Antes de falar do jogo e da prestação das equipas quero deixar bem claro que o nosso futebol continua a ser o que sempre foi – um monumento de desigualdade, corrupção e mentira. Três adjectivos que resultam fundamentalmente da falência da justiça. Pois se ela não funciona no geral não era no futebol que iria funcionar.
Um exemplo: - Toda a gente sabe que o Moreirense foi condenado (sem apelo) por corrupçâo desportiva e o mais lógico seria cumprir a pena desde já e não quando o campeonato chegar ao fim. Mas não, está tudo calado a fingir que não se passa nada e vamos chegar ao fim da época para então assistirmos às telenovelas do costume. E não vale a pena atacar Rui Pedro Soares por ter denunciado um facto, que não deixa por isso de o ser, e pode ter graves implicações na verdade desportiva.
Depois lá vem a eterna lenga-lenga se é o clube se é a SAD como se a corrupção que vai parar ao bolso esquerdo não aproveitasse ao bolso direito do corrupto! Andamos nesta história e não é por causa do Moreirense mas porque a indefinição é escapatória útil e recorrente quando Benfica, Sporting e FC Porto se veêm envolvidos em quaisquer suspeitas. Veja-se, por exemplo, como o Benfica, Clube e SAD, vão escapando, à vez, de uma série de processos/ pronúncias de corrupção de que manifestamente foi o Benfica (Clube e SAD) o único beneficiário!
Mas passemos ao desafio de ontem, mais um jogo frustrante em que deixámos fugir a vitória. Não seria merecida para todos, desde logo para os aprendizes de feiticeiro que querem à viva força transformar o chumbo em ouro!
Mas vamos por partes até porque o jogo teve três partes em termos de prestação colectiva:
Uma primeira parte de cerca de quinze minutos em que fizemos de tudo para sofrer um golo, desde perdas de bola impensáveis a um penalty absurdo, felizmente defendido por Luís Filipe; um segundo período que coincidiu com o golo de Chimas em que estabilizámos um pouco retirando a iniciativa ao Moreirense; e uma terceira parte a seguir à expulsão de Boni Trova de defesa porfiada tentando aguentar a vantagem mínima. Não era fácil pois perdíamos a bola de imediato. De qualquer modo neste período a equipa bateu-se com bravura mas deu apenas para segurar a igualdade.
E agora sem meias palavras passemos ao onze titular e àquilo que mais me afligiu enquanto assistia ao encontro:
Jogadores como Boni Trova e Ndour (desculpem o sacrilégio!) precisam de se preparar para as andanças da primeira Liga.
Boni Trova não tem o andamento exigível. Cometeu um penalty e foi expulso, em ambas as situações sem querer, pois queria apenas acertar na bola, só que ela já lá não estava. Tem que ganhar ritmo nos sub 23.
Ndour pese toda a generosidade e toda a correria, não tem ainda o básico de um ponta de lança e nestas condições estraga muito jogo. E num sistema com pouco caudal ofensivo, que priviligia o contra ataque, estragar as poucas ocasiões propícias é um desespero. Portanto, fazer a rodagem do Ndour nestas condições é um enorme risco para a perfomance global da equipa. Se entretanto a equipa reunir condições para subir no terreno, e dominar o jogo, então logo se verá.
Pedro Nuno – não precisa de provar nada a ninguém, é um bom jogador e será útil quando recuperar físicamente da grave lesão sofrida. Ainda não é o caso.
Rafael Camacho que o substituiu tem a desculpa da falta de entrosamento e do facto de ter que defender a partir do momento em que ficámos reduzidos a dez. Vamos aguardar.
Carraça – entrou directo na equipa, teve duas situações comprometedoras e que terá de rever no futuro. No FC Porto talvez fossem assinaladas faltas mas no Belenenses isso não acontece.
Ainda assim justificou a titularidade.
Francisco Teixeira – ainda não é um titular mas tem lugar no banco.
Partindo do princípio que este era o melhor onze possível (Taira está castigado e se não estivesse teria lugar) podemos concluir que faltam ainda dois ou três jogadores que entrem de caras no onze inicial e sejam uma mais valia evidente. Não por terem experiência mas, como não me canso de repetir, por terem categoria para jogar na primeira Liga.
Uma última linha para o trabalho do árbitro até ao apito final. Uma dúvida perpétua não apenas em relação a este árbitro mas a todos os árbitros da Liga portuguesa: - se o lance com Carraça (uma vez que foi alertado pelo vídeo árbitro para o reanalisar) fosse em prejuízo de um dos três chamados grandes, marcava falta ou confirmava o golo?
Não é difícil de adivinhar.
Saudações azuis
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