quarta-feira, dezembro 31, 2008

Boas entradas!

Enquanto vamos tendo conhecimento das saídas - atletas jovens com contrato prolongado como Matheus, uma novidade na história recente do Belenenses - andamos a ver se encontramos uns defesas centrais melhores no ‘pronto a jogar’ e toda a minha gente dá palpites – aquele é que é bom… ‘porque a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha’.
Curioso que são os próprios atletas que pedem a rescisão do contrato, provávelmente fartos do clima destrutivo que se vive no Restelo, e mais curioso ainda, é o contentamento de alguns opinadores/sócios com o argumento de que assim se abrem mais vagas para contratar grandes ‘craques’ que outros ‘enormes clubes’ não querem!
Pois é, temos a defesa mais batida do campeonato, é verdade. Mas vamos lá a ver se não nos arrependemos deste leilão a céu aberto dos nossos pertences, vamos lá a ver se não acabamos por ficar apenas com os acomodados, sem golpe de asa ou ambição.
Vamos lá a ver…
De resto, boas entradas azuis.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Nós, eles... e o Pai Natal

Por cá, quando está toda a gente de férias (enfiada) nos centros comerciais, nos cinemas dos centros comerciais, na estrada a andar de um lado para o outro sem saber para onde vai, o futebol português fecha para balanço!
Em Inglaterra, pelo contrário, sabendo que o futebol é um espectáculo, e como tal precisa de público para sobreviver, oferecem esse espectáculo sempre que podem adequando a oferta à respectiva procura. É assim que as estrelas do futebol inglês, à semelhança dos artistas dos outros espectáculos, aproveitam esta quadra para se exibirem, satisfazendo ao mesmo tempo os cofres dos clubes e os desejos do público. Isto é lógico para eles. Mas para nós não!
Por isso aproveitamos as festas de Natal e Ano Novo para mandarmos as nossas estrelas de férias, para que possam passar o Natal com as famílias e disfrutarem em paz e sossego, à volta da televisão, os jogos de futebol que se realizam em Inglaterra! Isto para nós é lógico. Para eles não.
Claro que subsiste uma pergunta (ou um problema) para além de todas as lógicas – mas afinal de que se sustenta o futebol em Portugal?
De subsídios do erário público, responderá muito depressa o Pai Natal.
O pior é que o Pai Natal somos todos nós.

Saudações azuis.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Broas difíceis

Perdi opinião, nada de críticas nada de elogios, repito o que ouvi ao intervalo - equipa que não pressiona, com um meio campo que emperra, falha passes atrás de passes, defensivamente passiva, como se demonstra pelo segundo golo do Trofense: - estávamos já no período de compensação antes do intervalo, os homens da Trofa ganhavam por uma bola a zero, e apenas queriam entreter o jogo próximo da nossa área. Como ninguém lhes tirava a bola, Zé Pedro (símbolo da nossa incapacidade) resolve fazer falta – livre marcado para a cabeça de Valdomiro (um especialista naquele tipo de lances) e segundo golo do Trofense. O desânimo instalou-se no Restelo.
Segunda parte e reviravolta! Vinicius consegue abrir algumas brechas pelo flanco direito; os laterais conseguem adiantar-se mais no terreno; Wender dá mais apoio a Marcelo e o milagre acontece. Esquecido o drama os miúdos que estavam á minha frente agitam-se, gritam por Belém, Belém, e perguntam-me porque é que eu continuo sentado! Não consigo explicar!
Sobre os jogadores também não tenho opinião, repito o que ouvi – Carciano está irreconhecível, não ganha uma bola de cabeça e quando ganha, a bola sobe ou segue em direcção imprevisível; Arroz esteve bem melhor mas não se livra de responsabilidades no segundo golo; China atacou bem mas defendeu mal; Cândido quando solta logo a bola é útil, quando a prende não é; Silas melhorou muito na segunda parte; Gomez também; Wender está ligado à reviravolta; Marcelo também; Zé Pedro é um mistério, não ouvi nada de bom, marcou centenas de livres em parafuso sem quaisquer efeitos práticos, às vezes a alça é baixa de mais, outras vezes alta de mais; Vinicius tem que jogar; Júlio César fez uma defesa importante (saída com os punhos) no fim do jogo; Organista sem pedal não toca!
Mano e Roncatto entraram no fim e cumpriram.
Sobre o futuro perdi opinião, repito o que ouvi – se tivéssemos perdido o nosso futuro estava assegurado na Liga Vitalis; como ganhámos, e ainda por cima com reviravolta, é bem possível que surja um novo ânimo que nos retire do fosso em que caímos.
Para ajudar na subida talvez seja de pôr o sapatinho na chaminé: - um ou dois presentes defensivos; no meio um órgão com pedal; e lá na frente quem ajude o Marcelo. Estou a pedir muito?!

Resultado final: Belenenses 3 – Trofense 2

Um Bom Natal para todos.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

(Liga Intercalar – Torneio Primavera) Belenenses 5 - Estrela da Amadora 0

Uma boa ideia estes jogos em Almada (Pragal), e falo por mim, pois são um presente para os indefectíveis adeptos da margem sul. Quanto ao jogo e socorrendo-me aqui e ali das indicações do amigo Luís Lacerda, vou tentar transmitir aquilo que mais me impressionou:
1. Um bom treino muito embora o Estrela da Amadora tenha feito alinhar uma equipa menos competitiva, uma vez que tem o plantel principal mobilizado para o jogo com o FC Porto;
2. A curiosidade de ver e acção o defesa esquerdo Tininho, nova aquisição azul, e que precisa naturalmente destes jogos para ganhar ritmo. Trata-se de um jogador corpulento e por isso mais necessária se torna a rodagem;
3. Alguns jovens jogadores que deram nas vistas, como por exemplo o central Pélé, o médio nigeriano Aziis, e outro júnior que se postou na linha média atacante e julgo chamar-se Hugo Bral; e ainda… um médio que entrou na segunda parte e dinamizou todo o flanco esquerdo!
4. A velocidade e empenho do defesa direito Baiano um jogador com grande margem de progressão, e que talvez possa adaptar-se a outras posições mais ofensivas;
5. João Paulo Oliveira pelos três golos que marcou é naturalmente um dos destaques, mas podia ser menos individualista;
6. Pela negativa não gostei das prestações de Porta e Wender enquanto Maycon precisa ser mais rápido a executar e a pensar;

Mas quando se ganha com goleada as críticas são sempre discutíveis. E sendo assim,

Saudações azuis

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Um simples comentário

"A vitória é boa para moralizar, sobretudo porque foi fora e o Olhanense é o líder da Liga Vitalis. Continuo a dizer que o Marcelo é o melhor avançado que temos e que joga realmente como avançado centro, para além de jogar muito bem de cabeça. Tem é que jogar e ser servido.
O problema da equipa foi a falta de química que se criou à sua volta desde o início. Já se disse muito mal do Arroz, vamos ver se ganha o lugar agora e mostra o valor com que vinha credenciado. Agora falta ganhar ao Trofense e ir buscar os três jogadores com o melhor nível possível..."
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Assinado por Paulo Aguiar, que não conheço, este simples comentário diz quase tudo sobre o que se passa no futebol do Belém. Razão suficiente para, com a devida vénia, o publicar. A bem do Belenenses, claro.
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(Publicado no blog amigo 'CFBelenenses')

terça-feira, dezembro 09, 2008

Enfim, últimos!

E à décima primeira jornada chegámos finalmente ao lugar do destino. Depois do presidente que elegemos, depois do treinador Casimiro Mior, depois dos jogadores que contratámos, voltamos agora a nossa ira contra os árbitros, responsáveis, segundo nos querem fazer crer, pela pior defesa do campeonato, a pior diferença entre golos marcados e sofridos, e um dos piores ataques da prova!
É verdade que temos sido prejudicados pelas arbitragens e neste último jogo tornou-se patente que somos um alvo a abater, mas atenção, não vamos confundir as questões: aquela primeira parte contra o Nacional é inadmissível, especialmente a permeabilidade do flanco esquerdo da nossa defesa, onde só não entra quem não quiser! Mas não é só o flanco esquerdo defensivo que falha, a dupla de centrais não se entende e é frequentemente batida no jogo aéreo, situação que não pode continuar pois compromete as melhores intenções. Como escrevi na penúltima crónica, a partir de agora já não vale a pena arranjarmos bodes expiatórios, não temos tempo para isso, precisamos sim de encarar o problema de frente porque senão vamos direitinhos para a Liga Vitalis e isso pode ser fatal para o Belenenses.
Que fazer então?!
Em relação à defesa - contratar um defesa central experiente, que entre na equipa directamente, a fim de estabilizar o sector. Inventar um quarto defesa e um lateral esquerdo. Proibir o Cândido Costa de fazer qualquer tentativa de drible, e obrigá-lo a passar a bola de imediato. Proibir o Gabriel Gomez de jogar para trás. Treinar o Júlio César a sair da baliza nas bolas altas.
O meio campo precisa de definir um armador de jogo, daqueles que sabem reter a bola quando é preciso ou passá-la no momento oportuno – não estou a pensar nem em Zé Pedro nem em Silas. Talvez o Organista, mas com outro pedal.
No ataque está visto que Marcelo é o melhorzinho e que o problema do Vinicius é de confiança. Mas como também já afirmei – só Marcelo não chega.
E a propósito de confiança, vivemos de facto uma grave crise de confiança, alimentada pelos maus resultados mas fruto também de um clima doentio que se instalou no Restelo há largos anos, clima esse que se transmite aos jogadores e se sente dentro do campo.
Estas são as carências, cabe à Comissão de Gestão remediá-las. E depressa, porque daqui a um mês pode ser tarde.

Saudações azuis.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Censura necessária

Existem programas na televisão que se não existissem o meio ambiente agradecia. Por exemplo, aquela discussão infantil entre o Seara, o Dias Ferreira e o Aguiar, patrocinada pela SIC, sobre se é penalty ou não, se aquela sarrafada merecia ou não um cartão de outra cor, tudo isto no meio de intermináveis repetições, e cada qual a puxar a braza à sua sardinha, é um desses programas para os quais é uma pena não existir censura prévia.
Reparem que estou a referir-me a gente ‘importante’, cuja opinião é ouvida e seguida pelos incautos, gente que ocupa ou ocupou cargos de responsabilidade no dirigismo desportivo, mas é tal o facciosismo, é tal a ignorância das leis de jogo, que deveria haver um programa logo a seguir para os corrigir!
Como não há, resolvi escrever umas linhas com algum detergente a ver se apago aquelas nódoas.
Vejamos: ontem o Seara deu-lhe para pensar o futebol português! Mais própriamente a falta de competitividade do Benfica, que ele confunde com o futebol português! E como é hábito naqueles cavalheiros começaram a raciocinar a partir do telhado. A grande preocupação do Seara, e dos outros, era a Ucrânia que pelos vistos está em vias de nos ultrapassar no ranking da UEFA! E com menos lugares cativos na Champions lá se vão as expectativas das receitas extraordinárias que num país onde ganham sempre os mesmos passam a receitas ordinárias!
Entre disparates e maus hábitos afunilaram a problemática nos três emblemas do costume, e repetiram a ideia peregrina de reduzir a primeira Liga a doze clubes vezes não sei quantas voltas! Ideia também expressa recentemente por um génio da Portugal Telecom, um dos muitos que ainda não percebeu o fim deste filme, a saber - pedido de inscrição na Liga espanhola para o futebol português, e já agora para o resto.
Estes estúpidos são estúpidos todos os dias e nem no dia primeiro de Dezembro nos poupam!
Saberão eles o significado da palavra - Independência?!

domingo, novembro 30, 2008

Bailinho da Madeira

“Não podemos entrar já em desespero”, disse Jaime Pacheco no fim do jogo, pois não, mas para quem já anda desesperado há uma data de tempo, a frase não faz sentido. E escusam de seleccionar responsáveis ou bodes expiatórios – incluindo Fernando Sequeira e Casimiro Mior que têm lugar cativo nos comentários das derrotas (!) – deixem essa tarefa de seleccionador ao Queiroz, concentrem-se no jogo propriamente dito e reparem no seguinte:

1. A equipa que iniciou o jogo contra o Marítimo não era formada pelo famoso ‘contentor’ de brasileiros da era Sequeira/Mior. Apenas Carciano e Arroz alinharam à partida, uma vez que Alex foi contratado para, segundo os entendidos, ‘salvar’ a defesa dos ‘pernas de pau’ que por lá andavam!
2. Mas não eram decorridos três minutos de jogo e já o nosso Alex tinha deixado passar o Baba (que rematou ao poste) e logo a seguir, por falta de pernas, o Djalma, o que lhe valeu um justo cartão amarelo.
3. Aliás a falta de pernas (e de ritmo) é uma doença azul e sem querer ser injusto para ninguém acrescento que nestas condições físicas (ou psico-físicas) não temos quaisquer hipóteses de permanecer na primeira Liga. E volto ao mesmo, dos jogadores que iniciaram o encontro, apenas Mano e Carciano revelaram andamento para acompanhar os jogadores insulares. Isto não tem a ver com entrega ou espírito de luta, tem a ver com disponibilidade física e mental. Por exemplo: Wender não consegue fazer um pique; Zé Pedro demora uma eternidade a controlar a bola e virar-se; Cândido Costa e China não têm velocidade de pernas para acompanhar um ‘ciclista’ que lhes apareça pela frente; com a agravante de China ter dificuldades em recuperar posição; e lá na frente não existe um único jogador com velocidade para desequilibrar uma defesa.
4. Mas voltando ao jogo, e ainda na primeira parte, a inclusão de Arroz terá sido um erro de casting, mas a verdade é que não temos verdadeiros trincos no plantel, para além do Gabriel Gomez, castigado!
5. Porém a grande pecha deste Belenenses 2008/2009 acaba por ser o ataque, basta olhar para o goal-average para termos a certeza que o nosso futuro é sombrio. É certo que sofremos muitos golos mas a verdade é que não marcamos. E sem golos não há pontos e sem pontos estamos condenados aos últimos lugares.
6. E a aritmética é simples: quantos golos por época valem os actuais avançados? Roncatto, o melhor tecnicamente, é uma espécie de segundo ponta lança mas já sabemos que não é um goleador. Falha muito e não há-de marcar mais que três ou quatro golos no campeonato; Porta é uma incógnita; JPO é imaturo, passa a vida a cair, talvez marque dois ou três golos de cabeça; resta Marcelo, o que é curto. Quando sabemos também que são os golos que transformam jogos maus em jogos bons. Por exemplo: se no princípio da segunda parte o Marcelo tem tido a arte de empatar era bem possível que tudo se alterasse, e animados com esse golo a história deste jogo fosse outra. Só que o chamado ‘killer instinct’ não abunda em Belém.
Por isso finalizo esta análise com pouco optimismo. Precisamos de marcar golos, e ainda por cima os lances de bola parada são por nós desperdiçados uns atrás dos outros, enquanto os adversários, pelo contrário, os aproveitam! Aquele segundo golo então é de bradar aos céus! Recomendo que o analisem e revejam antes de se atirarem, como é costume, ao ‘contentor de brasileiros’!

Resultado final: Belenenses 0 – Marítimo 2

Saudações azuis.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Aventuras na Reboleira

Decididamente o futebol já não é um espectáculo para o público, tem outros destinatários, que porventura o sustentam (!) e vivem dele. Pelo menos em Portugal (e na Reboleira) é assim – o público, aquele que paga o bilhete, só atrapalha.
Querem uma história exemplar?! Pois aqui vai:

Desloquei-me à Reboleira para, pensava eu, assistir a um jogo de futebol entre o meu clube e o Estrela da Amadora, e estava tudo a correr bem , estacionamento incluído, quando me aproximo da bilheteira e vejo uma longa fila que serpenteava pelo largo fronteiro à entrada!
Perante tal enchente fui de imediato esclarecido que era assim mesmo, que havia uma menina e um computador que emitia bilhetes ao ritmo do caracol, o que feitas as contas (sem computador) dava uma hora até chegar a minha vez!!! Com alguma sorte podia ver a segunda parte. Ainda perguntei se o tal computador se chamava Magalhães mas não adiantou. Aproveitei então para pôr a conversa em dia com os amigos, para ouvir o brado do primeiro golo do Belenenses, para ser apalpado pela polícia, até que entrei no estádio vazio e sentei-me. Afinal era cedo – faltavam quinze minutos para o intervalo.
Estou a falar-vos da Superior norte onde os lugares dão direito a ter os pés dentro de água!
Mas o melhor estava para vir e saliento apenas três aspectos:

A actuação do árbitro – ao que soube uma estreia na primeira Liga – cheia de equívocos e erros de visão, repartidos com os fiscais de linha;
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A grande actuação de Júlio César que, segundo opinião que prezo, só não consegue defender os desvios de cabeça do nosso Zé Pedro. Um aspecto a aperfeiçoar nos treinos;
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A falta que nos faz um ponta de lança, ou alguém, que marque golos de baliza aberta. E andavam os sócios preocupados com os centrais…;

Resultado final:
Estrela da Amadora 1 – Belenenses 1.
Wender, que foi expulso por engano ainda na primeira parte, foi o autor do golo do Belenenses. Disseram-me, porque não vi.
Júlio César defendeu um penalty inexistente quando o resultado já se cifrava em 1-1.

Saudações azuis.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Belém passa em Barcelos

O Belenenses apurou-se para a segunda fase da Taça da Liga ao bater o Gil Vicente por uma bola a zero. Vi apenas a segunda parte e confesso que ainda me irritei com a falta de discernimento de alguns jogadores, incapazes de segurar a bola a partir do momento em que nos colocámos em vantagem no marcador! O nervosismo a fazer das suas. Mas tenho que admitir que foi uma vitória saborosa e ao mesmo tempo merecida de um Belém combativo, unido e com espírito ganhador. E quando a equipa vacilou, face à reacção do Gil Vicente ao golo sofrido, Jaime Pacheco não poupou esforços nem ‘incentivos’ como só ele sabe ministrar.
E diga-se que também houve intervenção técnica bem sucedida a partir do banco – as entradas de Porta e posteriromente de Roncatto equilibraram a equipa e passámos então a controlar o jogo e o resultado.

Com as devidas reservas aqui vai a apreciação individual (da segunda parte):

Júlio César esteve seguro e confiante; Cândido Costa claramente superior a China que chegou a acusar algum desnorte; Alex foi resolvendo, às vezes de forma atabalhoada; Carciano vai a todas mas precisa de ter mais calma – dois livres desnecessários ao cair do pano poderiam ter trazido amargos de boca; Gomez melhorou na parte final, mas gosta de complicar o que é fácil; Silas subiu imenso na última meia hora de jogo; Zé Pedro está melhor e Jaime Pacheco pode fazer dele o grande jogador que às vezes promete; Wender é sempre esforçado, e como é jogador inteligente, pode transformar um lance inofensivo numa jogada de perigo; JPO dá luta nas alturas, vai muitas vezes ao chão, mas saíu esgotado; Vinicius fez a jogada que deu o golo (auto golo de um defesa do Gil) e tem as qualidades que todos lhe reconhecem, mas ainda não se desinibiu; Roncatto entrou bem no jogo e é outro 'trabalhinho' para Jaime Pacheco.

Em resumo, foi uma excelente e oportuna vitória que pode catapultar a equipa para outros voos.

Saudações azuis.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Ainda há futebol?!

Qualquer dia faço-me sócio de um clube de futebol, onde se jogue futebol regularmente, para poder acompanhar, também regularmente, o jogo que sempre gostei (de praticar) e assistir. Não é fácil, há que saber escolher o clube e o campeonato, divisões secundárias naturalmente, longe das vistas das obsidiantes selecções, clube que não corra o risco da UEFA e da FIFA que parecem ser hoje o objectivo e a razão de ser de clubes e campeonatos, numa pirâmide invertida, para gáudio e ganho de interesses que pouco têm a ver com os meus gostos. Importante que esse clube não se tenha rendido à publicidade e à televisão, e que não esteja preocupado em votar no jogador do ano, do mês ou da quinzena, mas ao contrário, seja um espaço onde se discuta futebol em amena cavaqueira e onde o próximo jogo seja mesmo próximo, sem meses de intervalo, sem interrupções para festas e reveillons! É que se perco o hábito de ver futebol acabo por arranjar outro entretenimento, e como eu, muitos. A televisão da ‘NBA da bola’, cheia de Chelseas e Manchesters, já chateia, e há-de morrer como a NBA que já ninguém vê.
E tenho que descansar o Hermínio Loureiro que segundo li quer ‘um campeonato tranquilo’! Mais tranquilo do que este, que desde que começou está completamente parado, não pode haver.

Saudações azuis.


Post-Scriptum: O Belenenses venceu em Amares e eliminou o clube local da Taça de Portugal.

terça-feira, outubro 14, 2008

O que aí vem…

Li hoje o artigo de MST no jornal ‘A Bola’ – ‘Como falar de futebol ?’ – um texto interessante que de certo modo antecipa o impacto da crise financeira mundial no futebol especialmente nos grandes clubes europeus, sustentados como todos sabem por algumas das empresas que são a própria imagem da crise. A colorir o argumento aparece Ronaldo com a camisola do Manchester United e da seguradora AIG!
A partir de agora, diz o articulista, e concordamos, é de esperar uma moralização dos mercados não sendo admissível que sejam os contribuintes europeus e americanos a patrocinarem os gastos escandalosos daqueles clubes, uma vez que foram e são os respectivos governos que deitaram a mão a essas mesmas empresas. E a espiral da decência não deixará de afectar as vendas dos jogadores portugueses que anualmente equilibram (!) as decrépitas finanças dos principais clubes portugueses. O lado bom da crise, segundo MST, pode aproximar os clubes portugueses dos grandes emblemas europeus, isto se apostarmos na formação e dá como exemplo o Sporting que através de um discurso (e uma prática) realista do seu presidente vem preparando o clube para a realidade que se avizinha.
De facto assim é e nós belenenses também podemos espreitar a oportunidade (da crise) para nos aproximarmos dos nossos antigos rivais, e não creio que seja impossível. Internamente unidos, com uma estratégia determinada, uma boa liderança, exijamos do Estado o mesmo tratamento dado aos outros três, e denunciemos os apoios que recebem das empresas ditas privadas, que afinal não são tão privadas como julgam, já que somos nós contribuintes que as sustentamos e evitamos a sua falência!

Saudações azuis.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Notas à margem

Do Clube de Futebol “Os Belenenses” que ainda existe dentro de nós, quatro notas á margem:

Saúdo a contratação de Jaime Pacheco, uma notícia positiva no meio do caos, notícia que traz esperança aos adeptos, trata-se de um grande treinador, de forte personalidade e que a sabe transmitir aos jogadores. “Este Clube tem todas as condições para me ajudar” é frase de gente, define um homem.
Ao contrário de muitos não espero vitórias imediatas porque todos precisam de tempo e Jaime Pacheco não foge á regra. Por último destaco a boa impressão técnica que Jaime Pacheco tem do plantel do Belenenses, impressão bem diferente dos sábios das ´pernas de pau’!

Saúdo também Casemiro Mior pela postura sempre elevada que manteve, tentando fazer o seu melhor, e pelo respeito que revelou pelo Clube ao incorporar-se nas celebrações do nosso aniversário. Desejo-lhe portanto as melhores felicidades na sua carreira.
Pelos insultos e faltas de solidariedade que sofreu peço-lhe eu desculpa em nome do Belenenses grandioso que ainda tenho na memória.
Uma nota positiva para a actuação da Comissão de Gestão no respectivo processo de rescisão.

