terça-feira, dezembro 31, 2019

Crónica do segundo achamento...


'Senhor,

Posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que para o bem contar e falar, o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afeiar, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.'

Assim, vindos de uma aventura nas Arábias, resolvemos tentar a sorte no Brasil que embora já não pertença a Vossa Alteza, não deixou de ser a grande pátria da língua portuguesa. Escolhemos o Flamengo não para lembrar a ocupação holandesa, até porque nada tem a ver com isso, mas porque se trata de um dos maiores clubes brasileiros sendo assim mais fácil conseguir triunfos e glórias que pudessem embelezar o brasão lusitano. A Taça dos Libertadores que conquistámos será esse testemunho, ao mesmo tempo irónico, na medida em que foi obra do antigo colonizador!

'Deste porto seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, sexta feira, primeiro dia de maio de 1500.'


Nota: Na cerimónia da condecoração de Jorge Jesus estaria por certo presente, se ainda fosse vivo, o Presidente Cabral Ferreira do Belenenses, que foi quem o contratou e de facto o lançou na alta roda do futebol.

sábado, dezembro 21, 2019

Um Natal pobrezinho...


A copiosa derrota da equipa de sub 23 (2-5) frente ao Vitória de Setúbal a juntar à derrota em Moreira de Cónegos resumem um Natal muito pobrezinho para os heróicos adeptos do Belenenses. Sem esquecer que já estávamos arredados quer da Taça de Portugal quer da Taça da Liga. Pior é (quase) impossível.

Mas voltando à Liga Revelação, devo confessar que acompanho a prova com especial interesse e o mesmo deve acontecer com todos os belenenses. As razões são várias sendo que a principal reside na actual classificação, bem próxima dos primeiros lugares. Algo que faz lembrar os bons velhos tempos e funciona como sistema de compensação para a época menos feliz da equipa principal. Por isso esta derrota chega na pior altura. A vitória seria o salto em frente, a confirmação, que assim vai continuar adiada. Mao Tsé Tung disse que a derrota era a mãe da vitória, mas não estava a pensar no futebol. Muito menos no Belenenses. Aqui é mais certo afirmar que ninguém cresce com derrotas.

Fechando este assunto é preciso referir que a escolha de Odivelas para jogarmos em “casa'' não foi particularmente feliz. Provávelmente não haveria outro campo disponível. O problema é que uma das funções desta equipa de sub 23, para além de outras mais óbvias, seria a de criar um pólo aglutinador para os adeptos. Não é o caso. Odivelas fica fora da rota azul. Quem não perceber isto...

Um Bom Natal para todos os belenenses



segunda-feira, dezembro 16, 2019

O Belenenses, o 'projecto', e um jogo que não podíamos perder!


Uma imagem vale por mil palavras. E serve também para explicar uma série de erros e decisões que começaram no início da época e tardam em ser corrigidas. E não é o caso de passar de bestial a besta! O jogo com o Porto é enganador. Como são sempre os jogos contra equipas de outro campeonato. Aí, Pedro Ribeiro arriscou muito quando recuou demasiado cedo no terreno. Nessa altura teve sorte e um guarda-redes á altura. Desta vez, reduzidos a dez, ninguém podia falhar.

Os erros de Rui Pedro Soares já aqui os denunciei. Uma deplorável preparação da época com os resultados que se conhecem. A que podemos acrescentar alguns pontos perdidos por causa do diferendo com o Lille, diferendo que terá levado à ausência de Koffi, verdadeiro Pai Natal desta equipa. E para quem gosta de estatísticas os onze golos marcados em quatorze jogos são um número incontornável e preocupante.

Pedro Ribeiro conseguiu dar outra verticalidade ao nosso futebol, e esse elogio mantém-se. Mas nas substituições é um desastre. Seja no timing, seja porque não existem substitutos á altura, a verdade é que não me lembro de um recém entrado ter dado a volta ao jogo! Pode ter acontecido, mas não me lembro. E tem que proibir os jogadores de agarrarem os adversários perto da nossa área. O único jogador que pode usar as mãos com o jogo em andamento é o guarda-redes. Regra básica.

De qualquer modo e voltando a Rui Pedro Soares, eu entendi as contratações de Silvestre Varela e Marco Matias como um expediente para tentar remendar algo que não correu bem no defeso. E é nesse contexto que continuo a encarar o assunto. Varela é útil nalguns jogos para segurar a bola e o jogo mas quando se trata de objectividade, dar velocidade à transição, por forma a atingir o adversário e marcar... nunca foi o seu estilo. E também já não tem idade para ser o 'ciclista' de antigamente.
Quanto a Marco Matias continuo á espera de ver alguma coisa que me convença. Mas já não temos muito tempo.

Sem papas na língua, até porque o que está em causa pode ser a descida de divisão, que é o equivalente ao fim deste projecto, o Belenenses precisa de reforçar a equipa com dois ou três jogadores que façam a diferença. O ideal seria um por cada sector. E precisa de Koffi na baliza.

