terça-feira, dezembro 21, 2010

O hino azul

Eu sei que temos muitos hinos, todos bonitos, sei que existe um hino oficial, bonito também, conheço-o, sei entoá-lo, mas de todas as letras e músicas que têm a ver com o Belenenses, aquela com a qual mais me identifico é cantada pelo Pedro Barroso e começa assim… ‘eu sou do mar…’ fala em caravelas que partiram da praia do Restelo há muito tempo, levando nas velas a Cruz de Cristo… E o refrão diz tudo… ‘Belém, Belém, grito do peito, Belém, Belém aqui te juro, azul do mar, como o passado, azul do céu, como o futuro…' Belos versos, bela voz, o hino mais bonito de todos os hinos, de todos os clubes!
Bem gostaria que todas as equipas do Belenenses (especialmente as mais jovens) entrassem em campo ao som desta afirmação de fé belenense. Ou de qualquer um dos outros hinos
Eu não descobri isto agora, mas fui alertado pelo pai de um jogador de palmo e meio, para a necessidade de transmitir algum calor (e fazer subir a auto estima) dos nossos futuros campeões. Daí a oportunidade deste postal.

Saudações azuis


Post- Scriptum: - E se por acaso algum leitor tiver a amabilidade de me enviar o hino do Pedro Barroso também eu abrilhantaria este espaço com a referida música.
Para o efeito o e-mail é - joaomenezes@sapo.pt

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Semmler e mais dez!

Não foi bem assim, mas quase, talvez inspirado no equipamento preferido do falecido Sério (lembro-me dele no estádio Nacional equipado de amarelo e preto) a verdade é que Semmler foi resolvendo os inúmeros problemas criados pelo ataque do Gil Vicente, transformando-se num obstáculo intransponível! Já perto do final, ainda antes do golo de Miguel Rosa, safou o empate por duas vezes na mesma jogada, de forma milagrosa, sinal seguro de que o Belenenses acabaria por vencer o jogo.
Mas os milagres nem sempre acontecem, por isso não convém repetir a graça de passarmos toda a segunda parte a ser massacrados pelo adversário, ainda por cima no Restelo! Isto enquanto esperávamos uma aberta para marcar o golito da confirmação! De facto acabámos por marcar em contra ataque mas já perto do fim e depois de muitos calafrios.
Enfim, ganhou-se que era o que interessava, a equipa está mais arrumada, a defensiva bateu-se bem, especialmente no jogo aéreo onde o Gil tinha um calmeirão, os laterais (que não são rápidos) esforçaram-se, e o meio campo jogou como sabe jogar – com pouca clarividência e muita lentidão. E quando surgia a tal aberta, uma nesga de oportunidade, o Celestino escorregava, o Lima e o Balu em lugar de municiarem o ataque, viravam-se para a nossa baliza!
Falta falar sobre os avançados - em princípio cumpriram, uma vez que os dois golos foram apontados pelos elementos mais adiantados – Camará e Miguel Rosa. Este último a confirmar o sentido da baliza!
E pronto, estamos a quatro pontos da subida e a um da descida, nada mau para quem já esteve pior.

Uma referência à homenagem póstuma prestada a Carlos Pinto Coelho, jornalista e adepto do Belenenses, assim como aos nossos antigos jogadores Sério e Feliciano.
Enquanto houver memória e gratidão, o Belenenses não acaba.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Feliciano

Quase que não me lembro desse tempo mas quando acontece surgir uma notícia, normalmente triste, a memória transporta-se outra vez para aquele peão das Salésias onde pouco mais via que troncos e cabeças a correrem de um lado para o outro, a multidão a agitar-se, e era melhor olhar para cima e perguntar ao meu pai o que se estava a passar!
Feliciano, como tantos outros jogadores belenenses, acabou por seguir na direcção do Porto, espécie de segunda casa dos azuis de Lisboa. Pedroto já tinha partido, uma grande transferência para a época, e depois, com o acentuar da crise foram saindo Murça, Freitas… e mais recentemente Rolando. Três grandes defesas que muito contribuíram (e contribuem) para a escalada portista em termos nacionais. Do mal, o menos, penso eu e pensam muitos belenenses, antes o Porto que a segunda circular.
Melhor seria que ficassem por cá, onde sentiam a camisola, mas este discurso é tão antigo, tão fora de moda, que vou ficar eu por aqui, nestas mesmas linhas, que apenas escrevi... porque uma Torre de Belém não cai todos os dias!

terça-feira, dezembro 07, 2010

Os ibéricos

Os ibéricos são gente curiosa e paradoxal! Falam do mar mas pensam em praias e piscinas, escrevem sobre a pátria mas gostam de viver noutro sítio, e mais recentemente, no futebol, sugerem ligas ibéricas ou similares. Vão avançando, a medo, mas sempre com a convicção peregrina que descobriram a pólvora do futuro!
Mas vamos à parte paradoxal deste assunto: - sempre que idealizam realizações ibéricas, seja uma candidatura comum (a qualquer coisa) seja um campeonato de berlinde, os ditos ‘ibéricos’ partem do princípio que a Espanha é una e indivisível o que convenhamos não é bem verdade! Acresce que estamos a falar de pessoas que fazem questão em ser republicanas e não percebem (ou não querem perceber!) que a unidade espanhola só existe porque existe a monarquia, pois de contrário o mais certo seria a fragmentação do país vizinho. E lá se íam as candidaturas e os campeonatos de berlinde por água abaixo!
Aliás, e para quem tem alguma noção histórica, o cenário fragmentado (de reinos e condados) foi precisamente de onde viemos nos alvores medievais. Foi a partir daí que se foram construindo (a duras penas) duas realidades históricas distintas, dois países que ainda permanecem – Portugal e Espanha.
Portanto, até aqui nada de novo.
Agora o que me parece (novo) é que estes ‘ibéricos’ se fartaram de ser independentes e estão danadinhos para se atirarem (de novo) para o regaço de Castela!
Será assim?!

domingo, dezembro 05, 2010

Vitória na Trofa!

Uma vitória importante conforme salientou o treinador José Mota, eu diria importantíssima! Descrente, afundado na minha bancada central, com a braseira para aquecer os pés, assisti impávido e sereno ao desenrolar dos acontecimentos. Lá fora, na Trofa, com chuva e frio, equipados de branco, os azuis pareciam mais organizados do que o costume, embora a iniciativa do jogo tivesse sempre pertencido ao Trofense. Depois aconteceu o penalty, uma precipitação do central adversário que Celestino converteu sem tremer. A sorte do jogo sorria-nos, havia que aproveitar. A muralha azul foi resolvendo os problemas com destaque para Semler e Baggio, bem acompanhados pelos restantes. De vez em quando notava-se uma falha comprometedora no lado esquerdo da nossa defesa (alguém se esquecia da dobra!) e o perigo rondava então a baliza belenense. Na segunda parte, com mais espaços, conseguimos trocar várias vezes a bola e se estivéssemos confiantes (ou se fossemos mais adultos) poderíamos ter resolvido o assunto mais cedo. Mas estava escrito, num contra ataque bem gizado (grande passe de Miguel Rosa!) devolvido por Elton ao mesmo Miguel Rosa que concluiu superiormente!
Faltava um quarto de hora para o jogo acabar e aí soubemos sofrer! O golo de José Manuel (com a infeliz colaboração de Baggio) chegou ao cair do pano e assim trouxemos os três pontos para o Restelo!
Melhores e piores nestes jogos não existem, todos lutaram pelo mesmo objectivo – pontuar. Ganhar foi, como disse, ouro sobre azul, até porque aumenta os níveis de confiança da equipa. Uma palavra apenas para valorizar dois jovens jogadores que revelaram progressos - Camará que sabe jogar de costas para a baliza, ganhou tempo e espaço para que a nossa equipa se adiantasse no terreno, e também para Miguel Rosa, jogador determinado e com faro pelo golo!

Resultado final – Trofense 1 – Belenenses 2

Saudações azuis

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Tempos e resultados

Elegeram o Marinho! Os socretinos esfregaram as mãos de contentes, e para fazerem o pleno faltava apenas que a candidatura ibérica ganhasse! Azar, mas foi a nossa sorte. Os fifas pensaram melhor no assunto, tiveram medo da imprensa do Reino Unido (que é livre), e despacharam a bola para longe, para a Rússia, clima onde as luvas são vulgares, indispensáveis até, e ninguém repara nelas.

Mas elegeram o Marinho! O tal que mata e esfola mas é um simples serventuário do poder… laico, republicano e socialista. Os advogados que votaram nele, coitados, é que não são, aliás não são nada, e se são alguma coisa, não aspiram ao socialismo. Nem os socialistas aspiram. Neste jogo de enganos, enganaram-se outra vez! É normal.

Pois é, calhava tão bem este mundial! Empurrávamos tudo para a frente, com a barriga, e durante mais seis ou sete aninhos viveríamos novo conto de fadas! O TGV, o aeroporto, tornavam-se de repente, não só viáveis, como prioritários, as construtoras do regime entravam em ebulição, os políticos do regime em delírio, os bancos amigos financiavam tudo outra vez, os estádios do regime tinham que ser aumentados, os outros voltavam a justificar-se durante quinze dias, e quando a festa acabasse, quando o último foguete estoirasse, estávamos no mesmo sítio onde hoje estamos e com os mesmos problemas que hoje temos. Não vale a pena explicar porque a explicação para o ‘provincianismo português’ já tem autor. A título de adenda bastam duas perguntas que talvez espelhem a doença:

- Porque é que na altura não se construiu apenas um estádio na segunda circular com a possibilidade de ser utilizado por dois clubes e com uma lotação que permitisse receber meias-finais e finais de um mundial de futebol?!
- Porque é que, por exemplo, a população de Leiria e arredores não frequenta o clube da sua terra e em vez disso prefere ir a Alvalade ou ao estádio da Luz?!

Enquanto não pudermos dar uma resposta satisfatória a estas duas questões, deixemo-nos de fantasias. Qualquer investimento será sempre um pseudo-investimento para engordar os mesmos e emagrecer o país.

Saudações azuis

quinta-feira, dezembro 02, 2010

A bola indígena

Em Alvalade foi descoberto um novo tipo de golo – o golo irregular! Pior do que isso é a extraordinária benevolência da crítica (e dos comentadores de serviço) quando se trata de analisar as jogadas e os jogos do Sporting. Benfica idem. Mas ontem foi demais!
Seriam três os comentadores, seis olhos pelo menos, mas só ao fim de algumas repetições lá se convenciam da realidade! No caso do golo, precedido de lance de andebol, primeiro foi limpinho, a seguir um dos comentadores admitiu que terá havido qualquer coisa do Postiga (sempre o mesmo), um segundo comentador calou-se enquanto um terceiro continuava com dúvidas!
Umas jogadas a seguir, Yanik ajeita a bola com o braço e isola-se: - grande jogada gritam os comentadores, do sofá onde estava vi a ‘irregularidade’, para um dos imbecis o Sporting falhou mais um grande golo, algum silêncio depois, e a medo, uma das vozes arriscou – há uma mão do Yanik… foi pena pois seria mais um golo irregular!
E eu, que me preparava para torcer pelo Sporting, passei-me de imediato para o Lille. Porém, como detesto os franceses – napoleónicos da ‘liberté, egalité, fraternité’ - desliguei a televisão. Porque é que não mudei de canal?! Porque nos outros canais ía levar também com a Marselhesa!

Saudações azuis

terça-feira, novembro 30, 2010

Paralelo

Paralelo interessante, este, entre a atmosfera vivida antes da visita do Benfica às Antas, e os mesmos augúrios que antecederam a deslocação dos merengues a Barcelona! Paralelo interessante e cheio de possibilidades especulativas! Vamos a elas (às possibilidades):

Em ambos os casos, o centralismo dominante torcia pela vitória do clube da capital! Torcia pelo mais forte, pelo clube do regime, ou no caso espanhol, pelo clube franquista. É a aspiração ao partido único, a síndroma psico-soviética a revelar-se em toda a sua magnitude, o ódio à diferença, àquele que resiste, e ganha, seja no norte do país seja na Catalunha. Esta aversão só tem paralelo na compreensão com que governantes e público em geral aceitam a enorme dívida de ambos os clubes, Benfica e Real Madrid!
Outro paralelismo, que é porventura o mesmo, situa-se no fosso que se vai cavando entre os orçamentos dos dois maiores clubes de cada lado da fronteira, quando comparados com os restantes nos respectivos campeonatos! É isto que queremos?! É disto que gostamos?! Se calhar é!

