quarta-feira, novembro 28, 2012

Vitória em Oliveira de Azeméis!

Confesso que tinha algumas dúvidas sobre a possibilidade de passarmos em Oliveira de Azeméis! Restos da síndroma da descrença que ainda permanece! Restos das muitas desilusões que vivi enquanto adepto do Belenenses. A verdade é que esta vitória me deu um novo alento e aqui estou a partilhar esta alegria com os fiéis que ainda visitam o Belém Integral! Não prometo crónicas, nem postais, mas depois do episódio da relva, esta foi a resposta que merecíamos. Lembrei-me imediatamente de Marinho Peres, sujeito a jogar no estádio nacional, no tempo em que os equipamentos e tudo o resto viajavam de motoreta com caixa atrás! Marinho não perdia a pose e replicava: - o que interessa é a equipa. O que interessa é que a equipa se imponha aos adversários, seja em que campo for, seja com relva, seja sem relva!
Vamos em frente Belenenses!

Resultado final: Oliveirense 0 - Belenenses 1 (golo de Kay)


Saudações azuis 

terça-feira, novembro 13, 2012

O réu conveniente

É bíblico, precisamos de bodes expiatórios, de alguém que expie os nossos pecados. No tempo presente, longe de Jerusalém, o cerimonial tornou-se mais perverso, já não escolhemos as vítimas por serem inocentes, como os bodes, pelo contrário procuramos no nosso semelhante algum sinal de culpa e desforramo-nos então ‘à grande e à francesa’! Tem sido assim com a chanceler alemã desde que nos obrigaram a pagar as dívidas! Dívidas que o socialismo (anti-mercado) inevitavelmente comporta.

Já no que toca aos demónios que povoam o nacional benfiquismo (espécie de religião de estado) há muito que foi encontrado o réu apropriado, um réu de estimação, podemos até chamar-lhe o réu português! O seu nome é Vale e Azevedo.

O seu crime, o seu único crime, aos olhos de quem em tempos o idolatrou, de quem nele votou massivamente, foi só um, a saber: - não conseguiu ganhar o campeonato, vencendo ao mesmo tempo o Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa e a Olivedesportos, o chamado três em um, a 'trindade diabólica' que o centralismo lisboeta jurou abater a todo o custo.

‘Ai dos vencidos’ proclamou o guerreiro gaulês quando os romanos lhe imploraram por piedade. Vale e Azevedo também não obteve perdão.

Reconheça-se, ao menos, que o desafio era formidável e que ainda hoje se ganham eleições no Benfica agitando os mesmos fantasmas!


Sobram, evidentemente, todas as manobras ilegais, todos os golpes, que o mundo do futebol permitiu e continua a permitir sempre que estão em jogo os ‘superiores’ interesses de Benfica, Sporting e Porto. E por esta ordem.

E sobra a moral da história: - é preciso investigar o futebol, o futebol que se esconde por trás do alarido sobre Vale e Azevedo.





Saudações azuis

segunda-feira, novembro 05, 2012

Para além da razão…

Ganhámos ao Penafiel, a segunda parte também foi a defender, mas com melhor organização, o meio campo esteve mais escorreito, Fernando Ferreira fez um grande jogo (notei-lhe apenas duas paragens cerebrais) e gostei bastante do jovem defesa esquerdo. A entrada de Demarets revelou a classe do experiente jogador, embora confinado a um raio de acção naturalmente curto. Mas passou a haver mais troca de bola na fase de construção. Portanto, missão cumprida. No Domingo o Sporting B ganhou na Luz e por isso mantém-se à nossa frente. E quem sabe, talvez entre na corrida para a subida de divisão no caso da equipa A acabar por descer!



Outro assunto, ou melhor o assunto que dominou o fim-de-semana azul: - a aquisição (da maioria) da SAD por parte de um novo investidor. Já me tinha referido a este tema e não retiro uma vírgula ao que então escrevi. Sem pieguices, sem dar grande importância à espuma dos dias, vamos em frente. Numa época em que o dinheiro é o todo poderoso, num tempo em que todos falam em ‘economês’, não convém falar noutra língua que necessariamente ninguém entenderia. A não ser que houvesse uma alternativa melhor.

O Belenenses, se existirem resultados desportivos (que é no fundo o que interessa) há-de sobreviver.



Saudações azuis

domingo, outubro 28, 2012

A segunda parte é sempre assim?!

Já não é o primeiro, nem o segundo jogo (fora de casa) em que vejo (na televisão) o Belenenses adiantar-se no marcador, fruto de trabalho consistente de toda a equipa, e a seguir, especialmente com o decorrer da segunda parte, amolece, adormece, recua, e começa a defender-se de qualquer maneira, até que o adversário chega ao empate!

Quando não é o adversário, é o árbitro que toma a decisão do empate! Mas o árbitro, como diz o treinador do Belenenses, faz parte do jogo, o que é verdade. Mas com franqueza!

E aqui abro, contra os meus princípios, um capítulo para me referir a estas arbitragens medrosas e despersonalizadas que nos têm calhado em sorte! Ontem, por exemplo, foi demais – desde um amarelo ridículo ao Meira (embora renove o aviso para não gesticular tanto com os braços) até ao segundo amarelo do nosso defesa esquerdo (embora renove o aviso para não fazer disparates, como afastar a bola para longe) foi tudo mau. Depois, esta mania de marcar penalties por tudo e por nada, descortinando uma mão (a pedido) do jovem André, foi outro erro monumental que obrigou por certo à compensação de um fora de jogo no limite! E sobre arbitragens estamos conversados.

Quanto aos nossos erros, a lentidão (de movimentos e de pensamento) de Fernando Ferreira dá cabo de qualquer hipótese de contra ataque! Especialmente naquele período em que estamos encostados lá atrás. Diga-se também que Freddy recebeu sempre mal e decidiu sempre mal, perdendo logo a bola o que complicava a situação. Mas também não percebi as substituições de Van der Gaag! Retirou o rápido Arsénio para entrar um jogador que não se viu! E manteve em campo um Diawara, que é jogador posicional, sem sprint! Não percebi.

Enfim, para a semana há mais.

Resultado final: Leixões 1 - Belenenses 1



Saudações azuis

domingo, outubro 21, 2012

O futuro do passado!

Os clubes sempre foram propriedade de poucos, de um pequeno grupo que frequenta as assembleias, com motivações várias, umas melhores, outras piores. Em tempos de decadência os ‘proprietários’ reduzem-se, as assembleias tornam-se mais tumultuosas, os interesses tornam-se menos claros, e as decisões menos acertadas. Acontece em toda a parte.

Portanto, a ideia simplória de que o clube é de todos, que pertence à massa associativa, é isso mesmo, uma ideia simplória. No que respeita à minha pessoa o Belenenses só é meu porque gosto dele. Para além disso sinto-me ‘público’. Público que assiste aos jogos um pouco melhor acomodado, graças ao lugar cativo que a minha condição de sócio (pagante) permite.

É claro que existem as eleições, mas como vemos pela amostra do país, as eleições (infelizmente) não têm uma varinha de condão! Os candidatos são sempre os mesmos e logicamente as soluções também pouco mudam.

Nestas circunstâncias, e tal como estão as coisas do futebol em geral, e dentro do Belenenses em particular, não me custa admitir que surja alguém de fora com a intenção de tomar conta do Belenenses. São os sinais do tempo. Pior não há-de ser.





Saudações azuis

sexta-feira, outubro 19, 2012

Um passo pequenino!

Mas um passo, porque a centralização da negociação dos direitos televisivos é efectivamente um passo importante! Aliás, se bem se lembram, foi aqui defendida bastas vezes, assim como defendi que a redistribuição deveria basear-se na classificação do campeonato imediatamente anterior. Quanto ao leque distributivo deveria ser o mais equilibrado (apertado) possível, como acontece nos campeonatos mais competitivos e por consequência mais rentáveis.

Dito isto, duas reticências relativamente ao andar da carruagem. Primeira reticência no que toca às palavras do presidente da federação: - ‘não podemos tirar do bolo aos grandes para dar aos clubes ditos mais pequenos, terá de existir valor acrescentado para todos os participantes’.

Sem dúvida, pois todos devem beneficiar com a centralização, mas estas declarações afastam-se daquilo que, em minha opinião, deveria ser o discurso de um presidente da federação! Com efeito espera-se dele que corrija os actuais desequilíbrios orçamentais, que reduza o fosso, e não que deixe tudo na mesma! Penso eu.

A segunda reticência vai direita para o presidente da Liga, ressalvando que foi ele o grande entusiasta da medida. E que oportunamente aplaudi. A verdade é que o facto de já ter avançado com queixas para a Autoridade da Concorrência relativamente aos contratos em vigor, coloca-o na órbita dos interesses do Benfica e na sua particular guerra contra a Olivedesportos! E isso gera desconfiança na minha pessoa.