Uma nota negativa para as contas apresentadas, incompletas por certo (sem reflectirem os custos invisíveis) e lisonjeiras para algumas modalidades em detrimento de outras.
A apresentação era inevitável, não é possível esconder por mais tempo a realidade do ‘Clube Recreativo do Restelo’, mas ainda assim foi uma pedrada no charco.

E a última nota vai directa para o ‘Clube Recreativo do Restelo’ e para as manobras de diversão que apontam um bode expiatório tão conveniente quanto absurdo – dizem os ‘recreativos’ que o mau da fita foi o último Sequeira que apenas lá esteve seis meses! São uns pândegos. Não conheço o homem tal como não conheço nenhum dos últimos presidentes que passaram pelo Restelo, mas conheço bem o esquema das guerras entre ‘quintinhas’.
Afinal, o dia a dia do nosso pobre Clube.

terça-feira, outubro 07, 2008

Comissão de Gestão ou Autogestão?!

Isto deve estar a bater no fundo, e por isso começo pelas notícias dos jornais que dão conta da impossibilidade de contratar determinado treinador porque um dos jogadores do plantel não se dá bem com ele!!! Têm que concordar que notícias destas só no Belenenses. E eu a pensar que os lugares cativos eram na bancada!
Ora bem, para quem se lembra que Helénio Herrera sentou o Matateu no banco dos suplentes esta atoarda só pode querer dizer uma coisa: o treinador que aí vem terá que se submeter às ‘estrelas’ que pontificam no balneário!
Mas não me surpreendo pois sei perfeitamente que depois dos tristes episódios relacionados com o despedimento de Casemiro Mior (para não falar das outras demissões) não deve haver muitos treinadores disponíveis para treinar no Restelo. Ninguém está para se sujeitar a grupos de pressão ‘irresponsáveis’, mas que pelos vistos têm carta branca (de quem?!) para ‘conversar’ com o treinador ou mesmo ‘convencê-lo’ a aceitar a rescisão! Treinador que desde que chegou a Belém esteve sempre desamparado, sem uma palavra de apoio dos ‘responsáveis’ do Clube!!!
Portanto, se por acaso vier alguém não será o que precisamos, ou então há-de proteger-se com cláusulas de rescisão esmagadoras.
Enfim, um clube à deriva, sem liderança, a viver uma espécie de ‘prec’ fora de prazo, onde todos se sentem legitimados para fazer o que lhes apetece.
A fazer lembrar os anos em que descemos de divisão.
Quando se chega a este nível, as eleições não servem para nada, nem candidatos há-de haver em Abril, a não ser quem tenha interesses que não interessam ao Belenenses.

Post- Scriptum:
Não me reconheço neste ‘clubezeco do Restelo’ e como eu há-de haver muitos. Escusam assim de matar a cabecinha a reflectir nas causas da tremenda erosão de sócios do Belenenses, a mim também já não me apetece ir ao Restelo. E não é por causa dos jogadores ou do treinador.

domingo, outubro 05, 2008

Crónica de um milagre

Quem nunca tivesse visto actuar o Belenenses esta época e desconhecesse em absoluto o que se passa no Clube, desde as últimas eleições, diria com toda a objectividade o seguinte:

Uma primeira parte equilibrada em que o Belenenses obrigou a Naval a jogar em contra ataque, com os figueirenses a disporem apenas de uma verdadeira oportunidade de golo na sequência de um clamoroso erro posicional do central Alex. Também é verdade que para além do maior número de cantos conquistados o ataque azul não mostrou, durante esse período, capacidade para marcar golos. E sem golos…

Na segunda parte as coisas modificaram-se para pior – desde logo na atitude que passou a ser de expectativa em lugar de continuarmos a pressionar lá na frente como sucedeu durante o primeiro tempo. A opção pelos lançamentos compridos foi outra das pechas, reduzindo drásticamente a nossa posse de bola e obrigando a equipa a correr atrás dos jogadores da Naval.

Naval que tinha feito uma primeira alteração logo ao intervalo o que terá contribuído para o crescendo da equipa que passou a controlar o jogo ameaçando então o nosso último reduto especialmente através das investidas de Marinho que explorava as facilidades concedidas por Cândido Costa. Ainda houve uma pequena reacção azul, ganharam-se novamente alguns cantos em virtude das insistências de Wender, mas a partir de nova mexida de Ulisses Morais, o Belenenses escancarou todas as suas deficiências, onde o meio campo não consegue reter a bola quando é preciso nem a sabe soltar quando também é preciso. Quanto ao ataque, continuou inofensivo.

Entrávamos assim nos últimos vinte minutos que têm sido fatais esta época. E o anunciado golo da Naval surgiu, digamos, naturalmente. Defesa incompleta de Júlio César que sacudiu a bola para perto limitando-se o jogador da Naval a centrar atrasado para um seu colega fazer o golo de abertura.

E como tem sido hábito fazem-se a seguir as substituições de sufoco na busca do empate! E ele surgiu, tal como contra o Paços de Ferreira, nos descontos. Um milagre com o nome de Porta.

Apreciações individuais:

Júlio César – boa actuação, salvou o erro de Alex com uma grande defesa e no golo terá sido surpreendido pela violência do primeiro remate. Tem no entanto que corrigir alguns aspectos: desde logo, e porque utiliza muito os punhos, não pode sacudir bolas para as imediações da baliza, é perigoso; e também precisa de ser mais rápido nas reposições de bola, porque as demoras moralizam sempre o adversário.

Cândido Costa – exibição para esquecer. Não tem velocidade para ser lateral e pelos vistos também não tem sentido posicional do lugar. Um passe desastroso para zona proibida poderia ter redundado em golo da Naval. Subiu muito pouco no seu corredor e quando assim é já se sabe que não criamos rupturas na frente de ataque.

Alex – não gostei da exibição de Alex. Perdeu algumas bolas no jogo aéreo, mesmo concedendo que Marcelinho é muito alto. E cometeu um erro posicional que um central não pode cometer, e que nos ía custando um golo na primeira parte.
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Matheus – o melhor jogador do Belenenses neste jogo, sem erros, saíu sempre a jogar, não falhou um passe. E fartou-se de entregar bolas ao meio campo azul.

China – uma exibição razoável, conhecedor dos terrenos que ocupa, subiu com a propósito várias vezes e centrou algumas bolas. Pena que os seus centros não sejam mais venenosos.

Gabriel Gomez – razoável no primeiro tempo, conseguiu desfazer-se da bola com mais ligeireza. Piorou na segunda parte e foi um dos que foi incapaz de suster a supremacia da Naval. Continua lento e parece ter só uma velocidade. Acabou substituído para dar entrada a Porta.

Mano – nesta apreciação serei naturalmente menos rigoroso porque se trata de um jovem, ainda por cima está a jogar numa posição um tanto indefinida. Uma actuação intermitente, alguns rasgos, alguns erros por afunilamento, mas Mano tem que jogar. Ou ir jogando.

Silas /Zé Pedro – ou um ou outro, não me parece que possam jogar os dois, para além de que, e vou dizer uma heresia – Zé Pedro não é jogador para agarrar jogo, para reter a bola, para a manter na sua posse. Não tem características para isso, a bola está sempre muito solta á sua frente, é fácilmente desarmado. E depois faz faltas perigosas. Ontem safou-se de ver o cartão encarnado porque o árbitro foi amigo e a bola continuou na posse da Naval. Toda a gente percebeu isso.
Em contrapartida é o nosso jogador mais perigoso no último terço do campo. É aí que tem que jogar. Os bons jogadores como Zé Pedro, acabam as carreiras ou a jogar mais à frente ou a jogar mais atrás. No meio é que não.

E agora Silas – trata-se de um jogador de classe, este sim, com grande capacidade de retenção de bola, mas não é um centro campista. Não tem essa valência. Ontem jogou bem a reter a bola e jogou mal a entregá-la. E como já alguém disse, espera-se de Silas mais do que ele tem dado. Estes jogadores têm que decidir os jogos e Silas decide pouco.

Wender – esforçado, mas estão a dar-lhe tarefas de grande exigência física. Já não tem idade para isso. Uma coisa é ser avançado centro outra bem diferente é ser extremo ou mesmo ponta de lança. Aproveitemos de Wender a sua técnica especial, o seu oportunismo e ratice. Ontem ganhou muitos cantos… mas estes cruzamentos que não chegaram ao destino eram para quem?! Para o Roncatto?! Para alguém que não aparecia no lado direito do nosso ataque?!

Roncatto – inofensivo é o termo. Sabe cobrir a bola, sabe arrancar faltas em virtude disso, mas não é o goleador que precisamos. Agarra-se muito à bola e afunila o jogo. Mas esteve bem no pressing da primeira parte porque sabe posicionar-se tacticamente.

Porta – entrou tarde na partida, marcou o golo e revelou com esse pequeno grande pormenor que tem instinto de goleador. Saíu comovido do campo e só por isso mereceria uma menção honrosa!

Vinicius e João Paulo Oliveira entraram no último fôlego e lutaram pelo resultado.

Notas finais:

Como devem ter reparado fui hoje mais pormenorizado (e mais cáustico) do que o habitual na apreciação individual dos jogadores. E fui por três ordens de razões, a saber: em primeiro lugar porque o tempo escoa-se… Em segundo lugar para contrabalançar muita opinião em sentido contrário sobre falsos heróis e falsos vilões; finalmente, e em terceiro lugar, porque a crítica contundente não invalida o respeito que me merecem todos os jogadores que suam a camisola do Belenenses.

terça-feira, setembro 23, 2008

Dia de reflexão

Não tenho que justificar o que publico tenho apenas que me manter fiel aos princípios e opiniões que perfilho e se posso rever as minhas opiniões, por força da razão alheia, já é mais difícil alterar princípios ancorados na educação que me transmitiram. Um desses princípios é a verdade e neste caso a verdade sobre a real situação do Clube, verdade que tem que ser dita aos sócios para que possam escolher o melhor para o Belenenses. Há muito tempo que reclamo por isto.
Finalmente surge um depoimento desassombrado de quem desempenhou cargos de responsabilidade no Clube e começamos todos a perceber, refiro-me aos sócios ou adeptos comuns, qual a verdadeira extensão da decadência do Belenenses, o grau de colonização e asfixia que as modalidades vêm impondo a um Clube que nasceu ( há 89 anos) para o futebol, modalidades que ganharam alento e cresceram a cada descida de divisão! Como se não bastasse foram elas o trampolim para a casta de dirigentes que temos, que desconhecem e desgostam do futebol, que o suportam apenas para manter as suas ‘quintas e quintinhas’ no Restelo.
Não estou a diabolizar as modalidades, está escrito com todas as letras no testemunho de Ricardo Schedel! A expressão ‘quintas e quintinhas’ também não fui eu que a inventei – está referida numa passagem que explica tudo sobre a fragilidade e impotência governativas.
Por isso passei ao largo das contas e dos diferendos contabilísticos, como passei ao lado das guerras pessoais, nem me interessa saber qual foi a melhor ou a pior direcção dos últimos anos. Posso apenas concluir que neste estado de coisas ninguém pode fazer nada pelo clube.
Por isso hoje não é um dia de festa para mim, e penso que para nenhum belenense.
É um dia de reflexão.

Saudações azuis.

domingo, setembro 21, 2008

"Contas da SAD: Ricardo Schedel na primeira pessoa"

"(…) Agora há duas opções para continuar:

1) Definir uma verba a dar pelo Clube, maior até do que a suposta actual, garantir que ela é religiosamente paga e o Clube fica com o resto (e ainda é muito). Se der para ter 500 modalidades, que tenha 500 modalidades; se der para ter só uma que tenha só uma; se não der para ter nenhuma, que não tenha nenhuma. E, se as modalidades rebentarem com os seus orçamentos, como sempre acontece, ou o Bingo deixe de dar tanto, o Clube que se amanhe e não esteja à espera que seja a SAD a resolver os seus problemas.

