domingo, setembro 30, 2012

Vitória com baixa intensidade!

Relativamente frustrado com aquela segunda parte, jogada a passo, onde apenas as acelerações de Arsénio trouxeram alguma emoção à partida. Dava a impressão que se o Tondela estivesse a jogar, não com dez, mas com nove ou oito jogadores, tudo aconteceria da mesma maneira! Carlos Manuel, comentador de serviço, elogiava a prestação do meio campo azul! De facto, os marcadores dos golos saíram do meio campo, mas essa circunstância não é muito abonatória para a produção atacante dos azuis. Que foi fraquinha. Mas foi fraquinha porque se exagerou na circulação de bola, e porque Fernando Ferreira não assegura os ritmos necessários a uma ofensiva constante e consistente. Pára o jogo, atrasa quando devia lançar a equipa para a frente, tem o vício da contenção! Só não se contém quando resolve fazer remates disparatados à baliza!


Em defesa do meio campo, e de Fernando Ferreira, o futebol directo que tem vindo a ser implementado, próprio de uma equipa de contra ataque e não de uma equipa de ataque continuado. Para não dizer de uma equipa que joga em casa! Essa opção táctica, não a discuto, obriga a manter o bloco defensivo muito atrás, longe do apoio que devia dar na recuperação das segundas bolas e longe da parede compressora que define as equipas de ataque. Por isso o Tondela, com menos um jogador, manteve a iniciativa do jogo. Nós mantivemos a posse de bola e arrefecemos a partida! Está explicada a minha frustração. Eu sei que ninguém aceita que depois de uma vitória por quatro a zero se fale em… ‘frustrações’! É uma questão de ambição. E de memória.



Faltam as declarações do nosso treinador: - em resumo, gostou, o Tondela nunca tinha perdido fora de casa, é uma equipa forte. Concordo, mas estava a jogar com dez desde os 37 minutos e nós estávamos a jogar em casa. Eu bem sei que o factor casa no Restelo é coisa do passado. Infelizmente.



Análise individual:


Os aspectos defensivos funcionaram e quer Meira quer Kay cumpriram, deram confiança à equipa. O guarda-redes Jones esteve seguro. Quanto aos laterais pode dizer-se que subiram com a propósito e apenas se recomenda que na hora de decidirem, se centram, se atrasam, o façam com mais celeridade. Duarte Machado explicou as lesões e as queixas (hoje também houve) uma vez que tem tendência para demorar a decisão do lance até á chegada do adversário e ao inevitável choque!


Sobre o meio campo já falei um pouco, aparte a contenção exagerada, o meio campo jogou de acordo com o esquema previsto: - muita circulação cá atrás a que se segue um lançamento à distância à procura da altura de Diawara ou da rapidez de Arsénio. Assim e dentro deste esquema, foi de Diakité de quem mais gostei. Eficaz a defender, muito oportuno a aparecer nos dois golos que marcou. Quanto ao jovem Tiago… faz-se. É rápido, joga para a frente. Marcou um bom golo de livre. Sobre Fernando Ferreira já dei a minha opinião. Boa cultura táctica, bom jogo posicional, salpicado pelas tais diferenças de rotação que, em minha opinião, afectam a produção ofensiva da equipa.


No ataque o maior destaque vai para Arsénio, não marcou mas esteve perto. Foi por causa dele, rápido a desmarcar-se, que o Tondela ficou reduzido a dez unidades. Um jovem a ter em conta.


Diawara é avançado centro com planta, marca posição na área, dá trabalho às defesas, esteve quase a marcar nos descontos.
Paulo Roberto não deu para ver, pareceu-me um pouco precipitado.


Dos suplentes que entraram, saúde-se o regresso de Zazá, fora de forma, e saúde-se também Ruizinho e Filipe. Mostraram qualidades.



