Em passo lento enfrento o ritual das quotas, a longa fila habitual, sem mudanças, um único guichet, o velho sistema, e comento com outro associado que também espera: - isto está na mesma, está concebido para quem frequenta o Restelo diariamente, para quem vive ou trabalha em Lisboa. Para quem não tem mais nada que fazer. Não está feito para o imediato, para comodidade do público, essa entidade ausente do Restelo, mas cuja importância não convém desprezar. Sim, o público, seja ou não sócio, o público que sustenta (ou deveria sustentar) o espectáculo que ali é servido.
Meia hora depois subo a escadaria, depois a rampa, o jogo já decorria há algum tempo, mas evito olhar para o marcador electrónico. Porém, o mesmo consócio com quem trocara impressões, ultrapassa-me e informa-me: - já estamos a perder.
A equipa estava ligeiramente diferente do habitual, a bola corria mais pelos flancos. Do lado direito Duarte Machado combinava com Zázá, e do lado esquerdo André Pires apoiava Valdir. No resto da defesa também houve alterações – Para além de um novo guarda-redes (Paulo César), a dupla de centrais era formada por Victor Silva e Kanu, ficando o meio campo entregue a Ferreira (trinco), Rodrigo António e Miguel Rosa. No eixo do ataque o inconfundível Varela.
Mas como disse, quando cheguei ao meu lugar o jogo já decorria há muito e o Portimonense parecia deter as rédeas do encontro. No entanto vislumbrava-se alguma reacção azul. E foi assim que em resultado de um livre bem marcado por Miguel Rosa, conseguimos chegar ao empate – a bola procurou a cabeça de Kanu, este tabelou para a área onde apareceu Rodrigo António a encostar também de cabeça para o fundo da baliza. A primeira parte estava a acabar mas o Portimonense ainda ameaçou com um bom remate de cabeça a que correspondeu Paulo César com uma bela (e importante) defesa.
Segunda parte, mais equilíbrio, boas descidas de André Pires, alguns cruzamentos perigosos, enquanto Zázá crescia pelo lado direito, enleante, incomodando seriamente a defensiva dos algarvios. Estes por seu turno respondiam em contra ataque, e num deles, um remate poderoso do seu mais perigoso jogador embateu fragorosamente no poste, não entrando por milagre!
Mas o Belenenses insistia à procura do golo da vitória. Até que perto do fim Marco Paulo faz duas substituições estranhíssimas: - retira Varela do jogo retirando a única utilidade que Varela tem ou tinha naquele momento, ou seja, ser a referência em termos de jogo aéreo, e colocou no seu lugar Tomané, outro tipo de jogador para outro tipo de jogo. Logo a seguir fez sair Zázá, o que se compreendia se estivéssemos a ganhar e fosse apenas para os aplausos. Sem dúvida merecidos, foram aliás os meus únicos aplausos. Mas não estávamos a ganhar e Zázá fazia falta dentro de campo, quanto mais não fosse para arrancar mais alguns livres perigosos. O jogo acabou pouco tempo depois, empatado naturalmente.
Resta acrescentar algumas notas: - Zázá é hoje uma pérola azul, como aliás bem referi em crónicas anteriores. A equipa beneficia do seu toque de bola, da sua capacidade de galgar terreno. Os adversários para o travar fazem faltas e recebem cartões amarelos. É certo que tem compleição frágil, que leva muita pancada mas existe ali um caminho para o ataque e para os golos. Assim haja quem finalize. Esperemos que não seja vendido de qualquer maneira porque precisamos dele para nos safarmos da segunda B.
Outra mudança saudável tem a ver com a marcação de livres e pontapés de canto que, quando ocorrem do lado direito do nosso ataque, ficaram a cargo de André Pires, acabando-se assim com o protagonismo exagerado de Miguel Rosa. Que tem que levantar a cabeça, jogar mais para o colectivo, deixando de ser egoísta, ou seja, deixando de rematar quando se aconselha o passe. Apesar de tudo a equipa pareceu-me mais desperta, e ligeiramente mais rápida. Aguardemos os próximos capítulos.
Saudações azuis
Meia hora depois subo a escadaria, depois a rampa, o jogo já decorria há algum tempo, mas evito olhar para o marcador electrónico. Porém, o mesmo consócio com quem trocara impressões, ultrapassa-me e informa-me: - já estamos a perder.
A equipa estava ligeiramente diferente do habitual, a bola corria mais pelos flancos. Do lado direito Duarte Machado combinava com Zázá, e do lado esquerdo André Pires apoiava Valdir. No resto da defesa também houve alterações – Para além de um novo guarda-redes (Paulo César), a dupla de centrais era formada por Victor Silva e Kanu, ficando o meio campo entregue a Ferreira (trinco), Rodrigo António e Miguel Rosa. No eixo do ataque o inconfundível Varela.
Mas como disse, quando cheguei ao meu lugar o jogo já decorria há muito e o Portimonense parecia deter as rédeas do encontro. No entanto vislumbrava-se alguma reacção azul. E foi assim que em resultado de um livre bem marcado por Miguel Rosa, conseguimos chegar ao empate – a bola procurou a cabeça de Kanu, este tabelou para a área onde apareceu Rodrigo António a encostar também de cabeça para o fundo da baliza. A primeira parte estava a acabar mas o Portimonense ainda ameaçou com um bom remate de cabeça a que correspondeu Paulo César com uma bela (e importante) defesa.
Segunda parte, mais equilíbrio, boas descidas de André Pires, alguns cruzamentos perigosos, enquanto Zázá crescia pelo lado direito, enleante, incomodando seriamente a defensiva dos algarvios. Estes por seu turno respondiam em contra ataque, e num deles, um remate poderoso do seu mais perigoso jogador embateu fragorosamente no poste, não entrando por milagre!
Mas o Belenenses insistia à procura do golo da vitória. Até que perto do fim Marco Paulo faz duas substituições estranhíssimas: - retira Varela do jogo retirando a única utilidade que Varela tem ou tinha naquele momento, ou seja, ser a referência em termos de jogo aéreo, e colocou no seu lugar Tomané, outro tipo de jogador para outro tipo de jogo. Logo a seguir fez sair Zázá, o que se compreendia se estivéssemos a ganhar e fosse apenas para os aplausos. Sem dúvida merecidos, foram aliás os meus únicos aplausos. Mas não estávamos a ganhar e Zázá fazia falta dentro de campo, quanto mais não fosse para arrancar mais alguns livres perigosos. O jogo acabou pouco tempo depois, empatado naturalmente.
Resta acrescentar algumas notas: - Zázá é hoje uma pérola azul, como aliás bem referi em crónicas anteriores. A equipa beneficia do seu toque de bola, da sua capacidade de galgar terreno. Os adversários para o travar fazem faltas e recebem cartões amarelos. É certo que tem compleição frágil, que leva muita pancada mas existe ali um caminho para o ataque e para os golos. Assim haja quem finalize. Esperemos que não seja vendido de qualquer maneira porque precisamos dele para nos safarmos da segunda B.
Outra mudança saudável tem a ver com a marcação de livres e pontapés de canto que, quando ocorrem do lado direito do nosso ataque, ficaram a cargo de André Pires, acabando-se assim com o protagonismo exagerado de Miguel Rosa. Que tem que levantar a cabeça, jogar mais para o colectivo, deixando de ser egoísta, ou seja, deixando de rematar quando se aconselha o passe. Apesar de tudo a equipa pareceu-me mais desperta, e ligeiramente mais rápida. Aguardemos os próximos capítulos.
Saudações azuis
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