Mas vamos ter esperança que, por uma vez, neste país, os mais pequenos não irão servir de banquete à fome insaciável dos grandes! Esperemos.



Saudações azuis

segunda-feira, outubro 15, 2012

Três pequenas badaladas…

Não fui, não vi, ganhámos que era o mais importante. Fico contente. Arsénio, esse, vi, uma seta, outro ritmo, um jogador que faz lembrar os antigos! Fernando Ferreira, bom remate, bom golo!


Também li, reli, a questão das dívidas, os impedimentos sobre o dia-a-dia, o investidor necessário… O problema das modalidades, as pessoas finalmente a acordarem para a realidade! As modalidades só servem para propaganda dos grandes clubes do futebol português. No dia em que Benfica e Sporting abandonem determinadas modalidades, as mesmas nunca mais aparecem na televisão. Aposto. Esta é a verdade nua e crua, desta santa terrinha, cada vez mais pequenina, cada vez mais viciosa!




E por falar em vícios aí está o espectáculo, pobre e ridículo ao mesmo tempo, das candidaturas à presidência do Benfica! Ele é juizes, deputados alegres, outros mais tristes, grandes gestores desempregados, actores, banqueiros (milionários) falidos, uma série de figuras públicas tão notáveis, tão notáveis, que me ocorre uma frase de Natália Correia (em resposta a um jornalista mais impertinente): - Perguntava o dito cujo se a poetisa (se lhe fosse dado a escolher) preferia ser presidente da república ou presidente do Benfica! Ela respondeu de pronto: - é a mesma coisa.


Eu teria acrescentado – um clube assim tem crédito ilimitado, deverá inclusivé constar de uma rubrica do orçamento de estado.




Terceira badalada para defender Ruben Micael! Grande jogador, chego a ver jogos (na televisão) só porque ele alinha, se é substituído o jogo torna-se, em minha opinião, desinteressante. Porquê?! É um jogador que faz sempre a jogada que o espectador não espera, surpreende pela positiva, é aliás detentor de uma enorme capacidade para definir o último passe (antes da finalização)! Também falha, é verdade que sim. Tem ainda outras qualidades: - aparece na grande área adversária com grande oportunidade, marca golos na Europa, infelizmente não o deixam cobrar os livres, pois marcaria mais golos ainda. Pode-se construir uma equipa à volta de Ruben Micael. Jogador vagabundo, sem preocupações defensivas, é esse o seu lugar.


Paulo Bento volta a apostar nele, apesar das culpas que lhe atribuíram no golo russo. Faz bem o seleccionador nacional. Paulo Bento percebe da poda.




Saudações azuis

segunda-feira, outubro 08, 2012

Os penalties da moda!

Em Portugal não há justiça porque não existem juizes. Esta verdade também se aplica às competições desportivas. Não há juizes porque não há independência, seja de espírito, seja económica, seja social. E não havendo independência o que prevalece na decisão é o medo. O medo que obriga ao refúgio sistemático na letra da lei e não no espírito da mesma. O medo que inviabiliza a liberdade do juiz. Dou um exemplo recente: - há poucos dias ouvi na televisão um desses árbitros comentadores justificar a expulsão de um jogador do Estoril (em Alvalade) nos seguintes termos: - ‘quando um jogador pede ao árbitro que exiba um cartão amarelo, seja por palavras, seja através de linguagem gestual, o árbitro deve mostrar-lhe o cartão amarelo. É uma decisão automática, rematou!


Pois bem, quem ontem assistiu ao Barcelona – Real Madrid terá visto Messi gesticular para o árbitro nesse sentido e o árbitro não lhe mostrou nenhum cartão amarelo. O árbitro terá errado?! Penso que não, como penso que arbitrou bem. Usou aquilo que é fundamental num juiz, a capacidade de livre apreciação, usou o bom senso, defendeu a integridade competitiva. Segurou o jogo com conta, peso, e medida. Se o não fizesse, naquele lance, e em muitíssimos outros, (se tivesse arbitrado à portuguesa) teria expulsado alguns jogadores, em especial do Real Madrid.


Em relação às grandes penalidades parece que entrámos em paranoia justicialista! Quem sabe embalados pelos protestos grotescos do Benfica, que reclamou sem razão duas grandes penalidades assinaladas contra si no jogo com a Académica, a verdade é que desde aí, os árbitros devem ter recebido instruções para marcarem penalties por tudo e por nada!


Aconteceu no Sábado com o Belenenses, numa bola dividida, disputada nos limites da área, onde um esbracejar mais exuberante de Meira foi imediatamente punido com castigo máximo! Dando a vitória ao Aves.


Aconteceu com Duarte Gomes a inclinar o campo para o Vitória de Guimarães e a punir a Académica com a rapidez de um raio! Confundiu depois uma carga pelas costas com uma carga de ombro, prejuducando a Académica, e mais tarde deixou passar um fora de jogo escandaloso que deu a vitória ao Guimarães.


Aconteceu no jogo do Benfica onde Maxi (sabe-a toda) se baixou para iludir o árbitro, beneficiando o Benfica de uma grande penalidade muito discutível sobre o risco da área. E aconteceu também no Dragão onde temos que admitir que o primeiro penalty é bastante forçado.




Por isso devem os defesas usarem de todas as cautelas, não serem imprudentes, gesticularem o menos possível, mãos nos bolsos, porque vem aí penalty!






Saudações azuis

quarta-feira, outubro 03, 2012

RTP ignora Braga!

Curioso como sou, quis saber (ontem à noite) o resultado (e ver talvez um pequeno resumo) do jogo entre o Galatasaray e o Braga, encontro disputado na Turquia a contar para a liga dos Campeões. Para tal, liguei a RTP 1, ainda decorria o concurso do Malato, e esperei. Acabou o Malato e sou surpreendido por um programa sobre aves migratórias, desde patos bravos, andorinhas, cegonhas, infelizmente não descortinei águias, de resto estava lá a fina flor da passarada! Aquilo durou uma hora, era quase meia-noite, tempo suficiente para as cegonhas namorarem, fazerem ninho, terem filhos, etc., e nada sobre a liga milionária! Seguiu-se uma coisa chamada cinco para a meia-noite, adormeci e pronto.


Hoje, já sabedor dos resultados, o Braga ganhou e o Benfica perdeu, compreendi finalmente a opção pelas aves de arribação.


Tivesse o Benfica ganho ao Barcelona, interrompia-se a passarada, e por certo haveria uma edição especial a contar tudo, entrevistas, directos, eu sei lá!


Assim, há que ter paciência. Se calhar o Braga (e Braga) nem protestam!




Saudações azuis




Nota básica: Estou a colocar-me na mesma situação daqueles que apenas têm acesso aos quatro canais da ordem. Àqueles quatro canais que a usura nacional deixou aos mais desfavorecidos.

segunda-feira, outubro 01, 2012

Os ‘grandes’ e o serviço público!

Os três ‘grandes’ clubes do futebol português, são grandes em tudo! Na massa associativa, nas dívidas ao estado, nos favores da arbitragem, e naturalmente, no tempo de antena que desfrutam nos principais canais de televisão. Mais, existem alguns destes canais (SIC e TVI) que apenas se dedicam à notícia e ao comentário sobre o Benfica, Sporting e Porto. Os outros clubes só aparecem no caso de terem jogado ou irem jogar contra aqueles três clubes! Não escapa a este hábito (digamos, tão desportivo) a própria televisão pública. O programa ‘trio de ataque’ é um bom exemplo.

A ditadura das audiências é o argumento mais utlizado para tal ‘alinhamento’, e o mínimo que se pode dizer é que se trata de um argumento bastante discutível uma vez que a matéria em análise tem natureza competitiva, onde é suposto haver algum equilíbrio entre os contendores. Não sendo assim, e o problema é que não é assim, mais se impõe, em minha opinião, um enfoque informativo que reequilibre aquilo que entretanto foi (e continua) desvirtuado, ou seja, a competição.

Mas isto sou eu a falar, e todos sabemos que vozes de burro não chegam ao céu.


Saudações azuis



Nota básica:

1. O Belenenses também já beneficiou, quando era grande, de maior atenção (por parte dos media) do que os outros clubes mais pequenos. Isso é verdade. Mas as coisas estão hoje muito piores. Não há qualquer comparação.

2. Este desprezo pelo mais pequeno é de certo modo incoerente (e até inexplicável) face ao discurso sobre ‘os mais desfavorecidos’, que enche a boca dos políticos, em geral, e da esquerda unida, em particular!

domingo, setembro 30, 2012

Vitória com baixa intensidade!

