terça-feira, abril 27, 2021

A felicidade e o mérito!

 

Um dos comentadores da Sport TV resumiu de forma eloquente o mérito da vitória azul: - temos que valorizar este Belenenses que vai superando jogo após jogo adversários aparentemente com outros recursos! Neste elogio está obviamente implícito o extraordinário trabalho de Petit!


Sobre o jogo de ontem o que há a dizer é o seguinte: - uma primeira parte equilibrada, muito semelhante à que disputámos com o Marítimo com a diferença de não termos conseguido marcar. Pelo contrário, sofremos um golo inusitado perto do intervalo. Um golo que não se pode sofrer. O adversário nesse momento reduzido a dez e Pedro Marques sozinho lá na frente... Estávamos mesmo a pedir!


A segunda parte adivinhava-se um calvário com o Gil Vicente a aproveitar para dilatar o marcador. Não foi isso que sucedeu. Petit tirou Cafu, lançou Francisco Teixeira, e nos primeiros dez minutos da segunda parte justificámos o empate conseguido com uma bomba de Afonso Sousa! Depois, é claro, veio o sofrimento e alguma sorte. Já tinha acontecido com o Marítimo. Duas substituições para os galos e o Gil toma conta da bola e começa a ameaçar a nossa baliza. Valeu Kritciuk e o poste. As nossas substituições tardavam mas quando chegaram o jogo voltou a equilibrar-se. Penso até que nos últimos minutos estávamos um pouco por cima. É claro que um golo nos descontos é sempre cruel para quem o sofre. Para nós foi uma espécie de recompensa pelo aconteceu em Alvalade.


Destaques: Kritciuk, uma actuação decisiva; Afonso Sousa maestro e artilheiro naquele primeiro quarto de hora da segunda parte; Francisco Teixeira em forma surpreendente e com um pé esquerdo que já vale pontos! Sem esquecer o passe de Taira!


Resultado final: Belenenses 2 – Gil Vicente 1


Saudações azuis


sexta-feira, abril 23, 2021

Dois pontos que podem fazer falta...

 

Não embandeiro em arco com o empate em Alvalade muito embora se antes do jogo alguém me vendesse um ponto, eu comprava logo. E nada disto é contraditório. De facto, depois de termos conseguido bloquear o ataque do Sporting durante toda a primeira parte e parte da segunda, a única hipótese de sofrermos golos residia nas bolas paradas ou nalgum deslize ou infelicidade. Que são coisas que como sabemos acontecem no futebol.


Nas bolas paradas* sofremos um golo perto do fim (83 minutos) e quando Coates já jogava a avançado centro. Um jogador temível no futebol aéreo e que tem salvo o Sporting tantas vezes! Deslizes tivemos um pois não havia necessidade de fazer penalty no lance de Henrique com Nuno Mendes. Penalti que Kritciuk conseguiu defender. E tivemos a infelicidade de Esgaio tocar na bola com o braço quanto o tempo de compensação tinha chegado ao fim.


A frustração aumenta porque conseguimos fazer a nossa parte em termos ofensivos. Marcámos golos, condição indispensável para amealhar pontos quando defrontamos estas equipas. Seriam três preciosos pontos que nos dariam outro conforto nas seis jornadas que faltam.


E a próxima final é já segunda-feira contra o Gil Vicente. Jogamos no Jamor e a lembrança do Boavista terá que estar presente. Há que ter cuidado com o contra ataque em especial com o Pedro Marques que é muito rápido e acutilante. Nestes jogos marcar primeiro é fundamental.


Resultado final: Sporting 2 - Belenenses 2



Saudações azuis



Nota: RPS pronunciou-se sobre a justiça dos dois penaltis assinalados contra nós. Petit, que jogou à bola, afirmou que os braços de Esgaio, no lance em questão, estavam na sua posição natural e assim o penalty fica ao critério do árbitro. Os técnicos de arbitragem que temos quando se trata de justificar penalidades a favor dos três clubes do estado, recitam os códigos e as interpretações mais favoráveis. Para eles foi obviamente penalti. 

Não vou entrar nesta guerra mas chamo apenas a atenção para o que sucedeu ontem à noite no Dragão! Existem dois lances (vistos pelo árbitro e revistos pelo vídeo árbitro) em que a bola toca nos braços dos defesas vimaranenses (num deles o movimento do braço até me pareceu intencional) e em nenhum deles houve lugar à marcação de grande penalidade! Afinal em que ficamos?!


*Não foi bola parada mas foi como se fosse. Nuno Santos cruzou parado e sem oposição.

terça-feira, abril 20, 2021

UEFA e Superliga – quem semeia ventos...

