segunda-feira, dezembro 29, 2014

A hora azul!

Tenho vindo a prognosticar que a hora do Belenenses há-de chegar! A questão é saber se chegamos lá (a esse momento) com vida!

Não é por acaso que os três clubes do estado estão falidos, juntamente com o respectivo proprietário. Não é por acaso que os grandes suportes deste estado de sítio, BES, PT e suas sucursais estão arruinadas, como também não é por acaso que Benfica e Porto caíram recentemente nos braços um do outro! E abstenho-me de falar no poder autárquico cuja torneira terá mesmo que fechar.

Portanto, não há dinheiro, não há crédito, e a tal indústria do futebol, tão gabada por uns quantos intermediários e por muitos mentirosos, afinal é bem mais frágil do que se supunha. Restam os direitos televisivos e a esperança de que as academias produzam alguns craques! É curto se atendermos aos vícios megalómanos dos nossos magníficos dirigentes.

Por outro lado, quer a FIFA, quer a UEFA, também não estão a ajudar nada à batota nacional! Com grande pena de muitos comentadores, os fundos vão acabar. Ou seja a suspeição vai diminuir mas isso são más notícias para os donos da bola indígena! Dizem-se preocupados com o fosso lá de fora, mas não lhes faz confusão nenhuma o fosso que existe cá dentro!

Pois bem, é neste caos que  a Fénix azul terá de renascer! 

Para o efeito, basta que os seus dirigentes se antecipem e ganhem alguma consciência sobre o rumo dos acontecimentos. Fingir que não é nada connosco é o pior que podemos fazer. Também não precisamos de pedir nada a ninguém porque ninguém tem nada para dar! Nem precisamos de ser satélite de ninguém porque as nossas estrelas maiores não têm (nem nunca tiveram) luz própria. São elas mesmas pobres satélites do estado. Estado esse que não poderá continuar a fornecer-lhes a (enorme) energia que consomem!

Então o que é preciso afinal?! Uma espinha dorsal bem direita, e apostar com competência no futebol. Mais nada.


Saudações azuis 

quarta-feira, dezembro 24, 2014

Um Natal com presentes no sapatinho!

Uma boa exibição em Vila do Conde, a deixar tudo em aberto para 2015, e alguns presentes que já tínhamos pedido ao Pai Natal - as renovações de Gonçalo Brandão (em grande forma!), de Fábio Nunes (uma promessa e uma certeza) e Matt Jones, que já nos habituámos a ver na baliza azul! Falta mais qualquer coisinha mas não devo exagerar.
Desejo um Bom Natal a todos os que me visitam neste espaço, e desejo também felicidades ao Freddy, sabe Deus como às vezes me irrita, mas que é dos nossos. E eles são tão raros...

Saudações azuis

terça-feira, dezembro 16, 2014

Há qualquer coisa que me escapa…

Pensava eu que já tinha visto tudo quando sou surpreendido pela inusitada visita de Pinto da Costa à prisão de Évora! Lembrei-me então do ‘apito dourado’ processo que prometia desacreditar e arruinar o Futebol Clube do Porto! E que ocorreu precisamente no consulado de Sócrates. Terá sido por acaso, obviamente. Como terá sido por acaso ninguém se lembrar de virar as escutas para os grandes clubes de Lisboa, ainda assim apanhados (de resvés) a combinar árbitros para uma final qualquer.

Lembrei-me também das tentativas para furar os contratos com a Olivedesportos por parte do Benfica, tentativas essas que chegaram a bom porto!

Entretanto, no rasto do processo BES, lá aparece o nome do amigo de Sócrates a comprar os direitos televisivos do campeonato de Espanha. Se a isto acrescentarmos a iniciativa da RTP para comprar a Champions, tudo parece encaminhar-se para o regresso em força do nacional-benfiquismo!
Não esquecendo uma célebre frase de Sócrates no tempo em contracenava com Santana Lopes na TV: - dizia ele que Lisboa já merecia ter um campeão europeu de futebol!

Bom, serão teorias da conspiração, delírios meus, e de facto poderão ser, até porque o ‘homem do norte’ já fez as pazes com o arqui-inimigo do sul! Consta inclusive que têm planos para um tratado de Tordesilhas quanto a futuros direitos televisivos!

Mas continuo na minha, há qualquer coisa que me escapa! Portugal é pequeno e o polvo é maior do que se imagina! É uma hipótese. Sócrates era afinal o primeiro-ministro disto tudo! É outra hipótese. De qualquer modo, este gesto de Pinto da Costa, embora a título pessoal, não me parece que tenha agradado à nação portista. No mínimo é intrigante.


Saudações azuis  

domingo, dezembro 14, 2014

Consolação e raiva...

Hoje é um dia triste para os belenenses e são tantas as razões…
Hoje só se há-de falar no Benfica e no Porto, intervalado com o Sporting, mas os verdadeiros belenenses não deixarão de pensar no jogo de ontem com um misto de consolação e raiva.

Consolação porque Lito conseguiu erguer uma equipa competitiva práticamente com os mesmos jogadores da época passada! Competitividade a todos os níveis, competitividade que merecia ter outra Direcção e outra SAD. E se calhar outros adeptos. Não me refiro à lenga-lenga do costume, daqueles que por irem ao estádio (e passarem lá a vida!), por frequentarem as assembleias (Meu Deus e quantas! Cada uma pior que a outra!) se acham donos do clube! Coveiros talvez, se formos pelo lado presencial.
Mas consolação ainda por saber que ontem muitos corações azuis pulsaram por esse mundo fora e ainda esperam o milagre da ressurreição!

A raiva chega-nos de todos os lados, da idiotice da anterior Direcção ao eliminar, sem precaver a substituição, o único campo de treinos de relva natural que possuíamos! Único desde a construção do estádio do Restelo em meados do século passado! Isto para vermos o grau de desinvestimento na equipa principal de futebol que as sucessivas direcções prosseguiram! Não será agora, numa época de vacas magras, que iremos seduzir alguma autarquia para conseguirmos um centro de formação.

Raiva da SAD e dos seus ‘negócios’ ocultos, das notícias pouco simpáticas que sistemáticamente atordoam os ouvidos belenenses, nomeadamente as ligações ao polvo em prisão preventiva. Só espero que o badalado Carlos Martins não se veja impedido de defrontar a sua antiga equipa. E já agora a outra, mais antiga ainda, sediada em Alcochete!