Relativamente frustrado com aquela segunda parte, jogada a passo, onde apenas as acelerações de Arsénio trouxeram alguma emoção à partida. Dava a impressão que se o Tondela estivesse a jogar, não com dez, mas com nove ou oito jogadores, tudo aconteceria da mesma maneira! Carlos Manuel, comentador de serviço, elogiava a prestação do meio campo azul! De facto, os marcadores dos golos saíram do meio campo, mas essa circunstância não é muito abonatória para a produção atacante dos azuis. Que foi fraquinha. Mas foi fraquinha porque se exagerou na circulação de bola, e porque Fernando Ferreira não assegura os ritmos necessários a uma ofensiva constante e consistente. Pára o jogo, atrasa quando devia lançar a equipa para a frente, tem o vício da contenção! Só não se contém quando resolve fazer remates disparatados à baliza!


Em defesa do meio campo, e de Fernando Ferreira, o futebol directo que tem vindo a ser implementado, próprio de uma equipa de contra ataque e não de uma equipa de ataque continuado. Para não dizer de uma equipa que joga em casa! Essa opção táctica, não a discuto, obriga a manter o bloco defensivo muito atrás, longe do apoio que devia dar na recuperação das segundas bolas e longe da parede compressora que define as equipas de ataque. Por isso o Tondela, com menos um jogador, manteve a iniciativa do jogo. Nós mantivemos a posse de bola e arrefecemos a partida! Está explicada a minha frustração. Eu sei que ninguém aceita que depois de uma vitória por quatro a zero se fale em… ‘frustrações’! É uma questão de ambição. E de memória.



Faltam as declarações do nosso treinador: - em resumo, gostou, o Tondela nunca tinha perdido fora de casa, é uma equipa forte. Concordo, mas estava a jogar com dez desde os 37 minutos e nós estávamos a jogar em casa. Eu bem sei que o factor casa no Restelo é coisa do passado. Infelizmente.



Análise individual:


Os aspectos defensivos funcionaram e quer Meira quer Kay cumpriram, deram confiança à equipa. O guarda-redes Jones esteve seguro. Quanto aos laterais pode dizer-se que subiram com a propósito e apenas se recomenda que na hora de decidirem, se centram, se atrasam, o façam com mais celeridade. Duarte Machado explicou as lesões e as queixas (hoje também houve) uma vez que tem tendência para demorar a decisão do lance até á chegada do adversário e ao inevitável choque!


Sobre o meio campo já falei um pouco, aparte a contenção exagerada, o meio campo jogou de acordo com o esquema previsto: - muita circulação cá atrás a que se segue um lançamento à distância à procura da altura de Diawara ou da rapidez de Arsénio. Assim e dentro deste esquema, foi de Diakité de quem mais gostei. Eficaz a defender, muito oportuno a aparecer nos dois golos que marcou. Quanto ao jovem Tiago… faz-se. É rápido, joga para a frente. Marcou um bom golo de livre. Sobre Fernando Ferreira já dei a minha opinião. Boa cultura táctica, bom jogo posicional, salpicado pelas tais diferenças de rotação que, em minha opinião, afectam a produção ofensiva da equipa.


No ataque o maior destaque vai para Arsénio, não marcou mas esteve perto. Foi por causa dele, rápido a desmarcar-se, que o Tondela ficou reduzido a dez unidades. Um jovem a ter em conta.


Diawara é avançado centro com planta, marca posição na área, dá trabalho às defesas, esteve quase a marcar nos descontos.
Paulo Roberto não deu para ver, pareceu-me um pouco precipitado.


Dos suplentes que entraram, saúde-se o regresso de Zazá, fora de forma, e saúde-se também Ruizinho e Filipe. Mostraram qualidades.



Resultado final: Belenenses 4 – Tondela 0




Saudações azuis

terça-feira, setembro 25, 2012

Passos perdidos…

Portugal só sairá do estado de menoridade em que se encontra há muitas, muitas décadas, quando se libertar da síndroma dos vários socialismos que lhe intoxicaram a mente. Para já não falar do resto. Socialismos de direita e de esquerda, que lhe retiraram, e retiram, quer a liberdade quer a ideia de responsabilidade individual. Ora é precisamente a responsabilidade individual que nos define como adultos. Pelo contrário, a procura da culpa nos outros é o maior sintoma de menoridade mental. É clássica a expressão dos bancos da escola: - não fui eu, senhor professor, foi aquele menino! Nós estamos ainda nesta fase. Aliás, já nem damos por isso, já nem damos que a propósito de tudo e de nada, clamamos pelo estado, que consideramos responsável por tudo o que de mal nos acontece. Por exemplo, cai uma arriba na (extensíssima) costa portuguesa, bate na cabeça de alguém, e todos pedem responsabilidades ao estado, ao governo, porque não fez nada para o evitar! Com os incêndios é a mesma coisa. Com os partidos que escolhemos para governar e que depois já não queremos porque nos retiram direitos que achamos inalienáveis, é o mesmo. Haja ou não dinheiro para os sustentar. Tal como os miúdos que choram e berram se o ‘papá’ não lhes dá o brinquedo que eles querem.

Ora bem, nestas circunstâncias, só alguém de fora, com força, nem que seja a força do cheque, será capaz de impor alguma ordem e racionalidade, duas condições indispensáveis ao crescimento, primeiro das mentalidades, e só depois da economia. O problema é que não há ninguém de fora disposto a isso. Somos nós que nos temos que educar. Como?! Em primeiro lugar tomando consciência da nossa menoridade cultural.

Dou outro exemplo: - não é possível continuar a alimentar o pão e circo, próprio de um povo alienado, que se chama futebol! Não é possível continuar a alimentar o nacional-benfiquismo (que inclui o Sporting) como o fez durante quarenta anos o estado novo! Isto não ajuda nada ao crescimento. Porque são os mesmos que infantilmente se entretêm no ‘fora o árbitro’ que governam ou estão posicionados em altos cargos neste país! Um péssimo exemplo para a população que naturalmente segue e imita aqueles disparates.

Querem maior prova de infantilidade que aqueles programas de segunda-feira, nos três canais de televisão, um deles dito de serviço público, onde não se discutem os problemas de fundo do nosso caricato campeonato nacional mas apenas os problemas causados pelos árbitros ao Benfica, Sporting e Porto!

E ninguém acaba com isto?! E ninguém se revolta com isto?!

Claro que não. Esta é a droga indispensável para manter a população no estado de embrutecimento que convém à nomenclatura que assaltou e despojou o país. Com a bandeira do socialismo!

Eu sei que poucos aceitam ouvir isto. Porque são sempre poucos os que gostam de ouvir a verdade, principalmente quando ela lhes toca de perto.



Saudações azuis

segunda-feira, setembro 24, 2012

Há quanto tempo!

Há quanto tempo não estávamos à frente de qualquer coisa?! Pois bem, pés assentes na terra, nada de deslumbramentos, e passo a passo rumo aos nossos objectivos de sempre – a primeira divisão E na primeira divisão, ao primeiro lugar! Este pode ser o meu deslumbramento, admito, mas pelas notícias que correm, por aquilo que se pressente, os clubes (e as SAD) estão falidos. Veja-se o Benfica, deixou cair finalmente a máscara, falência técnica, o que quer dizer que está pior ainda. E só nos faltava que os bancos (falidos) continuassem a emprestar (o dinheiro que a troika nos empresta) aos devoradores do costume, enquanto o país inteiro vai empobrecendo!


Perguntarão, mas donde vem a minha alegria, a minha esperança, se nós estamos falidos também?!


Recordo o que em tempos escrevi, que a nossa única chance de regressar ao convívio dos grandes seria no momento em que toda esta fantasia de novo-riquismo acabasse de vez. Caísse como um baralho de cartas! Claro, era preciso que nessa altura ainda estivéssemos vivos, e que a nossa divida fosse comportável. Pois bem, estamos vivos, e a dívida espero que seja comportável.



Sobre o jogo, e como disse no postal anterior, gostei da exibição da equipa, um futebol solto, atrevido, jogadores jovens, rápidos, codiciosos, e tenho apenas três reparos a fazer. Três reparos a três jogadores. São três jogadores de grande qualidade técnica, muito importantes na manobra da equipa, e por isso tenho mais dificuldade em perdoar-lhes os erros. Erros que normalmente me causam alguma urticária! Começo pelas infantilidades do Freddy, com os consequentes cartões amarelos que poderiam ter deitado tudo a perder. O outro jogador em causa é Fernando Ferreira. É certo que cobre bem a sua zona de jurisdição mas continua desconcentrado em alguns momentos do jogo e isso reflecte-se nas opções que toma – em vez de passar, remata, em vez de avançar, recua etc. Por último Duarte Machado, e em relação à sua pecha de cair para o chão em estado de choque, em cada jogada de choque! É capitão de equipa, acho um exagero.