 

Falando do futebol que vende um espectáculo a prioridade já não é o adepto mas o público. O público que compra o bilhete ou que adquire o direito de visionar os jogos na televisão. É esse público que paga o espectáculo nomeadamente os ordenados dos jogadores, as suas carreiras, as suas transferências milionárias, tudo dentro dos limites das leis que preservam a verdade desportiva, das leis do mercado e da concorrência. Quando alguma destas leis falha é todo o edifício que vem abaixo. É mais ou menos o que está a acontecer neste diferendo entre a UEFA e uma dissidente superliga.


A UEFA aparentemente com razão queixa-se de traição e ganância de alguns clubes ameaçando ao mesmo tempo castigar os dissidentes. Esquece-se no entanto que tem sido a própria UEFA, por ganância ou incompetência, quem tem cavado um enorme fosso entre os clubes que, ao menos teóricamente, teriam acesso à liga milionária! Aliás o próprio nome de 'liga milionária' diz tudo sobre o espírito elitista e de exclusividade que presidem à dita prova.


Aqui chegados, como resolver o problema?! Não inventei nada mas este tem sido um tema preferido em muitos dos meus postais. Assim já perceberam que não basta dar dinheiro aos clubes famintos, sempre os mesmos e cada vez mais famintos, dos campeonatos como o português. A UEFA tem que exigir à respectiva federação (Gomes! Estás a ouvir?!) que distribua uma parte das receitas da liga milionária pelos clubes vencidos desses campeonatos*. Não sendo assim a UEFA não cumpre o papel para que foi criada, ou seja, ser um factor de equilíbrio e de competitividade no universo dos vários campeonatos nacionais.



Saudações azuis



* A liga milionária tal como está não diz nada á maioria dos clubes. E os 'pontos acumulados' são uma cenoura já muito gasta. Sei que esta conversa não interessa nada aos crónicos beneficiários das receitas (extraordinárias!) da liga milionária (Porto e Benfica) mas é o que tenho para vos dizer.


Nota: Sobre a ganância nacional o Benfica vai claramente na dianteira. Já em 2017 o Vieira dizia que andava a trabalhar afincadamente para isso. 'Isso' era uma superliga europeia! 


segunda-feira, abril 19, 2021

Vitória sofrida, campeonato imprevisível!

 

Temi o pior naqueles terríveis quinze minutos da segunda parte, em que não conseguíamos segurar a bola, quinze minutos em que sobrevivemos graças às intervenções de Kritciuk! Era preciso reagir às alteraçõe produzidas ao intervalo por Velasquez e por isso entrou Ramires equilibrando assim as forças naquele corredor central. E então as coisas começaram a melhorar. É verdade que momentos antes o sacrificado Varela poderia ter chegado ao segundo golo mas convenhamos que manter Varela em campo nestes jogos em que o músculo e a velocidade ditam leis é um risco muito elevado. Recordemos que jogar em casa não tem sido uma vantagem evidente, e a obrigação de assumir o jogo acaba por ser uma armadilha.


Falando agora um pouco da justiça desta vitória eu penso que a merecemos. Ao contrário de Velasquez que desvalorizou a primeira parte, eu acho que ela foi decisiva não só pelo golo conquistado mas pela forma como controlámos o jogo e ao mesmo tempo fomos ameaçando a baliza insular. Pena que Cassierra se tenha lesionado porque com ele em campo o Marítimo nunca se aventuraria a apostar tudo no ataque pois arriscava-se a sofrer rápidamente o segundo golo. Cassierra está em grande forma, tem capacidade para segurar a bola e a sua velocidade nas costas da defesa adversária iria fazer estragos.


Assim, sem alternativa atacante, e entrando Cafu para o substituir, a nossa sina seria sempre defender a todo o custo o resultado tangencial. Foi o que fizemos e com outra segurança a partir da entrada de Ramires. Conseguimos inclusivé chegar ao segundo golo que nos dá vantagem sobre o Marítimo em caso de igualdade pontual. Golo apontado por Francisco Teixeira depois de uma brilhante jogada de Miguel Cardoso. Um jogador que já tenho criticado por definir mal mas que esteve em grande plano, quer na execução da grande penalidade quer a abrir espaços para servir os companheiros!


Nada está ganho ainda mas sem esta vitória a nossa vida estaria muito complicada. O próximo jogo é já esta quarta-feira em Alvalade e será mais uma final. A expectativa é sabermos se podemos ou não contar com Cassierra. No mais é tentar amealhar pontos.


Resultado final: Belenenses 2 – Marítimo 0



Saudações azuis


terça-feira, abril 13, 2021

Fintas e falcatruas!

