De
vez em quando passo pelos canais desportivos e verifico que há ainda
uns maduros que acreditam na possibilidade de jogar as dez jornadas
que faltam em tempo útil e assim coroar o novo campeão! Sim porque
a única preocupação é essa, sendo que logo a seguir deve ser quem
vai receber os milhões da Champions! Pelo meio e para despistar
falam nas descidas e subidas. Por fim ficaram muito aborrecidos
porque a UEFA descartou para cada país a resolução do problema.
Uma espiga para o Proença e outra para o Gomes que em matéria de
decisões difíceis já sabemos como é.
Pois
bem, vou dar-lhes uma ajuda.
E
a primeira ajuda é dizer-lhes que esta pandemia é um facto real e
mesmo que abrande e estabilize só poderão realizar-se eventos que
envolvam contactos de grupos de pessoas daqui por ano e meio, prazo
estimado para haver uma vacina. E estou a ser optimista. Portanto o
próximo campeonato só começará em 2021. Campeonato esse que terá
de ser equacionado em moldes muito diferentes daqueles a que estamos
habituados. Idem para as provas da UEFA. Até lá cabe a cada país
definir as classificações, e por consequência os apurados para
aquelas provas.
Segunda
ajuda: - Sendo o campeonato uma prova de regularidade, cumpridos mais
de dois terços do mesmo, pode dizer-se que a dez jornadas do fim a
classificação acaba por reflectir alguma justiça competitiva. Quem
vai em primeiro, vai em primeiro, quem vai em último, vai em último,
e quem vai à Europa também já ocupa aquelas posições. É verdade
que realizando-se aquelas jornadas em condições normais, e repito,
em condições normais, era possível que alguma mudança pudesse
ocorrer. Mas seriam muito poucas ou nenhumas. E podemos retirar já
uma conclusão importante: - imaginando que se conseguiam realizar as
dez jornadas que faltam elas nunca iriam ocorrer em 'condições
normais' e isso sim afectaria a verdade desportiva.
Terceira
e última ajuda: - numa análise mais fina à actual classificação
e apontando para os casos mais sensíveis (os primeiros e os últimos)
não ignorando que se trata de uma prova a duas voltas, poderia
permanecer alguma dúvida entre as equipas que ainda não se tivessem
defrontado na segunda volta. Mas nem por aqui há motivos para pôr
em causa a justiça desportiva. O FC Porto que vai à frente ganhou
os dois jogos ao Benfica, seu competidor directo. Quanto ao
Portimonense (penúltimo/16 pontos) e ao Paços de Ferreira
(antepenúltimo/22 pontos) que ainda não se defrontaram nesta
segunda volta a situação é a seguinte: - em Portimão houve um
empate e o resultado em Paços de Ferreira, só por si, e dada a
diferença pontual nada viria mudar.
Este
é o meu critério e são estas as minhas ajudas. Para além disto a
Federação e a Liga podem e devem compensar algum prejuízo que
possa haver nas descidas de divisão nestas condições. Embora como
disse, os 'condenados' (Aves e Portimonense) já estivessem
praticamente condenados.
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