Resultado final: Belenenses 4 – Tondela 0




Saudações azuis

terça-feira, setembro 25, 2012

Passos perdidos…

Portugal só sairá do estado de menoridade em que se encontra há muitas, muitas décadas, quando se libertar da síndroma dos vários socialismos que lhe intoxicaram a mente. Para já não falar do resto. Socialismos de direita e de esquerda, que lhe retiraram, e retiram, quer a liberdade quer a ideia de responsabilidade individual. Ora é precisamente a responsabilidade individual que nos define como adultos. Pelo contrário, a procura da culpa nos outros é o maior sintoma de menoridade mental. É clássica a expressão dos bancos da escola: - não fui eu, senhor professor, foi aquele menino! Nós estamos ainda nesta fase. Aliás, já nem damos por isso, já nem damos que a propósito de tudo e de nada, clamamos pelo estado, que consideramos responsável por tudo o que de mal nos acontece. Por exemplo, cai uma arriba na (extensíssima) costa portuguesa, bate na cabeça de alguém, e todos pedem responsabilidades ao estado, ao governo, porque não fez nada para o evitar! Com os incêndios é a mesma coisa. Com os partidos que escolhemos para governar e que depois já não queremos porque nos retiram direitos que achamos inalienáveis, é o mesmo. Haja ou não dinheiro para os sustentar. Tal como os miúdos que choram e berram se o ‘papá’ não lhes dá o brinquedo que eles querem.

Ora bem, nestas circunstâncias, só alguém de fora, com força, nem que seja a força do cheque, será capaz de impor alguma ordem e racionalidade, duas condições indispensáveis ao crescimento, primeiro das mentalidades, e só depois da economia. O problema é que não há ninguém de fora disposto a isso. Somos nós que nos temos que educar. Como?! Em primeiro lugar tomando consciência da nossa menoridade cultural.

Dou outro exemplo: - não é possível continuar a alimentar o pão e circo, próprio de um povo alienado, que se chama futebol! Não é possível continuar a alimentar o nacional-benfiquismo (que inclui o Sporting) como o fez durante quarenta anos o estado novo! Isto não ajuda nada ao crescimento. Porque são os mesmos que infantilmente se entretêm no ‘fora o árbitro’ que governam ou estão posicionados em altos cargos neste país! Um péssimo exemplo para a população que naturalmente segue e imita aqueles disparates.

Querem maior prova de infantilidade que aqueles programas de segunda-feira, nos três canais de televisão, um deles dito de serviço público, onde não se discutem os problemas de fundo do nosso caricato campeonato nacional mas apenas os problemas causados pelos árbitros ao Benfica, Sporting e Porto!

E ninguém acaba com isto?! E ninguém se revolta com isto?!

Claro que não. Esta é a droga indispensável para manter a população no estado de embrutecimento que convém à nomenclatura que assaltou e despojou o país. Com a bandeira do socialismo!

Eu sei que poucos aceitam ouvir isto. Porque são sempre poucos os que gostam de ouvir a verdade, principalmente quando ela lhes toca de perto.



Saudações azuis

segunda-feira, setembro 24, 2012

Há quanto tempo!

Há quanto tempo não estávamos à frente de qualquer coisa?! Pois bem, pés assentes na terra, nada de deslumbramentos, e passo a passo rumo aos nossos objectivos de sempre – a primeira divisão E na primeira divisão, ao primeiro lugar! Este pode ser o meu deslumbramento, admito, mas pelas notícias que correm, por aquilo que se pressente, os clubes (e as SAD) estão falidos. Veja-se o Benfica, deixou cair finalmente a máscara, falência técnica, o que quer dizer que está pior ainda. E só nos faltava que os bancos (falidos) continuassem a emprestar (o dinheiro que a troika nos empresta) aos devoradores do costume, enquanto o país inteiro vai empobrecendo!


Perguntarão, mas donde vem a minha alegria, a minha esperança, se nós estamos falidos também?!


Recordo o que em tempos escrevi, que a nossa única chance de regressar ao convívio dos grandes seria no momento em que toda esta fantasia de novo-riquismo acabasse de vez. Caísse como um baralho de cartas! Claro, era preciso que nessa altura ainda estivéssemos vivos, e que a nossa divida fosse comportável. Pois bem, estamos vivos, e a dívida espero que seja comportável.