E falemos finalmente do jogo com o Braga. Resumidamente já se vê. Em termos globais gostei da capacidade competitiva como já acima referi, na primeira parte com mais dificuldade uma vez que o adversário era muito forte, na segunda, em busca do empate, mais empolgante, e não fora a grande penalidade falhada, bem poderia ter acontecido uma vitória.

Não gostei tanto dos lances que cruzaram a nossa baliza, especialmente de bola parada, onde sofremos um golo por mau posicionamento, além das sabidas dificuldades de Matt Jones em sair aos cruzamentos. Também não gostei, e já tinha falado nisto, das faltas ou pseudo faltas, o chamado empurrãozinho com o braço que os adversários aproveitam logo para exagerar o contacto. Lances, ainda por cima, em que o avançado já não tem hipóteses de êxito tal a proximidade da linha de fundo! Aconteceu com João Afonso na Luz, aconteceu agora com Palmeira frente ao Braga. Há que corrigir estes aspectos. O movimento dos braços é sempre muito visível e alguns árbitros acabam por marcar falta.

Em termos individuais as substituições foram acertadas. Em jogo directo Tiago Caeiro foi útil e Pelé trouxe mais força ao meio campo. A excepção foi Camará, completamente fora de forma. Quanto aos que alinharam de início a desilusão foi Freddy, mentalmente ausente, e como já vi escrito parece ter regredido em termos de crescimento futebolístico. Não consegue concluir satisfatoriamente nenhuma jogada por mais promissora que seja! É fácil falar depois, mas a forma como bateu a grande penalidade foi sintomática.

E fico-me por aqui.


Saudações azuis 

quarta-feira, dezembro 10, 2014

O campeonato dos bancos falidos!

Em directo na ARTV, assistimos a um jogo entre dois buracos financeiros, BES e BESA, um cá, outro em Angola. O de cá, grande accionista da SAD do Benfica, o de lá, apregoado salvador da SAD do Sporting, e a bola girava de uma bancada para a outra sem que nenhum dos deputados ousasse interceptar a jogada!

Dir-se-á que se tratava de poucos milhões quando comparados com os biliões desaparecidos! Ainda assim não nos esqueçamos que houve muita gente, nomeadamente pequenos accionistas, que ficaram sem nada!

Mas o que se há-de fazer, o futebol é tabu em Portugal, ninguém o quer enfrentar, muito menos pôr na ordem. Pão e circo sempre foram os remédios das ditaduras. Sejam elas ‘democráticas’ ou não.


Saudações azuis  

segunda-feira, dezembro 08, 2014

Satélite do Benfica?!

O estado a que isto chegou já não permite panos quentes. Um clube quase centenário, é certo que metade desse tempo a viver em agonia, e se contarmos os últimos anos, em descaracterização permanente, ainda assim, um clube distinto de todos os outros, com emblema próprio, com as cores inconfundíveis… e descobrimos agora que se transformou num satélite do seu maior rival!

A verdade desportiva atraiçoada de forma grosseira, os regulamentos atirados às urtigas, uma vez que os clubes satélites não podem competir no mesmo escalão, e por fim as desculpas esfarrapadas, mentirosas, impróprias para consumo!

O presidente da SAD perdeu uma oportunidade soberana para estar calado ou então dizer a verdade. O problema é que esta verdade não pode ser dita pois por muito que a Liga e a Federação assobiem para o lado, acarretaria inevitáveis consequências para Belenenses e Benfica. E tem razão, por uma vez, o presidente do Sporting quando diz que neste caso a verdade desportiva foi corrompida.

Outro que também perdeu uma boa oportunidade para fechar o bico foi o treinador das águias. Com efeito não lhe fica bem, sabendo-se o que hoje se sabe sobre os dinheiros que BES, já em estado de falência, carreou para o Benfica, afirmar que ganharia em qualquer caso, jogassem ou não jogassem os ‘impedidos’! Palavras perigosas que permitem pensar em tudo, inclusivé em resultados combinados!

Em suma, batemos todos no fundo, e por isso sugiro à SAD do Belenenses que esclareça de vez os associados sobre a verdadeira situação dos jogadores do Belenenses. Quais são os que podem alinhar… contra tudo e contra todos.



Saudações azuis

sábado, novembro 08, 2014

‘É tudo Meo’!

Quem leia a imprensa desportiva, ou mesmo a outra, não há dia nem hora em que não surjam notícias a confirmar que tudo o que existe, e é bom, pertence ao Benfica, e que pelo contrário, tudo o que é mau, seja o terramoto do BES ou o tsunami da PT, nada disso afecta minimamente o clube das águias!

Mas há mais, por exemplo, os jogadores do Belenenses em mais evidência neste início de época, que julgávamos que pertenciam aos azuis, não, afinal ainda são do Benfica, pelo menos enquanto estiverem em destaque! Ou se não são, podem ser recomprados por uma ninharia!

Bem, custa-me a acreditar que a SAD do Belenenses tenha feito acordos ou contratos que não salvaguardem os interesses do clube, mas como digo, a mim já nada me espanta!

É por isso que sou cada vez mais alérgico ao encarnado, é por isso que estou cada vez menos disponível para aturar o nacional-benfiquismo instalado.


Saudações azuis 

terça-feira, novembro 04, 2014

Em defesa do Belenenses

Alguma coisa mudou. O costume no Belenenses era uma vitória, que abria uma porta de esperança para um lugar almejado, a que se seguia a derrota e a desilusão habitual. E voltava tudo à mesma como a lesma. Agora não, já foi diferente manter-mo-nos na Taça da Liga e foi muito diferente não falharmos o alvo apetecível de nos colarmos ao quarto lugar! Por isso, repito, alguma coisa mudou no Belenenses. Se é obra do treinador, ou de mais alguém, não sei. O que sei e vejo é que o comportamento da equipa e a evolução técnica, mas sobretudo psicológica da maioria dos jogadores é um facto. E alguns, não são (ou não eram) jogadores fáceis de mudar.

Mas estão diferentes! Uma primeira menção para Miguel Rosa que passou a olhar para o colectivo e por isso mesmo deu um salto em termos individuais! Segunda menção para Deyverson, muito mais adulto e evoluído, deixando de levar cartões em cada jogo em que participava! Lembram-se! Uma terceira menção honrosa para a generosidade de Sturgeon! Generosidade extensível a todos os jogadores. Em suma, é a equipa que conta.
Aliás, atrevo-me a prognosticar, que com a mentalidade de outros tempos nunca teríamos ganho o jogo de ontem. Bem mais difícil de vencer do que os números aparentam.

