terça-feira, setembro 29, 2015

Arouca dois dias depois…

Conformado com o resultado, numa análise mais serena, vejamos os prós e os contras do jogo de domingo passado:

Não é fácil ganhar neste princípio de campeonato, muito equilibrado, e que já trouxe dissabores a todas as equipas. É natural que lá mais para a frente, com a inevitável erosão da prova, as coisas se modifiquem. Por enquanto, não. Por enquanto é uma tremenda luta pelos pontos com toda a gente a querer chegar depressa á zona de conforto.

Dito isto, saudemos a dinâmica atacante do Belenenses, efectivamente reforçado com Kuca e Luís Leal, dinâmica que vem criando oportunidades de golo, uma boa novidade para as hostes do Restelo! Com efeito não estávamos habituados a tanta fartura de oportunidades, umas falhadas, outras concretizadas. A questão que nos incomoda e já a referi no postal anterior é o excesso de golos sofridos, especialmente a incapacidade para segurar resultados que nos são favoráveis. Isso deve-se a outras razões que tentarei decifrar neste espaço.

Em primeiro lugar há que dizer que os jogos europeus que realizámos criaram a falsa expectativa de que tínhamos um sistema defensivo á prova de bala! Não é bem assim, até porque os jogos europeus são muito diferentes dos jogos do nosso campeonato. Não há qualquer comparação. Portanto, há que olhar melhor para as nossas debilidades nesse sector. Em Arouca, por exemplo, quando vivíamos o sufoco dos últimos minutos, tínhamos os centrais enfiados na nossa área, e não havia ninguém com capacidade para sair com bola sem a perder de imediato. Seja porque demora a dar-lhe um destino conveniente, seja porque não tem essa visão periférica, seja porque não tem qualidade para resistir à pressão do primeiro adversário que lhe apareça pela frente. Eu sei que temos os jogadores que temos e ponto final. Mas também costuma dizer-se que ‘quem não tem cão, caça com gato’.

Portanto, voltando às duas primeiras substituições em Arouca, e olhando para o banco, hoje pode dizer-se que teria sido preferível fazer outro tipo de alterações.
Por exemplo, deveriam ter saído ao mesmo tempo Miguel Rosa (este por lesão) e Carlos Martins (por esgotamento) fazendo entrar Ricardo Dias e Tiago Silva. Tiago tentaria fechar o flanco direito auxiliando Geraldes, enquanto Dias tomava o lugar de Rúben Pinto que entretanto devia adiantar-se no terreno. E por duas razões: - é um dos poucos jogadores com as características que atrás apontei, capaz de segurar a bola e endereçá-la em condições quer a Kuca quer a Luís Leal, para assim podermos respirar um pouco; e em segundo lugar porque com o decorrer do jogo perde alguma lucidez na posição de trinco.

É a minha opinião, opinião de um treinador de sofá, vale o que vale.


Saudações azuis

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