Sem paralelo, apenas aquilo que já tenho referido: - a adesão portuguesa ao Real Madrid!
Em vésperas de primeiro de Dezembro dá que pensar!
Ah, esqueci-me do paralelo mais curioso - os cinco a zero em ambos os jogos!


Saudações azuis

segunda-feira, novembro 29, 2010

Só podemos melhorar!

Em último lugar, numa impensável Orangina, uma exibição abaixo de qualquer nível, o único comentário possível é este… a partir daqui só podemos melhorar ou então… acabar de vez.
De facto, alguma coisa se passa porque não é crível que qualquer equipa que se apresenta no Restelo, domina o jogo com o maior dos á vontades, os seus jogadores são ou parecem incomensuravelmente melhores que os que equipam de azul, venham os treinadores que vierem, que aliás já não querem vir, provávelmente para não arruinarem aqui as suas carreiras, e tenho que lhes dar razão. Com toda a franqueza, a sensação que me dá é que se estivéssemos a disputar a segunda divisão B, estaríamos também em último lugar! Inadmissível a lentidão de raciocínio de alguns jogadores, a precipitação, as botas pesadas, tudo pesado e subtraído leva-me a concluir que desaprendem de jogar depois de cá chegarem. Não me atrevo sequer a dizer que não têm categoria nenhuma pois pode dar-se o caso de um dia visitarem o Restelo, na qualidade de adversários, e encherem o campo com uma grande exibição. Também já vimos isto! Pois não sei, mas o que sei e tenho a certeza é que o Belenenses está cada vez mais deserto e até eu me desinteresso do que se passa no relvado! Ontem, enquanto o jogo decorria dei comigo entretido a colar as quotas, tarefa aliás bastante complicada.

Um recado para a Direcção: Pagar contas é bonito, é fundamental para manter a credibilidade; cortar nas despesas é indispensável, é uma tarefa árdua mas necessária para manter a competitividade. Mas existe uma fronteira que não podemos ultrapassar, pois podemos pôr em risco a sobrevivência da própria empresa. Nós, no que toca ao futebol, estamos nessa fronteira, e o futebol é tudo no Clube. Como pudemos constatar nas bancadas (cada vez mais) vazias… num Domingo à tarde.


Saudações azuis

quarta-feira, novembro 24, 2010

Afinal há dinheiro!

Já tinha perdido esse vício mas tive uma recaída, voltei a olhar para os escaparates dos vendedores de jornais. Pois bem, nestes últimos tempos, mais própriamente desde que o clube da Luz encaixou cinco golos nas Antas, a frase mais lida em todos os cabeçalhos é a seguinte: - ‘seria um sonho jogar no Benfica’! E os candidatos sucedem-se a um ritmo infernal! Até um tal de Vermouth (mas pareceu-me sóbrio), médio do Hapoel de Telavive, morre de ânsias pelo terceiro anel! Esquisita a notícia em vésperas de jogo decisivo… será que os tentáculos do polvo (ou as garras da águia) já chegam a Israel?!

A complementar este tipo de notícias, em letras menos garrafais, aparecem os milhões (e milhões) disponíveis para as diversas aquisições! E eu pergunto: - Nesta altura?! Há assim tanto dinheiro à solta?! Andamos a fazer greves para quê, se o segredo dos milhões está ao nosso alcance, numa segunda circular perto de si!
Ou, como eu desconfio, é importante para o nosso bem estar que o Benfica passe aos ‘oitavos’, nem que para isso tenhamos que recorrer ‘a formas superiores de luta’! Será isto?!

Pior do que isto só a campanha pseudo-patriótica em curso, imagine-se, no canal público de televisão! Agora, para além dos treinos do Benfica, temos também os treinos do Real Madrid, estamos obrigados a ser do Real Madrid contra o Barcelona, e ai de quem ache estranha esta emigração compulsiva! É logo acusado de desmancha-prazeres, e no limite, anti-patriota. Pronto, é o futuro.

Saudações merengues!

segunda-feira, novembro 22, 2010

Alípio na ferida!

Não vi o jogo de Futsal ouvi apenas as declarações dos responsáveis de ambas as equipas, Belenenses e Sporting, e fiquei mais uma vez elucidado! Também no Futsal, tal como em todas as outras modalidades (e actividades) o que se trata é de organizar competições… sem competição! E ainda querem que em Portugal haja gente competitiva, empresas e projectos viáveis (o célebre ‘fado’ da falta de produtividade) se passamos a vida a incentivar essa mesma falta de competitividade!!!

Ora bem, o responsável do Sporting queixou-se de qualquer coisa ininteligível (um velho costume leonino) enquanto Alípio Matos com a habitual serenidade foi dizendo algumas verdadeso jogo não foi televisionado porque o Sporting não quis, não precisa, é rico, não quis adiar o jogo por um dia, está mais preocupado em ter mais um dia de descanso por causa da UEFA CUP… mas o Belenenses é pobre, precisa, os patrocinadores contam com isso, especialmente quando há pouco mais do que a visibilidade da televisão. Assim, qualquer dia ficam só os dois clubes ricos, Benfica e Sporting (uma curiosidade num país paupérrimo!) a disputarem um campeonato a trinta e cinco jornadas, e a ganharem dezassete ou dezoito a zero aos pobres adversários indefesos, que é no fundo o que a malta gosta! O campeonato transformado em mera formalidade para ir à Europa!
.
Onde é que eu já vi isto?!

As palavras foram minhas mas a ideia transmitida por Alípio Matos foi esta, ideia mil vezes repetida, aqui, neste espaço, a propósito do futebol e do resto.
E pergunta-se: - vale a pena investir em Portugal, seja no que for, se os dados estão viciados à partida?! Se só existe espaço para os muito ricos (sem sabermos ao certo de onde vem o dinheiro!) e para os muito pobres?!
Vale a pena ter uma alma grande?

Saudações azuis

sexta-feira, novembro 19, 2010

Futsal: Belenenses - Sporting

Esta semana a emoção... é no pavilhão!

No próximo sábado pelas 18h todos os caminhos Belenenses vão dar ao pavilhão Acácio Rosa onde a nossa equipa de Futsal recebe o Sporting.

O Apoio de todos os Belenenses é importante para ajudar a equipa a manter o 1º lugar.

Não falte, traga a camisola, a bandeira, o cachecol... vamos pintar de azul as bancadas e tornar o ambiente mágico, à Belenenses.

Ajude-nos a encher o pavilhão, divulgue esta mensagem.

Até sábado,

Luís Filipe Silva
Secção de Futsal
do C.F. ‘Os Belenenses’

quinta-feira, novembro 18, 2010

Selecção republicana 4 – Espanha 0

A crónica podia começar assim:
A selecção escalada para celebrar a implantação da república e o resto do ‘brilhante’ centenário (48 anos de ditadura incluídos) esmagou hoje a Espanha, actuais campeões do mundo, por quatro bolas a zero! A equipa que trajava de branco com lista vertical verde encarnada (cores da carbonária e da projectada união ibérica), realizou excelente exibição, bastante diferente da efectuada na África do Sul por ocasião do campeonato do mundo. Desta vez os jogadores actuaram mais de acordo com os seus pergaminhos (e vencimentos) já que na sua grande maioria alinham nos melhores clubes do planeta.

Ou podia começar assim:
O jogo amigável entre Portugal e Espanha (incluído na promoção da candidatura ibérica ao campeonato do mundo de 2018) acabou com a vitória, inteiramente justa, da equipa portuguesa que desta vez não se inferiorizou perante a estatura do adversário.

Ou então assim:
A instrumentalização do desporto por parte dos regimes republicanos e para fins exclusivamente propagandísticos é pecha antiga a que não escapam mesmo aqueles que se dizem ‘democráticos’! Era assim na União Soviética e na Alemanha de Hitler, foi assim na ditadura de Salazar, e de um modo geral é assim por todo o terceiro mundo. Portugal está portanto bem acompanhado nesta ‘Taça’ do centenário com um único senão – aquela não era ‘a equipa de todos nós’. Mas isso é de somenos para quem instrumentaliza, assim como é de somenos para a populaça que gosta de ‘pão e circo’, embora haja cada vez menos pão e haja cada vez mais circo!

Nota da redacção: A monarquia nunca comemorou centenários. E foram sete.

quarta-feira, novembro 17, 2010

“O dois em um”

Este amigável com a Espanha é a melhor promoção alguma vez feita ao célebre ‘dois em um’, champô e amaciador ao mesmo tempo! Marca ‘centenário’, produto (linha verde rubra) da união ibérica, o modo de usar é simples: - organiza-se um campeonato de futebol a meias com o vizinho, e para parecer que é mesmo a meias, fricciona-se o champô no cérebro dos portugueses de forma enérgica e convincente! Enxagua-se de seguida, mas antes que o cérebro recupere aplica-se o amaciador, à base de vaselina e outras essências, para enfim percebermos porque é que a maioria dos jogos importantes se joga em Espanha ficando o refugo para Portugal. Em cabeças espessas ou mesmo carecas pode ser necessária uma segunda lavagem para se apurarem todas as vantagens do produto. Até porque joga a nosso favor a realização de uma meia-final! É aqui que entra o TGV! Os portugueses ainda não sabem, é uma das surpresas da organização, mas a meia-final prometida é literalmente uma meia final, ou seja, a primeira parte joga-se em Lisboa, ao intervalo as equipas e demais comitiva metem-se no TGV (Poceirão) e acabam o jogo em Madrid. Mas atenção não vai ser sempre assim, no futuro só temos direito a um quarto de hora.


PS: - Se for um quarto de hora à Belenenses (antigo), chega.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Empate em Freamunde

A fazer fé nas crónicas que li, a terra dos capões deu algum galo ao Belenenses! Com efeito, duas vezes à frente do marcador, e duas vezes nos deixámos empatar. Da segunda vez parece que não haveria motivo para a grande penalidade. Acontece muito quando se veste de azul com a Cruz ao peito. Seja como for, assim, visto de longe, alguma coisa mudou – marcar primeiro pode representar uma atitude pró-activa, facto a salientar, porque o costume é andarmos sempre atrás do prejuizo. Também houve alterações na formação da equipa – mais atenção ao factor construtivo que representam os laterais no futebol moderno; a entrada de Diego Lima que em pouco minutos já tinha revelado bons pés, é outro factor relevante numa zona do campo onde revelamos carências. Enfim, e como já escrevi, José Mota é treinador experiente e sabe concerteza o que anda a fazer.
E o programa é simples – começar a pensar alto e positivo para abandonarmos rápidamente a cauda da classificação.

