Começa
a ser difícil escrever crónicas sobre os jogos do Belenenses e por
isso tenho optado por algum silêncio. Não possuo bagagem nem
conhecimentos para descodificar o que se passa no futebol azul, desde as
opções tácticas à irregularidade exibicional, das surpresas nas
convocatórias aos mistérios por desvendar!
Assim e para não
defraudar as expectativas dos raros viajantes desta página, vou
apenas relatar as minhas emoções. E faço-o num zapping pelas
últimas coisas positivas de que me lembro. Foi a primeira parte em
Famalicão, foram os surpreendentes quinze minutos na segunda parte em
Guimarães, e foi a capacidade para recuperar por duas vezes frente ao
Aves.
Neste
encontro com o Paços de Ferreira, a memória está mais fresca, e
posso descrever o que senti com mais precisão - os sustos iniciais (aquela perda de bola do André Sousa no
primeiro minuto...) a garantia de agilidade e os reflexos prontos de
Koffi, passando depois a um período de maior tranquilidade, com
menos perdas de bola e passes errados, até ao paraíso final com um
golo quase milagroso. Pelo meio o Silvestre Varela*,
mentalmente bloqueado, sem dar saída aos lances, contrastando com a desenvoltura de um Robinho
que vai a todas. E finalmente o acerto nas substituições, desta vez
sem o radicalismo de outras de má memória, e que culminaram no golo
de Cassierra. Uma felicidade para os adeptos algo descrentes pois
esperavam mais desta época. É certo que ainda não acabou, mas que
começou mal disso ninguém tem dúvidas.
Saudações
azuis
*Silvestre
Varela tem as suas qualidades e os seus defeitos e posso concordar
que pode trazer coisas positivas ao futebol do Belenenses. Mas não
faz parte do seu curriculum, nunca fez, ser um especialista na
marcação de grandes penalidades. Aliás a relação com o golo
também não é historicamente famosa. A sua especialidade, graças à
capacidade técnica que possui sempre foi saber guardar a bola,
driblar e quando tinha a força dos vinte anos, arrancar deixando os
adversários para trás. Espera-se agora que use a maturidade para
assegurar a transição, descobrindo linhas de passe, fazendo tudo
isto sem perdas de tempo e rodriguinhos inúteis.
Nota: Ficou um penalty por assinalar a favor do Belenenses por derrube do pé de apoio de Marco Matias. O VAR deve ter ido tomar um café e o árbitro poderia ter ido ver o lance outra vez. E começa a perceber-se que em Portugal a tecnologia afinal também tem clube. E são do estado.
Sem comentários:
Enviar um comentário