Já se começa a perceber que a
Liga de Clubes tem os dias contados. E tem os dias contados única e
exclusivamente por culpa própria! Seja por incapacidade dos clubes em definirem
um conjunto de interesses comuns, seja pela falta de vontade de os levar à
prática.
De facto, não conseguimos
romper com o passado e vamos gastando as nossas energias em querelas inúteis ou guerras infantis. A verdade é que não queremos mandar, preferimos
ser mandados! E também não queremos mudar nada! Os grandes clubes devem continuar
a ser grandes, os privilégios devem manter-se, as desigualdades também. E enquanto
isto acontece continuamos a berrar, nas ruas, por mais democracia, por mais direitos,
por mais igualdade!
Reparem que o que vos estou a
dizer é tão verdade na cabeça de um adepto do Benfica como encaixa
perfeitamente na de um qualquer adepto de um clube pequeno! Sabendo entretanto que
esse tal adepto frequenta entusiasticamente o estádio da Luz, Alvalade, ou o
Dragão!
Dir-se-á: - nós somos assim!
Poderíamos não ser. E houve quem
tivesse alguma esperança nas organizações internacionais a que pertencemos. Que
fossem elas um factor de mudança, um factor de desenvolvimento, um factor de maior
equilíbrio! Puro engano, aconteceu precisamente o contrário. Pois quer união
europeia, quer a sua congénere para o futebol, a UEFA, em lugar de ajudarem a diminuir o
fosso entre ricos e pobres, e no caso, entre clubes grandes e pequenos, alargaram-no ao
ponto de hoje podermos afirmar com segurança que estávamos melhor do que
estamos!
E será possivelmente esse o nosso
destino. Voltar a uma federação controlada pelo Estado, voltar a um
futebol dirigido de cima para baixo. Pouca coisa mudará entretanto, mas assim fica
toda a gente sossegada. Os grandes continuarão a ser grandes, eternamente, por
decreto governamental.
Saudações azuis