Saudações azuis

quarta-feira, novembro 10, 2010

Jogadores que gosto de ver jogar

Gosto de ver actuar jogadores inteligentes, aqueles que pôem o seu saber ao serviço do colectivo, que valorizam o jogo, antigamente não era tão sensível a esses aspectos, hoje sou. Dou o exemplo de um armador de jogo, Ruben Micael, jogador capaz de surpreender o espectador, de tirar da cartola um lance inesperado, equaciona rápidamente as hipóteses e sai sempre com a melhor opção. Falta-lhe para ser titular indiscutível no FC Porto alguma capacidade defensiva mas isso é desviá-lo de cena, isso é trair o espectáculo. O Vilas Boas que invente uma solução onde caiba Ruben Micael. O futebol agradece.
Outro exemplo é Pateiro e admito que alguém admirado se pergunte -mas quem é esse tipo?! Joga actualmente na União de Leiria e em tempos escrevi que gostaria de o ver no Belenenses. Tem fraca figura mas tem um pé esquerdo genial! Sozinho, quase que leva uma equipa consigo! Estarei a exagerar mas lá está, é jogador inteligente e se lhe derem uma chance faz estragos na equipa adversária.
Noutro registo também gostei de ver o nosso Freddy a marcar livres! Quer dizer que alguém começou a trabalhar as qualidades deste jovem jogador, à vezes enervante, quando se afunila em jogadas individuais, mas pelos vistos com potencial que o tempo há-de burilar. Houve progressos contra o Feirense.
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Saudações azuis

terça-feira, novembro 09, 2010

Telegrama

União ibérica a caminho república centenário carbonário casa pia perjuro dívida vendida china mandaretes murchos cinco a zero vítor pereira desculpas então e o Paços, pá?!
Sem vírgulas acentos bolas de golfe para substituir as que faltam escrito ao abrigo do acordo ortográfico selecção lusa vai jogar próximo dia dezassete com selecção castelhana para celebrar obra acabada oito séculos (menos sessenta anos) mandados às urtigas ninguém repara. Falta TGV, inaugurações, figurões de lá para cá e de cá para lá benfica madrid sempre! Então e o mar, pá?!
Estamos feitos.

segunda-feira, novembro 08, 2010

O problema da qualidade

Falta qualidade à equipa azul, essa é a primeira conclusão. Qualidade em termos individuais, sem dúvida, e qualidade em termos colectivos, essa bem visível durante grande parte do jogo com o Feirense. É esta capacidade colectiva que tem de imediato que ser melhorada e José Mota saberá como fazê-lo, pois não nos esquecemos do alto nível colectivo que conseguiu em Paços de Ferreira ou mesmo em Leixões. E todos sabemos (ou aprendemos) que um colectivo forte ajuda a potenciar as qualidades de cada jogador, ao mesmo tempo que disfarça alguma falta de qualidade técnica (individual) que possa existir.
E nada mais a propósito do que tomar como exemplo, o exemplo de quem se fala – o FC Porto! Até porque me ajuda a precisar (não a rectificar) uma frase que por aqui escrevi – ‘apesar de Hulk’! Pois bem, este Hulk nada tem a ver com o Hulk de Jesualdo, este é um jogador que Villas Boas está a pôr ao serviço do colectivo e isso nota-se porque faz menos asneiras (perdas de bola infantis, individualismos inúteis ou remates tresloucados). Aliás não precisamos de ir ao Hulk para constatarmos a valorização individual (como consequência da ditadura do colectivo) de jogadores como Sapunaru, Maicon etc., que hoje fazem figura de grandes jogadores mas que antes pareciam toscos e pouco confiantes.
É desta transfiguração que o Belenenses precisa. Esta transfiguração consegue-se se os jogadores se esquecerem das suas carreiras individuais, das suas vaidades e puserem todo o seu empenho ao serviço do colectivo, ao serviço do clube que representam. Porque os sucessos do clube são afinal a melhor forma de se valorizarem individualmente.

Saudações azuis

quarta-feira, novembro 03, 2010

Estados de alma

Cem mil visitas é cifra modesta comparada com outros, mas numa época de baixos orçamentos eu valorizo a meta alcançada! Sem FMI, sem truques contabilísticos, contando apenas com a ajuda do meu companheiro de regatas (SPM), foram cinco anos de escrita, mais de setecentos postais, sem imagens, e a partir de certa altura, sem comentários. Durante a maior parte do percurso defrontei-me com direcções em que não votei e só agora, esta última, recolheu o meu voto. Admito que é mais difícil escrever nestas circunstâncias, mas tenho escrito. Admito que evito comentar alguns assuntos mais delicados, especialmente os que se relacionam com a vida das pessoas, como por exemplo salários em atraso e outras matérias em que não disponho de informação suficiente. Esforço-me por ser isento, às vezes não sou. Esforço-me por servir o Belenenses, às vezes não consigo. Escrevo únicamente na qualidade de adepto, sem outro interesse oculto. Umas vezes acerto, outras não.
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Saudações azuis

domingo, outubro 31, 2010

O Tulipa disse tudo

De vez em quando Tulipa, que comentava a transmissão do jogo, ía dizendo coisas que eu já escrevi… outras não… mas a maioria … sim!
Aquele ‘meio campo’… Balu e Pelé recebem a bola e demoram uma eternidade a pensar… e entretanto as linhas de passe perdem-se e o Belenenses perde a bola. (Balu perdeu bolas incríveis que só não resultaram em golo por mero acaso). Os avançados não fecham os flancos quando a equipa do Santa Clara ataca. Calé substituído… mas era dos mais inconformados! Barge é um jogador desaproveitado a defesa direito pois rende mais noutra posição. André Martins entrou apenas a vinte minutos do fim mas… não estou a perceber (!) foi-se encostar á extrema-esquerda! Mas ele é o centro campista que o Belenenses estava a precisar! Como eu te percebo, Tulipa! Purovic a ponta de lança! Onde se exige velocidade! Assim, só por milagre pode surgir um golo para o Belenenses. Purovic é jogador de área e para ser útil precisa de volume de jogo e muitos cruzamentos.
Falta intensidade ao jogo do Belenenses, jogam a passo, vão ter que passar a andar de… Mota.
Isto (ou mais ou menos isto) disse Tulipa. E Barge (nas entrevistas rápidas) completou – temos que mudar de atitude. Eu traduzo: - alguns jogadores têm mesmo que mudar de atitude. Ao que isto chegou!

Santa Clara 2 – Belenenses 0

Entretanto a moléstia estende-se às camadas jovens – nove a zero do Sporting! E não há consequências?! É de pequenino que se torce o pepino, portanto, deve haver responsáveis – despeçam-nos. E arranjem miúdos com coragem para vestir a camisola com a Cruz de Cristo.

quinta-feira, outubro 28, 2010

Treinador Belenenses

Confesso a minha incapacidade para analisar este assunto neste momento! Aliás o Belenenses actual é um ‘case study’ no que a treinadores diz respeito! Este clube parece ter sido inventado para destruir as teorias mais bem concebidas, e eu até tinha uma, que não sendo genial, acreditava nela, já a escrevi, já a repeti, mas hoje já não digo nada e vou-me esquecendo dela! Num esforço de memória acho que se baseava numa dupla imbatível, uma dupla que partiu de baixo e fez história! Quem eram?! Pinto da Costa e Pedroto, presidente e treinador em grande cumplicidade, unidos num objectivo comum – vencer jogos e campeonatos… contra tudo e contra todos! E conseguiram!

Mas isso não se aplica ao Belenenses. Desde logo porque é preciso reunir algumas condições básicas que muito dificilmente se encontrarão hoje no Belenenses, e nem me vou referir às diferenças entre pessoas e capacidades.
É certo que a derrota, tal como a vitória, são hábitos que se adquirem com o tempo e nós já andamos a perder há muito tempo. É certo que os níveis de ambição vão descendo e vão-se adaptando à nova realidade. É certo que é muito mais difícil construir (ou reconstruir) alguma coisa com ambição e sacrifício do que deixar andar as coisas ao sabor da maré. É certo também que o Belenenses se dispersa por muitas actividades e isso prejudica um esforço focalizado num objectivo central e inquestionável. É certo que em Portugal os presidentes dos clubes que vingam têm necessariamente que dominar o meio futebolístico (Pinto da Costa sempre dominou essa matéria) e a verdade é que já não me lembro de um presidente com essas características no Belenenses!

É evidente que esta lacuna pode ser suprida pelo treinador ou por outro dirigente da confiança do presidente. Mas como agora se diz, poder pode, mas não é a mesma coisa. Mesmo assim, de memória, houve alturas em que utilizámos essa alternativa e progredimos alguma coisa, estou a pensar nos tempos de Rosa Freire, Barcínio Pinto e Marinho Peres, ou mais recentemente, com Cabral Ferreira e Jorge Jesus em que este desempenhava as funções de dirigente e treinador. Mas faltou sempre uma vontade (ou liderança) que sustentasse essa política pelo tempo fora. Digamos que foram momentos, excepções ao contínuo deslizar.

Para concluir, e esta é a minha opinião: - João Almeida (que não é do ‘milieu’ futebolístico) tentou construir, com um treinador da sua confiança, uma alternativa a longo prazo, o que é razoável. Simplesmente isso só poderia dar certo se os resultados não demorassem muito a aparecer. Os resultados ou as exibições. Mas demoraram, pelo menos é o que as pessoas pensam, e o mundo do futebol tem pouca paciência para esperar. Além disso era preciso ter sorte, ou ter a sorte de acertar num treinador jovem que ainda não tinha provado nada. E os jogadores sabem isso, sentem isso, o que pode dificultar as coisas. E se calhar dificultou. Foi uma aposta de grande risco e talvez tivesse sido preferível apostar num treinador experiente, sem nada a provar quer aos jogadores quer aos sócios.

Dir-se-á que não havia (nem há) dinheiro para chegar a tal treinador. Mas esse é o problema nacional! Não vale a pena fazer uma cura orçamental tão restritiva que acabe por matar o paciente. Tem que haver sempre espaço (dinheiro) para investir no futuro. E o treinador é uma peça muito importante nesse futuro.

Saudações azuis

Nota básica: Para quem se sentia incapacitado para analisar o assunto acabo de verificar que escrevi muito… sobre o assunto!

terça-feira, outubro 26, 2010

Bolas, só agora?!

Serpa, um dos donos da Bola escreve hoje uma crónica sobre a verdade desportiva! Não seria essa a intenção, mas quando se aborda o tema da distribuição dos dinheiros televisivos vamos sempre lá parar, tal é a diferença entre as verbas consumidas pelos ‘três clubes do estado’ e as migalhas distribuídas aos restantes.
Serpa terá percebido (finalmente) que o nosso campeonato é uma caricatura disputada entre três equipas que calçam botas cardadas e as restantes que jogam descalças! E parece ter sido acordado para esta realidade pelo presidente do Sevilha que alto e bom som protestou contra semelhante paradigma a propósito de Real Madrid e Barcelona.
Mas nada de confusões, em Espanha é a Liga que negoceia o bolo televisivo e que o distribui pelas equipas, baseando-se num critério eminentemente desportivo. É a tabela classificativa que determina (em grande medida) a fatia que cabe a cada equipa.
Por cá não, é cada um por si, e o que conta é a lei do mais forte.
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E pergunta-se – para que servem a Liga e a Federação?!
A resposta é simples: - a Liga não serve para nada e a Federação serve-se da selecção. Tanto lhes faz que o campeonato esteja falido como não, querem lá saber da sustentabilidade da indústria, e a verdade é que lá vão vivendo, e o dinheiro acaba por aparecer! Será milagre?! Economia paralela?! É uma coisa e outra e uma certeza – no fim das contas, quem paga a conta é o orçamento de estado. Sim, esse mesmo que está neste momento a ser negociado entre os grandes mecenas (com o nosso dinheiro) do futebol indígena – PS e PSD. E eu aposto que os ‘cortes’ não tocam no futebol!
Pão e circo meus amigos, velha receita republicana – aqui e na Roma antiga.

Saudações azuis

domingo, outubro 24, 2010

O medo de perder

Cheguei um quarto de hora atrasado ao sofá e quando me sentei estava a ver televisão! Mas não devo ter perdido o fio à meada, aquilo eram duas equipas preocupadas em não perder, muitos choques, muitas faltas, um jogo confuso. Isto na primeira parte.

O Belenenses joga sempre em contra ataque mas nem por isso percebe que o Purovic não é ponta de lança, mas sim avançado centro! Ando a explicar isto há séculos, o Purovic só é perigoso se for solicitado com cruzamentos à linha e não com pontapés por alto e para a frente (à segunda divisão e isso infelizmente corresponde!) porque nestas circunstâncias o seu jogo é inglório! Nem se aproveitam os ressaltos ganhos de cabeça!

Outra questão ou a eterna questão do meio campo – estive a reparar melhor no Miguel Rosa e cheguei à conclusão que não é centro campista. Joga de cabeça baixa, não tem portanto visão de jogo, procura sempre a jogada individual, mas sobretudo o remate. Embora venha do Benfica ainda está verde, e viu-se que poderia ter aproveitado melhor aquele lance em que se isola.

Mas já que falamos de centro campistas, e estou a repetir-me, os únicos que (até agora) me pareceram corresponder ao curriculum exigido são o Azeez e o André Martins. Estando o Azeez lesionado, o André Martins tem que jogar sempre. De início.

Calé e faixa esquerda merecem um apontamento especial: - dá a sensação que aquele corredor esquerdo ofensivo transforma o cérebro dos jogadores que ali actuam! Calé que até é bom jogador, mal recebe a bola, faz um compasso de espera e logo que está rodeado de adversários resolve começar a fintar! Resultado – jogadas embrulhadas, confusas, sarrafadas e riscos de acção disciplinar por parte do árbitro. Porque Cale é refilão e responde às provocações do adversário...
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Então, mas não há nada de bom?!
Há… a equipa lutou, o Tiago Gomes fez uma boa exibição (safou várias vezes o mau posicionamento dos centrais) e o guarda-redes Riça esteve seguro entre os postes.
E quem merecia ganhar? O Belenenses ou o Leixões?
O empate ajusta-se, embora o Leixões (na parte final e quando o jogo já estava partido) tenha criado oportunidades mais flagrantes. Mas poucas, pois como referi no início, a ideia comum era não perderem.