Sobre o jogo, e como disse no postal anterior, gostei da exibição da equipa, um futebol solto, atrevido, jogadores jovens, rápidos, codiciosos, e tenho apenas três reparos a fazer. Três reparos a três jogadores. São três jogadores de grande qualidade técnica, muito importantes na manobra da equipa, e por isso tenho mais dificuldade em perdoar-lhes os erros. Erros que normalmente me causam alguma urticária! Começo pelas infantilidades do Freddy, com os consequentes cartões amarelos que poderiam ter deitado tudo a perder. O outro jogador em causa é Fernando Ferreira. É certo que cobre bem a sua zona de jurisdição mas continua desconcentrado em alguns momentos do jogo e isso reflecte-se nas opções que toma – em vez de passar, remata, em vez de avançar, recua etc. Por último Duarte Machado, e em relação à sua pecha de cair para o chão em estado de choque, em cada jogada de choque! É capitão de equipa, acho um exagero.


No resto parabéns pela vitória, parabéns mais uma vez por mais um ano de vida, vida que não tem sido nada fácil nos últimos anos. Trinta anos, talvez!




Saudações azuis

Parabéns, boa vitória, e uma pequena irritação!

Uma vitória num qualquer dia 23 de Setembro faz-nos sempre bem e por isso, embora arredado da escrita sobre a factualidade azul, o dia de hoje merece umas palavras. Sobre a equipa e sobre o resto.

É o que tenciono fazer, mais logo, talvez já de madrugada.



Saudações azuis

quarta-feira, setembro 05, 2012

A cidade do futebol!

Li a notícia, e compreendi perfeitamente - o país do futebol precisava de uma cidade do futebol. Por isso o presidente da respectiva federação decidiu-se a apresentar, hoje, ‘na tribuna de honra do estádio nacional’, o projecto da futura metrópole, a erigir no mesmo local. Convidadas as mais altas individualidades, desde logo o ministro Relvas, a incomparável corte que acompanha as selecções, e por certo uma série de empreiteiros a esfregarem as mãos de contentes.

Portanto, obras públicas em perspectiva, absolutamente necessárias para levantarem o ânimo da nação. Oh não fosse o futebol, a avaliar pela propaganda, o grande motor da economia. Milhões para a esquerda, milhões para a direita, milhões que entram, milhões que saem, recordes de transferências, e mesmo assim, os clubes, os portugueses, o estado, em falência técnica! E mesmo assim, os subsídios a voarem dos bolsos de quem trabalha, e dos reformados, para o bolso do ministério das finanças. Vá lá perceber-se este futebol! Vá lá perceber-se este país!

Nota básica:

A notícia refere que no Jamor serão construídas imensas infra estruturas desportivas, desde hotéis de cinco estrelas a pavilhões multiusos, mas não se refere à esperada (pelo menos, eu espero) reabilitação do estádio nacional, como lugar de eleição para os jogos da selecção nacional. Ou pretende-se continuar a encher os bolsos de Benfica, Sporting e Porto com o aluguer dos respectivos estádios, de cada vez que a selecção lá vai jogar?!

É que se for assim, eu como contribuinte, reajo. Como português, também.

Saudações azuis

terça-feira, setembro 04, 2012

Uma competição esquizofrénica!

A Orangina, Liga B para os íntimos, é o retrato fiel deste país a desaparecer. Chamar-lhe país já é um exagero, a definição mais apropriada seria: - pequena região ocidental da Europa, vestígios de um Condado, restos de antiga metrópole, museu soviético em ponto pequeno, viveiro de parasitas, alguns pagos a peso de ouro, protectorado para quem lhe quiser pegar, etc. etc. Escolham a definição que mais lhes aprouver.