No resto parabéns pela vitória, parabéns mais uma vez por mais um ano de vida, vida que não tem sido nada fácil nos últimos anos. Trinta anos, talvez!




Saudações azuis

Parabéns, boa vitória, e uma pequena irritação!

Uma vitória num qualquer dia 23 de Setembro faz-nos sempre bem e por isso, embora arredado da escrita sobre a factualidade azul, o dia de hoje merece umas palavras. Sobre a equipa e sobre o resto.

É o que tenciono fazer, mais logo, talvez já de madrugada.



Saudações azuis

quarta-feira, setembro 05, 2012

A cidade do futebol!

Li a notícia, e compreendi perfeitamente - o país do futebol precisava de uma cidade do futebol. Por isso o presidente da respectiva federação decidiu-se a apresentar, hoje, ‘na tribuna de honra do estádio nacional’, o projecto da futura metrópole, a erigir no mesmo local. Convidadas as mais altas individualidades, desde logo o ministro Relvas, a incomparável corte que acompanha as selecções, e por certo uma série de empreiteiros a esfregarem as mãos de contentes.

Portanto, obras públicas em perspectiva, absolutamente necessárias para levantarem o ânimo da nação. Oh não fosse o futebol, a avaliar pela propaganda, o grande motor da economia. Milhões para a esquerda, milhões para a direita, milhões que entram, milhões que saem, recordes de transferências, e mesmo assim, os clubes, os portugueses, o estado, em falência técnica! E mesmo assim, os subsídios a voarem dos bolsos de quem trabalha, e dos reformados, para o bolso do ministério das finanças. Vá lá perceber-se este futebol! Vá lá perceber-se este país!

Nota básica:

A notícia refere que no Jamor serão construídas imensas infra estruturas desportivas, desde hotéis de cinco estrelas a pavilhões multiusos, mas não se refere à esperada (pelo menos, eu espero) reabilitação do estádio nacional, como lugar de eleição para os jogos da selecção nacional. Ou pretende-se continuar a encher os bolsos de Benfica, Sporting e Porto com o aluguer dos respectivos estádios, de cada vez que a selecção lá vai jogar?!

É que se for assim, eu como contribuinte, reajo. Como português, também.

Saudações azuis

terça-feira, setembro 04, 2012

Uma competição esquizofrénica!

A Orangina, Liga B para os íntimos, é o retrato fiel deste país a desaparecer. Chamar-lhe país já é um exagero, a definição mais apropriada seria: - pequena região ocidental da Europa, vestígios de um Condado, restos de antiga metrópole, museu soviético em ponto pequeno, viveiro de parasitas, alguns pagos a peso de ouro, protectorado para quem lhe quiser pegar, etc. etc. Escolham a definição que mais lhes aprouver.

Pois é neste cenário, nesta santa terrinha, que floresce uma das competições futebolísticas mais curiosas do planeta!
‘Competidores’ são muitos, objectivos, os mais diversos! Não se trata da clássica diferença entre lutar para subir ou lutar para não descer, não, existem outros intervenientes que não podem subir, não querem descer, não se percebe bem o que querem, mas temos a certeza que interferem de forma decisiva nas subidas e descidas que irão ocorrer. Isto se esta Orangina conseguir chegar até ao fim!


Dir-me-ão que em Espanha também existem equipas B a competir na segunda Liga o que é verdade. A esses respondo que Portugal não é a Espanha (as ‘Espanhas’, para quem sabe), uma vez que nuestros hermanos, graças à monarquia e às autonomias, não padecem do afunilamento mental de que sofremos. Afunilamento cada vez mais acentuado. Explico: - em Espanha, o efeito Real Madrid versus Barcelona, não contamina nem impede que as pessoas sejam do clube da sua terra. E isso vê-se nos estádios completamente cheios, sejam quais forem os intervenientes.
Está explicado.


Voltemos então às nossas equipas B e para esclarecer o seguinte: - quando eu disse que elas não sabem o que querem, estava a mentir, elas sabem bem o que querem, querem tudo! Querem rodar jogadores, querem dar visibilidade aos seus activos, querem fazer (mais!) propaganda da marca, e querem recolher os parcos euros que sobram do mercado audiovisual. Querem no fundo capturar para os seus interesses mais uma competição não se importando com os inconvenientes que daí advém para as outras equipas e para o futebol português. Estão no seu direito. Quem não está no seu dever é a Liga e a Federação que o permitem.


Entretanto, convém não esquecer que continua a ser permitido o empréstimo de jogadores entre clubes que disputam a mesma competição! Também convém não esquecer que estes empréstimos ocorrem normalmente quando a equipa que empresta se desloca ao campo do adversário. Um escândalo, mais um!


Resumindo, depois da asfixia informativa em todos os canais, intitulem-se eles públicos ou privados, o nacional-benfiquismo tomou conta de nós, um partido único, um pensamento único, um sonho coreano a que não faltam as bandeirinhas!


Resistentes?! Poucos. Quem são?


Este Vosso criado, a zona libertada da Madeira, e apesar de tudo, honra lhe seja, a cidade Condal e seus arredores de Entre Douro e Minho.
O resto é paisagem.




Saudações azuis

segunda-feira, setembro 03, 2012

Privatizar o quê?!

Sou suspeito, sou do Belenenses, e noutro ângulo, (feroz) opositor ao regime vigente, portanto, eu pergunto: - em caso de alteração do actual estatuto da ‘televisão pública’ (e da ‘rádio pública’) será que consigo saber (em tempo útil e horário normal) os resultados dominicais do meu clube?
Devo confessar que actualmente, a coisa não está fácil! Com três canais ‘públicos’ (rtp1, rtp2, e rtpn), em produção contínua, só conseguimos a informação desejada (e de forma aleatória) depois de termos engolido Benfica, Sporting e Porto em doses industriais! Sem esquecer o Real Madrid!

Por isso renovo a pergunta: - em concessão privada será que tenho direito a uma nesga (diz-se ‘janela’) informativa, a hora certa, como acontecia por exemplo com o antigo programa Domingo Desportivo na rtp1?

Eu sei que o ‘serviço público’ é uma coisa muito séria e atrás dele andam uma série de entidades, muito sérias também. O melhor exemplo é este: - ontem, Domingo, três da tarde, a rtp1 transmitia o Benfica num jogo qualquer de futsal. Às quatro da tarde era a rtp2 que transmitia o Benfica contra o Sporting em andebol. A rtpn por essa hora e nas horas seguintes, a cada noticiário, repetia os problemas do Benfica, misturados com o economês do costume. À noite, o espaço radio-eléctrico (um bem escasso) prolongava o ‘serviço público’ de que tanto gostamos: - debates, normalmente a três, sobre o Benfica e os dois restantes comparsas desta farsa.

Alvíssaras! Entretanto consegui saber (via internet) que o Belenenses tinha ganho à Naval por uma bola a zero.


Saudações azuis

segunda-feira, agosto 13, 2012

Uma palavra olímpica

‘Não há desporto escolar, nem desporto universitário dignos de nota. Somos caso único na Europa’.

Estas foram as palavras olímpicas de Vicente Moura, presidente do respectivo comité há séculos, depois de mais uns ‘jogos’ para esquecer.

Mas Vicente Moura disse aquilo com ar compungido, como se não tivesse nada a ver com o assunto! Logo ele, indefectível sportinguista, que já deve ter repetido um milhão de vezes (pelo menos) que o seu clube é um bastião do desporto nacional! Do atletismo à ginástica, da natação ao andebol, da churrasqueira ao berlinde, e futebol, claro.

Está bem Vicente, não te vou contrariar. Mas se calhar, Vicente, é por isso que não temos desporto escolar em condições. Pois se o dinheiro, e a atenção, vão direitinhas para os clubes de futebol profissional (os três do costume), diz-me lá Vicente, como é que querias que houvesse investimento no desporto escolar! E aqui, sim, somos de facto caso único na Europa. E os (maus) resultados estão à vista.

Soluções?!

Passam pelo incentivo aos ‘clubes/modalidade’, em lugar de andar a fomentar o ecletismo ridículo de Benfica, Sporting e Porto. No fundo trata-se de trocar uma medalha de ouro quando o rei faz anos, pelas medalhas que surgem naturalmente por serem fruto de trabalho e investimento contínuos. Trabalho e investimento independentes dos resultados da bola. É assim que funciona o resto da Europa. Os países que ganham medalhas com regularidade funcionam assim. Não há aqui mistério nenhum. O único mistério é porque é que não é assim em Portugal!

Porquê, Vicente?



Saudações azuis

sexta-feira, julho 20, 2012

A democracia em cuecas!