Resultado final: Belenenses 0 – Leixões 0

Saudações azuis

quinta-feira, outubro 21, 2010

Os dias da dívida

Não há dia em que me levante que não tome conhecimento de mais uma dívida do Belenenses! Parece sina ou mau-olhado, mas não é, foram anos e anos de irresponsabilidade e quem vier atrás que feche a porta. A comparação com o que se passa no país é inevitável e é inevitável encontrar (em tempos de vacas magras) soluções que não matem definitivamente o nosso Clube. Clube de futebol evidentemente e dimensionado para esse fim.

Mas a propósito de comparações não passa sem referência um excelente postal que li no Belém Livre que compara deputados e mordomias inglesas com as vigentes na nossa republicazinha centenária! Eu já conhecia as diferenças e já as tinha denunciado, diferenças patentes entre as monarquias e as repúblicas que convivem (mal) na união europeia. Fico contente que outros e num estilo mais terra a terra (e mais perceptível) também as denunciem. É que reina por aí muita confusão.

Saudações azuis

segunda-feira, outubro 18, 2010

Eliminados e armadilhados

Antes de começar a escrever sobre um jogo que não vi (nem sequer ouvi o relato), li com atenção a crónica de Miguel Amaral, um tripeiro azul que percebe de bola! A crónica corresponde a um sentimento de desconfiança em relação à equipa técnica e não me vou pôr agora em bicos de pés a dizer que sim ou que não, não é altura para isso. Apontei o problema na hora da vitória… mas nessa hora ninguém me acompanhou.

Também li alguns comentários, e desses comentários destaco dois que talvez expliquem muito do que se passa no Restelo: - um deles, anónimo, fazia a intriga habitual, evocando Baltemar Brito! O outro, assinado, lançava (em tom cordato) a ideia de umas ‘jornadas azuis’ para discutirmos o Belenenses! Não sei qual dos comentários me parece mais pernicioso! Discutir o que queremos para o Belenenses só pode vir das modalidades e de todos aqueles que acham que se pode pôr em causa a existência do futebol no Clube de Futebol “Os Belenenses”!
O Ribeirão não tem concerteza sócios a proporem este tipo de alternativas. Porque felizmente (para ele) não tem um eclectismo absorvente a desviá-lo permanentemente do seu objectivo Por isso está mobilizado em torno do futebol… e ganha.
E sobre o jogo é tudo.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Pelo paralelo de São Bento

Na ‘associação de republicanos em crise’ (a decorrer em São Bento) ou na consciência de cada belenense (a cismar com os seus botões) a pergunta é a mesma: - como foi possível chegarmos a este estado?!
Como foi possível chegarmos à situação de devedores inveterados?! Depois da quase impossibilidade de inscrição no campeonato, agora a possibilidade de perder pontos por dívidas! Sim, como foi possível?!
Tal como em São Bento não há resposta, nem há responsáveis! Em ambos os casos aqueles que agora fazem as perguntas também não souberam (no passado) responder! Um círculo vicioso, cheio de comendas por serviços prestados (em São Bento) ou emblemas com brilhantes no Restelo! Salvadores da Pátria e do Clube no mesmo paralelo e em naufrágio semelhante!
Mas nem todos se afundam, há quem disponha de salva-vidas, há quem tenha submarinos! Por isso há quem continue a falar em obras de vulto, no governo, ou em ir às compras em Dezembro… adivinhem! Mas também há quem se disponha a remar contra a maré, contando apenas consigo próprio!
Eu valorizo o esforço titânico desta direcção que vai pagando dívidas e vai mantendo a esperança num Belenenses com futuro.

Saudações azuis

quarta-feira, outubro 13, 2010

O futebol republicano!

Isto não está para grandes futebóis, nem para grandes crónicas, mas perante a descarada colagem do regime republicano ao desporto-rei (!) sou forçado a escrever umas lérias sobre o assunto:
Pois eu não sabia que o futebol era republicano, estava convencido que tinha sido inventado em terras de sua majestade britânica e divulgado em Portugal pela família Pinto Basto! E como eu, muita gente! E tudo isto aconteceu há mais de cem anos, antes de 1910. Aliás, não é por acaso que Benfica, Sporting e Porto andam em compita de antiguidade e já todos celebraram o respectivo centenário!

Mas faltava aparecer esta ‘coisa’ da AFL (associação de futebol de Lisboa) a comemorar o seu centenário… coladinho ao outro!
Mas a ‘coisa’ explica-se: - na linha das boas práticas republicanas, muda-se o nome a uma entidade que já existia (Liga Portuguesa de Futebol) e depois governamentaliza-se a ‘coisa’ através de uma organização piramidal. Organização que chega aos nossos dias, atravessando raios e coriscos, ditaduras e longas noites fascistas, para renascer a cada momento e em cada época, gerando os grandes dirigentes associativos que temos e me dispenso de nomear!

Explicada ‘a coisa’ percebe-se que quando toca a pôr o desporto ao serviço do regime, Salazar não se distinguia assim tanto de Afonso Costa nem este era muito diferente de Mário Soares. E percebe-se também porque se mudou o nome da Liga Intercalar para lhe chamar agora Liga Centenária! Que me desculpem os leitores que resistiram até este último parágrafo, mas isto não tem nada de centenário. Como não tem nada a ver com o livre associativismo que em república nunca existiu. É político, e infelizmente, paleolítico.

Saudações azuis

segunda-feira, outubro 04, 2010

Inevitável

Se há uns anos tivéssemos percebido que era preciso dar outro rumo ao Belenenses, até houve eleições para isso, talvez se tivéssem evitado as actuais medidas de emergência que para além de dolorosas nem sabemos se irão a tempo de resolver o problema. Esperemos que sim.

Mas se as medidas agora tomadas eram inevitáveis não me parece que seja inevitável andarmos a ser goleados por esse país fora e com as justificações do costume. Agora estava a chover e começou a fazer sol, o Desportivo de Fátima tinha lá uma dupla infernal (!) de atacantes, ou outra desculpa qualquer. Para quando uma dupla infernal de atacantes no Belenenses?! Para quando deixarmos de sofrer golos em catadupa?! E mais importante que tudo (não me escapou a alusão à entrada do Rui Baião) para quando um meio campo consistente que municie o ataque também de forma consistente e não apenas… de vez em quando?!
Tem a palavra o treinador.
Mas não vi o jogo e por isso só posso fazer perguntas. Aliás as crónicas voltam a salientar que fizemos uma exibição razoável!

Uma nota para o futebol jovem que parece estar a subir de rendimento. A provar o que digo uma vitória sobre o Benfica (3-1) o que dá sempre um certo prazer.

Inevitável fazer uma referência ao Futsal manifestando a minha admiração pela capacidade e competência da secção, pela inteligência do seu treinador, que ano após ano consegue, com menos recursos, fazer frente aos ‘clubes do estado’. O empate na Luz foi um bom resultado e foi um resultado que não caiu do céu.
É um exemplo de competência para o futebol do Belenenses.

Saudações azuis

segunda-feira, setembro 27, 2010

Vi outro jogo!

Se calhar estou a precisar de óculos! Com efeito leio no jornal de hoje (A Bola) que afinal fizemos uma grande exibição na primeira parte, que criámos oportunidades de golo nesse período (também era melhor que não criássemos!) e que a equipa está boa e recomenda-se!
Muito bem, se calhar entusiasmei-me com as recordações trazidas pelo Vicente, pela memória do Riera, grande treinador azul a quem prestámos a devida homenagem. Treinador que orientou a equipa na última vez em que nos abeirámos do título, perdido aliás em condições dramáticas… ainda nas Salésias. Foi há mais de meio século!
Mas penso que não, que não preciso de óculos, o problema é mesmo esse, não é por termos descido à Orangina que vou baixar a fasquia daquilo que se exige a uma equipa que representa o Belenenses. Os problemas estruturais continuam, e os vícios também.

Problemas estruturais: - marca-se um golo e recua-se imediatamente para defender, problema mental de equipa inferior. Isto somado aos muitos anos de hábitos de contra ataque, de jogo de contenção, mais cómodo e menos arriscado, vai dar num estilo de jogo (!) aos repelões, pouco audaz, que enerva os sócios e afasta o público. Será por aqui que temos que explicar a constante ausência de jogadores influentes no meio campo, ausência de facto, ou quando existem, o jogo não passa por eles. Ontem, por exemplo, Miguel Rosa e Celestino estiveram largos períodos desaparecidos do jogo! Isto é normal?!

Vícios estruturais: - a justificação para tudo e mais alguma coisa, que se traduz num grau de exigência cada vez menor, e que se transmite inconscientemente aos jogadores. Jogadores que mal passam quinze dias no Restelo, e se têm a sorte de conseguir um bom drible, ou se marcam um golo, entram definitivamente para a condição de vedetas! Desaprendem e desaparecem com a mesma velocidade com que deram nas vistas.

Isto não é só dizer mal ou o bota abaixo das ‘relíquias’, alcunha que os mais novos põem aos velhos sócios do Belenenses… que ainda não se habituaram à triste realidade. Há aqui um fundo de verdade que ano após ano se repete. Não podemos baixar fasquias nem há justificação para aquela segunda parte. Temos que jogar mais e melhor. Porque quando se joga melhor, mais tarde ou mais cedo recolhem-se frutos. O contrário é que não costuma acontecer.

Saudações azuis

O resultado e pouco mais

Ai, Belém, Belém, jogas muito poucochinho… Contra o Arouca salvou-se o resultado e pouco mais. Vou já dizer o que na minha opinião esteve péssimo e depois direi o menos mal. Péssimo é não conseguirmos ligar três passes! O meio campo nesse aspecto não existe. Péssimo é o vedetismo de alguns jogadores que se enrodilham em dribles até perderem a bola! Outros quando a recebem não sabem o que lhe hão-de fazer, demoram, e são desarmados. Aliás, esta equipa do Belenenses está lenta, sem ideias, sem automatismos, e por consequência refugia-se ou no pontapé para a frente ou no individualismo. Em qualquer dos casos é péssimo. Péssima finalmente foi a nossa segunda parte, imprópria de uma equipa que joga em casa, que tem que ganhar, e porque tem que jogar para ganhar não pode baixar linhas daquela maneira, nem pode deixar um jogador lá na frente sozinho, desamparado, e que ainda por cima não é um ponta de lança para correrias, mas sim um avançado centro de jogo posicional. O que é diferente. Estamos a falar de Purovic cuja utilidade será tanto maior quanto maior for o número de cruzamentos à linha que conseguirmos efectuar. E para isso precisamos de grande envolvimento atacante e não aquilo que se viu.

Agora o menos mal: - menos mal esteve a defesa, especialmente os dois centrais, e também os dois guarda-redes. Menos mal esteve Calé, descontando a conflitualidade permanente. Que tem que ser corrigida. E poderia ter estado melhor se não tem falhado um golo certo mesmo ao fechar da primeira parte. Seria o segundo golo e o da tranquilidade. Mas a sua abertura para o primeiro golo foi o momento do jogo, simplesmente excepcional!
Como se vê, é poucochinho.
Acabámos o jogo aflitos, com o Arouca a carregar! O Arouca, imaginem! E pensar que estava o Vicente a ver o jogo! E pensar que eu vi o Vicente a jogar!

Resultado final: Belenenses 1 – Arouca 0

Saudações azuis

quinta-feira, setembro 23, 2010

O Belenenses faz anos – 91!

Fui ao Restelo de manhã, acertar a quota azul com as actuais quotas foi um pretexto para passar no Restelo. Soube das cerimónias, transferidas para a tarde o que faz todo o sentido em dia de semana – hastear da bandeira, homenagem ao Pepe e Missa à tardinha na Capela do Senhor Santo Cristo, a mesma onde Vasco da Gama rezou antes de partir. Enquanto for assim, há Belenenses.
Fui até ao Vilas comer um pastel de massa tenra, dei meia volta, e regressei à outra banda. No caminho adivinhei o que disse o actual presidente do Clube – este é o primeiro ano de uma década que só faz sentido se regressarmos ao nosso estatuto, aos objectivos traçados pelos fundadores – ser primeiro entre os primeiros.
Quando lá chegarmos, ao centenário, assumiremos (ao contrário de outros) todo o percurso, as coisas boas e as coisas más, mas não deixaremos de pugnar pelas coisas boas.