Ou

2)Separa-se totalmente o Clube da SAD. Esta recebe a sua quotização, a sua publicidade, a sua quota parte das receitas do Bingo e joga onde for mais barato: se for no Restelo, tudo bem, se tiver de ser no Estádio Nacional, por exemplo, tudo bem também.

Ou então, que é pelos vistos o que querem, acaba-se de uma vez por todas com essa chatisse do futebol, que só causa problemas, que ainda por cima não ajuda o Clube, coitadinho que é pobrezinho, e que assim poderá criar mais umas tantas modalidades e ir para o Guiness como o clube mais eclético do mundo (com o berlinde, o lançamento do pião, ou, para ser mais sofisticado e pioneiro em Portugal, com aquela modalidade em que há uns tipos a atirarem uma espécie de rodelas numa pista de gelo e uns outros a varrerem à frente).
Saio sabendo que criei muitos anti-corpos e inimizades. Sei que fui até acusado de me ter aproveitado do Clube; logo eu que, apesar de ter entrada gratuita como dirigente, para além da quota azul ainda pagava as quotas suplementares para ajudar o Clube e que ainda sou um dos últimos “malucos” do Grupo dos Mil. Mas estou-me nas tintas. Sei que estou a sofrer por nunca ter abandonado o CF e por sempre ter dado a cara por ele. Tenho, por isso, a consciência tranquila. Eu que tinha saído com um grande prestígio há 15 anos, sei que dei muito mais agora do que naquela altura.
Deixo para vosso julgamento, este testamento do qual peço desde já desculpa, e os números que o acompanham. É o vosso julgamento, dos verdadeiros sócios do Clube, que me interessa.
Agora vou voltar ao que realmente gosto. Ver na bancado os jogos do meu Clube. Daqui a uns anos ainda lá estarei, velho caturra, a ver o Belenenses-Odivelas ou o Belenenses-Bucelenses e a comentar com os 5 ou 6 que ainda restam: “Lembram-se de quando este Clube era grande? ...
... Ou talvez nem isso possa fazer, porque o futebol já acabou finalmente no Clube e este pode ter o supremo orgulho de se chamar então Clube Eclético “Os Belenenses”.
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Este texto pode ser lido na íntegra no blog 'Torres de Belém'.

Dose de leão

Nestes jogos em Alvalade o melhor é acordarmos préviamente o resultado e fica tudo mais fácil. Vamos ao notário, admitimos a derrota antecipada e escusamos de dar cabo dos nervos, dos meus, e dos adeptos que ainda sofrem e esperam alguma coisa do Belenenses. Mesmo no sofá, sozinho, a fingir que não vale a pena irritar-me, aquilo é dose para leão! E eu não sou leão e acabo por explodir. Lembro-me de três explosões incontroláveis, mas houve mais - a primeira numa falta desnecessária (e infantil) do Mano que, felizmente, o Rochemback atirou ao lado. E eu até gosto do Mano e acho que ele deve jogar sempre, para se moralizar, e viu-se que ganhou confiança e cresceu durante o jogo!
A segunda explosão aconteceu quando o Zé Pedro falhou, de novo, o passe de transição ofensiva, um passe que não se pode falhar, porque volta tudo ao mesmo, com o Sporting a ensaiar outro… e outro ataque. E eu até gosto do Zé Pedro, porque ele trabalha muito dentro de campo e torna-se perigoso quando se aproxima (com a bola controlada) da área adversária.
A última explosão resultou de um acumular de situações de stress com as escorregadelas e demoras do Gavilan em soltar a bola. Para dizer a verdade o acumulado não tinha só a ver com o Gavilan mas com a sistemática confusão entre os médios e os centrais na hora de saltar à bola!!! A bola vinha bombeada pelo guarda-redes ou pela defesa do Sporting e era certo e sabido que o médio recuava para se fazer ao lance e chocava invariavelmente com o central que se adiantava com o mesmo intuito. Podiam até ter-se aleijado. Na segunda parte o entendimento melhorou e é por isso que eu digo que também gosto do Gavilan, e pasme-se, gosto dos centrais, embora ache que afinal temos excesso de centrais e poucos laterais. Lá diz o ditado, não há fome que não dê em fartura!
O Maykon a lateral viu-se e desejou-se, é um erro de casting e custou-nos um penalty desnecessário porque o rapaz não sabe desarmar em zonas de risco, nem me parece que tenha rins para aquele lugar. Em contrapartida movimenta-se bem na ala esquerda do ataque e criou um lance que merecia melhor sorte.
Atenção que isto não é uma crónica do jogo, é um desabafo, que bem preciso.
O Porta apesar de algumas distracções nos foras de jogo, fartou-se de correr, é um centro avante ligeiro e merece mais oportunidades. Ele e o Wender estavam muito sozinhos lá na frente. Sozinhos e distantes do resto da equipa, nitidamente receosa de subir no terreno, com medo de ser surpreendida.
De vez em quando prestava atenção aos comentários do Carlos Manuel, homem sábio e prudente, que lá foi dizendo que o Belenenses ainda está muito atrasado na construção de uma equipa. Os jogadores recebem a bola parados, não se desmarcam, têm receio de errar, e assim criam-se poucos desequilíbrios e por consequência poucas oportunidades de golo. Tenho que admitir que o Carlos Manuel tem alguma razão e o tempo urge.
Enfim, depois de escrever estas linhas estou mais calmo, mais conformado, mas Casemiro Mior tem que dar ao pedal porque aquele entrosamento está muito fraquinho. Os níveis de confiança também.
A terminar diga-se que a seguir ao segundo golo do Sporting podíamos ter reduzido embora também haja mérito de Rui Patrício. E não nos podemos esquecer que o primeiro golo do Sporting é irregular sem margem para dúvidas. Embora a defesa (e a meia defesa azul) tenha ficado parada à espera uns dos outros.
Enfim, haja esperança e apoiemos os nossos jogadores porque todos eles se esforçaram e envergam a camisola da Cruz de Cristo.
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Saudações azuis.

sábado, setembro 20, 2008

Inqualificável

“…Carrada de pernas de pau do Brasil…. contentor de brasileiros trôpegos e, em maioria, impróprios para a função…”!
É nestes termos que se expressa o director do jornal “A Bola”, num artigo de opinião publicado hoje, quando se refere aos jogadores brasileiros contratados pelo Belenenses!
Falta de educação? Sem dúvida.
Falta de respeito pelo próximo? Também, atingindo injustamente pessoas que foram livremente contratadas e que apenas pretendem trabalhar cumprindo assim o seu contrato.
Uma manifestação desagradável de racismo? Pois parece, muito embora o objectivo do texto seja outro, a saber - defender a anterior direcção das críticas da actual direcção demissionária.
Seja como for é uma atitude inqualificável porque para defender os nossos argumentos não vale tudo. Mesmo em artigos de opinião o respeito e a educação devem estar em primeiro lugar.
Para além do mais os insultos proferidos traduzem-se numa clara desvalorização dos activos de um clube que afirma ser o seu!
O Belenenses devia reagir? Sim, se houvesse coragem.
De qualquer modo não lhe ficava mal um pedido de desculpas, pela mesma via, ao presidente da assembleia geral do Belenenses. E aos jogadores atingidos também.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Comissão ou JSN!

A sigla com que assino é JSM mas se trocarmos a última letra pela senhora que se segue podemos ler: - Junta de Salvação Nacional… que no seu tempo não chegou para salvar este país de si próprio, águas passadas que não gosto de recordar.
Regressando ao presente azul desmaiado só entendo uma Comissão de Gestão se tiver esse espírito excepcional de ‘salvação’ do Clube. Se for para gerir a crise ou preparar futuras eleições não vale a pena darem-se ao incómodo, porque não resulta. Nunca resultou.
Mas entendo o argumento de Gouveia da Veiga: nas condições actuais, sem sabermos toda a verdade sobre a real situação do clube (em todos os seus aspectos) não há ninguém (vindo de fora do circuito do poder) que arrisque candidatar-se. E, acrescento eu, a única maneira para que a verdade seja revelada aos sócios será (talvez) através deste expediente a que chamamos - Comissão de Gestão.
Refiro-me à verdade possível, melhor dito, à verdade útil, aquela que pode fornecer os elementos para que os sócios possam decidir em consciência qual o futuro que pretendem para o Belenenses.
Aceito nestes termos o preço da concórdia, que pode e deve ser pago em nome dos superiores interesses do Clube, da sua sobrevivência. Mas com uma única condição: - saber a verdade… para agir em conformidade.

Saudações azuis.

quarta-feira, setembro 17, 2008

“As ondas do Restelo”

“Duas jornadas apenas no campeonato, a época ainda no começo e o treinador já mal consegue respirar com a contestação. Casemiro Mior já não consegue levantar-se do banco no Restelo sem ser contestado.
Na mente dos adeptos ainda está o bom futebol praticado pela equipa nas últimas épocas, pensam a par do fantasma de Jesus, e não aceitam que tudo isso se tenha transformado num jogo triste e sem dinâmica. A equipa foi montada com um saco de jogadores brasileiros – doze – mas saíu o craque goleador, Weldon. Pelo meio, ainda com o aroma do bom jogo, resistem Silas e Zé Pedro. Custa entender o porquê das coisas terem deixado de fazer sentido no Belenenses. Um orçamento de 8 milhões de euros não rima com nada disto.
Buscando soluções para o futuro, a palavra mais repetida por Casemiro Mior tem sido adaptação. À maior velocidade europeia, mais em força, as novas tácticas, espaços.
Se isso faz sentido para um jogador ou outro, custa entender um projecto que comece com esta ideia aplicada ao funcionamento de todos os sectores da equipa.”

Com a devida vénia - Luís Freitas Lobo in Jornal “A Bola” de 17/09/08.

Comentário: Existe neste texto de Freitas Lobo, que habitualmente leio e aprecio, uma crítica explícita ao trabalho realizado (até agora) pelo treinador do Belenenses. Sabendo que é fácil criticar da bancada (ou através de artigos de opinião) temos que admitir que alguma verdade subsiste quando o autor aponta o dedo às dificuldades de articulação da equipa. Ainda assim espero que Casemiro Mior seja como os corredores de fundo, que partem de trás, cheios de dificuldades, mas acabam na frente a discutir os lugares cimeiros. E que outra esperança podemos ter… nesta altura do campeonato?!

Saudações azuis.

domingo, setembro 14, 2008

Trocas e baldrocas

Trocar de presidente?! Já está.
Trocar de treinador?! É já a seguir.
Trocar de jogadores?! Todos os dias.
E para quando trocar de sócios?…

Vi o jogo treino com o Vitória de Setúbal e li hoje as declarações de Casemiro Mior. Mas comecemos pelo jogo:

Uma nova experiência, uma nova equipa (diferente da que jogou na primeira parte contra o Paços de Ferreira) e ao que tudo indica apontada a Alvalade.
Principais diferenças – a entrada para o eixo defensivo de Alex (no lugar de Arroz) fazendo companhia a Carciano; as laterais foram ocupadas por Mano no lado direito (em substituição do lesionado Baiano) e por Maykon na esquerda ( no lugar do também lesionado China); à frente da defesa jogou Gabriel Gomez, enquanto Cândido e Silas fechavam de um lado e do outro do meio campo; mais à frente vagueavam Wender e Roncatto, com aquele a descair (desmarcar-se) muito para as faixas; no centro do ataque estava Porta.
Portanto, muitas caras novas.
Na primeira parte do treino o Vitória controlou o jogo graças a uma maior mecanização e entreajuda entre todos os elementos mas seria injusto não realçar a importância de ter Leandro Lima, um jogador acima da média que se mexe e faz mexer a equipa. Nós não temos, por enquanto, um jogador com essas características a meio campo – qualidade e espontaneidade do passe a significar grande visão de jogo. E a propiciar a obtenção de golos.
Do nosso lado, quer Silas quer Cândido Costa, e mesmo Gavilan, têm sempre um compasso de espera, que dá tempo ao adversário para se recompor ou tentar o desarme.
E por falar em golos, a primeira parte também revelou essa faceta que começa a complicar as contas de qualquer equipa – enorme dificuldade em criar situações de golo e já sabemos que para marcar uma vez precisamos de criar várias oportunidades.
O Vitória marcou num lance fortuito de contra ataque (pediu-se fora de jogo) mas a verdade é que o passe que desmarcou o avançado sadino surpreendeu a meia esquerda da defesa azul. O segundo golo aconteceu através de um livre bem marcado, uma simulação inicial de remate que enganou Costinha. Esta foi a história da primeira parte com o Vitória a recolher aos balneários a ganhar por 2-0.