Saudações azuis

Lembrete:- No dia 5 de Janeiro recebemos um Braga ferido e queixoso com as arbitragens. Para bom entendedor...

domingo, dezembro 15, 2019

Dois socos no estômago!


Com efeito depois de uma primeira parte bem conseguida, de domínio do jogo e do adversário, saindo para o intervalo em vantagem no marcador não se esperava que no final dos noventa minutos acabássemos vencidos! Vencidos pelos nossos próprios erros. Num minuto fatal, uma falta escusada, reiterada, ligeiro agarrão no adversário, falta que os árbitros marcam sempre e que infelizmente ainda não aprendemos a evitar, uma falta que deu em golo, um golo um tanto consentido, e levou á expulsão por palavras do faltoso. Que por acaso era o capitão de equipa!

Equipas empatadas, meia hora para jogar com dez elementos, e Pedro Ribeiro começa a pensar nas substituições, uma variável que não é o seu forte. E confirmou-se. A cada substituição era o Moreirense que crescia. Seguiu a cábula do jogo anterior e fez o mesmo. Minto, quase o mesmo. Tirou Cassierra, o único atacante com capacidade para receber a bola de costas e dar alguma sequência aos lances. Para o seu lugar entrou Kikas que não tem essas características e nada acrescentou. Depois retirou Varela, que já deveria ter saído no ínício da segunda parte, e sem surpresa fez entrar Marco Matias, jogador que até agora não tem feito a diferença. Foi ajudar Chima a fechar o flanco esquerdo. O jogo aproximava-se do fim, o Moreirense carregava e Pedro Ribeiro não resiste e faz entrar o central Akim, uma substituição de risco numa altura em que não convinha mexer nos posicionamentos defensivos. E num pontapé de canto, aos noventa minutos o Moreirense marca o golo da vitória. Pontapé de canto cujo desenlace explica a vantagem de ter o ausente Koffi entre os postes.

Sobre o jogo está tudo dito. Talvez não o merecêssemos perder, talvez. Mas de uma coisa estou certo precisamos de reforços em Janeiro*. Há posições em que estamos à pele. Há outras em que os titulares não têm nível de primeira Liga.

Resultado final: Moreirense 2 - Belenenses 1


Saudações azuis


*Janeiro é o mês em que retomaremos o campeonato. Neste momento e com a vitória do Paços em Braga estamos quatro pontos acima da linha de água! É isto que queremos para o Belenenses?!

quinta-feira, dezembro 12, 2019

Quem é que não gostaria de ser espanhol?!


Direitos televisivos e diferenças:

Barcelona: 166,5M€;
Real Madrid: 155,3M€;
Atlético Madrid: 119,2M€;
Sevilla: 80,1M€;
Valência: 78,7M€;
Athletic Bilbao: 74,8M€;
Villarreal: 74,3M€;
Betis: 62,3M€;
Real Sociedad: 59,1M€;
Espanyol: 58,3M€;
Celta de Vigo: 55,7M€;
Eibar: 50,8M€;
Getafe: 50,5M€;
Alavés: 49,9M€;
Levante: 49,5M€;
Girona: 48,6M€;
Valladolid*: 47,6M€
Leganés: 47,6M€;
Rayo Vallecano*: 47,4M€
Huesca*: 44,2M€

Total: 1420,4M€

* clubes que não estavam na La Liga há duas épocas
Texto retirado do zerozero.pt
https://www.zerozero.pt/news.php?id=270965

terça-feira, dezembro 10, 2019

O que para aí vai!...


Por causa de um golo limpo, bonito até, o que para aí vai! Começou a guerra?! Ou são apenas as primeiras escaramuças?! Vamos ao ponto de partida e aos factos mais relevantes:

  • Em Portugal há três clubes que têm que ganhar sempre. O Benfica e o Porto porque dependem das receitas extraordinárias da liga milionária e o Sporting para evitar o regresso de Bruno de Carvalho... ou de outro que sonhe intrometer-se naquelas receitas. Receitas que já nem dão para dois quanto mais para três! Também há a rivalidade norte-sul, a luta pela hegemonia, mas o busílis da questão é aquele.

  • E sendo assim, num país onde a justiça não funciona, não era no futebol que ía começar a funcionar. Logo, a corrupção é a regra, por mais tecnologia que se invente, por mais normas que se façam. E não há inocentes.

  • Subsiste entretanto uma pergunta: - e os outros concorrentes aceitam isto?! Não protestam?! Para responder chocamos de frente com a realidade – hoje, em Portugal, por muitas contas que se façam, só há adeptos de três clubes. Estamos até mais pequenos que na segunda república, em que havia quatro. São eles que comandam tudo e todos. Os restantes participantes estão completamnete subjugados e a prova é que nem conseguem impor, por maioria, uma melhor distribuição dos direitos televisivos! Está tudo dito.

  • O poder político sabe ou deve saber que a situação é explosiva mas não se atreve a fazer nada. Neste jogo das culpas, é fácil perceber que o Porto tem mais razões de queixa, podendo sempre invocar o centralismo lisboeta. E se calhar vai ser pelo futebol que o regionalismo avança. Única hipótese do Porto ser a cidade condal, que na realidade é! Ou seja, o Barcelona cá do sítio.