A maioria decidiu (através do Governo) cortar os subsídios aos funcionários públicos, e logo apareceu um tribunal partidário a dizer que não, que não podia ser nada. Motivo: - 'em nome da equidade’! Ou seja, em nome da desigualdade entre trabalhadores públicos e privados!

A Liga de clubes decidiu, por maioria, alargar o campeonato, e logo apareceu a federação a dizer que não, que não podia ser nada. Motivo: - era prematuro! Não era conveniente!

A Assembleia geral da Liga decidiu, por larga maioria, acabar com os empréstimos de jogadores entre clubes que disputam o mesmo campeonato, e logo apareceu o conselho de justiça a dizer que não, que não podia ser nada. Motivo: - o direito ao trabalho!

‘Quer-se dizer’, pode continuar o direito à batota, o direito à falta de transparência, o direito à suspeição, o direito à desigualdade entre clubes amigalhaços e os que não são amigalhaços, o direito à ilusão, ao artificialismo completo das contas dos clubes, o direito à caricatura de uma competição onde apenas existem os três (ou quatro) clubes que emprestam (os colonizadores) e os outros, os colonizados, e finalmente, mas em primeiro lugar, os direitos insuperáveis do Benfica e do Porto! Uma vez que o Sporting, desta vez, votou na moralização do campeonato.

Pergunta-se: - para que servem afinal as assembleias, as maiorias, e os votos?!



Saudações azuis











terça-feira, julho 03, 2012

Finalmente… ou ainda é cedo?!

Parece, e nunca é demais insistir, parece, que a Liga de Futebol Profissional decidiu finalmente proibir o empréstimo (e utilização) de jogadores entre equipas que disputam o mesmo campeonato. E se for assim, Portugal deu um passo em frente na moralização do seu futebol.


“ (…) Esta decisão, que resultou de uma iniciativa do Nacional e que contou com o apoio do Sporting, teve 19 votos favoráveis, nove contra, e uma abstenção. Porém terá ainda de ser ratificada pela FPF o que leva águias e dragões a depositarem as suas esperanças em Fernando Gomes, líder da FPF (…)” (Correio da Manhã de 02.07.2012)


Portanto, daqui concluímos que ‘a procissão ainda vai no adro’, e que os interesses da ditadura que governa o futebol têm grandes hipóteses de prevalecer (mais uma vez) sobre os interesses da maioria. Tal qual o país que somos. Mas… uma vez que batemos no fundo (em tudo, menos em compadrio e corrupção, onde continuamos florescentes) pode ser que alguma coisa mude… para além das moscas! E pelos vistos as moscas têm acompanhantes permanentes, no caso os clubes que votaram com Benfica e Porto! Quem serão eles? Quem serão os parasitas que querem continuar a comer fiado enquanto os outros têm que pagar para comer?! E, claro, depois de comerem à conta já sabem que têm que abanar as orelhas aos padrinhos. Espero bem, não estar a ofender ninguém, próximo ou conhecido.


Outro assunto, a que já fiz referência noutro espaço, mas que fica bem no Belém Integral, quanto mais não seja, para memória futura. Prende-se ainda com a vergonhosa decisão de poupar o ‘nosso herói’ Ronaldo às responsabilidades que normalmente andam associadas ao posto de capitão de equipa. Ou seja, avançar na frente, dar o exemplo de coragem, etc., etc. Pois bem, que ninguém se iluda, Paulo Bento inclusivé, com a história esfarrapada de que Ronaldo ficou para último… porque ninguém queria ser o último! Não, a verdade, e por muito que custe aos indefectíveis, vai ficar amarrada a este Europeu onde fraquejámos em nome de outros interesses. Que pouco têm a ver com a selecção nacional. Por este andar continuaremos a ser o ‘país quase’, o país das vitórias morais, um país pequenino.


Saudações azuis




Nota básica: No caso de ir para a frente a nova determinação da Liga, convinha no entanto regulamentar o assunto, limitando o número de empréstimos (no máximo 4), entre clubes da primeira e da segunda Ligas. Para assim não transferir a imoralidade (e a artificialidade) para a Liga de Honra! Disse. 












quarta-feira, maio 09, 2012

O que está e o que se adivinha!

Escrevi em tempos uma crónica onde adivinhava o futuro. Esse futuro, imaginava eu, iria selecionar, por baixo, os participantes num também futuro campeonato nacional. E aí talvez houvesse lugar, outra vez, para um Belenenses mais forte, se entretanto conseguíssemos sobreviver. Porque é de sobreviver que se trata, num país onde o dinheiro começa a faltar para o essencial e o essencial não é o futebol. Por muito que isso custe a entender a muita gente. Por essa razão os clubes habituados a viver (exclusivamente) dos orçamentos autárquicos (ou das autonomias regionais) vão ter que apertar o cinto correndo o risco de desaparecer, a prazo, do futebol profissional. Sirva de exemplo a União de Leiria, um clube sem adeptos, que joga na Marinha Grande enquanto alguns vereadores leirienses propõem a demolição do próprio estádio de Leiria! No meio destes escombros, hão-de salvar-se, dizia, os clubes com um passivo aceitável e com alguma força associativa. Ora bem, não conhecendo a situação em pormenor, parece-me no entanto que o Belenenses ainda reúne as condições requeridas. Portanto, com coragem (algum dinheiro) e bom senso… vamos lá.



Nota: - A tentação da liguilha esbarrou na Covilhã, o empate não chega. Mas como acima escrevi, terá de haver solidez na escalada. Até ao lugar que ambicionamos e é o nosso.



Saudações azuis

quarta-feira, maio 02, 2012

Alargamento, sim ou não?!

Primeira questão: - a quem é que não interessa o alargamento?

Resposta: - aos grandes, Benfica, Sporting e Porto.

Porquê?

Por várias razões e todas elas duvidosas:

- Porque quanto mais depressa resolverem esse detalhe chamado campeonato nacional (que lhes dá prejuizo) mais depressa se qualificam para as provas europeias (leia-se ‘liga dos campeões’) e assim, mais depressa recebem as quantias que a liga milionária oferece.

- Porque podem efectuar as suas digressões de fim de época com calma e sossego.

- Porque não sofrem (como os outros clubes) o facto de terem os jogadores parados e a ganhar salário, uma vez que os respectivos plantéis são maioritáriamente constituídos por jogadores internacionais, sempre envolvidos em competições e deslocações (nomeadamente ao continente americano). Sem esquecer as férias dos mesmos craques.



Segunda questão: - a quem é que interessa o alargamento?

Resposta: - aos restantes clubes.

Porquê?

- Pelas razões opostas acima enunciadas, ou seja, não há liga dos campeões à vista, não há digressões de fim de época que valham a pena e o facto de manterem jogadores parados, a ganhar salário, é forte penalização.

Resumindo e concluindo: - o calendário é feito a pensar nos grandes e na selecção.



Terceira questão: - com o alargamento pode aumentar o número de clubes com salários em atraso?

Resposta: - Não. Porque o problema dos salários em atraso existe hoje, sem alargamento, e para a quase totalidade dos clubes da primeira e segunda Ligas. Logo, as causas devem procurar-se noutro lado. Não é aumentando o número de jogos e receitas que virá mal ao mundo. O contrário, sim.

Outra questão são as aldrabices e a falta de coragem para reformar o futebol português de alto a baixo. E ele só não é reformado porque os ‘grandes’ não querem.



Saudações azuis

segunda-feira, abril 30, 2012

O jogo do futuro

Futebol alegre, veloz, sem ponta de lança fixo, golos, alegria no estádio e na televisão. Não pude ver tudo, vi uns bocadinhos mas apresso-me a dar os parabéns a Marco Paulo (que deve continuar) e a toda a equipa porque na verdade temos vindo em crescendo e (sinal de personalidade) não trememos na hora decisiva. No dia seguinte, Domingo, os resultados dos outros garantiram a permanência do Belenenses e agora temos todo o tempo do mundo para prepararmos o regresso à primeira divisão nacional. Partindo do princípio que vai continuar a haver campeonato nacional!



E este assunto leva-nos a outros assuntos: - pois bem, enquanto saboreava o triunfo sobre o Arouca, as notícias do ‘sindicato evangelista’ só falavam de ‘incumpridores’ e nessa conversa nunca se esqueciam de incluir o Belenenses! Estranho, havendo tantos incumpridores, a fazer fé no mesmo sindicato! Depois veio à baila a ‘verdade desportiva’, e aqui é preciso situar a questão. É certo que o flagelo dos salários em atraso tem que acabar rápidamente, não apenas porque afecta a verdade desportiva mas fundamentalmente porque é um acto de má-fé contratual. Por isso espero que o meu clube, daqui para a frente, apenas contrate o que pode pagar.

Porém, também espero que o meu clube denuncie outros atentados à verdade desportiva e que são normalmente silenciados, como sejam, por exemplo, os passivos astronómicos dos ‘grandes’! Passivos que desvirtuam completamente a competição.