Duas notas finais:
A primeira para realçar a classe dos golos do Belenenses! A segunda nota para os atrasos de bola suicidas (que já nos custaram pontos) mas que acredito irão ser corrigidos.


Saudações azuis

terça-feira, outubro 28, 2014

Em defesa da China

A China é um continente amarelo, onde os portugueses em tempos marcaram presença, e os Brunos são nomes de origem italiana que entraram na moda quando os papás portugueses ficaram fora de moda. Tirando isto, o rapaz, que já não é assim tão rapaz, e costuma ser assobiado no Restelo, parece que segurou o meio campo azul no António Coimbra da Mota!

Parabéns ao Lito, que mostrou mais uma vez que não é homem de ir em cantigas e assobios. Aliás a maioria dos assobiadores eram os mesmos que em tempos também assobiaram o Deyverson, que mais longinquamente não repararam no André Martins (hoje internacional A) e que, em suma, têm pinta de selecionadores nacionais… mas só pinta!

A ver se nos entendemos, eu reconheço as limitações de Bruno China e bem gostaria de ver no seu lugar um médio defensivo melhor, por exemplo, que o Casimiro que joga no Porto e também faz atrasos de bola arrepiantes, melhor que muitos outros que enxameiam as nossas equipas da primeira Liga. Gostar, gostava, mas não temos. E esta coisa do sentido posicional é um dom que passa despercebido à maioria mas ajuda muito a equipa. E de certo modo compensa a notória falta de velocidade.

Já agora, para terminar, a propósito de um desses jovens craques de Belém, que nunca é assobiado, refiro-me ao Tiago Silva, um conselho a benefício do meu coração enfraquecido: - a um ou dois minutos do fim, é proibido receber a bola e perdê-la; é proibido receber a bola e voltar-se para o nosso meio campo em lugar de se voltar para a baliza adversária; é proibido perder a bola e ponto final. Foi um enorme susto que pelos vistos só eu sofri!


Saudações azuis

segunda-feira, setembro 22, 2014

A crónica que falta

Fui ao Restelo, estava pouca gente, sócios pagantes ainda menos. O clube subsiste agarrado àqueles onze jogadores de camisola azul e cruz ao peito. O resto são capelinhas e (pequenos) jogos de poder.
Foi um bom jogo, na minha opinião, uma das exibições mais consistentes dos últimos tempos, incluindo aquele passeio triunfal pela divisão de honra. A explicação é simples: - senti que estava ali uma equipa, sem vedetas nem vedetismo, e isto que vos digo, não é coisa de somenos. É uma raridade no Restelo! Foi preciso chegarmos à estaca zero, foi preciso chegar um treinador de poucas falas e muita acção, que soube (e sabe) com quem pode contar para começarmos a construir uma equipa. Vícios antigos, que percorrem o clube em todas as direcções, que invadem o balneário, são os verdadeiros adversários de Lito… e do Belenenses. Contra eles luta, jogo após jogo, e a verdade é que tem ganho algumas batalhas! Eu faço ideia com que esforço!

Mas falemos do jogo e dos seus protagonistas: - ora bem, e como não me chamo jornal “A Bola”, órgão oficioso do nacional-benfiquismo, achei que o nosso melhor jogador, aquele que revelou mais classe chama-se simplesmente Palmeira! Meteu no bolso craques afamados, joga de cabeça levantada e, pelo menos do meio campo para trás, pode fazer qualquer lugar na equipa.
Quanto ao mais, ainda existem alguns restos de vedetismo que Lito terá que limar. Ainda se fazem algumas palermices nos lances de bola parada e ainda vislumbro algumas indecisões que o tempo e o treino saberão rectificar. Mas fica provado que afinal o problema não tem tanto a ver com a qualidade dos jogadores (que tínhamos) mas sim com a mentalidade (que não tínhamos). Relembremos a propósito que alguns dos nossos antigos jogadores têm lugar (com outra mentalidade, evidentemente) em outras equipas do nosso campeonato.E até marcam golos importantes! Ou que poderiam ter sido importantes.

As últimas linhas para sublinhar o regresso de Pelé, que fez um bom jogo embora me pareça um pouco pesado; a boa contratação de Nelson; os progressos de Deyverson e a acutilância de Miguel Rosa. Mas todos cumpriram.


Saudações azuis 

domingo, setembro 07, 2014

O futuro da Liga

Já se começa a perceber que a Liga de Clubes tem os dias contados. E tem os dias contados única e exclusivamente por culpa própria! Seja por incapacidade dos clubes em definirem um conjunto de interesses comuns, seja pela falta de vontade de os levar à prática.
De facto, não conseguimos romper com o passado e vamos gastando as nossas energias em querelas inúteis ou guerras infantis. A verdade é que não queremos mandar, preferimos ser mandados! E também não queremos mudar nada! Os grandes clubes devem continuar a ser grandes, os privilégios devem manter-se, as desigualdades também. E enquanto isto acontece continuamos a berrar, nas ruas, por mais democracia, por mais direitos, por mais igualdade!
Reparem que o que vos estou a dizer é tão verdade na cabeça de um adepto do Benfica como encaixa perfeitamente na de um qualquer adepto de um clube pequeno! Sabendo entretanto que esse tal adepto frequenta entusiasticamente o estádio da Luz, Alvalade, ou o Dragão!
Dir-se-á: - nós somos assim!

Poderíamos não ser. E houve quem tivesse alguma esperança nas organizações internacionais a que pertencemos. Que fossem elas um factor de mudança, um factor de desenvolvimento, um factor de maior equilíbrio! Puro engano, aconteceu precisamente o contrário. Pois quer união europeia, quer a sua congénere para o futebol, a UEFA, em lugar de ajudarem a diminuir o fosso entre ricos e pobres, e no caso, entre clubes grandes e pequenos, alargaram-no ao ponto de hoje podermos afirmar com segurança que estávamos melhor do que estamos!

E será possivelmente esse o nosso destino. Voltar a uma federação controlada pelo Estado, voltar a um futebol dirigido de cima para baixo. Pouca coisa mudará entretanto, mas assim fica toda a gente sossegada. Os grandes continuarão a ser grandes, eternamente, por decreto governamental.


Saudações azuis

quinta-feira, setembro 04, 2014

A guerra da televisão!