Parabéns ao Clube de Futebol “Os Belenenses”

terça-feira, setembro 21, 2010

Lousada, peripatético, e até que enfim!

Começo pelo fim, o país suspenso, o povo sem dormir, sem orçamento, sem revisão, até que enfim... temos seleccionador! Com enorme alívio a nação respira fundo e prepara-se para os grandes desafios que aí vêm, a começar pela Dinamarca.
Peripatética era uma escola de filosofia grega que discorria enquanto passeava. Peripatético foi este passeio até Madrid para falar ao telefone com o presidente do Real!
E por aqui se vê a falta que faz um TGV – para a próxima Gilberto mete-se no comboio de alta velocidade, apeia-se em Chamartin, e aí a uns vinte metros tem uma cabine telefónica. E um telefonema rápido resolve muita coisa.
Lousada é da segunda B , mas isto de Taça nunca fiando. E foi o que aconteceu. Acabámos por ganhar, mas mal terminou o prolongamento, não houve ninguém que não dissesse - até que enfim!

Saudações azuis

terça-feira, setembro 14, 2010

Agitam-se as cadeiras

A escolha do próximo presidente da federação portuguesa de futebol já começou, e falei em escolha porque nas ‘democracias’ de inspiração soviética (como a nossa) é disso que se trata. O processo é obtuso, são lançados uns nomes para a ribalta, a ver se pegam, faz-se uma ou duas rodadas de ‘prós e contras’ para que o povo tenha a sensação que participa na escolha, de seguida recolhe tudo a penates, entramos na fase dos conciliábulos mais ou menos secretos, para surgir finalmente o candidato invencível!
Determinante na decisão é o perfil do candidato: - tem que ser republicano, maçon ou equiparado, pode acumular alguma crença religiosa (benzer-se antes dos jogos mais importantes) e tem de sujeitar-se às regras do governo e dos grandes clubes, o que vai dar no mesmo. No seu mandato deve concentrar-se na propaganda do regime usando para o efeito a selecção e concorrendo à organização de grandes eventos (campeonatos do mundo ou inter-galácticos) seja à boleia de quem for, gaste-se o que se gastar. Aliás os gastos serão sempre compreendidos (e aprovados) desde que dêem dinheiro a ganhar aos três clubes do estado.
Este é o perfil necessário e dos nomes que se apontam há gente que se enquadra.
Pelo contrário, entendo que o próximo presidente da federação deveria ser um antigo futebolista, com prestígio internacional, e nem me importo que tenha sido jogador do Benfica! Pode ser o Simões, o Carlos Manuel ou o Toni. Um homem do futebol para credibilizar o futebol.

Saudações desportivas

segunda-feira, setembro 13, 2010

Ena, pá!

Não posso ausentar-me, bastaram uns dias, pouco mais que uma semana, e está instaurado o caos! O Porto disparado na frente, o Benfica a nove pontos de distância, a lampionagem atira-se aos árbitros, dá murros na mesa, ameaça o país com sanções (talvez mais impostos!), eu sei lá o que aí vem! Não havia necessidade.
Quatro lances (avulsos) em Guimarães servem de desculpa a uma derrota em toda a linha, derrota táctica (parabéns Manuel Machado, estava a ver que não), derrota na compostura (aconselha-se uma vacinação contra a raiva a alguns jogadores encarnados) e derrota porque faltou o tal sorriso na derrota. No programa da especialidade (TVI) o parzinho de locutores lá teve que ouvir a verdade – Pedro Henriques explicou que a montanha tinha parido um rato, ou seja, o fora de jogo assinalado a Saviola poderá ter sido mal assinalado, mas quanto aos restantes lances a razão terá estado do lado de Benquerença e dos seus auxiliares. E vou mais longe: - o futebol não se joga em câmara lenta, joga-se à velocidade real, e nesta velocidade qualquer daqueles lances pareceram normais e bem ajuizados. Em conclusão, é muito feio esconder insuficiências próprias com os possíveis erros dos outros. A não ser que este ano o filme dos túneis tenha outra encenação!

Também na minha ausência, mas desta vez sem surpresa, consumou-se a traição de Madaíl. Com plenos poderes para escolher o seleccionador nacional, com plenos poderes para celebrar com ele um contrato que os portugueses ainda hoje desconhecem, o presidente da federação portuguesa de futebol só tinha um caminho: - despedir o seleccionador e demitir-se de seguida. A rábula das próximas eleições, sabendo-se que (por questões burocráticas) não é possível haver eleições tão cedo, é mais uma manobra de corticite aguda. Curiosamente vivemos num ‘país democrático’ onde existem algumas dificuldades para remover, através de eleições, deputados inúteis, governos inúteis e já agora, presidentes de federações inúteis!
E fica um recado para o próximo presidente da federação (no fundo sou um optimista) que vier a suceder a Madaíl – a federação não se resume nem se esgota na selecção nacional, tem mais coisas que fazer, tem mais problemas para solucionar, por exemplo, o futebol português.

Último capítulo para o empate do Belenenses em Penafiel: - não vi o jogo, e portanto faço fé no relato do meu companheiro de regatas – nota-se outra consistência defensiva com Baggio e Célio Santos, Elton é um extremo esquerdo que mexe com a equipa, a pedir um ponta de lança alto e bom cabeceador (Purovic) que acabou por não entrar face às incidências da partida no que toca a lesões. O meio campo ainda não agarra jogo, mas tudo indica que a equipa tem tendência para melhorar. São boas notícias para contrabalançar os esforços desesperados das ‘quintinhas’ (desta vez são as piscinas) para manterem os seus feudos no Restelo, não se importando com isso, que o Belenenses vá ao fundo!


Saudações azuis

quinta-feira, setembro 02, 2010

Liga ibérica, etc., e tal…

Afanosamente, os filhos de Abril vão construindo a ilusão como se fosse a primeira vez! Não têm memória, mas pior do que isso, não têm vontade, gostam de ser mandados e ponto final. Os Miguéis de Vasconcelos sempre foram assim, republicanos, com aquele toque bolchevique que lhes dá o ar de terem descoberto a pólvora, pois acham ou pensam (!) que conseguem fazer a síntese dos contrários. Exemplificando com o futebol, única linguagem que a maioria entende, primeiro organiza-se um campeonato a meias com a Espanha, só que não é a meias, é como a bandeira ibérica, o verde encostado ao pau é mais pequeno que o vermelho castelhano. E assim é, a maioria dos jogos realizam-se no país vizinho e ao rectângulo (ilhas para que vos quero!) cabem apenas dois estádios, correspondentes à imagem que se retira do campeonato espanhol – um na Capital, outro na cidade Condal. Lá como cá, parece simples. É a altura de verter uma lágrima pelo Sporting que baixará de posto, do Braga, nem se fala. Sobre o Belenenses já verti as lágrimas que tinha a verter. Mas tudo se conjuga para o estreitamento, não para o contrário. Não era desta democracia de funil que estavam á espera?! Pois aí a têm.

E nem de propósito, já que falamos do Sporting, li no Público um artigo esclarecedor sobre as opções empresariais da Sagres, artigo escrito por um ex-dirigente leonino que tem o título sugestivo: - “Como a Sagres ajudou o Benfica a ser campeão”. A história é conhecida e se daqui passarmos para as empresas com capitais públicos chegamos facilmente ao ‘Benfica golden share’. E pergunta-se: - com o estado (e suas ramificações) a interferirem no campeonato pela via financeira, o que podem esperar os outros clubes e as outras equipas?! Nada, obviamente.

E dentro do mesmo tema passamos às piscinas azuis que vão encerrar por falta de verba e pelo estado de degradação a que chegaram. Porém, se as piscinas fossem cor-de-rosa ou alaranjadas, não temos dúvidas que em lugar de construírem uma piscina municipal a quinhentos metros do estádio do Restelo, o dinheiro teria sido investido na piscina do Belenenses. Mas se as piscinas fossem encarnadas… bem, reconstruíam tudo de novo, responsabilizavam-se pelos gastos e a única despesa imputada ao clube da Luz seria a faixa a dizer - ‘Piscinas do Sport Lisboa e Benfica”.
Querem apostar?!

Saudações azuis

domingo, agosto 29, 2010

Crónica de abertura

Agora é a sério, começou o nosso campeonato e para início defrontámos uma equipa com pretensões de subida, o Desportivo das Aves. Entrámos bem, e embora o esquema tenho sido idêntico ao do último jogo oficial, tal como os jogadores que alinharam foram os mesmos que defrontaram o Arouca, notaram-se progressos e durante quinze minutos trocámos a bola, que desmarcava alguém numa das pontas e assim criámos perigo e assim inaugurámos o marcador. Um golo que contou com a colaboração dos dois pontas de lança – Tiago Almeida cruzou rasteiro e forte e Camará aproveitou o ressalto num defesa para marcar.
Naturalmente que o Desportivo das Aves reagiu, mas foi o Belenenses que acabou por dar uma ajudinha que não estava no programa – Devic, mal colocado, em lugar de tomar a iniciativa do desarme, de tapar a entrada da grande área, não, deixou o adversário passar por sítio proibido (junto à linha de fundo) e aí qualquer contacto é penalty. E foi, foi cartão amarelo, e golo do empate. Não havia meia hora de jogo. Mas o estado de graça dos primeiros minutos já se tinha quebrado, voltámos aos lançamentos longos, sem hipóteses, voltámos a ser pouco esclarecidos.
Segundo tempo a substituição clássica, entrou Miguel Rosa para o meio campo e saiu um dos pontas de lança, Tiago Almeida. Meio campo onde havia Pelé, bom jogador mas sem apoio, recorrendo a iniciativas individuais, já não havia Celestino, lento e a perder bolas que não se podem perder, e também já não havia André Almeida. Com Miguel Rosa o Belenenses reapareceu dominador, mas foi sol de pouca dura. Esperei pela entrada de André Martins à semelhança do que acontecera no último jogo, esperei pela entrada de Luís Carlos, mas para a direita, esperei ver jogar Purovic sozinho lá frente, a fixar os dois centrais, a libertar os flancos para as entradas dos laterais, mas tive apenas a terminação, já não foi mau. Como disse antes, houve progressos e não perdemos. Mas precisamos de ganhar em nossa casa.

Receita do treinador de bancada - há que treinar:

Já disse quase tudo, mas há que treinar os rodopios defensivos para despachar a bola. Quer Barge quer André Pires têm que se habituar a solucionar o problema usando o pior pé. Luís Carlos também se sente pouco á vontade na esquerda. Há que treinar. Os dois jovens pontas de lança têm qualidades, já o afirmei, mas precisam de mais experiência, mais traquejo. Há que treinar a concentração e os reflexos. Quanto a Purovic espero que seja este o ano dos seus golos de cabeça. Há que treinar os cruzamentos.

Resultado final: Belenenses 1 – Desportivo das Aves 1


Saudações azuis

Aquilo que se vê e aquilo que se sabe

Vi um Setúbal manhoso e um Zé Pedro tristonho, vi um Lima eufórico a marcar golos em Sevilha, vi um Porto de dificuldades a corrigir-se, vi um Hulk certeiro a marcar golos de livre! Querem ver que o Villas Boas consegue desbastar (e amestrar) o rapaz! Não será fácil. Vi o Sporting fazer a remontada e gostei da postura do Paulo Sérgio. Vi um país preocupado com o Benfica, parecia até que a Pátria não tinha guarda-redes! Mas qual é o problema, compra-se outro, o Benfica tem crédito ilimitado, não depende de agências de rating, não tem que apertar o cinto, o Benfica é rico, nós é que somos pobres. Assim funcionam os países de raiz soviética, a nomenclatura bate-se com caviar, a populaça come frango de refugo, uma vez por semana. É para quem gosta e os portugueses gostam. Por isso vi, vejo todos os dias, o desenrolar do processo bolchevique contra Queiroz, o desgraçado que se atravessou no caminho dos secretários do poder, que desconsiderou as análises, ou afrontou, sem medir consequências, os deuses associativos, a quem devemos obediência e gratidão. O dilema coloca-se – a forca ou o regresso (de mãos a abanar) a Manchester onde já foi feliz um dia.
Vi tudo isto em pouco tempo e espero ver amanhã (hoje, porque já passa da meia noite) a primeira vitória do meu clube. É no Restelo, pela manhã, contra o Desportivo das Aves.