E passemos ao escândalo da realização de um desafio do campeonato profissional entre oito jogadores de um lado e onze do outro. Outro que ainda se deu ao luxo de fazer substituições! Pergunta-se : - a quem é que interessa que a União de Leiria actue nestas condições?! Outra pergunta: - a quem é que interessou esticar a corda das rescisões até ao limite?!

A resposta a estas perguntas é importante para sabermos se vivemos num país do terceiro mundo ou, ainda pior, numa espécie de república das bananas?! Que é república… é!



Saudações azuis

segunda-feira, abril 23, 2012

Santa Clara 1 - Belenenses 1

Através do resumo do jogo, que visualizei no ‘Crónicas Azuis’, a que se junta o oportuno comentário do consócio Medina, fiquei com uma ideia do que foi o jogo, do penalty e expulsão forçados, e imagino também a capacidade de sofrimento para aguentar aquele precioso empate! Não é fácil conquistar pontos fora de casa, especialmente num campeonato tão competitivo, ainda para mais quando estamos a três jornadas do fim. Seis pontos entre o último (Freamunde – 29 pontos) e o sexto classificado (Penafiel – 35 pontos), coloca a fasquia de segurança nos 37/38 pontos, o que quer dizer que o Belenenses está a uma vitória desse objectivo crucial. Objectivo que pode (e deve) ser já alcançado contra o Arouca.

Sem Kouku, Marco Paulo vai desencantar com certeza um trinco à altura, e aqui a altura conta e de que maneira. No mais esperamos concentração e eficácia na hora de concretizar. Falta uma semana, uma semana para treinar a concentração e os nervos. Com nervos de aço e suor, vamos lá.



Marcou primeiro o Belenenses por Miguel Rosa; empatou logo a seguir o Santa Clara de grande penalidade.



Saudações azuis

segunda-feira, abril 16, 2012

De fora… vê-se melhor!

“ O meu trabalho é basicamente o mesmo, não mudei nada de um clube para o outro. Gostei de trabalhar no Belenenses, é um clube com enorme potencial, mas vive um pouco do passado e não sabe enfrentar a realidade. Costumava dizer que é um grande clube recheado de interesses, mas que nem sempre são os seus”.
José Mota (ex-treinador do CF ‘Os Belenenses’)

Uns atrás dos outros, os treinadores entram e saem, a frustração é a mesma, a ideia com que ficam é a mesma, o Belenenses podia ser… mas não é.
E se alguma justiça pode ser feita a este blogue é a coerência com que sempre identificou (e denunciou) os interesses que se servem do clube mas não servem o Clube. É uma doença instalada, fácil de diagnosticar mas difícil de resolver. Por uma simples razão: - ninguém enfia a ‘carapuça’. Mas a ‘carapuça’ está dentro do clube. Não está fora.

Olhando agora o futebol em geral, o que por cá se pratica, ou não pratica, o que vemos são os outros campeonatos europeus a jogar à bola enquanto Portugal fica parado a assistir a mais um cerimonial de propaganda. Chama-se Taça da Liga mas podia chamar-se Taça da SIC, Taça Hermínio Loureiro, Taça Benfica, Taça para os grandes ganharem mais algum dinheiro, Taça do azar atendendo a que, ao contrário do previsto, foi o Gil Vicente a chegar à final! Enfim, ou mudam o esquema da competição, dando-lhe a importância que assume nos outros países europeus, ou então, disputem a final a uma quarta-feira, discretamente.

E agora o ‘Caso Cardinal’! Um grande silêncio entrecortado por declarações ridículas, ou programas ridículos – veja-se por exemplo o ‘discurso directo’ que a esta hora passa na TVI – onde se faz a defesa (imbecilizante) do Sporting, como se fosse uma entidade acima de qualquer suspeita! Como se fosse possível admitir que o presidente do Sporting desconhecia o ‘golpe’! Golpe que afinal determinou que um vice-presidente do mesmo Sporting fosse, para já, constituído arguido! ‘Golpe’, esclareça-se, que o próprio presidente do Sporting se apressou a denunciar junto das entidades competentes!
A tentativa de distinção entre Sporting clube e Sporting SAD também não colhe, uma vez que do ‘golpe’ resultou o ‘benefício’ desportivo que a Sporting SAD pretendia, ou seja, afastar (ou condicionar) determinado árbitro assistente, já escalado para determinado jogo. ‘Golpe’, por fim, que tentou envolver o respectivo adversário, no caso o Marítimo.
E daqui pergunto (e concluo) em termos puramente especulativos: - se não interessava que Cardinal arbitrasse aquele jogo, das duas uma: - ou a ideia era ‘apenas’ condicionar a sua actuação, e estamos a falar de corrupção pura e dura. Ou então, imaginando que Cardinal seria substituído, como foi, a suspeição alarga-se e entramos no domínio do ‘vale tudo’. E até podemos imaginar que o substituto já estaria 'à altura da situação'! Assim, de futuro, qualquer um pode obrigar a mudanças na equipa de arbitragem bastando para tal efectuar um (pequeno) depósito em euros na conta do árbitro a desnomear!
Em qualquer caso, não são boas notícias para o Sporting. Seja Clube, seja SAD.

Saudações azuis

segunda-feira, abril 09, 2012

‘Escravos cardíacos das estrelas’

Não sei porque me lembrei desta frase, retirada algures de uma ode de Fernando Pessoa, mas a verdade é que é muito difícil presenciar jogos do Belenenses sem correr sérios riscos para a saúde! Tantas foram as ocasiões desperdiçadas! Acabámos por ganhar e só posso dizer-vos que um longo suspiro (de alivio) percorreu as bancadas do Restelo. Nessa altura apeteceu-me confrontar alguns jogadores do Belenenses, perguntar-lhes como é possível existir tanta infantilidade em frente da baliza adversária?! Recado para Miguel Rosa, olhos no chão, egoísta, a rematar de longe e sem qualquer hipótese de êxito! Ou em frente da baliza a atirar fraco sem acertar no alvo! Recado para Tomané com falhanços inconcebíveis!
E que dizer da displicência de outros quando era necessária concentração e fibra?! Recado para Fernando Ferreira e algumas paragens ‘cerebrais’!

Sobre o jogo própriamente dito é preciso realçar que assistimos a jogadas de bom recorte por parte do Belenenses e o golo é claramente retrato disso - Zázá antecipa-se de cabeça e marca com categoria! Bem sei que o Moreirense já estava reduzido a dez elementos mas também é verdade, que aparte os minutos iniciais, equilibrámos sempre a contenda, nunca deixando de criar perigo para as redes adversárias. Após a expulsão as coisas tornaram-se naturalmente mais fáceis e houve oportunidade para resolver o assunto mesmo antes do intervalo. Não o fizemos e os fantasmas do jogo com o Estoril reacenderam-se. E durante a segunda parte, quantas mais vezes falhávamos, mais ‘cardíacos’ ficávamos! Foi assim até ao final!

Numa breve análise individual, para além de Zázá distinguiram-se Kouku, um gigante a interceptar, igualmente Igor Pitta, defesa esquerdo em subida de forma, e de uma maneira geral todo o sistema defensivo. O guarda – redes Coelho esteve bem dispensando-se o excesso de paragens para receber assistência, uma vez que tais atitudes, ainda que tenham alguma razão objectiva que as sustente, acabam sempre por moralizar o adversário.
E fico-me por aqui. Vamos amealhar mais alguns pontos para nos mantermos na Liga de Honra, sem nunca perder de vista o lugar que nos cabe na primeira Liga.

Saudações azuis

segunda-feira, abril 02, 2012

Upa, Upa!

Vitória fora é sempre de celebrar! Ainda por cima em campo difícil, contra adversário com pretensões! Foi um pequeno salto na tabela e vem confirmar as melhorias notadas no jogo contra o Estoril que empatámos inglóriamente. Sobre o desenrolar da partida não posso entrar em pormenores, não vi o jogo. E o que sei do relato radiofónico pouco acrescenta. Fiquei apenas com a noção que, passados os minutos iniciais, estivemos por cima da Naval. Do pequeníssimo resumo que visionei, uma constatação: - Varela, embora continue em branco, deu importante contributo ao provocar faltas perigosas, uma das quais originou o penalty que Rodrigo António transformou.
Sobre as crónicas que li, repetitivas, uma nota desagradável: - ‘o benfiquista Miguel Rosa foi o melhor’! Que raio de país e que raio de jornalistas. O 'melhor', digo eu, é instituir de vez o feriado que todos ambicionam – o dia (o mês, o ano) do Benfica! Assim, eliminavam todos os outros e resolvia-se o problema do défice! Que tal a sugestão?!
Parabéns ao Marco Paulo pela melhoria da equipa, melhoria que esperamos seja para continuar. O próximo jogo contra o Moreirense é um bom teste.