A comunicação social, pelo menos aquela que está ao serviço de interesses ocultos, vai jogando as suas cartas. Vai lançando as suas biscas. Hoje, por exemplo, um conhecido pasquim anunciava dificuldades financeiras na Olivedesportos! E adivinhava logo de seguida uma catástrofe para o futebol português! Não é preciso ser muito esperto para perceber de que lado vem esta 'notícia'! Podemos, inclusivé, relacioná-la com outra, essa real, que dava conta de mais uma providência cautelar para impedir a realização de eleições na Liga de Clubes! Autor da dita providência - o ainda e pelos vistos inamovível presidente da mesma. É a guerra pelos direitos televisivos e aqui não há inocentes. Mas há uma vítima:- o futebol português e a respectiva indústria. Que a continuar assim, continuará falida. Enquanto alguns salteadores, com o beneplácito dos poderes instituídos, continuarão a enriquecer ilicitamente.

Saudações azuis

quarta-feira, agosto 27, 2014

Lito, Lopetegui, e as vacas sagradas

Para desenferrujar a pena (e a ideia) ocorreu-me escrever sobre um tema que sempre me interessou: - a coragem de liderar, de assumir responsabilidades! Neste aspecto, onde raramente há novidades, surgem agora dois treinadores que me parecem ter aquelas qualidades!

Começo por Lopetegui, treinador do Porto, que já deve ter chegado a uma terrível conclusão: - torná-mo-nos de facto num país muito pequenino, minúsculo, de 'senhoras vizinhas', país onde ninguém gosta do jogo, mas apenas da sua intriga! O Porto acabava de ganhar uma eliminatória importante e a única pergunta que lhe faziam tinha a ver com Quaresma... que não tinha jogado! Por caridade para com os jornalistas Lopetegui explicou que era ele quem mandava, que era ele, e não o público (nem os comentadores) quem escolhia a equipa para cada jogo. Em vão. Pela noite fora, o único assunto era a ausência de Quaresma! Haja paciência. Infelizmente ninguém se lembrou, ninguém disse, que Quaresma era titularíssimo na época passada e foi com dificuldade que o Porto segurou o terceiro lugar!

O Belenenses, um lugar onde há muito escasseia a liderança, a todos os níveis, teve agora a sorte de escolher (quem o terá escolhido!) um treinador de poucas falas mas determinado e corajoso. Foi uma choradeira quando algumas vacas sagradas abandonaram o clube, ou ficaram sentadas no banco, como se não tivessem tido qualquer responsabilidade nos resultados da época passada! Afinal eram jogadores importantes porquê?!
Entretanto o Belenenses começou bem o campeonato, ganhou fora e em casa e ninguém se lembrou, estou certo desses enormes jogadores que saíram, a quem desejo, apesar de tudo, as maiores felicidades para as respectivas carreiras.


Saudações azuis

Duas notas: 
- Se aquele livre de ontem tem sido marcado pelo Danilo, desconfio que a bola tinha ido parar à bancada.
- Vi o Duarte Machado num programa de televisão na qualidade de antigo membro da academia do Sporting e não na qualidade de antigo capitão do Belenenses!
O costume.

sexta-feira, maio 16, 2014

A nau das descobertas

A velha nau chegou a Belém e dela desceu o comandante. Para quem o quis ouvir, falou por parábolas:

- Um homem tinha uma vinha, boa cepa, o seu vinho era famoso, mas um dia, manda quem pode, foi obrigado a replantar a vinha noutro lado. Assim fez. Deram-lhe uma pedreira no deserto mas ele lançou mãos à obra! A nova vinha renasceu, pujante, em tudo semelhante à antiga. O vinho continuava a ser bom e vê-la era um regalo para os olhos! Requalificado o espaço, em pouco tempo foi a vinha rodeada por bonito e elegante bairro, hoje local de embaixadas. Esse mérito, honra lhe seja feita, ficará para sempre associado ao dono da vinha!

Entretanto a vida prosseguiu, a obra tinha custado um pouco mais do que o previsto, e os juros, que na altura tinham que se pagar, começaram a pesar no orçamento. O necessário investimento na vinha decresceu. O vinho começou a não ter forças para lutar com a concorrência.

E como um mal nunca vem só, os filhos do vinhateiro tinham mais olhos que barriga: - um deles, que gostava de andebol, quis ter um pavilhão e assim se fez o pavilhão. Atravancando o natural desenvolvimento da vinha; um outro filho quis ter uma piscina e assim se fez a piscina; O Bingo deu asas à megalomania, a dispersão de actividades e a consequente descaracterização prosseguiram, descuidou-se a vinha, o vinho ressentiu-se. É hoje uma zurrapa! O pior é que os proprietários habituaram-se a viver de rendas e não da vinha. 

Resultado: - hoje já não percebem nada de vinha, e para alguns é um estorvo! Para cúmulo, já nem no negócio do vinho participam! Cederam, arrendaram, trespassaram o velho negócio de família, razão de ser de tudo o resto!
É neste ponto que estamos, e a parábola termina aqui.

Perguntas e respostas:
E agora o que fazemos?!
Voltar à vinha (e ao vinho), obviamente.
E a ‘Cidade do Belenenses’ como é que fica?!
A cidade do Belenenses é Lisboa.


Saudações azuis 

segunda-feira, abril 07, 2014

O espírito da vitória!

Aquela força determinada, a concentração máxima, aquele esforço a mais que faz chegar primeiro à bola, ou que a recupera rápidamente, se fosse possível resumir tudo isto numa palavra, numa frase, chamar-lhe-ía espírito de vitória!
Sem ter visto o jogo, ouvindo apenas o relato, era isso que se pressentia, era isso o que os locutores queriam dizer, embora não o dissessem, porque foi isto o que os espectadores concluíram quando resolveram assobiar a equipa da casa. Mais tarde quando visionei o filme do jogo, necessáriamente breve, confirmei o que já sabia - o Belenenses foi a Barcelos para ganhar. Só a vitória servia, e só ela serve para continuarmos a acalentar a esperança da permanência. O trabalho de casa tem que ser feito, ganhar o próximo jogo, não interessa contra quem é, o que interessa é o espírito de vitória. Quando assim é, ganhamos sempre mais vezes do que perdemos. No fim faremos as contas, certos do dever cumprido.
Força Belém!