Pois é neste cenário, nesta santa terrinha, que floresce uma das competições futebolísticas mais curiosas do planeta!
‘Competidores’ são muitos, objectivos, os mais diversos! Não se trata da clássica diferença entre lutar para subir ou lutar para não descer, não, existem outros intervenientes que não podem subir, não querem descer, não se percebe bem o que querem, mas temos a certeza que interferem de forma decisiva nas subidas e descidas que irão ocorrer. Isto se esta Orangina conseguir chegar até ao fim!


Dir-me-ão que em Espanha também existem equipas B a competir na segunda Liga o que é verdade. A esses respondo que Portugal não é a Espanha (as ‘Espanhas’, para quem sabe), uma vez que nuestros hermanos, graças à monarquia e às autonomias, não padecem do afunilamento mental de que sofremos. Afunilamento cada vez mais acentuado. Explico: - em Espanha, o efeito Real Madrid versus Barcelona, não contamina nem impede que as pessoas sejam do clube da sua terra. E isso vê-se nos estádios completamente cheios, sejam quais forem os intervenientes.
Está explicado.


Voltemos então às nossas equipas B e para esclarecer o seguinte: - quando eu disse que elas não sabem o que querem, estava a mentir, elas sabem bem o que querem, querem tudo! Querem rodar jogadores, querem dar visibilidade aos seus activos, querem fazer (mais!) propaganda da marca, e querem recolher os parcos euros que sobram do mercado audiovisual. Querem no fundo capturar para os seus interesses mais uma competição não se importando com os inconvenientes que daí advém para as outras equipas e para o futebol português. Estão no seu direito. Quem não está no seu dever é a Liga e a Federação que o permitem.


Entretanto, convém não esquecer que continua a ser permitido o empréstimo de jogadores entre clubes que disputam a mesma competição! Também convém não esquecer que estes empréstimos ocorrem normalmente quando a equipa que empresta se desloca ao campo do adversário. Um escândalo, mais um!


Resumindo, depois da asfixia informativa em todos os canais, intitulem-se eles públicos ou privados, o nacional-benfiquismo tomou conta de nós, um partido único, um pensamento único, um sonho coreano a que não faltam as bandeirinhas!


Resistentes?! Poucos. Quem são?


Este Vosso criado, a zona libertada da Madeira, e apesar de tudo, honra lhe seja, a cidade Condal e seus arredores de Entre Douro e Minho.
O resto é paisagem.




Saudações azuis

segunda-feira, setembro 03, 2012

Privatizar o quê?!

Sou suspeito, sou do Belenenses, e noutro ângulo, (feroz) opositor ao regime vigente, portanto, eu pergunto: - em caso de alteração do actual estatuto da ‘televisão pública’ (e da ‘rádio pública’) será que consigo saber (em tempo útil e horário normal) os resultados dominicais do meu clube?
Devo confessar que actualmente, a coisa não está fácil! Com três canais ‘públicos’ (rtp1, rtp2, e rtpn), em produção contínua, só conseguimos a informação desejada (e de forma aleatória) depois de termos engolido Benfica, Sporting e Porto em doses industriais! Sem esquecer o Real Madrid!

Por isso renovo a pergunta: - em concessão privada será que tenho direito a uma nesga (diz-se ‘janela’) informativa, a hora certa, como acontecia por exemplo com o antigo programa Domingo Desportivo na rtp1?

Eu sei que o ‘serviço público’ é uma coisa muito séria e atrás dele andam uma série de entidades, muito sérias também. O melhor exemplo é este: - ontem, Domingo, três da tarde, a rtp1 transmitia o Benfica num jogo qualquer de futsal. Às quatro da tarde era a rtp2 que transmitia o Benfica contra o Sporting em andebol. A rtpn por essa hora e nas horas seguintes, a cada noticiário, repetia os problemas do Benfica, misturados com o economês do costume. À noite, o espaço radio-eléctrico (um bem escasso) prolongava o ‘serviço público’ de que tanto gostamos: - debates, normalmente a três, sobre o Benfica e os dois restantes comparsas desta farsa.

Alvíssaras! Entretanto consegui saber (via internet) que o Belenenses tinha ganho à Naval por uma bola a zero.


Saudações azuis