Resultado final: Naval 0 – Belenenses 1

Saudações azuis

domingo, março 25, 2012

Empate amargo

Foi a exibição mais consistente dos últimos tempos mas mesmo assim não deu para ganhar! Porquê?! Alguns dirão que o adversário era a selecção canarinha e que portanto o empate (em casa) é sempre um grande resultado. Não concordo.
Outros dirão que foi o árbitro o culpado do empate porque assinalou uma grande penalidade que não existiu. É verdade que não existiu, como também é verdade que no primeiro golo do Estoril há um braço a mais e o árbitro não apitou. Mas eu não vou por aí, até porque não vão ser os árbitros a salvar o Belenenses. Nunca foram. Prefiro tentar perceber porque é que, entrando bem na segunda parte, a nossa equipa começou a perder gaz e pior do que isso, parecia incapaz de segurar a bola quando a recuperava! Foi aqui que esteve o busílis e não tem nada a ver com o natural pressing do Estoril. Tem a ver, por exemplo, com a má prestação de Miguel Rosa (fez um grande passe, mas não chega) que em lugar de procurar soluções de contra ataque apoiado optava por individualismos inúteis. Teve também a ver com o recuo forçado de Zázá por lesão de Duarte Machado, e teve finalmente a ver com as substituições que acabaram por não trazer o fôlego que se pedia para os minutos finais. A pecha, apesar das assinaláveis melhorias, continua a situar-se na zona do meio campo. E a comprová-lo, mais uma vez, o tempo de posse de bola não mente: - 39% para o Belenenses e 61% para o Estoril! Assim é muito difícil ganhar jogos.

Saudações azuis

Nota: O guarda-redes Coelho andou sempre muito agitado e isso não é bom para ele nem para o clube. Mais tranquilo talvez pudesse ter defendido o penalty.

terça-feira, março 20, 2012

Grandes e pequenos

Gosto de ler as opiniões de Miguel Sousa Tavares sobre futebóis mas curiosamente é raro concordar com elas. Excepto, é claro, quando se trata de zurzir no nacional benfiquismo porque nessas ocasiões acompanho-o sempre. Já quanto ao diferendo entre grandes e pequenos penso que MST não tem razão. E não tem razão quando afirma (por outras palavras) que a culpa dos pequenos serem cada vez mais pequenos se deve a factores próprios, nada tendo a ver com a ‘ditadura instalada’. A expressão é minha. Porém, e por muito que nos custe olhar para dentro, a verdade é que o nosso futebol é a cópia exacta das restantes áreas da vida portuguesa. Como não podia deixar de ser. E explico: - assim como uma restrita nomenclatura de gestores das grandes empresas públicas (e semi-públicas) aufere salários próximos dos equivalentes europeus, a léguas de distância portanto do salário mínimo nacional, assim também Porto, Benfica e Sporting dispõem de orçamentos que nada têm a ver com as folhas salarias dos clubes pequenos… com quem insistem em ‘competir’! Esta é que é a questão. Questão que tem vindo a piorar com as competições europeias, uma vez que apenas alguns clubes (os três do costume e pouco mais) conseguem aceder às respectivas receitas. E isto faz toda a diferença. Ou seja, a UEFA veio agravar (pelo menos em Portugal) o fosso entre os clubes que disputam o mesmo campeonato. Isto tem solução?! Claro que tem se houvesse capacidade distributiva para tal. E o problema põe-se afinal no mesmo plano que no plano politico onde essa capacidade é todos os dias denegada por uma série de forças e factores que vão mantendo o país na cauda da europa. Mas no futebol, actividade lúdica por excelência, talvez fosse possível equilibrar as contas (e os contendores) se as receitas televisivas fossem negociadas em bolo e depois distribuídas, pela entidade competente, de acordo com a classificação do ano anterior e através de um leque distributivo mais igualitário. Aliás este é o sistema que se aplica nos países onde a indústria do futebol é competitiva e não deficitária.
O resto é fumaça para continuar tudo na mesma.

Saudações azuis

Nota: Mas que incentivo pode ter um clube, a sua direcção, e os seus adeptos, quando o único horizonte possível (e perpétuo) consiste em não descer de divisão?!
Depois admiram-se que haja apenas adeptos dos grandes clubes!

segunda-feira, março 19, 2012

Vitória sobre a Oliveirense

A bola saltita na relva em cada passe, pior que um pelado, Zázá é dos poucos que a domina, mas não chega. Na primeira parte a Oliveirense está por cima no jogo, cenário habitual no Restelo onde o Belenenses se comporta quase sempre como visitante. Mas num lance fortuito, chegámos ao golo. Rodrigo António que até aí nada fizera foi lesto e marcou. Rodrigo António que subiu muito na segunda parte, especialmente nos contra golpes, em arrancadas pela faixa esquerda que levavam o perigo à defensiva oliveirense. Mas a primeira parte não terminaria sem consentirmos o golo do empate. Pode ser que tenha sido irregular mas o árbitro achou que não e ponto final. A segunda parte mostrou um Belenenses mais afoito nas transições ofensivas e chegámos naturalmente aos dois a um. E novamente por Rodrigo António. Foi então altura para testar a altura da defesa azul. Teste satisfatório, diga-se. Pois quer os centrais, quer Koukou, chegaram perfeitamente para as encomendas.
Mas é nossa sina, teríamos que sofrer. Num lance mal medido, Ferreira ensaia uma bicicleta disparatada e ‘sem querer’, coisa que não existe nas leis de jogo, dá um pontapé em Adriano. Cartão amarelo (pela imprudência) estaria bem, mas Soares Dias tem pouco critério e ficámos reduzidos a dez. A palavra de ordem a partir daí foi tentar aguentar a vantagem até ao fim! E conseguimos. Registe-se entretanto a interessante exibição de Tomané (que veio substituir Varela) e foi capaz de segurar a bola no meio campo adversário, criando inclusivé algum perigo. Um jogador a rever. Em sentido contrário, é preciso rever a questão do meio campo porque não temos ninguém que empreste consistência àquele sector. Ferreira é um jogador de momentos e já não acredito que tenha estaleca para fazer o lugar. Independentemente de estar ou não castigado. Farto-me de bater nesta tecla: - se repararam bem, do lado da Oliveirense havia um carregador de piano – Rui Lima de seu nome - que se fartou de dar jogo aos forasteiros. Porque é que em Belém nunca temos nada disso?!
Mas pronto, se conseguirmos voltar a ganhar no nosso terreno, desta vez contra o líder Estoril, será óptimo. Para respirarmos melhor.

Saudações azuis

quarta-feira, março 14, 2012

Evangelista, porque não te calas?!

Estava a ouvir o Evangelista e ía conferenciando com os meus botões: - mas este não é o responsável pelo sindicato dos jogadores?! Então porque é que está contra o alargamento se isso pode significar mais oferta de emprego para os jogadores?! Diz que não porque actualmente mais de oitenta por cento dos clubes não conseguem pagar a tempo e horas. Mas se é assim, concluo (tal como concluíu o jornalista) então o problema não é o alargamento, pois estamos a falar de uma situação que se arrasta! As causas serão outras. Aos autos Evangelista disse nada. Refugiou-se em lugares comuns sem exibir uma medida concreta! Consenso para aqui, consenso para ali, ou seja, tudo na mesma - os três grandes a engordar e os pequenos a minguar. E, atrevido, não se coibiu de incentivar os grandes a darem valente puxão de orelhas aos clubes pequenos e já agora a todos aqueles que venham a ameaçar a paz pôdre onde os Evangelistas medram. Nem hesitou no insulto fácil, na acusação sem contraditório, chegando ao ponto de desvalorizar o próprio processo eleitoral para a presidência da Liga! Chamou-lhe eleitoralista! Por fim abriu o jogo e defendeu abertamente a Olivedesportos contra a pretensão dos clubes pequenos que reivindicam que a negociação dos direitos televisivos se faça em bloco. Como aliás sucede nas Ligas europeias mais competitivas e por isso financeiramente mais desafogadas. As excepções são Espanha e Portugal e sabemos porquê: - vícios herdados das ditaduras de Franco e Salazar.
Os últimos gorgeios sindicais tornaram-se insuportáveis e só me lembrei da minha antiga cruzada, nos idos de 2005! Aí antevia para o Belenenses o papel de liderança em favor da reformulação (e moralização) da indústria do futebol. Esperanças vãs, eu sei, mas se não for o Belenenses, outros que se aventurem na tentativa de mudar este futebolzinho batoteiro, perpétuo, dos grandes e dos pequenos.