Na segunda parte o Belenenses surgiu sem alterações mas com outra velocidade a trocar a bola e com a equipa mais junta. E finalmente com os laterais a subirem (na primeira parte só Maykon se aventurou) com Mano a mostrar rapidez e envolvência. Aconteceram então algumas jogadas perigosas, alguns cruzamentos à linha, que arrancaram os primeiros aplausos aos sócios do Belenenses. O uruguaio Porta revelou-se um jogador ágil e com poder de elevação, falhando por um triz um cabeceamento que daria um bonito golo! Roncatto, até aí enervante, muito individualista e conflituoso, teve finalmente uma boa jogada falhando o golo só com o guarda-redes pela frente. Estamos a falar de Pedro Alves que já jogou de azul e que entrou na segunda parte, ficando na retina uma extraordinária defesa sobre um potente livre de Gavilan!
Apesar de todo este pressing o Belenenses haveria de ser surpreendido num contra ataque já perto do final sofrendo assim o terceiro golo e com a equipa a denotar já pouca capacidade de recuperação defensiva.
Mas este segundo período foi do Belenenses… só que não marcamos (e falhamos) golos!
A cinco minutos do fim Casemiro Mior fez algumas substituições de uma assentada mas já não deu tempo nem para jogar nem para fazer uma apreciação de quem entrou.


Conclusões:

É preciso definir a equipa principal de uma vez por todas e assim que esteja definida torna-se necessário apostar nos respectivos jogadores a fim de os moralizar;
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O patrão da equipa ainda não existe nem pode existir atendendo ao que se diz no ponto anterior, não obstante o facto de termos de inventar um ‘Leandro Lima’. A propósito, o que é feito de Sérgio Organista?!
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Nesta primeira fase do campeonato e atendendo à deficiente interligação entre sectores (na minha opinião, a principal responsável pelos golos sofridos) talvez fosse preferível armar a equipa sobre o ‘pendor defensivo’ , com dois trincos rápidos, acautelando as dobras, numa espécie de equipa de contra ataque, sistema familiar à mentalidade dos jogadores mais antigos do plantel;
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Entretanto, não vamos entrar em dramas escusados e pode ser que a equipa engrene de repente… já em Alvalade. E logo em Alvalade…
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As declarações finais de Casemiro Mior não são brilhantes, especialmente pelo tom. Os treinadores também precisam de sorte mas não podem ter um discurso desmotivante;
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Por muito que queiramos minimizar o vazio directivo (e quem o provocou) a verdade é que se sente no Restelo um ambiente de culpa (e apreensão) que não dá para disfarçar. Os sócios cochicham em pequenos grupos mas todos sabemos que a responsabilidade pelo estado do Clube é nossa – de todos os belenenses. Prevejo tempos muito difíceis para além do futebol.

Depois de Alvalade voltaremos ao assunto… do futebol.
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Saudações azuis.

quinta-feira, setembro 11, 2008

A invasão silenciosa

Não é ficção científica, é uma história clássica que prenuncia a derrocada final. Começa devagarinho, na maior parte das vezes é premeditada mas no caso do Belenenses não foi, aconteceu ou foi acontecendo com a decadência do futebol e foi nesse vazio crescente que as modalidades foram ganhando peso e importância. Isto significa que o actual quadro dirigente do clube (aqueles que têm influência decisiva na sua vida) se alterou substancialmente e é hoje constituído por pessoas que ‘subiram’ através das tais modalidades e não porque tivessem contribuído para o êxito do futebol azul - antigamente o único critério para todos os belenenses.
Nestas condições e para esse grupo de pressão o futebol aparece já não como a alma ou a essência da colectividade mas apenas como mais uma modalidade, por enquanto a mais importante.
Por aqui se compreende que surjam expressões divisionistas como sócios ‘futeboleiros’ para os distinguir dos outros, sejam os que frequentam o Restelo por causa do pavilhão, das piscinas, do rugby, ou por qualquer outro foco de interesse. Sejam inclusive os chamados eclécticos que vão a todas.
Esta situação era aliás inevitável e chegamos ao ponto da galinha e do ovo – discussão tão interessante quanto inútil. Incluindo nas inutilidades andar a escavar sobre mortos e vivos, numa espécie de caça às bruxas sem fim à vista.
Mas existe uma discussão útil, a saber: cientes de como esta história vai terminar não seria de enfrentar o destino pelos cornos em lugar de continuarmos com paliativos a adiar o Clube de Futebol “Os Belenenses”?!

Saudações azuis.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Pois claro!

Qual é a admiração?!
Fugiu um patife confesso na óptica da situação e vamos lá apoiar uma comissão de gente boa, gente que não tem nada a ver com o anterior designado, nada a ver com o descalabro, com a desertificação, com a decadência do clube e começa a não ser a mesma coisa falar do Restelo e falar do Belenenses! Explico: para se ser ‘sócio do Restelo’ temos que aceitar umas quantas regras ditadas por um conjunto de pessoas (não eleitas) que a toda a hora nos lembram quais são os nossos deveres para que possamos então adquirir alguns direitos. Coisa diferente é ser sócio do Belenenses e esses têm cada vez menos vontade de ir ao Restelo! Falo por mim e sei do que estou a falar.
Mas voltando ao momento auspicioso onde já desponta um novo herói, na pessoa do presidente da AG, parece-me que temos novidades – as mesmas, como dizia o outro!
Lesto a mudar de opinião o presidente Anes entendia ontem - eleições o mais rápido possível, e para todos os órgãos, porque o clube precisa de um novo rosto; entretanto, parece que é melhor uma comissão de gestão, com gente de todas as sensibilidades, porque os sócios estão muito divididos!
As eleições e a rotura com o passado podem esperar, isto vai continuar assim que é assim que a malta gosta. Ah, e vamos debruçarmo-nos (mais uma vez) sobre os estatutos porque o que está a atrasar o Belém são os estatutos! Estatutos que não prevêem a impunidade dos arruaceiros e por isso talvez se possa melhorar nesse aspecto incluindo algumas excepções. E não se esqueçam de apoiar (e institucionalizar) outros grupos de pressão que é para ver se dão cabo do resto!
Uma pergunta: já parou a contestação à equipa de futebol, aos brasileiros, ao treinador, etc. etc.? Ou isso agora já não interessa?!
Outra pergunta: e os resultados da auditoria existem ou não existem? Fez-se ou não se fez alguma auditoria?
É que não estou a ver uma comissão de gestão ‘unitária’, onde portanto hão-de estar os visados na tal auditoria, a fustigarem-se numa sessão de masoquismo primário! Não estou mesmo a ver.

Saudações azuis.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Uma vergonha

Já me contaram muitas histórias, já li muitos romances, mais isto e mais aquilo, mas em primeiro lugar o que se torna necessário afirmar sem subterfúgios é o seguinte – condeno veementemente os insultos e as ameaças perpetradas contra o Presidente do Belenenses, eleito para o cargo pela maioria dos sócios votantes!
Tudo o resto vem depois, e não chegou ainda a hora de abordar outro assunto.
Explicações para a demissão deu-as o presidente numa entrevista clara e objectiva - não tinha condições para dirigir o clube face à onda de contestação, aos insultos e às ameaças à sua integridade física! Só não percebe quem não quer.
Mas pelo que leio o óbvio é afinal obscuro e surgem teorias da conspiração insinuando razões mais profundas para a demissão de Fernando Sequeira. Cito de memória algumas frases edificantes – ‘que o presidente se pôs a jeito’, ‘que ele devia saber ao que vinha’, ‘foi-se embora porque falhou o projecto imobiliário’, ‘é um cobarde…’ só faltou dizer que a profissão de presidente do Belenenses inclui umas bofetadas sempre que alguns ‘associados’ entendam por bem aplicá-las!
Mas o mais grave de todas estas ‘explicações’ é o facto de deixarem na penumbra os arruaceiros e os seus mandantes! Despacham o assunto dizendo que é um caso de polícia! Porém, aqui chegados, das duas uma – ou andam muito distraídos ou pactuam com o clima de intimidação e impunidade que vigora no Belenenses há muitos anos. Clube onde residem (e resistem) um conjunto de poderes fácticos que condicionam tudo à sua volta. E ai de quem pense afrontá-los nos seus interesses e mordomias. É ameaçado e corrido. Esta sim, é uma boa explicação para a decadência permanente, para o vira o disco e toca o mesmo, para o afastamento dramático dos sócios, para a ingovernabilidade do clube.
Por isso e como referi em comentário que fiz no ‘Belém Livre’ pouco interessa saber se Fernando Sequeira errou ou não errou, se está lá por isto ou por aquilo, porque mesmo que fosse o melhor presidente do mundo ter-lhe-ía acontecido o mesmo… se por acaso tentasse mexer com os interesses instalados. É essa a sensação que fica no fim desta história.
Também por isso há muito que advogo uma rotura total com o passado recente e quem se candidatar só terá sucesso se puser em cima da mesa (antes das eleições) uma proposta radical – eu já a escrevi em tempos.

Saudações azuis.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Postal de férias

Vi a primeira parte a sul do continente e fui jantar fora pouco descansado - aquele falhanço de Vinicius que daria o 2-0 era de mau agoiro e foi… O telefone tocou mais tarde e o empate soou-me a desfeita uma vez que o Belém do primeiro tempo tinha cumprido os serviços mínimos para levar de vencida o Paços de Ferreira. O futebol afinal é isto, nada está seguro e como disse o treinador a equipa está pouco confiante e estremece à mais leve aragem.
Hoje, já em casa, acedi aos comentários da blogosfera azul para tentar averiguar o que se terá passado na segunda parte, tarefa difícil de concretizar atendendo ao tradicional bota abaixo que vigora desde que esta Direcção foi eleita! Mas ainda consegui perceber que terá havido alguma desorientação no meio campo com a saída de Zé Pedro e especialmente com a substituição de Gabriel Gomez, ao que parece fruto de alguma precipitação (ou engano) do banco do Belenenses na amostragem das placas! A verdade é que sofremos o golo do empate logo a seguir… o que vem reforçar uma ideia antiga – nos trincos não se mexe.

Já tinha lido e não acreditei, mas afinal é verdade - foi necessária escolta policial para proteger elementos da Direcção no fim do jogo!
Se pensarmos que se trata de uma Direcção eleita pela maioria dos belenenses penso que estamos a bater no fundo e só existe salvação se condenarmos (e reagirmos) sem subterfúgios contra este tipo de comportamentos por parte de quem se julga dono clube e apenas contribui para a sua rápida extinção.
Não esqueçamos que o clube são os sócios que teve , que tem e que terá e por isso a ninguém é legítimo arvorar-se em defensor da alma belenense, julgando-se mais belenense (ou com mais direitos) que os outros.
Neste sentido, o Belenenses não precisa de centrais nem de pontas de lança – precisa apenas de respeito entre a massa associativa e desta para com a Direcção eleita.

No sábado, entre a populaça que se acotovelava vi de longe a incapacidade de Jesualdo para matar um desafio que lhe corria de feição. Vi também os encarnados caírem exaustos pedindo substituição e achei graça aos comentários que criticam a preparação física do Belém!
Mas continuo a não achar graça nenhuma aos enormes brindes que oferecemos quer ao Porto quer ao Benfica nas pessoas de Rolando e Amorim!!! Como foi possível não termos segurado a tempo estes jogadores com contratos que nos rendessem dinheiro que se visse??? Quem foram as Direcções responsáveis por esta enorme omissão??? Onde estavam na altura os ‘associados’ que queriam bater nesta Direcção??? Que ao contrário das anteriores, e ao que consta, tenta segurar as nossas jovens promessas!

