Conformado com o resultado, numa
análise mais serena, vejamos os prós e os contras do jogo de domingo passado:
Não é fácil ganhar neste
princípio de campeonato, muito equilibrado, e que já trouxe dissabores a todas
as equipas. É natural que lá mais para a frente, com a inevitável erosão da
prova, as coisas se modifiquem. Por enquanto, não. Por enquanto é uma tremenda
luta pelos pontos com toda a gente a querer chegar depressa á zona de conforto.
Dito isto, saudemos a dinâmica
atacante do Belenenses, efectivamente reforçado com Kuca e Luís Leal, dinâmica
que vem criando oportunidades de golo, uma boa novidade para as hostes do Restelo!
Com efeito não estávamos habituados a tanta fartura de oportunidades, umas
falhadas, outras concretizadas. A questão que nos incomoda e já a referi no
postal anterior é o excesso de golos sofridos, especialmente a incapacidade
para segurar resultados que nos são favoráveis. Isso deve-se a outras razões
que tentarei decifrar neste espaço.
Em primeiro lugar há que dizer
que os jogos europeus que realizámos criaram a falsa expectativa de que
tínhamos um sistema defensivo á prova de bala! Não é bem assim, até porque os
jogos europeus são muito diferentes dos jogos do nosso campeonato. Não há
qualquer comparação. Portanto, há que olhar melhor para as nossas debilidades
nesse sector. Em Arouca, por exemplo, quando vivíamos o sufoco dos últimos
minutos, tínhamos os centrais enfiados na nossa área, e não havia ninguém com
capacidade para sair com bola sem a perder de imediato. Seja porque demora a
dar-lhe um destino conveniente, seja porque não tem essa visão periférica, seja
porque não tem qualidade para resistir à pressão do primeiro adversário que lhe
apareça pela frente. Eu sei que temos os jogadores que temos e ponto final. Mas
também costuma dizer-se que ‘quem não tem cão, caça com gato’.
Portanto, voltando às duas
primeiras substituições em Arouca, e olhando para o banco, hoje pode dizer-se que teria sido
preferível fazer outro tipo de alterações.
Por exemplo, deveriam ter saído
ao mesmo tempo Miguel Rosa (este por lesão) e Carlos Martins (por esgotamento)
fazendo entrar Ricardo Dias e Tiago Silva. Tiago tentaria fechar o flanco
direito auxiliando Geraldes, enquanto Dias tomava o lugar de Rúben Pinto que entretanto
devia adiantar-se no terreno. E por duas razões: - é um dos poucos jogadores
com as características que atrás apontei, capaz de segurar a bola e endereçá-la
em condições quer a Kuca quer a Luís Leal, para assim podermos respirar um pouco; e em segundo lugar porque com o decorrer do jogo perde alguma
lucidez na posição de trinco.
É a minha opinião, opinião de um
treinador de sofá, vale o que vale.
Saudações azuis
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