desespero financeiro, estão a forçar o
recomeço mesmo que isso possa colocar em risco a saúde de algumas pessoas.
Em
quinto e último lugar e sabendo que os restantes clubes também
dependem das receitas televisivas para sobreviver, vamos a ver se nos
jogos que faltam (á porta fechada e em campo neutro) a escandalosa
disparidade se mantém!
Saudações
azuis
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