Não conheço ninguém desta Direcção, mas só por isso ( e pela má vontade que desperta entre as ‘quintinhas’ do Restelo) passa a ter o meu apoio e consideração.

Saudações azuis.


Post-Scriptum: Quando me preparava para publicar este postal recebi a notícia que Fernando Sequeira se tinha demitido. Como é fácil de perceber, mais uma vez a contestação de meia dúzia de indivíduos terá conseguido os seus objectivos. O Clube de Futebol “Os Belenenses” sai concerteza a perder.

terça-feira, agosto 26, 2008

Meninos de Coro

Férias, nada que fazer, fui dar à ‘SIC-Notícias’, canal que em matéria de informação usa o tradicional funil, ou seja, tratando-se de futebol reduz o assunto aos clubes do estado.
E lá estavam os três meninos de coro, o cantochão do costume, moderado como de costume. O alinhamento do programa é relativamente simples: - cada um dos meninos tem a sua rábula cabendo aos telespectadores a tarefa de descodificarem as bocas, as caretas e demais reticências que se vão produzindo ao ritmo de um jardim de infância:


Ontem o menino de alvalade estava de birra porque lhe tinham assinalado um penalty em casa! Coisa rara e pouco vista! Mas a grande penalidade foi bem assinalada porque se tratou de uma falta continuada – um carrinho por trás (guiado por Polga) que levou o jogador do Trofense desde a entrada da área do Sporting (quase) até à Trofa! E o choro tornou-se convulsivo, pedia-se a cabeça do fiscal de linha, um exagero que tinha outros objectivos: na mente estava já o Bom Jesus de Braga.

O menino das Antas, sarrafeiro de longo curso (já vem do tempo da Constituição!) queixava-se ontem de uma sarrafada! Uma entrada rija mas não violenta sobre o luxo do Dragão! Repetiram o lance cem vezes ao retardador, crucificaram o pobre defesa do Belenenses que cortou a bola na perpendicular do jogador do Porto, e no choque inevitável atingiu a bota do argentino de raspão. Crucificaram também o árbitro, que estava bem colocado (de frente para a jogada) e ajuizou o lance em tempo real e, tal como eu, não vislumbrou nenhum massacre.
A estratégia deste ex-Aguiar da Liga também parece clara: - enquanto falamos nas sarrafadas dos outros não reparam nas nossas. E nós que temos lá dois centrais que só jogam de pantufas!

Quanto ao menino da Luz a noite era para desconversar. Perguntava pelo Quaresma, atirava lenha para a fogueira a ver se os outros dois se pegavam, tudo menos falar sobre o dream-team habitual… que empatou com o Rio Ave! E com um golito do Nuno Gomes!

O programa é básicamente isto, e se for levado a brincar ‘no pasa nada’ como dizem nuestros hermanos. Só que aquilo não é a brincar, é visto por muita gente, mexe com muito dinheiro e mexe sobretudo com valores que merecem algum respeito. Desde logo o princípio do contraditório - no caso do auxiliar que assinalou uma grande penalidade em Alvalade, o direito à defesa da honra já que foi ali acusado de tudo e mais alguma coisa. E também deveria haver lugar para a defesa da verdade no que toca à acusação de jogo violento sobre Lucho Gonzalez, quer através do árbitro do encontro quer da parte do Belenenses. E talvez fosse de aproveitar a oportunidade para desmistificar de vez a mentira de alguns lances visionados em câmara lenta que distorcem a factualidade do contacto entre os jogadores. Nestes casos só a velocidade real permite ter a noção e a dimensão da ocorrência.
Para além disto, que não é pouco, ainda ficam as descaradas pressões sobre os árbitros e a concorrência desleal, matérias onde a Liga , a Federação e o Governo têm muito por onde pegar.

Saudações azuis.

Venha conhecer "os Conquistadores" 2008-2009


A equipa de Futsal do Belenenses realiza amanhã, 4ª-feira dia 27 de Agosto, pelas 20h30 o jogo de apresentação aos Sócios e Adeptos defrontando a equipa do Instituto D. João V.
Venha conhecer os atletas que compõem o plantel para 2008-2009 e apoiar a equipa. Este é o primeiro jogo efectuado no Restelo depois do brilhante campeonato realizado na época passada pelo que é uma oportunidade de ver ou rever "os Conquistadores".

A Secção aproveitará este jogo para homenagear e agradecer à C.M. Idanha-a-Nova a forma fantástica com que foi recebida e trabalhou durante o estágio realizado nesta bonita Vila.

Não fique em casa, troque o sofá pelo pavilhão, venha ao Restelo saudar e apoiar a equipa.

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Secção de Futsal.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Erros não forçados

No fim do jogo Jesualdo Ferreira sublinhou a fortaleza táctica do Belenenses para explicar as dificuldades da sua equipa em resolver (de vez) o jogo no estádio do Dragão. Tem razão e não fora o excesso de rigor do árbitro portuense, ao punir Carciano com um segundo amarelo (na sua segunda falta!) numa jogada ‘não prometedora’, e talvez as coisas se complicassem para o lado do Porto.
Mas não foi por aqui que começou a ‘derrota anunciada’ – e explico a expressão e as aspas: ‘derrota anunciada’ porque através dos inúmeros comentários que venho lendo na blogosfera e não só (por quem se intitula belenense !) a palavra de ordem deste defeso é dizer mal da direcção, do treinador e dos novos jogadores contratados!
Felizmente que não percebem patavina de bola e acabam por ser úteis para fazermos uma avaliação mais correcta da categoria dos jogadores – por exemplo, quando dizem que determinado jogador é muito bom já sei que não é assim tão bom e vice-versa.
Mas voltando ao jogo a verdade é que foi relativamente equilibrado sendo apenas decidido nos chamados ‘erros não forçados’, expressão vulgarizada pelo ténis – no primeiro golo Rodrigo Arroz executa um passe de risco com a equipa balanceada no ataque resultando daí um imediato contra ataque que terminou num golo feliz de Mariano Gonzalez, com China a facilitar no alívio; no segundo golo, o remate de meia distância (indefensável) de Hulk foi feito sem qualquer oposição. Mas contabilizei outros erros inadmissíveis em alta competição na sua maioria fruto da inadaptação de alguns dos novos jogadores aos ritmos e à velocidade do futebol europeu. Mas não têm a ver com a categoria técnica individual dos novos jogadores, que repito, não é inferior aos habituais residentes.

Análise individual ao desempenho:

Júlio César – Esteve bem, sem erros, nem invenções.

Baiano – rápido a sair para o ataque onde criou algumas situações de superioridade numérica, foi o grande responsável (auxiliado por Cândido Costa) pelo menor brilho de Cristiano Rodriguez;

Carciano – o elemento mais adaptado ao futebol português, autoritário, bem nas dobras, acabou punido com um segundo cartão amarelo numa altura crucial do encontro – quando o Belenenses se mostrava mais ameaçador na busca do empate;

Matheus – Um central com classe como já tinha evidenciado em Setúbal. Única mancha – um atraso de cabeça para Júlio César que poderia ter redundado em golo;

China – exibição menos conseguida. Desatenção fatal no lance do primeiro golo, e algumas ingenuidades defensivas. Tem que ser mais preciso nos cruzamentos.

Arroz – jogou a médio defensivo emperrando o meio campo portista. Foi uma inovação que pode ser potenciada no futuro num jogador com alguma polivalência. Fica ligado ao primeiro golo já que falhou um passe em zona de risco.

Cândido Costa – exibição de claros e escuros, bem no auxílio à defesa (excepção a um desplante junto à linha de fundo), conseguindo libertar-se algumas vezes para o ataque organizado. Jogou mais próximo da sua posição original, onde pode ter um rendimento superior.

José Pedro – intermitente, foi melhorando com o decorrer do jogo. Não está confiante.

Maykon – pesado, lento a executar, fora do ritmo do jogo, uma exibição falhada;

Silas – mais encostado à frente nunca conseguiu criar perigo para a baliza de Helton. Aliás foi no desenvolvimento atacante que mais se notou a diferença entre as duas equipas;

Marcelo – esforçado, mais magro e mais desenvolto, tentou agarrar uma bola que sempre lhe escapava; também um atraso de bola para Júlio César a evitar no futuro;

Organista – substituíu Rodrigo Arroz na tentativa de subirmos mais no terreno, mas não fez a diferença; corremos mais riscos defensivos e o golo de Hulk é na sua zona de acção;

JPOliveira – substituíu Marcelo e entrou bem na partida; no seu estilo um tanto atrapalhado incomodou na área do dragão;

Vinicius – entrou para o lugar de Maykon e criou alguma dinâmica ofensiva mas foi sol de pouca dura, logo a seguir a expulsão de Carciano haveria de ser determinante no desenrolar do desafio. As bolas deixaram de chegar lá à frente e sem bola não se ataca. Veio entretanto o segundo golo e acabaram aí as esperanças azuis.

Resultado final: Porto 2 – Belenenses 0

Saudações azuis.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Há qualquer coisa que não bate certo…

Tenho exibido algum optimismo em relação ao futuro desta equipa de futebol, e por várias razões:
- o treinador conhece (e teve êxito) no futebol português;
- os jogadores brasileiros que vieram têm alguma qualidade técnica;
- os bons vinte minutos da segunda parte em Setúbal, a que assisti;

De então para cá, vi o enervante jogo com o Espanhol, e ontem, já a sério, contra o Covilhã, assisti a outro jogo decepcionante.
A equipa parece presa aos varões dos matraquilhos, os dois avançados, que não sabem jogar de costas para a baliza, desperdiçam as poucas bolas jogáveis que lhes chegam, enquanto os laterais (Cândido e China) não sobem nem criam os necessários desequilíbrios.
Perante isto e como bem dizia um consócio à saída do estádio – “o actual sistema táctico não serve”.
Dou-lhe razão, uma vez que Casemiro Mior vem insistindo num (4-1-3-2) inadequado às características (ou insuficiências) dos jogadores que temos. Aliás parece-me que naqueles vinte minutos em Setúbal jogámos apenas com o Marcelo lá na frente possibilitando as subidas de China e as entradas pela esquerda de Silas e Maykon, situação que dificilmente podia acontecer no jogo de ontem.
Verdade que o Covilhã viveu práticamente acantonado junto à sua área e houve períodos na segunda parte em que estavam vinte e um jogadores no meio campo dos serranos! A excepção era Júlio César. É evidente que nestas condições é complicado inventar espaços e com o tempo, e o resultado em branco, a equipa e os jogadores intranquilizam-se. Mas ainda assim era de esperar outra mobilidade, outra garra, e aqui entram os jogadores que ficaram da época transacta que, para surpresa minha, não se distinguiram neste aspecto dos neófitos, que têm apesar de tudo outras atenuantes! Será que existem problemas de balneário?! Ou de liderança?!
Se existem, então é preciso cortar a direito. Doa a quem doer.
Não me esqueço que o Helénio Herrera quando chegou ao Belenenses sentou o Matateu no banco dos suplentes e só ao fim de alguns jogos é que o chamou outra vez. E construiu do nada uma equipa de jovens jogadores mas que se batia em qualquer campo de acordo com a grandeza do clube.
Mas de que estou eu a falar, se ontem vi alguns sócios mais preocupados com a sobrevivência do basket do que com a sobrevivência do Belenenses!

Saudações azuis.