Guerras à parte, viva o Belenenses!


Saudações azuis

segunda-feira, dezembro 09, 2019

Azul Belém!


A primeira agradável surpresa foi o azul e branco ancestral, a lembrar os bons velhos tempos! Também gosto do azul escuro mas este é mais Belém! A segunda agradável surpresa foi a postura da equipa face a um adversário poderoso, postura que surpreendeu e depois do bonito golo de André Santos podia ter levado o Belenenses a outro patamar! Mas ainda sobre o André Santos ficou provado que precisa de liberdade para pisar terrenos mais adiantados. Foi assim em Tondela e terá que ser assim no futuro. Aliás a sua substituição foi um erro, não era ele que deveria ter saído para entrar o terceiro central. Mas sim Varela. E para falarmos em Varela tenho que falar nas coisas desagradáveis que também aconteceram. E não há que pôr panos quentes no assunto. Com efeito aquela perda de bola (com a equipa toda subida) e que dá origem ao penalty não pode acontecer. Nem isso nem as hesitações constantes com atrasos de bola comprometedores. Estamos a falar de um jogador experiente.

Mas voltemos ao agradável que encheu de satisfação os corações azuis! E o mais relevante desta exibição não foi o resultado mas o facto de termos criado oportunidades de golo para marcarmos mais. Isso é que é difícil em relação à equipa de Sérgio Conceição. Uma equipa que habitualmente não consente ocasiões de golo aos seus adversários. Tem contudo pontos fracos sendo que o maior deles é a enorme dificuldade em marcar golos em jogo corrido. Valem-lhe as bolas paradas. Pedro Ribeiro sabia disso e tratou de agravar as dificuldades portistas nessa matéria. Por isso que o erro de Varela se tornou decisivo. Estou até convencido que se chegássemos ao intervalo com um a zero talvez houvesse uma surpresa maior. Isto se mantivéssemos a chama do contra ataque acesa...

Para finalizar e numa equipa que valeu pelo conjunto tenho ainda assim de destacar alguns jogadores:

Koffi – o guarda-redes que vale pontos! Valeu no início da época, inexplicavelmente foi substituído depois de Famalicão, felizmente voltou e os pontos voltaram. Não é só pelo que joga mas pela segurança que transmite ao resto da defesa.
Tomás Ribeiro – o central discreto mas omnipresente! Grande exibição!
Show – um médio defensivo que sabe sempre o que fazer à bola. Um exemplo para os médios! E quando aprender a rematar à baliza, as suas arrancadas podem fazer estragos!
André Santos – o nosso 'Pizzi'!

Resultado final: Belenenses 1 – Porto 1

Saudações azuis

quarta-feira, dezembro 04, 2019

Melhorias...


Começaram no Sábado com um empate dos sub 23 com o Benfica, mas a jogarem de igual para igual, continuaram no Domingo em Tondela onde realizámos uma exibição consistente a justificar a vitória e estenderam-se ainda ao jogo com o Estoril, de novo para a liga revelação, e que vencemos por duas bolas a zero. Diga-se aliás que esta prova é uma das mais úteis e interessantes do futebol português. Útil porque permite dar rodagem aos jogadores mais jovens preparando-os para entrarem na equipa principal. Interessante dado o grau de competitividade da mesma com os resultados a poderem cair para qualquer dos lados.

Quanto às melhorias entretanto verificadas temos que concluir que não podemos prescindir dos internacionais (A) que estão ao nosso serviço. Internacionais que jogam regularmente nas respectivas selecções. Com eles o nível sobe e os resultados aparecem. Refiro-me ao guarda-redes Koffi, que quando joga dá outra segurança à defesa, refiro-me ao médio Show, pese o handicap que já lhe apontei de disputar alguns lances no limite disciplinar, e refiro-me também ao defesa Hakim, que nas aparições que fez em campo, quer nos sub 23 quer em Tondela demonstrou capacidade para ser titular. Sem esquecer Chima Aka que reapareceu na equipa, e mesmo fora de forma, tem lugar de caras.

Continuando com internacionais, mas este mais antigo, quero dizer que a entrada do André Santos para uma posição mais adiantada no terreno (uma espécie de 8/8,5) na expressão do comentador da Sport TV, foi de facto bem vista e talvez esteja aí uma hipótese a explorar! André Santos não é um 'seis', não tem físico para isso, e lá atrás os dribles nas saídas de bola são perigosos para a nossa baliza. Em contrapartida, lá na frente, podem tornar-se perigosos para a baliza adversária. É de aproveitar.

Um último apontamento: - tem a ver com o temor de avançar quando interceptamos a bola em posição promissora. Não pode acontecer. É preciso alguma coragem, mais até que talento, para tentar ferir o adversário em contra pé. Em Tondela com um bocadinho mais de cabeça, e menos hesitação, teríamos resolvido o assunto mais cedo.


Saudações azuis

Nota: Faltam cinco jogos para acabar a primeira volta e temos que ultrapassar a barreira dos vinte pontos. O nome do próximo adversário não interessa.