Saudações azuis

segunda-feira, março 31, 2014

Os adeptos vivem de vitórias

Com a consideração que me merece, e embora reconhecendo o esforço feito para reduzir o passivo, custa-me ver o presidente do Belenenses reduzido a presidente das modalidades! Ou então de projectos que se vão repetindo e pouco têm a ver com uma equipa de futebol competitiva. Dir-se-á que isso é com a SAD e eu fico na mesma, ou seja, frustrado.
Explico:

Os adeptos não vivem de requalificações, complexos desportivos, pavilhões polivalentes, esse discurso é interessante mas interessa apenas àquela minoria que passa a vida no clube como se o clube fosse uma tasca ou um quiosque onde se compra o jornal todos os dias. Essa ideia de clube recreativo é medíocre e nefasta ao Belenenses. É a carroça à frente dos bois.

Outra ideia nefasta é a presunção de obter receitas fora da indústria do futebol, quer seja em arrendamentos ou concessões de terrenos para actividades que nada têm a ver com a prática desportiva. E aqui abro um parêntesis para repetir: - na fase de penúria e quase eclipse em que nos encontramos, ter outras modalidades para além do futebol, é um luxo. Nesse sentido só deveríamos manter aquelas que possam exibir-se num nível competitivo aceitável. Para bom entendedor…
Nada evidentemente contra as escolas e a formação das modalidades com tradição no Clube. Desde que, também evidentemente, esteja salvaguardada a formação do futebol.

Mas voltando às receitas geradas por outros negócios nada melhor do que o exemplo do Bingo! Parecia a galinha dos ovos de oiro, era o melhor Bingo de Lisboa, mas esse facto não impediu o contínuo afundamento do Clube. Mais, acrescentou vícios de gestão que nunca mais o abandonaram. Resultado: - as receitas do futebol passaram para segundo plano, as do Bingo eram boas e certas e não estavam dependentes das vitórias. E o que era bom tornou-se lentamente um veneno. Aconteceu também noutros clubes. É verdade, e também se afundaram.

As piscinas foi outra miragem: - outra mina de oiro em perspectiva! E tinha a vantagem, diziam, de transformar os nadadores em sócios do Belenenses. O pior é que os ditos sócios, quando se tratava de futebol, não frequentavam o Restelo, mas sim a Luz e Alvalade. Não seria assim se tivéssemos uma equipa de futebol competitiva mas isso deixou de ser vital para as sucessivas Direcções que passaram pelo Clube. Reparem que eu usei a palavra ’vital’.

Finalmente os adeptos que se afastaram. Eles só regressarão quando o Belenenses regressar àquilo que foi. Ou pelo menos, quando sentirem fortes sinais de que isso pode vir a acontecer. De contrário, vai ser sempre pior. Pode o estádio estar sempre aberto, requalificado ou não, em não havendo vitórias, estará sempre deserto.


Saudações azuis

segunda-feira, março 24, 2014

Seis jogos para sobreviver!

Calem-se agora os arautos da desgraça, façam tréguas olímpicas a Direcção e a SAD, imaginemos por uns tempos que somos um clube normal, desencantem das brumas da memória alguns restos da antiga grandeza, e preparemos com confiança essa final decisiva contra o Paços de Ferreira!

Lito é belenense, vê-se logo, e não é parvo. Quando jogador era um pouco quezilento, às vezes exagerava, mas nunca lhe faltou a fibra. Lutava sempre. Como treinador todos esses defeitos e qualidades ajudam.
Não digo isto para diminuir Marco Paulo, também ele foi jogador combativo. E continuo convencido que é bom treinador. Mas no Belenenses actual só vingam aqueles (muito poucos!) que conseguem impor-se a tudo e a todos e esse não é o perfil de Marco Paulo. Lito tem esse perfil.

Sobre o que aconteceu no campo não há muito a dizer. Com Luís Castro o Porto voltou à sua forma de jogar e sendo assim, mesmo com alguns pernas de pau que por lá andam, seria difícil roubar pontos no Dragão. Estivesse lá ainda Paulo Fonseca, e os seus equívocos, e talvez fizéssemos uma gracinha. Mas Lito bem tentou! E na minha opinião tentou bem. Pôs o Miguel Rosa onde ele deve estar, perto da área, e terá repetido vezes sem conta que a bola tem de circular rápidamente. Quando não há espaço nem tempo o melhor é colocá-la no flanco contrário, e criando essa rotina, pode ser que lá apareça algum dos nossos, desmarcado, para então criar verdadeiro perigo. E íamos marcando!

Mas veio a expulsão de João Afonso. Estávamos no fim da primeira parte! A meu ver, houve excesso de zelo na cor da cartolina. Pareceu-me que o avançado do Porto não estava completamente isolado quando sofre a falta. Enfim, critérios. Depois, com dez, fizemos o que foi possível. E foi bastante!


Saudações azuis

terça-feira, março 11, 2014

Hegemonias e tendências

Azuis, azuis e brancos, verdes e encarnados, os chamados quatro grandes, foi uma das matrizes do futebol luso, e talvez a mais duradoura. Com o declínio dos azuis do Restelo, e com o centro das decisões a rumar a norte, existiram algumas tentativas para reconstituir aquele quarteto com clubes nortenhos. Assim, Guimarães, Boavista e mais recentemente o Braga, têm sido candidatos (recorde-se que o Boavista ganhou inclusivé um campeonato) mas a verdade é que nenhum deles conseguiu consolidar essa posição. Até porque os dinheiros europeus têm vindo a reduzir aquela matriz aos dois lugares que dão normalmente acesso à Liga dos Campeões. Lugares quase cativos de Porto e Benfica.
E fica traçada a história das hegemonias do futebol luso. E a pergunta que se impõe é:

Mas como será daqui para a frente?!

A tentação seria considerar a realidade que hoje vivemos como eterna. Considerando eternas quer a união europeia, quer a actual omnipresença da UEFA. E daqui poderíamos partir fácilmente para uma sonhada super-liga europeia, onde caberiam, no máximo, dois clubes portugueses. Os outros, cada vez com menos adeptos, haveriam de se entreter em competições mais ou menos ruinosas. Diga-se que este é o cenário preferido da grande maioria dos nossos opinadores.