Nota básica: Para os adeptos (inclui a Direcção) que ainda não perceberam a conjuntura em que vivemos e que portanto não vêem o precipício que está à frente dos clubes de futebol em Portugal (exceptuando os três que podem ter as dívidas que quiserem) fica o aviso – acordem.
Este tempo não se compadece com eclectismos (ando a repetir isto vai para três anos) é hora de apostar tudo no futebol porque sem futebol não há clube nem eclectismos. Esta mensagem é para belenenses, não é contra ninguém.

sábado, agosto 16, 2008

Diário Olímpico

“Peço desculpa aos portugueses porque estiveram a pagar para eu vir ao Jogos” – assim falou Francis Obikwelu após ter falhado a presença na final dos 100 metros!
Este nigeriano, que trabalhava nas obras quando alguém se lembrou de o levar ao Belenenses, revelou nestas declarações a massa de que se fazem os campeões!
Que diferença de mentalidade em relação ao habitual!
Parabéns Obikwelu, não por teres perdido, mas porque és educado!

Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 15, 2008

De manhã, caminha…

Vamos pôr isto em bom português: eu caminho, tu caminha, estamos em Pequim e de manhã o corpo pede caminha. Melhor seria: vamos a caminho de Caminha que ainda é minha porque fica no Minho?! Consultar para o efeito o tratado de Tuy.
Seja o que for, a olimpíada portuguesa continua em alta: - os malandros dos árbitros; eram só oito setas…; foi por centésimos…; estou a gostar muito; esta viagem é um prémio; a égua assustou-se com a televisão!
A mentalidade anti-competitiva (quantas vezes já me referi a isto!) a funcionar - desde pequenino a não torcer o pepino – perder é uma vergonha, foi assim que te ensinaram, não foi meu rico menino?!
Vergonha e medo, por isso não és do Belenenses, diz a verdade, o teu pai (ou o teu tio) ainda eram, mas tu já não tens coragem de ser.
Não procurem razões (nem escutem os entendidos) porque aqui está a razão porque no futebol (e no resto) só há adeptos de três clubes… e com tendência minguante. Que isto de ser ‘região de Bruxelas/Madrid’ tem os seus inconvenientes, como por exemplo deixar de ser País. E as regiões não organizam campeonatos nacionais. Estão a ver?!
Bem, mas estávamos nós na caminha em Pequim onde se fala mandarim que vem do nosso verbo mandar. “Quando ainda tínhamos verbos…”!*

Saudações azuis.
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* Lamento de Teodoro a caminho da China - 'O Mandarim' de Eça de Queiroz.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Olimpíadas na segunda circular

As bandeiras estão içadas dos dois lados, o estádio ninho de pássaro existe, por ali não faltam terrenos para dar e vender, tudo se conjuga para que as próximas olimpíadas se realizem em torno daqueles dois baluartes do desporto nacional!
Não vamos dar importância aos pormenores – esqueceram-se de construir uma pista de atletismo?! Não há problema, os atletas vão treinar a Espanha, em última análise pede-se mais um sacrifício ao orçamento de estado. O que é preciso é que o atleta apareça na fotografia com a camisola e o emblema do ‘baluarte’.
E quando não existem nem secção nem atleta também não há problema – adquirimos o atleta nos pequenos clubes dedicados á formação. A publicidade e os impostos dos portugueses encarregam-se do resto.
E isso resulta? Não, mas o povo gosta disso.

Noutro registo - enviámos a Pequim a maior representação de sempre a uns Jogos Olímpicos e não é preciso ser adivinho para perceber que será também a maior frustração de sempre em termos de resultados. Não estou a falar de medalhas mas da simples expectativa que os atletas superem (ou ao menos igualem) as suas melhores marcas.
Infelizmente será mais do mesmo, com dois ou três super dotados a conseguirem o ouro e a prata que escondem a verdade do nosso desporto olímpico. E a verdade é amarga, pois tal como na política, os resultados desportivos não enganam - continuamos a divergir da Europa. E não é por falta de apoios estatais nem de propaganda!
Então porque será?!
A primeira parte deste escrito dá uma pista (olímpica) – e que tal apoiar fortemente o desporto escolar em vez de esbanjar dinheiro em clubes profissionais de futebol que, pese a boa vontade de alguns carolas, são aquilo que são – clubes profissionais de futebol.
O eclectismo de antigamente já não existe, nem pode existir. O que existe nos outros países europeus é um desporto escolar bem organizado, e a jusante, clubes por modalidade, onde os mais aptos podem desenvolver os seus dotes, sem estarem sujeitos aos interesses da indústria do futebol, e não só.
Assim talvez se inverta o nosso fado.

Saudações azuis.

terça-feira, agosto 12, 2008

O dia do adepto

Portanto é o meu dia, já que há dias para tudo, resta saber se estou bem ou mal disposto! Estou assim, assim, e quando estou assim, assim, normalmente dá-me para disparar em todas as ‘direcções’! Umas vezes acerto, outras não.

Primeiro remate:
Não escondam o símbolo, não disfarcem a Cruz de Cristo naquilo que alguns chamam emblema! O emblema é apenas a moldura. Só os distraídos é que se entretêm a olhar para as molduras e esquecem a obra de arte.
Queriam outro símbolo?!
Enquanto pensam na resposta desviem os olhos para a direita e certifiquem-se da identidade do Clube. Em dois momentos distintos, dois grandes jogadores, que traziam o símbolo bem à vista, encostado ao peito, não nas caneleiras!

Segundo remate:
Contra a censura e contra os ‘juizes do bom adepto’! Mas principalmente contra a falta de respeito pelos outros adeptos.
Cada adepto vive o clube como entende, desde que essa vivência não colida com a liberdade dos outros. A coisa só se complica quando pensamos que somos melhores adeptos que aqueles que afinal compartilham a mesma paixão! E por acharmos que somos melhores adeptos vá de insultar os outros julgando que o clube é nosso!
É urgente acabar com este tipo de juízos, que não levam a lado nenhum e só afastam gente. Numa altura em que temos que fazer crescer a massa associativa a primeira preocupação passa por manter os sócios que ainda resistem! E não o contrário.

Terceiro remate:
No mesmo sentido é urgente encontrar uma forma de pagamento das quotas ágil e moderna, que não obrigue a uma ida ao Estádio do Restelo. A maioria dos adeptos já não vive em Belém, muito menos em Lisboa e só se decide a ir ao Restelo em dias de jogo, ou nem isso. Mas são os sócios que temos e como disse acima convém que se mantenham ligados ao clube. Por outro lado, o velho sistema do ‘cobrador’ não resolve o problema, (as pessoas hoje em dia não estão em casa) e o que sucede é atrasarem-se duas ou três quotas e quando dão por isso começa a ser muito dinheiro. Talvez esteja aqui a razão de algumas desistências.

Quarto remate:
Continuo a acreditar no treinador, aliás ainda é muito cedo para efectuar julgamentos sobre a época que se avizinha. Continuo a acreditar que de uma maneira geral, e em termos individuais, os jogadores que vieram têm categoria e margem de progressão. Não descortinei nenhum cepo, ao contrário do que tem acontecido em anos transactos. Insisto em que no jogo com o Espanhol estava presente o núcleo duro da época passada que foi incapaz de segurar a bola e o jogo especialmente na segunda parte (até às substituições). E na primeira parte a ala direita (Cândido e Mano) também não funcionou.
Portanto não me admiraria nada que alguns dos titulares da época passada acabem no banco ao fim de três ou quatro jornadas.

Quinto remate:
Também concordo que um defesa central habituado ao campeonato português teria sido útil para enquadrar a nova estrutura defensiva, tanto mais que o guarda-redes é ainda jovem e dado a algumas ‘invenções’. Como já referi anteriormente falta também uma estrela, um chamariz, que entusiasme a plateia. E estou convencido que a solução pode vir do Porto… mas só depois de jogarmos contra eles.

Sexto e último remate:
As declarações de Silas são interessantes e sou apologista de que o capitão de equipa deve ter algum protagonismo, desde que devidamente enquadrado e sintonizado com a política do clube. Ou seja, um protagonismo que estabilize e moralize, quer a equipa quer a sua massa associativa.
Iniciativas individuais, por sua conta e risco, não.

Saudações azuis.

domingo, agosto 10, 2008

O jogo do vento

Casemiro Mior surpreendeu apresentando uma equipa muito semelhante à da época passada – com efeito se fizermos bem as contas, para lá da dupla de centrais (Alcântara e Rolando) faltavam apenas o lateral esquerdo Alvim, substituído por China, e lá na frente em vez de Weldon esteve Marcelo. Claro que o Amorim também era habitual titular mas o Mano chegou a jogar naquela posição.
Mas de que vale este intróito?!
Serve apenas para concluir o seguinte: todos assistimos hoje a uma partida muito condicionada pelo vento, com equilíbrio de parte a parte, a revelar as grandezas e misérias que já existiam, e que não foram importadas este ano. É certo que o segundo golo resultou da falta de entendimento entre os centrais, deficiência a corrigir, mas que dizer do primeiro golo?! A classe de Tamudo é indiscutível mas Cândido Costa não está isento de culpas. De resto continuo animado pois quando começaram as substituições ( a dez minutos do fim) deu para ver que este ano temos mais e melhores soluções no plantel.


Grandezas e misérias:

Júlio César algumas hesitações nas saídas, o vento dificultou, defendeu um penalty e no primeiro golo ainda sacudiu o remate de Tamudo.
China jogou bem mas quando avança tem que ter em atenção ‘as suas costas’.
Cândido precisa de ser mais rápido a raciocinar e a soltar a bola. É um jogador adaptado a defesa direito.
Carciano continua a exibir grande voluntarismo, a sua altura não é problema até porque tem boa capacidade de elevação. Cuidado com as faltas próximas da área.
Arroz ainda não me convenceu totalmente, é bom jogador mas às vezes desposiciona-se. Terá cometido uma grande penalidade desnecessária! Ainda assim esteve mais lesto a desfazer-se da bola.
Gabriel Gomez a subir de produção, muito em jogo, exibição razoável.
Mano abúlico e escondido do jogo na primeira parte, depois acelerou o andamento e melhorou.
Silas fez um bom jogo e tentou levar a equipa consigo.
Zé Pedro sem ritmo, infeliz nos livres e remates. Apenas acertou uma vez para grande defesa do guarda redes do Espanhol!
Roncatto está um pouco pesado, sabe cobrir a bola, mas não pode render-se às faltas que sofre. Saiu ao intervalo lesionado.
Marcelo esforçado mas sem bola para jogar.
João Paulo Oliveira substituíu Roncatto sem vantagens.
Os restantes jogadores estiveram pouco tempo em campo.
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Resultado final: Belenenses 0 - Espanhol 2

Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Revista de quinta

O jogo treino em Odivelas confirmou que é preciso ter calma e evitar juízos precipitados. Confio no treinador que é o mais importante, e também confio nalguma sabedoria que adquiri ao longo de muitos jogos e muito sofrimento.
Aprendi no futebol que… o futebol engana muito!
Vi jogadores que ninguém dava nada por eles chegarem ao estrelato. E vi o contrário. Assisti a milagres: nas mãos de um treinador era um cepo. Nas mãos de outro treinador – um malabarista! Há também jogadores que evoluem enquanto outros regridem. Dou sempre o exemplo do Estevão, um extremo que aliava a velocidade e a força mas não a técnica. Acabou a carreira a marcar livres em ‘folha seca’!
Assim vou acreditar que o Baiano e o China sejam laterais seguros a defender e que as subidas no respectivo corredor sejam devidamente compensadas. Espero que os centrais se adaptem rápidamente ao nosso futebol – e que em vez de tentarem sair a jogar varram a zona ‘à Nivaldo’. Pelo menos durante os primeiros vinte minutos de jogo…. até acalmarem, até ganharem posição e ascendente.
Prefiro dois trincos para começar – o campeonato português é a luta pelo pontinho e jogar em casa é quase sempre uma desvantagem. Com efeito, a obrigação de assumir as despesas do jogo destapa fácilmente o último reduto defensivo o que pode ser fatal.
Centro campistas temos nós em quantidade e qualidade (saúde-se neste aspecto o jovem André Almeida!) e por isso vou torcer para que o ‘último passe’ não deite tudo a perder.
E cheguei aos avançados: Marcelo é o único com esse nome. Depois temos o Roncatto com limitações físicas e que já leva um ano de expectativas, tal como o JPO, este com engodo pela baliza mas a quem falta alguma base de sustentação. Chegou agora Junior Negão, um jovem jogador, e não seria justo dar-lhe menos tempo de adaptação do que aos dois mencionados jogadores.
Mas falta claramente qualquer coisa, talvez um dianteiro que faça a diferença, uma ameaça para os nossos adversários e um chamariz para os adeptos acorrerem ao Restelo.
Investir é a base de qualquer negócio, o futebol não foge à regra.

