Isto de escrever de vez em quando tem os seus perigos e um
deles, não menor, é o de se pensar que o longo silêncio corresponde a uma
atitude de apoio tácito à situação. Uma espécie de ‘quem cala, consente’. Pois
no meu caso não é assim. A falta de escrita tem uma explicação mais simples: -
continuo a ser belenense, mas já não tenho energia (nem cabeça) para acompanhar
o destino, sempre descendente, do meu clube de sempre.
E este ano as coisas até prometiam! Mas não. Com alguma infelicidade à mistura, veio a doença do treinador, não fomos capazes de esclarecer
rápidamente a situação, prejudicando com isso o desempenho da equipa, e como se
não bastasse tem vindo a emergir uma originalidade bicéfala, em termos de chefia
do clube, que não augura nada de bom. E é assim que não passa uma semana sem
que sejamos confrontados com uma iniciativa do presidente da SAD e logo a
seguir (ou vice-versa) com outra iniciativa, bem sei que em áreas distintas,
por parte do presidente do clube!
Ora bem e como já afirmei, nada disto se passa nos outros emblemas,
pois todos eles se identificam, perante a opinião pública, com determinada
personalidade. Tínhamos que ser diferentes mas esta diferença, repito, não é
benéfica para ninguém. Oxalá me engane.
Uma última nota para corrigir alguma confusão que possa ter
ficado sobre as críticas que, debaixo de alguma emoção, dirigi ao treinador e à
equipa. Delas não se pode depreender que não apoio o actual treinador ou que
tenho alguma reserva sobre algum dos jogadores que compõem o plantel. Não é
verdade. A verdade é que confio no Marco Paulo e acho-o competente para levar a
nau a bom porto. O que eu quis dizer é que a equipa precisa de acordar para a
vida. Estamos na primeira Liga onde a competitividade tem que ser total. Quem
não perceber isto, quem não for capaz de se assumir de corpo e alma neste
projecto, tem que dar o lugar a outro.
Saudações azuis