Saudações azuis

quinta-feira, agosto 26, 2010

Belenenses com bola

A coisa está-se a compor, e nestes últimos dias chegaram jogadores que por certo irão estabilizar a equipa, dar-lhe outro fôlego e outras ambições. Aguardemos, portanto. Mas o tema deste postal, continuação do último, continuação de todos os que escrevi, diz respeito a uma alteração de fundo na mentalidade do futebol azul. Eu sei que o futebol moderno é mais exigente, especialmente em termos físicos, mas continua a ser um jogo simples. A diferença entre as equipas mantém-se, umas jogam para ganhar e as outras para não perder. Ora o Belenenses pertenceu durante muito tempo ao primeiro grupo, os jogadores que envergavam aquela camisola já sabiam que era assim e jogavam em conformidade, os sócios não admitiam outra postura na equipa. Fosse contra quem fosse. Os tempos mudaram e fomos perdendo esse estatuto. Dentro do campo e fora dele. Lembro-me bem que antes de nos rendermos às evidências, o meio campo do Belenenses ainda tinha bola, ainda empurrava a equipa para a frente. Depois lá na frente já não tínhamos, por termos vendido à concorrência (primeiro o Yaúca, depois o Peres), os jogadores que faziam a diferença no marcador, ou seja, nas vitórias e nas derrotas. Mas esses tempos, como disse, foram os últimos em que fomos uma equipa de ataque, com o Adelino a cavalgar o meio campo entre fintas e zigue zagues que consolavam os adeptos. Tudo isso acabou e este postal não pretende ser saudosista (se calhar está a sê-lo!) pretende apenas transmitir uma ideia de recomeço, temos de regressar a essa mentalidade, temos que voltar a dominar os jogos, e para isso acontecer precisamos de jogadores de meio campo com alguma qualidade, que saibam segurar a bola, para que a equipa possa respirar, para que a defesa possa então subir no terreno, para enfim criarmos mais oportunidades de golo. Depois marcá-los é outra história, porque para voltarmos a ter os jogadores que resolvem, vamos ter que recuperar o terreno e o território que já tivemos. Vai demorar o seu tempo mas é esse o único caminho.

Saudações azuis
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.Post-Scriptum: Enquanto escrevia este postal ía-me lembrando do Azeez, um jogador que sabe pisar aqueles terrenos, mas a respeito do qual parecem confirmar-se os piores cenários, poderá estar de novo lesionado! Esperemos que tudo se resolva pelo melhor, para o jogador, evidentemente.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Empate no Restelo

Cadeiras limpas, speaker comedido, bluecard no bolso, e vamos lá conversar sobre este empate entre Belenenses e Arouca (1-1) para a Taça da Liga. A situação das duas equipas era diferente – o Belenenses já estava eliminado, ía cumprir calendário, enquanto o Arouca ainda lutava pela qualificação, que acabou por conseguir.
Sobre o jogo digo o seguinte: na primeira parte jogámos com os ex-juniores à excepção de quatro jogadores – o guarda-redes Semmler, o Barge (defesa direito), o Devic (central), e o Celestino (médio). Mas o problema desta equipa durante a primeira parte, não foi propriamente a juventude, o problema desta equipa foi a falta de organização de jogo. Melhor dito, a falta de organizadores de jogo pois nem Celestino, nem Pelé, nem André Almeida, são jogadores para nos resolverem o problema do meio campo. Servem para ajudar os organizadores de jogo que de facto entraram na segunda parte – o rapaz do Benfica e o rapazinho do Sporting. E a partir daí passámos a ter bola e retirámos a iniciativa ao adversário. Um aparte - nós também lá temos um jogador deste tipo, é o Azeez, mas, infelizmente, está sempre lesionado.
Para além da entrada de Miguel Rosa e André Martins, Rui Gregório retirou um dos pontas de lança (Tiago Almeida) e meteu um ala (Luís Carlos) abrindo assim a frente de ataque. E as coisas melhoraram. Sacudimos o domínio do Arouca e especialmente depois do empate (um golão de Celestino!) começámos a pressionar o adversário que acabou o jogo a queimar tempo, na tentativa de segurar o empate, que pelos vistos lhe servia.
Esta é a minha visão dos acontecimentos, pelo menos para já, enquanto esperamos pelos reforços, (três deles estavam sentados perto de mim) para dar um maior equilíbrio e consistência à equipa, que como sabemos, terá que se bater com uma maioria de equipas do norte, equipas experientes e habituadas à competitividade da segunda Liga.

Saudações azuis

sábado, agosto 21, 2010

Uma questão de coragem

Por falta de coragem inventaram um folhetim para correr com o Queiroz. Primeiro desvalorizaram o Scolari, o Queiroz era o melhor do mundo, mas porque o homem não conseguiu trazer a taça, para safar o governo, para comemorar o centenário, e prolongar (até à eternidade) o mandato do Madaíl, descobriram que é timorato, que não serve os fins em vista, e lembraram-se de uma trica esquecida, sim, esquecida, porque se tivéssemos ido à final na África do Sul, ninguém mais se lembrava para onde o Queiroz tinha mandado o outro! Esta é que é a verdade.
E agora temos uma situação ridícula que define a república: - questões de lana-caprina a alcandorarem-se a razões de estado com prejuizo directo para o próprio estado. A selecção afinal só interessa se der votos, ou se for biombo para alguma manigância. Como aquela a que assistimos - um exercício de justiça a fingir que a justiça existe!

Também há falta de coragem nos incêndios, não dos bombeiros que lá andam, mas dos dois partidos de governo. Em lugar de cerrarem fileiras para resolverem um problema nacional, queimam o tempo num jogo estatístico curioso, numa espécie de Benfica-Sporting – a minha área ardida é menor que a tua! Não há melhor convite para o terrorismo incendiário! É dos livros. Não, não estou a falar daqueles bêbados ou frustrados que acendem o fósforo, estou a referir-me a quem os manda atear o fogo. Compreendido!

Coragem teve a Direcção do Belenenses ao enfrentar o problema das piscinas. Estou á vontade no tema, pois ao longo destes cinco anos já várias vezes o abordei. Gosto de muito de ter piscinas, se as pudesse ter em bom estado e se não dessem prejuizo. E voltamos ao velho problema do Belenenses, o eclectismo sem futebol na mó de cima. Não dá. Hoje em dia nem com o futebol na mó de cima. E lembrar que as piscinas foram concebidas para ter lucro e, maravilha das maravilhas, aumentar o número de sócios do Belenenses! Lá aumentar, aumentaram, só que usam as piscinas, têm cartão de sócio, mas têm cativo na Luz ou em Alvalade. E se os deixarem, um dia votam o fim do futebol no Belenenses!

Saudações azuis

quarta-feira, agosto 18, 2010

Um sindicato de comentários

Às vezes apetece-me reagir a alguns comentários que vou lendo noutros blogues, mas domino-me. Pois se não autorizo o contraditório neste espaço, não tem lógica ir contraditar na casa dos outros. E a propósito de contraditar na casa dos outros, o que tem o Evangelista a ver com as declarações do treinador do Belenenses?! Aliás declarações legítimas de quem se sente enganado, para não dizer traído por alguns jogadores?! E que outras declarações deveria proferir Rui Gregório no fim de um jogo vergonhoso, um jogo em que ao fim de dez minutos já perdíamos por três a zero?! Ele sabia perfeitamente o que queria dizer e disse-o. Fez bem. Não mencionou nomes e também fez bem. Quem fez mal foi o presidente do sindicato que veio fazer uma defesa colectiva dos jogadores, quando o Rui Gregório apenas se referiu a 'alguns'. A não ser que saiba alguma coisa que a gente não sabe. Depois é completamente despropositado relacionar o valor de mercado dos jogadores com a respectiva capacidade de entrega, com o brio, coisas distintas, que quando não existem não têm defesa possível. E sobre conversas de balneário concerteza que Rui Gregório já as teve, mas pelos vistos não serviram para nada. Vidé as duas derrotas sucessivas a fazer crer que fosse qual fosse o adversário seríamos goleados na mesma! Sobre isto é que gostava que o Evangelista se pronunciasse.
E termino com as declarações de João Almeida que disse que se sentiu envergonhado face a tão triste exibição. Fez bem em dizê-lo, porque eu também me senti envergonhado e qualquer sócio do Belenenses sentiu o mesmo. E quando o presidente do clube exprime (em público) o sentir dos sócios (e adeptos) está sempre bem!

Saudações azuis

Reformar ou revolucionar?!

No futebol português a experiência dita que é mais fácil revolucionar que reformar. Explico-me: - como reformar é praticamente impossível, porque é praticamente impossível arredar (a bem) as forças de bloqueio, o melhor é tentar revolucionar, mesmo correndo o risco de errar. Dito isto, passemos à revolução: - concordo em absoluto com a política de rescisões com alguns jogadores que têm um salário excessivamente alto em relação à média e que ainda por cima, sejamos justos, em termos de custo-benefício nunca fizeram juz às expectativas. Não se trata de menosprezar ninguém, nem de fazer um juízo sobre a simpatia das pessoas, trata-se apenas de uma avaliação puramente futebolística, que é no fundo o que interessa. Infelizmente no Belenenses mistura-se tudo e depois ninguém decide com medo de desagradar a fulano ou sicrano. Já chega de panos quentes porque a política dos panos quentes está à vista de todos.
Assim, embora agradecido, mais a uns que a outros, é esta a minha opinião sobre os jogadores com os quais rescindimos:

Cândido Costa quando chegou ao Belenenses já não era extremo, adaptado a defesa direito nunca teve a velocidade requerida para o lugar, muito menos agora. Compensava essa carência com raça e brio, e às vezes com faltas. Por outro lado, atendendo às suas características, nunca conseguiu reciclar-se no meio campo porque não tem o sentido nem a espontaneidade do passe. Pelo contrário agarrou-se sempre muito à bola, o que como extremo fazia sentido, mas como médio, não.

Gabriel Gomez apareceu no Restelo com a aura (e provávelmente com o vencimento) de internacional do Panamá, era magrinho como um fuso e em campo, nos primeiros jogos, dava a sensação de grande agilidade e leveza. Mas este Gavilan desapareceu ao fim de pouco tempo. Tornou-se muito pesado, o que para o seu físico e para o seu futebol passou a constituir um handicap enorme. Nestas condições fez o que todos os jogadores fazem, refugiou-se num futebol de retranca, pouco ofensivo, e nunca foi o médio que todos os belenenses esperavam. Dizem-me que vai para o Parma, e das duas, uma, ou emagrece muito ou então o Parma vai jogar à Belenenses fim de estação – linhas recuadas, centrais e trincos com medo de avançar no terreno porque não têm velocidade de recuperação, e um avançado lá na frente à espera dos charutos que vêm de trás. Não acredito neste Parma.

Rodrigo Arroz veio do Flamengo, cartão-de-visita que costuma augurar grande qualidade, mas isso era dantes, antes da época dos empresários do futebol. Mas Rodrigo Arroz é um central razoável, porém, não tem a autoridade que se exige a um central a evoluir no futebol português. Macio, às vezes precipitado, às vezes a temporizar demais, estava no entanto a adaptar-se e até tem qualidades para disputar os lances de bola parada na área adversária. O seu ordenado é no entanto elevado demais para a segunda Liga e convenhamos, nunca foi um central amado no Restelo. O que em termos de confiança não é bom para um central.

Mas há mais jogadores que esgotaram a capacidade de espera que um clube lhes pode conceder, sem com isso comprometer a equipa.