Outro cenário menos idílico, talvez mais realista, seria olharmos para os nossos bolsos vazios, para as dívidas monumentais da maioria dos clubes, para a carestia de vida que rápidamente se aproxima, já sem falar na hipótese (académica por enquanto) de um desmembramento da união europeia, vítima, por exemplo, de um qualquer episódio ucraniano.
Nestas condições muito teríamos a ganhar se pensássemos em fortalecer o campeonato nacional, tornando-o mais rentável, ou seja, mais competitivo, em lugar de continuarmos a depender quase exclusivamente dos fundos uefeiros. Fundos esses, que tal como os da união europeia podem um dia não vir. E mesmo que venham por mais algum tempo, já todos percebemos que se trata de um presente envenenado. Pelo menos para os clubes portugueses.
Em boa verdade, aqueles que não os recebem, não conseguem competir com aqueles que os recebem, e assim se desvaloriza o nosso campeonato nacional. Mas não é menos verdade que aqueles que os recebem estão cada vez mais arruinados! Correm atrás de uma miragem – ser campeão europeu de clubes – mas para isso têm que vender à concorrência, todos os anos, os seus melhores jogadores.

Uma verdadeira quadratura do círculo.


Saudações azuis

Depois… a culpa é do treinador!

Numa semana decisiva, e serão todas até ao fim do campeonato, as noticias importantes não são desportivas, são outras, incompreensíveis para a maioria dos adeptos! Falam de guerras intestinas, entre a Direcção e a SAD, falam de desacordo, de denúncia, não falam dos golos que temos que marcar! Falam de tudo aquilo que o Belenenses não precisa.
Não vou deitar achas para a fogueira, não me interessa, serei do Belenenses, já o disse mais que uma vez, mesmo que não tenha estádio para jogar, aliás, foi assim que começou. Vi-o ganhar nas Salésias, também o vi ganhar no Restelo, mas aí já perdeu mais do que ganhou. E por este andar…

Parece que o pano de fundo (agora e sempre) é a ganância pelos terrenos. Mas a mim só me interessa ter uma equipa competitiva, uma equipa que lute pelos primeiros lugares. Uma equipa dessas tem sempre muitos campos para jogar. Mais, tem sempre gente interessada em vê-la jogar. O resto são ninharias. Infelizmente são as ninharias que têm triunfado no Restelo. E por lá andam a defender os seus interesses. Pode o Belenenses ganhar ou perder o próximo jogo, os próximos jogos, descer de divisão, que as ninharias irão continuar. Até já nada restar do saudoso Club de Futebol ‘Os Belenenses’.

segunda-feira, março 03, 2014

Um jogo diferente

Contra este Benfica não se podem tirar muitas ilacções. Os jogadores motivam-se mais, correm mais, e os treinadores, de uma maneira ou de outra, fazem todos o mesmo: - a ordem é defender em todo o campo e espreitar o contra-ataque. É assim com o Belenenses e práticamente com todas as outras equipas nacionais, exceptuando o Porto. Foi isso que o Belenenses fez, honestamente, e conseguiu chegar ao intervalo a perder apenas por um golo! É verdade que abusou dos lançamentos longos, por alto, à procura de um ressalto que permitisse um remate á baliza. E também é verdade que, com os jogadores muito recuados, seria muito difícil aproveitar esses ressaltos. Que de facto aconteceram porque Tiago Caeiro ganhou alguns lances às torres encarnadas. Assim, na primeira parte, a única oportunidade para criar perigo resultou de uma bola parada. Um livre bem marcado, ao segundo poste, que Kay quase ía aproveitando.
Na segunda parte, como também é hábito, procurámos subir as linhas, fizemos substituições a propósito, Freddy e Tiago e a coisa ía resultando! Só não resultou ‘graças’ a um tremendo erro do fiscal de linha, que o árbitro sancionou! Não fosse assim, o jogo ficaria empatado, os encarnados ficariam nervosos, nós ficaríamos empolgados, e como já tínhamos entrado na recta final da partida ninguém pode adivinhar o que iria acontecer! Mas não foi isto que aconteceu. O critério nacional manteve-se, ou seja, na dúvida, a favor dos mais fortes. E nem havia dúvida!
Ainda assim, poderíamos ter prosseguido no intuito de chegar ao empate, um mal menor, um ponto importantíssimo numa guerra que ainda podemos ganhar. Porém, mais uma vez (e não é a primeira vez!) a infantilidade, associada a algum vedetismo arruinou qualquer esperança. O nosso jogador Freddy fez-se expulsar de forma inadmissível. Eu já sei que muitos dos que se intitulam belenenses acorreram a desculpar o seu gesto. Preferiram apontar para outros alvos, sempre na mesma direcção! Esses que o fazem são de outro clube, outro Belenenses que não tem nada a ver com o meu. O meu Belenenses está acima dos jogadores e das suas patetices.

Análise individual:

Matt Jones – exibição positiva resolvendo a contento os poucos lances em que teve que intervir. No golo estava um pouco adiantado mas o mérito é do avançado.

Geraldes – um dos melhores. Bateu-se bem, criou grandes dificuldades a Gaitán, o melhor dos encarnados, e tentou sempre subir pelo seu corredor. Rápido de pernas, tem uma velocidade de execução e mental acima da média azul. Titular indiscutível.

Gonçalo Brandão – compensa a lentidão com alguma experiência mas os laterais modernos têm de ter outra desenvoltura.

João Meira – exibição nos limites, às vezes excede-se, desta vez não se excedeu. Foi a todas.

Kay – um pouco inseguro a defender, alguma dificuldade no domínio de bola, é no entanto o nosso mais perigoso ‘avançado’! No cômputo geral, uma boa exibição. Não fez falta, e quanto a mim bem, quando Gaitán arrancou isolado para o golo. Seria cartão vermelho (aos oito minutos de jogo!) porque depois dele só restava o guarda-redes. O lance é muito rápido mas quem tinha que fazer falta não era o Kay.

Danielsson – falta-lhe um segundo andamento, alguma trepidação mas a sua tarefa não era fácil. O miolo benfiquista dá cartas em todo o lado. Acabou substituído e tem que rever as indecisões – um passe menos preciso, para trás e para a terra de ninguém, poderia ter sido um sarilho.

Fernando Ferreira – mais concentrado do que o habitual, apenas uma peitaça mais arriscada poderia ter comprometido o seu trabalho. Cumpriu.

Filipe Ferreira – finalmente no seu lugar, vocacionado para a construção, abriu o jogo pelas faixas mas nunca perdeu o sentido das dobras na defesa. Uma exibição muito positiva.