Prossegue a guerra suja no futebol português, à vista de todos, e ainda há quem o valorize e lhe chame 'indústria', como se ela existisse ou tivesse condições para existir! O que temos são as engenharias e as bolhas que todos conhecemos. E um clima de suspeição e violência nunca vistos! Nem é preciso público!


Assim, o que dizer do jogo que encerrou a Liga Revelação (Estoril-Leixões) e acabou à pancada! E dos jogos que envolvem os eternos candidatos ao título, proibidos de perder pontos, e quando perdem também acabam com actos de intimidação e violência! E que pensar desta originalidade verdadeiramente lusitana: - a oito jornadas do fim há mais cartões vermelhos a dirigentes e treinadores que a jogadores de campo!


A tudo isto a firma 'Proença & Gomes' assobia para o lado e avança com novos projectos, todos eles megalómanos, todos eles virados para o estrangeiro, todos eles incapazes de pôr alguma ordem na casa!


Aliás e já que voltámos ao tema da reformulação dos campeonatos podia até ser uma tese de mestrado interessante analisar a competitividade do campeonato português medida pelo único padrão que podemos ter – o número de clubes que foram campeões nos três períodos em que por norma se divide a história do nosso futebol.


Pois bem, e a traços largos, no primeiro período que vai 1921 a 1940 (cerca de vinte anos) tivemos sete clubes que se sagraram campeões (Benfica, Sporting, Porto, Belenenses, Carcavelinhos, Olhanense e Marítimo).


No período seguinte de 1940 a 1974 (cerca de trinta e quatro anos) tivemos apenas quatro campeões (Benfica, Sporting, Porto e Belenenses).


De 1974 até 2020 (cerca de quarenta e seis anos) tivemos também quatro campeões (Benfica, Porto, Sporting e Boavista) só que a competitividade neste período reduziu-se a Benfica e Porto que repartirem entre si quase todos os campeonatos.


Conclusões: - quem quiser que as tire!



Saudações azuis




Post Scriptum: - Ficámos hoje a saber que o processo 'Cashball' foi afinal uma invenção! Uma invenção ao que tudo indica toupeiral! O objectivo era correr com o ex-presidente do Sporting! Alguém que pelos vistos incomodava muita gente. E segundo consegui depreender nas entrelinhas da referida notícia parece que quem mais 'rezava' para que o Sporting fosse condenado não eram os adversários do Sporting! E esta, hein?! Isto leva-nos directamente ao processo de Alcochete e à suspeita que também ali terá havido toupeira da grossa!



segunda-feira, abril 12, 2021

Um resultado moralizador!

 

Depois da derrota frente ao Boavista no Jamor era urgente voltar a pontuar e por isso este empate em Braga foi tão importante. E não foi fácil uma vez que Carvalhal apostou logo de início nos cruzamentos sistemáticos (e precisos) para o coração da área e onde aparecia sempre muita gente para finalizar. A pouco e pouco no entanto, recuperados do susto inicial, começámos também a incomodar sériamente a defensiva bracarense. E o jogo podia ter ido para o intervalo empatado não fora um ressalto de bola que acabou por propiciar um golo fortuito ao Sporting de Braga. Veio a segunda parte e com ela o contra ataque venenoso a que Cassierra deu expressão com engenho e arte! Jogo empatado e dividido até que a dez minutos do fim chegou a altura de defender o resultado. Foi o que fizémos com competência, sacrifício e alguma sorte. O Braga dispôs duas oportunidades para ganhar mas nós também tivemos um último ensejo para sair de Braga com os três pontos. Miguel Cardoso (mais uma vez) optou pela pior solução insistindo naqueles chutões que acabam na bancada!


Esta final já passou, faltam oito, todas são importantes, embora na próxima seja crucial vencer. Vamos esperar que assim seja.


Destaques: - Não é meu costume destacar individualidades, o esforço é sempre colectivo, mas desta vez tem que ser: – Kritciuk, que evitou o pior logo no princípio do jogo; Henrique, uma verdadeira Torre de Belém, mau grado o ricochete infeliz que sobrou para Gaitán; Afonso Sousa no miolo a pautar jogo; e Cassierra, uma dor de cabeça para a defesa arsenalista, e um golo para recordar. Mas lembro também Esgaio (um passe para golo e um corte fundamental) e Rúben Lima que lançou Casierra para o golo do empate!


Resultado final: Braga 1 – Belenenses 1



Saudações azuis


quinta-feira, abril 08, 2021

Proposta de redução! Não obrigado.