Saudações azuis

Searas e ervas

Alvíssaras para os que tiveram a coragem de votar pela centralização do negócio dos direitos televisivos. É isso que lhes dói. A quem?! Às ervas daninhas que querem que tudo continue na mesma, ou seja, que tudo continue ao serviço dos tubarões do costume.
Pena que no resto tenham borrado a pintura. O alargamento aceita-se, o que não se aceita é a alteração das regras ‘a meio do jogo’ correndo o risco de atingir gravemente a verdade desportiva. Espero que neste passo o Belenenses tenha votado contra. A bem da dignidade.


Saudações azuis

domingo, fevereiro 26, 2012

Começar a subir

Está na hora de personalizar a equipa, sem medos, sem pieguices, sem excessos, porque normalmente os excessos são sinal de fraqueza, em suma está na hora (o jogo começa às quinze horas) de entrar em Freamunde para ganhar. Vamos lá descodificar a ‘personalidade’ de uma equipa: - em primeiro lugar está o espírito de grupo, deixando de parte os egoísmos (um alerta especial para Miguel Rosa), concentração máxima (atenção às distracções), mais velocidade e menos displicência (atenção Ferreira), também menos precipitação (atenção Varela) e já agora Varela tem que ser desta que vamos marcar golos.
Outro aspecto importante da personalidade da equipa deriva da estabilidade da defesa, refiro-me à dupla de centrais, que tem oscilado de vez em quando mas é fundamental que esteja bem entrosada, mau grado as inoportunas lesões ou castigos. E finalmente a voz do treinador dentro de campo, ou seja, a voz do capitão de equipa, forte a transmitir confiança, forte a incentivar os mais frágeis em termos psicológicos.
E pronto. O resto é correr do princípio ao fim. Porque as condições técnicas existem.
Vamos lá ganhar Belenenses. Os ‘capões’ não vão ter direito a nada, a não ser arroz e tacho.

Saudações azuis

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Nota à posteriori: Perdemos, dois a um foi o resultado final. Quer eu escreva, quer não escreva, antes ou depois, a pasmaceira é a mesma. Ouvi na rádio que acabámos com dez, o que também não é grande novidade. Afinal 'começar a subir' fica para a próxima. Para já continuamos a descer.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Treinadores fracos e fortes

É claro que antes dos treinadores vêm os presidentes mas hoje apetece-me especular sobre os treinadores. Escolhido o tema, escolho também o teorema – o jogo entre Manchester City e o FC Porto imaginando que Jorge Jesus era o treinador dos tripeiros. E pergunto:
Hulk jogaria?!
E se jogasse, em que posição o colocaria a jogar?
E estaria autorizado a marcar todos os livres?! Todos os cantos?! Ainda por cima á maneira curta, para ficar outra vez com a bola, e desatar (de novo) a tentar furar pelos intestinos dos defensores contrários?!
Outra pergunta pertinente – Jesus arriscaria jogar sem uma referência na área, chame-se ele Kléber ou não?!
Tratando-se de imaginação tenho que imaginar também as respostas de Jesus!
Assim, eu diria, que após uma prelecção inicial contundente, Hulk jogaria encostado ao flanco esquerdo do ataque, e não no flanco direito como ele gosta jogar, perdão, de driblar. Depois, ainda mais contundente, explicava ao ‘íncrivel’ que era proibido perder a bola na recepção, ou seja, de costas para a baliza. Mas no caso de a perder deveria de imediato tentar recuperá-la, em lugar de se estatelar no chão a pedir faltas inexistentes. Faltas que a maioria dos árbitros internacionais não marcam.
E Jesus terminaria a sua prelecção proibindo cantos curtos no caso de haver referências na área especialmente quando existem centrais como Maicon, Otamendi ou Rolando. Mas para que não fossem só proibições, autorizava Hulk a marcar um livre por jogo. Apenas um.
E ai de quem desobedecesse!

Nota básica: Para que conste, no jogo de ontem, Hulk quis marcar e marcou todos os livres frontais à baliza (e foram quatro), e todos sem qualquer perigo para o City. Mais, o único golo que o Porto conseguiu marcar foi anulado por off side de posição de Hulk. Por fim a jogada que mata a eliminatória é precedida de uma perda de bola infantil do mesmo Hulk, no que aliás é reincidente.
De positivo, afinal, o que fez Hulk? Fez uma espécie de cruzamentos remates para uma zona da área onde era suposto que ele próprio lá estivesse!

Este tipo de dependências, numa equipa que deve funcionar em colectivo, é mais frequente do que se julga. Por isso é bom que os treinadores nunca esqueçam o gesto (simbólico) do grande Helénio Herrera que um dia teve a coragem de sentar o Matateu no banco dos suplentes. Fez bem ao Belenenses e fez bem ao Matateu.

Saudações azuis

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Quotas, Marco Paulo e Zázá

Em passo lento enfrento o ritual das quotas, a longa fila habitual, sem mudanças, um único guichet, o velho sistema, e comento com outro associado que também espera: - isto está na mesma, está concebido para quem frequenta o Restelo diariamente, para quem vive ou trabalha em Lisboa. Para quem não tem mais nada que fazer. Não está feito para o imediato, para comodidade do público, essa entidade ausente do Restelo, mas cuja importância não convém desprezar. Sim, o público, seja ou não sócio, o público que sustenta (ou deveria sustentar) o espectáculo que ali é servido.
Meia hora depois subo a escadaria, depois a rampa, o jogo já decorria há algum tempo, mas evito olhar para o marcador electrónico. Porém, o mesmo consócio com quem trocara impressões, ultrapassa-me e informa-me: - já estamos a perder.

A equipa estava ligeiramente diferente do habitual, a bola corria mais pelos flancos. Do lado direito Duarte Machado combinava com Zázá, e do lado esquerdo André Pires apoiava Valdir. No resto da defesa também houve alterações – Para além de um novo guarda-redes (Paulo César), a dupla de centrais era formada por Victor Silva e Kanu, ficando o meio campo entregue a Ferreira (trinco), Rodrigo António e Miguel Rosa. No eixo do ataque o inconfundível Varela.
Mas como disse, quando cheguei ao meu lugar o jogo já decorria há muito e o Portimonense parecia deter as rédeas do encontro. No entanto vislumbrava-se alguma reacção azul. E foi assim que em resultado de um livre bem marcado por Miguel Rosa, conseguimos chegar ao empate – a bola procurou a cabeça de Kanu, este tabelou para a área onde apareceu Rodrigo António a encostar também de cabeça para o fundo da baliza. A primeira parte estava a acabar mas o Portimonense ainda ameaçou com um bom remate de cabeça a que correspondeu Paulo César com uma bela (e importante) defesa.
Segunda parte, mais equilíbrio, boas descidas de André Pires, alguns cruzamentos perigosos, enquanto Zázá crescia pelo lado direito, enleante, incomodando seriamente a defensiva dos algarvios. Estes por seu turno respondiam em contra ataque, e num deles, um remate poderoso do seu mais perigoso jogador embateu fragorosamente no poste, não entrando por milagre!
Mas o Belenenses insistia à procura do golo da vitória. Até que perto do fim Marco Paulo faz duas substituições estranhíssimas: - retira Varela do jogo retirando a única utilidade que Varela tem ou tinha naquele momento, ou seja, ser a referência em termos de jogo aéreo, e colocou no seu lugar Tomané, outro tipo de jogador para outro tipo de jogo. Logo a seguir fez sair Zázá, o que se compreendia se estivéssemos a ganhar e fosse apenas para os aplausos. Sem dúvida merecidos, foram aliás os meus únicos aplausos. Mas não estávamos a ganhar e Zázá fazia falta dentro de campo, quanto mais não fosse para arrancar mais alguns livres perigosos. O jogo acabou pouco tempo depois, empatado naturalmente.

Resta acrescentar algumas notas: - Zázá é hoje uma pérola azul, como aliás bem referi em crónicas anteriores. A equipa beneficia do seu toque de bola, da sua capacidade de galgar terreno. Os adversários para o travar fazem faltas e recebem cartões amarelos. É certo que tem compleição frágil, que leva muita pancada mas existe ali um caminho para o ataque e para os golos. Assim haja quem finalize. Esperemos que não seja vendido de qualquer maneira porque precisamos dele para nos safarmos da segunda B.
Outra mudança saudável tem a ver com a marcação de livres e pontapés de canto que, quando ocorrem do lado direito do nosso ataque, ficaram a cargo de André Pires, acabando-se assim com o protagonismo exagerado de Miguel Rosa. Que tem que levantar a cabeça, jogar mais para o colectivo, deixando de ser egoísta, ou seja, deixando de rematar quando se aconselha o passe. Apesar de tudo a equipa pareceu-me mais desperta, e ligeiramente mais rápida. Aguardemos os próximos capítulos.

Saudações azuis