Bruno China – discutiu muito jogo no nosso meio campo defensivo, é um jogador lúcido, mas o seu futebol parece-me algo travadinho. Sem alcance. Precisa de melhorar os índices físicos.

João Pedro – lutou muito, correu muito, mas esteve sempre longe da baliza adversária.

Tiago Caeiro – exibição útil e esforçada, ganhando muitos lances de cabeça aos defesas adversários. Na segunda parte marcou o golo do empate… que seria incrivelmente invalidado.

Freddy – já falei de Freddy, do seu gesto também incrível, mas quando entrou para jogar no meio, em apoio ao ponta de lança, o Belenenses tornou-se perigoso. E assim continuaria até ao momento da sua expulsão.

Tiago Silva – outro jogador que entrou muito bem no jogo! Determinado, mais humilde, o que é fundamental a partir de agora, deu sequência a alguns movimentos ofensivos que começavam a perturbar a estratégia de contenção benfiquista. Foi dele o passe/remate que esteve na origem do golo invalidado.

Rambé – entrou e levou logo com um cartão amarelo por simulação dentro da área. Mas bastaria ter tentado prosseguir com a bola para poder ter acontecido uma falta real caso o defesa benfiquista não se retraísse. São estas pequenas coisas, todas juntas e ao mesmo tempo, que fazem a diferença entre as equipas adultas e aquelas que dificilmente têm lugar na primeira divisão.
Para bom entendedor…


Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Os pormenores que decidem

Primeiro pormenor (positivo) – o Belenenses tem vindo a assegurar alguma consistência na posse de bola, superiorizando-se a adversários melhor cotados no nosso campeonato. Foi assim contra o Nacional (na Madeira), foi assim contra a Académica, no Restelo. Dir-se-á que isso não conta, o que conta são os golos e é verdade. Dir-se-á ainda que a nossa posse de bola é muitas vezes inócua, inofensiva, o que também é verdade. Mas já estamos esquecidos dos tempos (bem recentes) em que qualquer equipa que vinha ao Restelo tomava imediatamente as rédeas do jogo. E sem bola, as coisas ficam difíceis…

Segundo pormenor (negativo) – desta vez e em termos de abébias defensivas quem falhou foi o guarda-redes e por duas vezes! Duas vezes que correspondem às duas grandes ocasiões de que dispôs a Académica. São duas intervenções a soco mal conseguidas, e se na primeira existe grande mérito do adversário ao recolocar rápidamente a bola na área do Belenenses, na segunda, o demérito é todo de Matt Jones. Há que salientar no entanto a enorme defesa que realizou a remate de Salvador Agra, como é de justiça dizer que Kay poderia ter evitado provocar aquela falta. Falta que deu origem ao livre… que afinal deu origem a tudo. Um pormenor a não esquecer.

Terceiro pormenor (positivo/negativo) – louve-se o facto de termos tido alguma sorte nas aquisições de Inverno! Com efeito os jogadores que entraram até agora (Rudy e Geraldes - Linz é mais complicado…) mostraram ser mais-valias em lugares importantes. Rudy movimenta-se bem no meio campo ofensivo, e o lateral direito Geraldes entrou com o pé direito! Onde falta confiança e existe muita atrapalhação é no caso de Rambé – dois remates de cabeça, um quase a dar golo (Ricardo defendeu bem) mas o outro foi oportunidade perdida. Um pormenor que podia ter feito a diferença. Igual ao de Freddy na melhor jogada do desafio. E são muitos pormenores.  

Último pormenor (negativo) – quando se esperava o pressing final do Belenenses, aconteceu o contrário! E acabámos o jogo de credo na boca! O que é que falhou nas últimas substituições?! A questão física, como é?!
Quando é que o medo e a falta de confiança deixam de ditar leis na equipa?!

Saudações azuis


Nota de pormenor: Não tem muito a ver com o treinador o facto, comprovável pelas estatísticas, de termos tendência para contratar pontas de lança virtuais. Que mal chegam ao Restelo perdem o sentido das balizas! É preciso mudar este pormenor.

domingo, fevereiro 09, 2014

Para além da razão…

Isto de escrever de vez em quando tem os seus perigos e um deles, não menor, é o de se pensar que o longo silêncio corresponde a uma atitude de apoio tácito à situação. Uma espécie de ‘quem cala, consente’. Pois no meu caso não é assim. A falta de escrita tem uma explicação mais simples: - continuo a ser belenense, mas já não tenho energia (nem cabeça) para acompanhar o destino, sempre descendente, do meu clube de sempre.

E este ano as coisas até prometiam! Mas não. Com alguma infelicidade à mistura, veio a doença do treinador, não fomos capazes de esclarecer rápidamente a situação, prejudicando com isso o desempenho da equipa, e como se não bastasse tem vindo a emergir uma originalidade bicéfala, em termos de chefia do clube, que não augura nada de bom. E é assim que não passa uma semana sem que sejamos confrontados com uma iniciativa do presidente da SAD e logo a seguir (ou vice-versa) com outra iniciativa, bem sei que em áreas distintas, por parte do presidente do clube!
Ora bem e como já afirmei, nada disto se passa nos outros emblemas, pois todos eles se identificam, perante a opinião pública, com determinada personalidade. Tínhamos que ser diferentes mas esta diferença, repito, não é benéfica para ninguém. Oxalá me engane.

Uma última nota para corrigir alguma confusão que possa ter ficado sobre as críticas que, debaixo de alguma emoção, dirigi ao treinador e à equipa. Delas não se pode depreender que não apoio o actual treinador ou que tenho alguma reserva sobre algum dos jogadores que compõem o plantel. Não é verdade. A verdade é que confio no Marco Paulo e acho-o competente para levar a nau a bom porto. O que eu quis dizer é que a equipa precisa de acordar para a vida. Estamos na primeira Liga onde a competitividade tem que ser total. Quem não perceber isto, quem não for capaz de se assumir de corpo e alma neste projecto, tem que dar o lugar a outro.


Saudações azuis

sábado, fevereiro 08, 2014

O que dirá Marco Paulo?!

