‘Não há desporto escolar, nem desporto universitário dignos de nota. Somos caso único na Europa’.
Estas foram as palavras olímpicas de Vicente Moura, presidente do respectivo comité há séculos, depois de mais uns ‘jogos’ para esquecer.
Mas Vicente Moura disse aquilo com ar compungido, como se não tivesse nada a ver com o assunto! Logo ele, indefectível sportinguista, que já deve ter repetido um milhão de vezes (pelo menos) que o seu clube é um bastião do desporto nacional! Do atletismo à ginástica, da natação ao andebol, da churrasqueira ao berlinde, e futebol, claro.
Está bem Vicente, não te vou contrariar. Mas se calhar, Vicente, é por isso que não temos desporto escolar em condições. Pois se o dinheiro, e a atenção, vão direitinhas para os clubes de futebol profissional (os três do costume), diz-me lá Vicente, como é que querias que houvesse investimento no desporto escolar! E aqui, sim, somos de facto caso único na Europa. E os (maus) resultados estão à vista.
Soluções?!
Passam pelo incentivo aos ‘clubes/modalidade’, em lugar de andar a fomentar o ecletismo ridículo de Benfica, Sporting e Porto. No fundo trata-se de trocar uma medalha de ouro quando o rei faz anos, pelas medalhas que surgem naturalmente por serem fruto de trabalho e investimento contínuos. Trabalho e investimento independentes dos resultados da bola. É assim que funciona o resto da Europa. Os países que ganham medalhas com regularidade funcionam assim. Não há aqui mistério nenhum. O único mistério é porque é que não é assim em Portugal!
Porquê, Vicente?
Saudações azuis