quarta-feira, novembro 06, 2019

Intranquilidades


Começa a ser difícil escrever crónicas sobre os jogos do Belenenses e por isso tenho optado por algum silêncio. Não possuo bagagem nem conhecimentos para descodificar o que se passa no futebol azul, desde as opções tácticas à irregularidade exibicional, das surpresas nas convocatórias aos mistérios por desvendar!

Assim e para não defraudar as expectativas dos raros viajantes desta página, vou apenas relatar as minhas emoções. E faço-o num zapping pelas últimas coisas positivas de que me lembro. Foi a primeira parte em Famalicão, foram os surpreendentes quinze minutos na segunda parte em Guimarães, e foi a capacidade para recuperar por duas vezes frente ao Aves.

Neste encontro com o Paços de Ferreira, a memória está mais fresca, e posso descrever o que senti com mais precisão - os sustos iniciais (aquela perda de bola do André Sousa no primeiro minuto...) a garantia de agilidade e os reflexos prontos de Koffi, passando depois a um período de maior tranquilidade, com menos perdas de bola e passes errados, até ao paraíso final com um golo quase milagroso. Pelo meio o Silvestre Varela*, mentalmente bloqueado, sem dar saída aos lances, contrastando com a desenvoltura de um Robinho que vai a todas. E finalmente o acerto nas substituições, desta vez sem o radicalismo de outras de má memória, e que culminaram no golo de Cassierra. Uma felicidade para os adeptos algo descrentes pois esperavam mais desta época. É certo que ainda não acabou, mas que começou mal disso ninguém tem dúvidas.

Saudações azuis

*Silvestre Varela tem as suas qualidades e os seus defeitos e posso concordar que pode trazer coisas positivas ao futebol do Belenenses. Mas não faz parte do seu curriculum, nunca fez, ser um especialista na marcação de grandes penalidades. Aliás a relação com o golo também não é historicamente famosa. A sua especialidade, graças à capacidade técnica que possui sempre foi saber guardar a bola, driblar e quando tinha a força dos vinte anos, arrancar deixando os adversários para trás. Espera-se agora que use a maturidade para assegurar a transição, descobrindo linhas de passe, fazendo tudo isto sem perdas de tempo e rodriguinhos inúteis.


Nota: Ficou um penalty por assinalar a favor do Belenenses por derrube do pé de apoio de Marco Matias. O VAR deve ter ido tomar um café e o árbitro poderia ter ido ver o lance outra vez. E começa a perceber-se que em Portugal a tecnologia afinal também tem clube. E são do estado. 

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