Saudações azuis

segunda-feira, agosto 16, 2010

Nem tanto ao mar…

Nem tanta contabilidade nem tão pouco futebol, há que encontrar um equilíbrio, o Belenenses precisa de ter uma equipa minimamente competitiva, que não nos envergonhe, e isto tem pouco a ver com a qualidade individual deste ou daquele jogador, mas sobretudo com os ‘vícios que de longe vêm’, como dizia um Rei que deixou saudades. Entendamo-nos, está há muito instituída no clube uma cultura de ‘deixa andar’, de irresponsabilidade, que os jogadores imediatamente apreendem e copiam. E se alguma coisa de positivo podemos retirar destas goleadas é que não estamos apenas a falar de futebol, longe disso. Estamos a entrar no cerne da questão: - há muito tempo que o Belenenses é um clube para passar o tempo, um clube pouco exigente, e como é relativamente certinho no cumprimento das suas obrigações contratuais (ai dele se não fosse, caía-lhe tudo em cima!) é o clube ideal para um futebolista se reformar (incluindo no posto médico) ou então para se ir reformando. Este tipo de ambiente atrai jogadores pouco ambiciosos, sem carácter, e como não existe um contra-vapor educativo, as coisas vão-se degradando.
Por isso gostei de ouvir o desabafo do treinador bem como a reacção do presidente! É preciso continuar a falar verdade, e esta verdade tem que se estender a toda a estrutura do futebol - dirigentes, treinadores, adjuntos, e também àqueles que quer o Belenenses desça quer não desça, por lá continuam, como se fosse tudo igual ao litro.
Sobre os jogadores que temos não gostaria de me pronunciar, mas uma coisa já vi há muito tempo – não há por ali um capitão a sério, uma voz de comando, alguém inconformado!
Sabemos que dizer mal nestas alturas é fácil, mas ignorar o assunto seria bem pior, portanto vamos levantar a cabeça porque ninguém acredita que de repente todas as equipas são melhores que o Belenenses! Isso é um absurdo.

Saudações azuis
.
.Nota básica: Mas é verdade que até à data não temos ninguém que marque golos. E sem golos não há vitórias.

domingo, agosto 15, 2010

Pinceladas de azul

Palavras claras, ideias azuis, em entrevista ao jornal Record o presidente do Clube fala verdade. E esta verdade traz, apesar de tudo, alguma esperança. Destaco:

Record O Belenenses está como esperava encontrá-lo ou foi surpreendido de alguma forma?

João Almeida – Fui um pouco surpreendido com a dimensão do incumprimento das obrigações do passado. Era sabido que o clube tinha um passivo razoável e que a situação de tesouraria era muito difícil, mas pensámos que as que resultaram de acordos feitos anteriormente estivessem mais desanuviadas. Ora isso tem-nos pressionado muito… temos sido surpreendidos constantemente por penhoras, execuções e incumprimentos que nos condicionam no dia-a-dia.
(…)

Record Este primeiro ano pode ser considerado de transição?

João Almeida – Não é de transição: este ano é decisivo para a salvação do Belenenses e é bom que as pessoas tenham absoluta consciência do que é que está em causa. Desde a primeira hora que acentuamos a ideia de que é fundamental sabermos se é possível salvar o clube da situação infeliz em que se encontra.
(…)

Record – Qual o nível que atingem as dívidas a antigos jogadores e treinadores?

João Almeida – É preciso que as pessoas entendam que temos um plantel a trabalhar e outro de ex-jogadores, muito mais caro, e que pesa muitíssimo todos os meses no orçamento. O que é insustentável. No futuro isso não pode voltar a acontecer…
O futuro está desenhado: pôr os pés na terra, assumir responsabilidades e passar um tempo difícil para depois voltarmos a crescer.

A entrevista é longa, importante, e apenas transcrevi uma pequeníssima parte.


Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Mudem qualquer coisa

A erva não cresce no Restelo, incapazes de ver um camião à frente dos olhos como é que íam descobrir um bebé abandonado num cestinho junto ao portão principal! Era só pegar nele e levá-lo para dentro do estádio. Mas isso no Belenenses é complicado, há-que reunir, marcar uma AGE, dar a devida publicidade ao assunto e deixar as coisas em banho-maria. Para dar gosto. Entretanto a cegonha pegou no bebé e levou-o para Guimarães. Se calhar fez bem, foi a sorte do rapaz, porque no Restelo passaria por um jogador medíocre, sem futuro. Um dia isto há-de mudar, tem que mudar, um dia…

Menos clubes do norte na primeira Liga é a novidade em termos de estudos de opinião. O Belém Integral já glosou o tema e se não marcámos golo acertámos na trave. Mas eu penso que marcámos golo. O melhor é esclarecer outra vez o assunto: - segundo Herculano Coutinho, geógrafo, “o mapa dos clubes da primeira Liga funciona como espelho das grandes assimetrias no continente”, uma verdade indiscutível. E assim temos todos os clubes no litoral e ninguém no interior, cada vez mais desertificado. O norte tem vindo a perder terreno por duas ordens de razões – a crise da indústria, têxtil sobretudo, e um menor favorecimento por parte das autarquias, empenhadas em resolver a crise social. Curiosamente no sul, especialmente em Lisboa (e isto não foi dito nos tais estudos de opinião) esse menor favorecimento não se tem feito sentir, antes pelo contrário, e quando não pode ser a CML a avançar, o poder político inventa soluções, para acudir aos seus filiados mais necessitados – Benfica e Sporting. E por isso vemos a FPF a inventar campeonatos do mundo a qualquer hora do dia ou da noite (pensemos no aluguer dos estádios) ou assistimos (em directo) aos gestos de grande generosidade por parte de empresas com ‘golden share’ para dar e vender.
Se a tudo isto juntarmos o que dizem os relatórios internacionais sobre Portugal, particularmente sobre o fosso das desigualdades entre ricos e pobres (leia-se clubes grandes e pequenos) e estamos todos conversados.
Portanto, tirando o caso das regiões autónomas onde a persistência de dois clubes da Madeira é algo que há muito previmos, a grande conclusão a extrair é a seguinte: - a primeira Liga reduz-se a três clubes excessivamente grandes, mais um ou dois clubes quase satélites, que ainda têm alguns adeptos próprios, porque o resto é paisagem. O Belenenses está na segunda Liga e veremos se consegue manter-se sem ser quase satélite e com alguns adeptos próprios.
E já que falamos na Oranjina convém recordar que nesta Liga é quase tudo do norte. Exceptuam-se Belenenses, Estoril, Fátima e Santa Clara dos Açores.

Saudações azuis

quarta-feira, agosto 11, 2010

País minúsculo

Eu também gostava de ser assim, abrir o jornal e lá vou eu a caminho do Real Madrid, num dia, porque no dia seguinte já vou a caminho de Londres para substituir no Chelsea quem afinal foi para o Real Madrid. E neste vai e vem a parada aumenta, parece um taxímetro. E passamos a outra notícia de grande relevo – o Brasil venceu os Estados Unidos - e lá estou eu outra vez, imponente, a saltar (desta vez sem sarrafadas por trás) que a canarinha sou eu… e mais dez! O Ramires já passou à história, rendeu pouco dinheiro, está com dificuldades em obter visto para jogar em Inglaterra, mas comigo é outra loiça. Mais uma notícia e o espanto continua, o Benfica bate a concorrência, tem saldo positivo nas compras e vendas de jogadores! Umas linhas à frente corrige-se a situação – afinal é o Braga quem tem o melhor saldo!
Atiro o jornal para o lixo mas mesmo no lixo surge a interrogação: - mas porque é que é tão importante vender o David Luís se andam a nadar em saldos positivos?!

‘Eh, Mano, estás em grande…’ mas a culpa não é tua é nossa, nossa que te apaparicámos, nossa que perdemos tempo (e dinheiro) a dar-te formação, e se não fosse a protecção legal (até estou admirado como é que esta lei ainda existe!) perdíamos tudo. Descemos de divisão contigo, descemos de divisão com uma série de jogadores que acham que não têm nenhuma responsabilidade no assunto. Mas a culpa é nossa, a cultura da irresponsabilidade fomos nós que a introduzimos no clube, o pensamento minúsculo também. Este pensar pequenino é uma erva de esquerda, erva de Abril que onde entra dá cabo de tudo. Não tem nada a ver mas é curioso como levamos sempre na corneta no ’25 de Abril’… em Penafiel. Não é de agora.

Saudações azuis

domingo, agosto 08, 2010

Penafiel 3 - Belenenses 1

O Penafiel bateu este domingo o Belenenses por 3-1, em jogo inaugural do Grupo B da Taça da Liga. Os golos foram apontados por Wesllem (36 e 39 minutos) tendo Camará reduzido no inicio da segunda parte, aos 53 minutos. Michel marcou o terceiro golo dos anfitriões aos 71 minutos. Com este resultado o Penafiel lidera o grupo uma vez que Freamunde e Arouca empataram (1-1).

Fonte: 'A Bola' on line.

Apesar do Hulk…

O Porto ganhou a Super Taça, Villas-Boas teve méritos tácticos, deixou o país de orelha murcha, e bem vistas as coisas até se deu ao luxo de jogar com dez! Esta é uma crónica que gosto de escrever, não é sobre o Belenenses mas podia ser, é sobre o remar contra a maré, como bem explicou o treinador do Porto logo após o jogo.
O tema é a história daqueles activos que se compram para valorizar e vender mais tarde por triliões… pensamos nós! Assim pensou Pinto da Costa mas desta vez enganou-se redondamente. E já perdeu um campeonato à conta disso, e nem à Liga dos Campeões conseguiu chegar! Disfarçou o assunto com as perseguições nos túneis, e se é verdade que os túneis destabilizaram o clube, não foi por falta de Hulk que o Porto se viu relegado para o terceiro lugar no campeonato. E ontem quem quis ver, viu. A equipa a carburar em pleno e um jogador desgarrado, armado em vedeta, a perder a bola infantilmente em sítios proibidos, esquecendo-se de ajudar o lateral do seu lado (Sapunaru) que ainda por cima não é grande espingarda, e nas acções atacantes, imprevisível, mas no pior sentido do termo! Às vezes acerta na melhor opção, a maioria das vezes nem tanto. E quanto a pontaria, já vi melhor.
É claro que o rapaz tem atributos, físicos sobretudo, arranque, finta em velocidade, e um remate poderoso com o pé esquerdo. Mas isto não faz dele um jogador imprescindível, muito pelo contrário, se fosse eu o treinador, servia para entrar nalguns jogos, e se as coisas lhe começassem a sair bem, continuava. Ao menor sinal de individualismo, retirava-o de campo. O problema é que o Hulk está convencido que é um crack! E como tal, quer ser ele a marcar todos os livres! Mas quantos golos de livre já marcou Hulk ao serviço do Porto?!
Pois é, Pinto da Costa alimenta a lenda de Hulk, o terrível, para ver se o vende bem no mercado, mas aquilo é mais pólvora seca que outra coisa. É possível que já no próximo jogo o Hulk me desminta e marque um golaço, depois de ultrapassar vinte adversários! Mas nem assim me convence. Ainda sei distinguir entre grandes jogadas e grandes jogadores. E prefiro os grandes jogadores.

sábado, agosto 07, 2010

Pontapé de saída

Amanhã, pelas 16 horas, em Penafiel, o Belenenses defronta o clube local para a Taça da Liga. Será o pontapé de saída para uma nova época, uma época que esperamos comece (e acabe) com o pé direito. O treinador Rui Gregório mostra-se confiante, embora, segundo afirma, aguarde ainda por dois elementos para reforçar o actual plantel - um defesa central e um ponta de lança. Seja como for, trata-se do primeiro jogo a sério, um primeiro teste às nossas capacidades, e é nestes desafios (ainda por cima a jogar fora) que se revelam as forças e as fragilidades da equipa. Veremos então qual o grau de maturidade de alguns jovens que irão ocupar lugares chave dentro do conjunto, veremos qual vai ser a personalidade deste Belenenses, um Belenenses que queremos igual a si próprio, que desde o primeiro minuto parta à conquista da vitória!

Já ouvi várias opiniões sobre os objectivos para esta época e normalmente a fasquia é colocada em patamares modestos, e todos compreendemos que assim seja. A necessidade premente de contenção de despesas, e a necessidade não menos urgente de pôr o clube nos eixos, a isso obriga, e quando digo nos eixos, refiro-me aos caminhos que fizeram a sua glória. Porém, se a paciência é uma virtude, a esperança de uma breve passagem pela Liga de Honra está sempre presente no meu espírito e, estou certo, no espírito de todos os belenenses. Por isso, mãos à obra, que o futuro começa amanhã.