 

A Liga de Clubes tem este nome mas não é verdadeiramente uma Liga de Clubes. Para o nome condizer devia chamar-se Liga dos Clubes Grandes. E sendo assim a proposta de redução para 16 clubes na primeira Liga se calhar até faz sentido. Embora fique aquém do ideal. E o ideal seria garantir que Benfica, Sporting e Porto ocupam no fim do campeonato os lugares que dão direito aos milhões da liga milionária. Assim é que está bem. Podia até haver um decreto de expulsão no caso haver algum intruso que consiga romper a cuidada barragem de artilharia que começa na arbitragem de campo, passa depois pelo VAR e acaba em providência cautelar sendo necessário.


Estarei talvez a exagerar mas vamos lá ver a quem serve esta proposta! O argumento invocado (sobrecarga de datas devido às competições da UEFA) diz apenas respeito aos três clubes acima mencionados a que mais recentemente se juntou o Braga. E mesmo o Braga veremos por quanto tempo. Digo isto porque um clube que deixa sair para a concorrência os seus melhores activos (jogadores e treinador) não pode aspirar a grandes voos. Mas seja como for, restam 14 clubes que não têm problemas de datas. Aliás o seu maior problema é estarem parados (com despesas e sem receitas) nas inúmeras interrupções impostas pela selecção.


A outra verdade que esta pandemia revelou diz-nos que as receitas televisivas são o único e verdadeiro sustento dos clubes ditos pequenos. Sendo que em Portugal não há clubes médios bastando para tal olhar para a tabela classificativa e verificar que, com excepção de quatro ou cinco equipas, está tudo a lutar para não descer! É isto que se pretende?!


Aliás esta psicose da redução (tal como o problema das datas) não existe nos campeonatos mais competitivos! E sabemos porquê. Esses campeonatos não estão ao serviço de dois ou três clubes e ao contrário do que acontece entre nós não é um drama descer de divisão. Isto tem a ver com filosofia competitiva e verdade desportiva, dois princípios que não cultivamos. Antes pelo contrário. Daí termos sido os últimos europeus a decretar a centralização dos direitos televisivos! E só lá para 2028!


Portanto quaisquer propostas de alteração ao actual quadro competitivo deveriam ser consideradas e discutidas só após aquela data. E nunca antes. Com efeito enquanto não houver uma distribuição mais equitativa das receitas que afinal são geradas por todos, vamos continuar a fingir que o nosso campeonato é um campeonato igual aos outros. Mas não é. E que nas assembleias da Liga os clubes são todos iguais. Mas não são.


Saudações azuis

segunda-feira, abril 05, 2021

'Temos que saber reagir'!

Foram estas as palavras de Petit depois da derrota. Sem dúvida. 

 Era um jogo muito difícil em que tínhamos que tentar ganhar mas não podíamos perder. A primeira parte, ao contrário do que ouvi comentar, pareceu-me que esteve dentro do esperado. E o facto de não jogarmos com uma referência na área também não foi por aí pois o adversário deu poucas hipóteses. O problema é que o Boavista aproveitou a única oportunidade que teve e nós, que dispusemos de uma e meia, não aproveitámos nenhuma. Miguel Cardoso decidiu mal e Taira não soube cabecear. 

 Na segunda parte Petit também não foi feliz quer nas substituições quer no desfazer do trio central defensivo. Explico: - face a este Boavista matreiro e já em vantagem a única possibilidade de pontuamos seria manter tudo como estava fazendo apenas trocas directas e cirúrgicas. E nunca retirando de campo aqueles jogadores que podem fazer golo. Afonso Sousa é um deles. Assim Cassierra deveria ter entrado para o lugar de Varela pois também é tecnicista e tem outra velocidade. A saída de Taira, embora com cartão amarelo e sem estar a fazer um grande jogo foi prejudicial. O Belenenses não tem médios com capacidade técnica, sentido de passe, e entrada pelo meio e essa é uma das causas para marcarmos tão poucos golos. Bruno Ramires defende bem mas o jogo precisava de Taira. Assim juntar Bruno Ramires e Sithole no meio campo foi fatal. Ficámos reduzidos em termos atacantes aos cruzamentos quase sempre interceptados à nascença! Outro aspecto a rever e a treinar. 

Mas pior que tudo isso foi o desfazer do sistema defensivo (três centrais) pois sofremos logo o segundo golo. Finalmente a entrada de Jordan terá sido a única coisa positiva que aconteceu naquela terrível segunda parte. Sabe rematar, sabe centrar, sabe marcar cantos e livres. Pode ser que ainda venha a ser útil. 

 Resumindo: - faltam nove finais, curiosamente as mais difíceis serão no Jamor contra Marítimo e Portimonense (duas finalíssimas) e para pontuarmos não podemos esquecer o que nos aconteceu ontem. 

 Resultado final: Belenenses 0 – Boavista 2 

 Saudações azuis