Saudações azuis.

domingo, agosto 03, 2008

“O povo é sereno…”

Estive em Setúbal, não estive na Reboleira, o que está escrito sobre este jogo de preparação foi o resultado de dois curtos telefonemas, um ao intervalo e outro no fim do jogo. Li entretanto alguns comentários na blogosfera azul que confirmam a opinião que tenho sobre os jogadores e a equipa. E como não preciso de ‘pareceres’ para esconder o que penso, o meu juízo é o seguinte:
Já não há jogos a feijões, e estes encontros de preparação não fogem à regra, deixam pistas mas também deixam marcas e por isso ninguém gosta de perder. Dito isto não vamos dramatizar, até porque não vale a pena, nem acrescenta nada. Uma coisa é certa, os jogadores que contratámos este ano têm bom nível individual e alguns têm grande margem de progressão. Quanto ao treinador não precisa de provar nada a ninguém.
E posso acrescentar que pela primeira vez em muitos anos temos várias opções a meio campo:

Vinicius (é rápido, desequilibra e sabe meter uma bola à frente dos avançados).
Edmilsson (é um jovem armador de jogo que precisa apenas de se adaptar ao futebol europeu).
Maykon (um interior esquerdo que joga e faz jogar uma equipa).

Só que ainda não temos equipa, porque uma equipa constrói-se de trás para a frente e aí é que tem residido o problema. Não é fácil (e demora tempo) a rotinar uma defesa. E mais tempo demora quando existe a necessidade de se fazerem experiências.
Além disso temos que perceber que o guarda-redes é normalmente uma peça importante neste equilíbrio e como tal as sucessivas (e também necessárias) trocas na baliza não têm contribuído para dar estabilidade ao sector.

Voltando á Reboleira e perante as dúvidas que assaltam alguns adeptos sobre o valor dos reforços, eu pergunto: acreditam mesmo que com Rolando, Alcântara e Alvim na equipa conseguíamos jogar a passo e ganhar ao Estrela da Amadora?!
É preciso não esquecer que hoje existem muitos jogadores de valor semelhante, e quem ganha é quem corre mais e quem tem mais vontade de ganhar.
Haja portanto esperança… foi só fumaça.

Saudações azuis.



Comentário:
de SPM


Este jogo, depois da ida a Setúbal, acabou por ser uma pequena desilusão, mas apenas porque confirma que ainda não temos equipa.

As dimensões do campo e a boa prestação da equipa de Lito Vidigal, surpreendente até para os adeptos locais, apenas ajudaram a perceber que estamos atrasados nesse aspecto.
No que diz respeito à qualidade individual de cada jogador, apesar da derrota, nota-se até uma evolução em relação a Setúbal.

Já com Gavilan em campo e o Caciano na sua posição… temos que melhorar muito na defesa, principalmente na dupla de centrais, mas por exemplo o China esteve melhor que em Setúbal e o Baiano confirmou que pode e deve ser a opção. Em geral não fiquei desiludido com nenhum jogador, acho apenas que devíamos ter mais opções para as laterais para o Cândido poder jogar a meio campo onde rende mais.

No meio campo, o Meycon é bom jogador, o Vinicius foi recuado para melhorar o seu jogo defensivo e parece ser também uma boa opção. Temos também o Mano e o Alicio que vão merecer as suas oportunidades, mas claro que o Silas e o Zé Pedro têm que subir de rendimento para a equipa funcionar apesar de que ainda falta ver o Organista em acção. E se o meio campo não rende, o que dizer do ataque?

Não há goleador que resista, ainda assim tivemos uma única oportunidade de golo, numa desmarcação do Vinicius, se não me engano, que deixou o Roncato e o JP Oliveira na cara do GR, os dois acabaram por se atrapalhar e o Roncato rematou ao lado.

Enfim, sofremos 5 golos e marcamos apenas dois, em jogos de preparação com equipas que mostram que o campeonato pode vir a ser bem competitivo.

Uma nota final à forma como os adeptos do Belenenses foram bem recebidos quer em Setúbal quer na Reboleira, gostei de assistir a estes dois jogos, na central, misturado com os adeptos locais e espero que estas duas equipas façam um bom campeonato e fiquem quase tão bem classificadas como o Belenenses.

Saudações azuis.

sábado, agosto 02, 2008

Estrela da Amadora 3 - Belenenses 0

Depois de um início prometedor a segunda parte resvalou outra vez para o lado do Estrela da Amadora, com mais iniciativa e instalado no nosso meio campo. Vanderlei que substituiu Carciano ao intervalo adaptou-se bem e um pouco mais tarde Cândido cedeu o seu lugar a Baiano.
Mas se a defesa melhorou, o meio campo - José Pedro, Silas e Vinicius - não conseguiu dar conta do recado.
E começaram as substituições: Marcelo saiu para entrar Roncatto; Maykon (que não desiludiu) foi substituído por J.P. Oliveira.
E já se sabe que quando começam as substituições não são de esperar grandes melhorias até ao fim do jogo. Foi o que aconteceu, com o senão de ainda sofrermos um terceiro golo evitável.
Portanto, o resumo deste jogo é o seguinte: nunca nos libertámos da pressão do Estrela (equipa jovem, aguerrida, que jogou bem e não deu espaços); criámos poucas oportunidades de golo; fomos obrigados a jogar sempre sobre a defesa e sofremos três golos.
Mas foi apenas um jogo treino e é melhor perder agora que depois.
Saudações azuis.

Ao intervalo a perder

Estou on line como dizia o Jesus (não se belisquem) e fiquei a saber novas da Reboleira: - Ao intervalo estamos a perder por duas bolas a zero... e a jogar mal! O campo pequeno dificulta a explanação do jogo e para abrilhantar a festa Júlio César deu um frango real logo a abrir ( na sequência de um livre)! No segundo golo Celsinho entrou pela esquerda da nossa defesa e fez o que quis de China e Arroz (o chamado arroz chao-chao!)
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Parece que a equipa que alinhou na primeira parte foi esta: Júlio César; Cândido Costa; Carciano e Arroz; China; Gavilan; Vinicius e Zé Pedro; Silas, Marcelo e Maycon.
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Júlio César saíu entretanto lesionado e foi substituído pelo Assis.
Em conclusão e salvas as devidas inexactidões do relato (informação telefónica à antiga portuguesa) parece que a defesa não está famosa.
Parece também que entrámos melhor na segunda parte.
Mais tarde sairá uma crónica em condições - esta foi só para os adeptos mais distantes.
Saudações azuis.

quinta-feira, julho 31, 2008

Antes e depois

Antes e depois de Maykon ou mesmo antes de recuarmos o Vinicius para avançarmos o Silas, são os cenários que passaram pela cabeça dos presentes, numa tarde quente em Setúbal onde os adeptos dos dois clubes se misturaram na bancada coberta.
Sobre as incidências da partida quero dizer que não percebo nada de losangos mas percebe-se logo quando existe alguém a armar jogo, fazendo jogar a equipa – acaba logo o futebol aos repelões, abrem-se os espaços para as desmarcações, e até pude ouvir um velho vitoriano queixar-se – o Belenenses quando cá vem parece que está a jogar em casa!
No caminho do regresso também concordei com um comentário do meu companheiro de regatas: - é bom sinal quando saindo a perder ao intervalo, conseguimos entrar bem na segunda parte e dar a volta ao jogo. É uma prova de vida do treinador! Até porque as equipas regressaram (práticamente) com o mesmo onze – o Belenenses efectuou apenas duas substituições: trocou de guarda-redes (Costinha por Assis) e fez entrar Maykon para o lugar de Vinicius.
Uma última ideia: o teste foi contra um Vitória (europeu) que manteve a estrutura da época passada e que ainda se reforçou!


Destaques:

O ‘factor Maykon’ fez a diferença nos primeiros vinte minutos da segunda parte. Depois lesionou-se e saiu, mas entretanto: - Janício andou aos papéis; Leandro Lima e Mateus (ex-Estrela da Amadora e que esteve nos planos do Belenenses) apagaram-se; o flanco esquerdo funcionou; Silas subiu no terreno e subiu de rendimento; José Pedro imitou-o; e China conseguiu finalmente chegar-se à frente para efectuar alguns cruzamentos. Até o nosso Matheus, defesa central esquerdino, me pareceu mais confiante e dominador!
Fica a pergunta: terá Mior encontrado um novo ‘Rossato’?! Com o José Pedro atrás ou à frente, consoante?!
Aguardemos.

O polivalente Carciano – jogou a trinco e valente não temos dúvidas que é! Mete o pé, a cabeça e o corpo todo, sem medo, é uma mais valia desta equipa. E como é rápido e tem boa técnica, pode ocupar qualquer posição defensiva

Marcelo Faria foi outro dos destaques: - é um ponta de lança experiente e lutador, que não inventa.


A rever:

O centro da defesa – algum nervosismo e alguns desplantes proibidos no futebol europeu.
A capacidade defensiva dos laterais, especialmente em termos de velocidade, deixou-me ligeiramente apreensivo.
E fico-me por aqui.
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Resultado final: Vitória de Setúbal 2 (Bruno Morais e Saleiro) - Belenenses 2 (Mano e Silas).

Saudações azuis.

terça-feira, julho 29, 2008

Idade perigosa

Há uma idade perigosa para os homens, já não é aos quarenta, é mais tarde, quando querem afirmar uma juventude que lhes escapa inexoravelmente. Nesta fase, enquanto uns procuram no alterne a julieta dos seus sonhos, outros arvoram-se nos revolucionários que nunca foram e emitem pareceres em conformidade.
Começam aqui os problemas para o próprio, mas especialmente para quem os rodeia, surpreendidos pelo insólito comportamento destes eternos jovens!
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Por exemplo, aplicada ao futebol a ‘doutrina Freitas’ era assim: - o árbitro resolve expulsar um jogador pelas razões (certas ou erradas) que entende; o jogador não se conforma, revolta-se contra a decisão e recorre ali mesmo para o plenário dos jogadores; o plenário decide então manter o jogador em campo e aproveita a oportunidade para suspender e substituir o árbitro!
O mesmo exemplo pode servir para ilustrar como funcionaria a ‘doutrina Freitas’ no caso do árbitro decidir encerrar o encontro invocando não haver condições para o mesmo prosseguir: nesta situação o capitão da equipa que estava a perder (ou a ganhar) reclamava para o plenário de jogadores, que suspendiam o árbitro e prolongavam a partida.
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Portanto escusa o professor Freitas de escrever um livro, basta-lhe uma folha A4 para esclarecer o seguinte: o presidente do Conselho de Justiça da FPF tem ou não tem poderes próprios?! E nesses poderes incluem-se ou não dar início e pôr fim às reuniões por ele convocadas?! Assim como declarar o impedimento de um qualquer conselheiro?! É que se tem poderes próprios pode naturalmente exercê-los com certeza ou erro, e das suas decisões (e enquanto durar a reunião) não cabe recurso para o plenário do Conselho de Justiça.
Se isto não é assim, então o presidente do CJ (ou de qualquer outro órgão similar) não tem poderes próprios e até o início dos trabalhos tem que ser votado pelo plenário dos conselheiros!!!
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Enfim… incongruências da idade.

Saudações azuis.