Ainda não ouvi o flash-interview, a emissão seguiu directamente para Setúbal, mas o nosso treinador não pode estar satisfeito com a exibição da equipa. Não pode estar satisfeito com a toada amorfa com que nos apresentámos na Choupana. Não me refiro à táctica, nem à estratégia, refiro-me à dinâmica, ao mordente, refiro-me também à cabeça dos jogadores. E isso é trabalho do treinador. Continuamos displicentes, a cometer erros infantis, ou seja, os adversários não precisam de se esforçar muito para que os golos apareçam! Desta vez, e depois de alguns disparates do nosso capitão, foi a vez de João Afonso facilitar oferecendo o segundo golo ao Nacional. E a partida ficou sentenciada.
Isto não pode continuar, sob pena de avançarmos para a segunda Liga muito rápidamente.
Quanto ao que os jornais dirão de nós amanhã, já adivinho. Como também adivinho que o nosso melhor jogador terá sido Miguel Rosa, ou não vivêssemos em pleno nacional-benfiquismo.


Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

O mau, o bom, e o óptimo!

O mau foi a cena das quotas! Por acaso não estava a chover, ainda assim pensei em desistir. Afinal o jogo dava na televisão. Felizmente apareceu um dirigente, Luís Silva, a reconhecer o erro e a autorizar a entrada a quem dispunha da quota 12/13 e respectivo cartão de época. Menos mau.

O mau também aconteceu durante o jogo, especialmente na primeira parte: - medo da bola em alguns jogadores e as patetices do costume. Exemplos: - arriscar em jogadas perto da nossa área, e ficar à espera que o árbitro marque falta! E o árbitro não marca e isso ia-nos custando um golo. Outro exemplo: - indecisões e percas de bola em zonas proibidas – na ressaca de um ataque - e eis que surge um chapéu a surpreender tudo e todos, incluindo o guarda-redes, excessivamente adiantado!

O bom, que bom já ter treinador a quem responsabilizar pela táctica, pela formação da equipa, pela intervenção durante o jogo, pelas substituições, pelo resultado!
E Marco Paulo esteve em bom plano. Não é muito exuberante, antes pelo contrário, mas tudo o que ontem fez, pareceu-me bem feito. E não era fácil. Lembremos o histórico de apenas duas vitórias na primeira volta, lembremos a goleada sofrida em Braga, nada disto moraliza e talvez explique a primeira parte demasiado contida.

O óptimo, foi aquela segunda parte, mais convicta, mais atrevida, as substituições a resultarem em pleno, os golos, óptimos, bem executados, a alegria dos sócios, a incredulidade de alguns, era verdade, estávamos a ganhar por dois a um adversário com pretensões.

O mau outra vez, aquele golo de chapéu, caído do céu, a intranquilidade, a pressão final do Braga…

O bom outra vez, os minutos a escoarem-se, a equipa a aguentar os três pontos…

O óptimo, não deixámos fugir Arouca, Vitória de Setúbal e Gil Vicente. Vamos lutar até ao fim.


Saudações azuis   

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Bem, escrevo ou não escrevo?!

Já tinha desistido de escrever sobre o Belenenses e não seria a ‘novidade’ de mais uma derrota que me faria mudar de ideias. No entanto, ao reler o penúltimo postal – ‘Bem, começou o campeonato…’ – nomeadamente a coincidência entre os avisos então feitos e o que se passou em Braga, pareceu-me que seria curial republicá-lo, desta vez a bold e letra maiúscula. Mas não vou fazê-lo. Quem se der ao trabalho que o leia. Eu vou limitar-me a assinalar que o tempo urge. E no que toca a mudar de mentalidade: - é agora ou nunca.
Explico mais uma vez: nunca mais podemos fazer faltas como aquelas que aconteceram quer nos últimos minutos em Vila do Conde, quer nos primeiros minutos em Braga; nunca mais podemos dar-nos ao luxo de demorar a despachar a bola da nossa zona perigosa; nunca mais podemos executar passes ridículos para trás e para o lado, passes de enorme risco face à enorme pressão do adversário; e os médios não podem ter medo de se virar para o ataque. Eles também servem para isso. Quanto aos avançados, quase sempre poucos e mal servidos, exige-se inteligência, audácia, e o mínimo de desperdício nas raríssimas oportunidades que têm para ameaçar a baliza contrária. Nada de remates de qualquer maneira, toca a levantar a cabeça e procurar a jogada mais promissora. Isto escreve-se bem melhor do que se executa. Eu sei.
Mas mesmo que façamos tudo bem, com menos erros, há insuficiências estruturais.
Vou elencar algumas:
- A questão da mentalidade é a mais importante. Existem jogadores com medo de jogar prá frente, enquanto outros estão convencidos que são craques por causa do brilharete do ano passado.
- Precisamos de uma solução para o meio campo. Alguém que assuma o jogo e carregue o piano. Aqui não pode haver desplantes, paragens cerebrais e erros infantis. A continuarmos assim será muito difícil construir jogadas de golo. A saída do Diakité foi um erro. Com ele, com o Eggert e com o Filipe Ferreira talvez fosse possível alimentar o ataque em condições. Agora temos que inventar um novo meio campo.
- O serviço das bolas paradas, uma das chaves do êxito da época passada, piorou muito. Tiago Silva era importante nesse aspecto, mas lesionou-se e mesmo antes de se lesionar perdeu a forma. Não esqueçamos que em Vila do Conde dispusemos de dez cantos a nosso favor e deles não resultou qualquer perigo!
- O mesmo se diga dos cruzamentos, que morrem normalmente no primeiro defesa.

Solucionados estes problemas veremos então se os avançados de que dispomos conseguem fazer o respectivo trabalho. Marcar golos! 


Saudações azuis

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Um clube bicéfalo!

Não será possível normalizar o Belenenses? Ter apenas um leader a governá-lo?! Ter apenas um treinador a treiná-lo?! Será preciso existir esta tensão permanente, esta dúvida, sobre quem manda no clube?! E no caso do treinador, sobre quem decide a táctica, as substituições, a quem os jogadores obedecem, a quem os sócios possam criticar, por isto ou por aquilo, pelas derrotas?! A quem possamos elogiar no caso das vitórias?! Será assim tão difícil clarificar esta questão de uma vez?!
E voltando à liderança do clube, será de facto necessário viver este purgatório de competências entre clube e sad?! Entidades que os adeptos não distinguem nem querem distinguir, pois para eles o clube é uno e indivisível?! Para eles o Belenenses é uma coisa simples. Perde, ganha ou empata, mais nada.
Assim, era bom acabar com estas confusões o mais depressa possível. Até porque já todos percebemos que os clubes ganhadores são aqueles em que há um a mandar e os outros a obedecerem. Fora disto é a crise permanente.


Saudações azuis