Saudações azuis

sexta-feira, agosto 06, 2010

A concorrência que interessa

Para mim a única concorrência que conta ainda são os milhafres, os lagartos, o Porto mais ao longe, e as saudades dos antigos confrontos com o vizinho Atlético! De resto não tenho outras rivalidades. Eu sei que de repente vamos ter que inventar uma rivalidade qualquer com o Gil Vicente (Mateus na jogada), com o Santa Clara, por causa do pássaro na camisola, eu sei lá… Mas falemos da concorrência a sério:

Primeiro que tudo reconhecer que o Vieira das Furnas é esperto, sabe-a toda, e sabia que o Benfica, no actual estado de orfandade da nação, era trunfo garantido. E fez pela vida. Contando evidentemente com as benesses de um regime (republicano) ávido de propaganda, pois é com propaganda (e com subsídios) que se ganham eleições neste país.
Beneficiou também do centralismo lisboeta, uma realidade incontornável, e beneficiou (e beneficia) do ódio visceral que a capital dos funcionários alimenta contra a cidade Condal, capital do trabalho, o Porto. Ódio que cresceu depois de um longo jejum imposto ao nacional-benfiquismo!
Mas Vieira não dorme, na altura própria deu o golpe dos túneis, deu muitos outros golpes, fez uma fundação, e tiro-lhe o chapéu, arrancou com os fundos de investimento (sabe-se lá donde vêem!) e assim trouxe à equipa do Benfica uma qualidade indiscutível. Mas mais, passa a vida em peregrinação pelos países da emigração, tem toda a comunicação social a segui-lo, a entoar-lhe loas, e encetou uma verdadeira batalha para discutir os direitos televisivos contra a Olivedesportos. Noutros tempos a grande força do norte futebolístico. Esta é a realidade da verdadeira concorrência que nos espera a todos – Porto, Sporting e particularmente ao Belenenses, se não quisermos desaparecer a prazo.
E deixo uma pergunta para o fim, uma pergunta hipotética, já se vê: - será que se fosse o Belenenses a lançar-se nos fundos de investimento, ou se quisesse arrancar com uma fundação, isso lhe seria permitido?! Ou rebentava logo uma bronca instigada sabe-se lá por quem, devidamente orquestrada pela comunicação social, gritando mil e uma ilegalidades?!


Saudações azuis

segunda-feira, agosto 02, 2010

Olhando a concorrência…

Comecemos pela concorrência interna, a pior, a mais perigosa e que esta direcção tem que eliminar (ou dominar) a todo o custo. Vocês sabem do que falo, dos núcleos, das modalidades autónomas, do Bingo, etc., eu sei que é tudo em prol do clube, só que os clubes vencedores não funcionam assim, bem pelo contrário, armam-se de uma estrutura fortemente centralizada, sabe-se quem manda, e não manda mais ninguém. Nos clubes que singram não existe ‘regionalismo’ interno, assumem uma estratégia indiscutível, os custos são controlados e as receitas também. Até os jogadores sentem isso e pensam duas vezes antes de fazerem as suas consabidas exigências. Exemplos flagrantes – o FC Porto e mais recentemente o Benfica, que copiou o modelo.
Tenho imensa pena, mas é assim que penso e se me perguntarem qual é o mal profundo que corrói o Belenenses apontarei esse, ou seja, a dispersão de actividades que invariavelmente correspondem a fontes invisíveis de poder.

Deixemos por ora os núcleos em paz, e centremos a nossa atenção no Bingo, essa árvore das patacas, que tem condicionado (para o bem e para o mal) toda a vida do clube. Estabelecido para favorecer a formação e o desenvolvimento de actividades que nada têm a ver com o futebol, acabou por ser (nos clubes de futebol onde foi autorizado) o principal suporte financeiro desses mesmos clubes.
E com a facilidade com que entrava o dinheiro, entraram também uma série de vícios e distorções que mais tarde ou mais cedo se viraram contra os próprios clubes. Podemos desenvolver este tema noutra ocasião, mas não foi por acaso que os clubes que possuíam os bingos mais florescentes, ou desapareceram ou estão perto disso. Cito a título de exemplo, o Salgueiros, o Boavista, o Estrela da Amadora e o próximo seremos nós se não atalhamos caminho.
Andou bem esta direcção ao emitir um comunicado claro e firme, revelador daquilo que venho afirmando - o Bingo se não for controlado pode rápidamente virar-se contra os interesses do Belenenses. Não me esqueço que este Bingo já fez cair direcções eleitas pelos sócios, e que à mínima dificuldade não hesita em vir para a rua denegrir a sua entidade patronal. Tal como agora, com esta greve despropositada… a uma sexta-feira!
Gostava de ver se fosse o Benfica ou o Sporting, nas mesmas circunstâncias, se acontecia todo este espalhafato! Até íam trabalhar de borla!
Portanto, cuidado com o Bingo, cuidado com este (e outros) cavalos de Tróia.

Saudações azuis.

domingo, agosto 01, 2010

Deu para ver

Ontem, estádio do Restelo com pouca gente, falhou a limpeza, as cadeiras estavam sujas, sujei os fundilhos das calças e o meu lenço azul e branco ficou cinzento, o speaker grita muito, a música também, mas gostei dos equipamentos, a Cruz de Cristo está de novo em cima do coração!

Sobre a equipa, vi um colectivo esforçado, mexido, aqui e ali com bons apontamentos, e todos reconhecemos que se trata de uma equipa de ex-juniores, jovens com futuro, a que se juntam três ou quatro jogadores mais experientes.

E foi um desses mais experientes, Devic, que logo no início, entregou a bola a um adversário (Anselmo, falei dele tantas vezes!) e assim sofremos o primeiro e único golo. Aliás, um golo à ponta de lança, com todos os condimentos que esses golos têm – azelhice do defesa, sorte no ressalto (em Arroz) e guarda-redes mal batido. Mas foi golo.

Para além do golo, Luís Carlos, vê-se, foi uma excelente aquisição, o defesa direito Duarte Machado é minorca, não sei se tem velocidade compatível, mas tem bom toque de bola e alguma lucidez a entregar. Digo isto porque o lado direito da nossa defesa foi diversas vezes ultrapassado durante o primeiro quarto de hora de jogo. Depois estabilizou com a ajuda de Barge.

Guarda-redes, vi três – Néné (baixote, sofreu o golo, mas não comprometeu); Assis (boa planta, uma saída em falso, talvez encadeado pelo sol) e o alemão Semler, que jogou na segunda parte (físico de alemão, pareceu-me calmo e não vislumbrei erros).

No meio campo Celestino ainda demora a pensar, marcou livres, alguns bem marcados. André Almeida não impressionou, e Freddy tem que soltar a bola mais depressa. A produção atacante durante o primeiro tempo, mau grado o esforço de Camará e algumas iniciativas de Luís Carlos ou Freddy, resumiu-se a um golo anulado por fora de jogo.

Na segunda parte, com equipamento todo branco, ocupámos melhor os espaços, a entrada de Tiago Almeida trouxe alguma força (e técnica!) não apenas ao ataque mas também ao meio campo, tal como a entrada de Azeez, um médio esperançoso que fala outra linguagem em termos de pensamento de jogo! E foi com a equipa mais junta, com os centrais mais subidos (Pelé e Paiva), que descemos mais vezes pelas laterais (Duarte Machado e Tiago Gomes) e levámos mais perigo à área do Nacional. Perigo relativo, é certo.

Por isso, nada de ilusões, ganha quem marca e para marcar é preciso ter goleadores. O problema é que há poucos e os poucos que existem são caros.
Mas havemos de descobrir (ou fabricar) qualquer coisa.
Resumindo e concluindo, um balanço positivo desta apresentação aos sócios.

Saudações azuis


Post- Scriptum: Fica para próximo postal um comentário à greve do Bingo.

sexta-feira, julho 30, 2010

Assim vai a bola

Ainda não vi rolar a bola em Belém, oiço as notícias, leio alguns comentários, uns dizem que estamos a contratar bem outros dizem o contrário, o que é normal, mas não tenho opinião e por isso, sobre este assunto, reservo-me para uma melhor oportunidade.
Já sobre o futebol em geral acho pertinente dizer o seguinte:

A discriminação continua e o governo não se importa, pelo contrário, até a incentiva. Por exemplo, no acesso à Liga Europa, toda a atenção para o Sporting e pouca atenção para o Marítimo. Honras de transmissão televisiva em canal aberto para o Sporting e notícia de rodapé na goleada dos madeirenses! Pergunto, o governo só se preocupa com a discriminação sexual ou é impressão minha?!

Querem despedir o Queiroz à má fila e inventam desculpas de mau pagador. Por uma vez tenham dignidade e acabem com inquéritos às escondidas. Se a FPF (ou o Governo!) querem contratar outro seleccionador cheguem a acordo com o homem e paguem o que for preciso. Na terra dos homens é assim que se faz, no portugal dos pequeninos, não sei.

E falta a bicada da ordem no nacional-benfiquismo, claro que falta. Depois da fundação Benfica para a segurança social temos agora nova duplicação de funções no estado... e provável dupla tributação nos contribuintes! Então temos ministério dos negócios estrangeiros, com embaixadores, secretários, consules, eu sei lá, e aparece agora o Benfica a fazer o mesmo trabalho em Timor! E no resto do mundo! Mais um sinal dos tempos, pagamos aos funcionários públicos para fazerem um determinado trabalho e mal voltamos as costas ... surge uma empresa pública (carregada de administradores) a ocupar-se da mesma função! Isto é o quê?! Quem são os otários que gostam deste sistema?! Somos nós, claro.
Pão e circo, é disto que o meu povo gosta.

Saudações azuis

segunda-feira, julho 26, 2010

Limpar a casa

Bela iniciativa, um louvor a quem respondeu à chamada, e voltamos a chamar nosso ao nosso clube! A partir de agora antes de atirarmos uma beata para o chão, antes de transformarmos as casas de banho num chavascal, havemos de nos lembrar que aquela é a nossa casa e que andaram lá outros sócios a limpar o que estava sujo. Uma nova era que desponta e que esperamos acabe também com os abarracamentos que têm vindo a ‘ornamentar’ o Restelo ao melhor estilo do bairro da lata. Não é preciso muita imaginação, basta seguirem o plano original. Portanto, ainda bem que o espírito mudou e revela como são pequenos os gestos que revolucionam o mundo. Gestos educativos, que já se vêem.

“A situação é razoávelmente pior do que pensava, infelizmente há surpresas diárias”, assim se exprime o presidente do clube numa recente entrevista. É uma maneira elegante de retratar o naufrágio da nau azul. Nestas circunstâncias, que representam a verdade nua e crua, nem me atrevo a dar sugestões sobre isto ou sobre aquilo, reduzo-me à expressão que ficou célebre a propósito do Mantorras – deixem trabalhar a direcção.

Saudações azuis

sexta-feira, julho 23, 2010

Hoje é dia de escrita

E há sempre uma alminha a pensar – lá vai ele dizer mal de alguém ou de alguma coisa. E se tal pensou, acertou!
Começo pelos meus ódios de estimação, desde logo pelo nacional-benfiquismo, e para verter uma lágrima de crocodilo a propósito da Fundação Benfica. Mais uma fundação nesta república sem fundamento, a acrescentar a tantas outras que servem os mais variados fins, a maior parte deles ocultos. Bem, mas agora temos o Benfica a distribuir casas às vítimas das cheias na Madeira, gesto generoso e nobre, mas com muita televisão à mistura. Meteu Jardim, meteu propaganda política e metemo-nos mais uma vez pelos caminhos tortuosos da confusão entre clubes de futebol e actividades que fogem completamente aos respectivos fins. Talvez os eclécticos entendam isso, mas eu não entendo. Nem entendo que um clube que deve milhões (não me falem nos activos, está bem!), que recebe ajudas e subsídios de todas (ou quase todas) as entidades públicas e semi-públicas, me apareça agora no papel de mecenas?! A fazer de Santa Casa da Misericórdia?! Não diz a bota com a perdigota.
E que me desculpem as almas mais sensíveis, não estou entusiasmado com este tipo de caridade. Ainda sou do tempo em que um jogo de futebol com a receita a favor das vítimas seria o mais indicado… e mais compreensível.
Acresce que as fundações não foram concebidas para os clubes de futebol, e também sabemos que existem demasiadas fundações em Portugal! O que pode ser considerado suspeito. E permite neste caso imaginar que qualquer dia haveremos de ver a Fundação Benfica a emparceirar com a segurança social nas actividades caritativas! E sem querer lembrei-me das certidões falsas e das dívidas ao fisco que a Manuela recebeu em acções. Pois é, são más recordações, e para as evitar, vamos evitar mais confusões.

A bem da transparência…