Jogos de preparação...

Ontem contra o Sporting o interesse era ver as quatro aquisições já efectivadas e ao mesmo tempo revisitar alguns dos jovens sub 23. Como Cauê não alinhou só vimos três caras novas. E das três a única que verdadeiramente parece ser uma mais valia em relação à época passada é Miguel Cardoso. Capacidade técnica adequada a um jogador de primeira Liga, preenche bem as faixas, corre com a bola controlada e cruza ainda melhor.

Sobre Bruno Ramires é ainda cedo para tirar conclusões. Trinco ou médio, longilínio, movimenta-se bem, está em fase de adaptação. Aguardemos.

Afonso Taira vê-se que tem técnica apurada, é esquerdino, pareceu-me algo lento e previsível. A certa altura teve que recuar para terceiro central face á pressão do Sporting.

Dos sub 23 que jogaram de início, Robinho, muito elogiado pela crítica, esteve pouco esclarecido quer na disputa dos lances quer na melhor sequência a dar-lhes. Melhorou no final da segunda parte quando o nosso meio campo também melhorou com a entrada de dois miúdos irreverentes e que são mesmo centro campistas.

Isto leva-me a um aparte dedicado a Silvestre Varela: - prende demasiado a bola, sem necessidade, desgasta-se, complica, em vez de tornar o jogo mais fácil. Além de que tinha lá na frente Edy Semedo que só precisa que lhe lancem a bola. Embora ainda tenha que aprender a correr e muito trabalho técnico pela frente.

Resumindo e fazendo minhas as palavras de Petit: - precisamos de três ou quatro jogadores indiscutíveis para subirmos a outro patamar competitivo.

Saudações azuis

Nota: Sem qualquer desprimor ou prejuízo para o Vitória de Setúbal atrevo-me a sugerir que poderia ser uma hipótese entrar em conversações com o respectivo presidente que já anunciou públicamente a maior abertura para resolver o problema de alguns jogadores vitorianos face á anunciada descida aos campeonatos não profissionais. O empréstimo poderia ser uma modalidade em que ambas partes poderiam lucrar. Sendo possível e viável Artur Jorge seria um central que poderia resolver alguns dos nossos problemas defensivos.

O Público dos fretes!

Hoje, depois de conhecida a decisão do TAD é que se fez luz na minha cabeça! De facto sou muito ingénuo! Afinal a oportunidade da dita reportagem só pode ser uma: - fazer queixinhas do patinho feio do nosso futebol (o Belenenses) tentando ao mesmo tempo lançar a dúvida nos licenciamentos da primeira Liga! Uma espécie de dois em um – uma ajudinha ao Vitória e um frete aos inúmeros detractores da SAD! No entanto o Público deve saber que se fosse feita uma análise semelhante aos outros clubes da primeira Liga todos mereceriam algum reparo contabilístico ou fiscal. E quanto maiores fossem... mais reparos haveria.

Mas vamos por partes:

Nada me move contra o Vitória de Setúbal clube e cidade a que estou ligado desde longa data. Porém a cidade tem cada vez menos setubalenses e por consequência cada vez menos vitorianos. Isso é notório quando vemos uma edilidade tão entusiasmada a agraciar um filho da terra por ter sido campeão por um clube... adversário do clube da terra! Parece um trocadilho mas não é. E explica muito das actuais dificuldades do Vitória.

Quantos aos detractores da SAD há os internos e os externos. Os internos não gostam de Rui Pedro Soares nem da Codecity e imagino que gostariam mais de um Abramovich ou de um sheik do petróleo. Confundem o Restelo com o Belenenses, e não devem perceber muito de futebol pois pensam alavancá-lo através de rendas de supermercados e colégios! Já não víamos disto desde os tempos das piscinas!

Os detractores externos são normalmente adeptos dos três 'clubes do estado'. Gostam muito de invocar o amor à camisola mas enchem a boca com milhões! Curiosamente nunca se interrogam sobre o que fazem os accionistas nas sad cuja maioria pertence ao clube! Põem lá o dinheiro e depois quem manda é o presidente do clube?! Presidente que pode ser corrido em qualquer altura numa daquelas assembleias que a gente conhece?! Ou estamos a falar de investidores com outros objectivos?! Adiante.

Registo de interesses: - Não conheço Rui Pedro Soares de lado nenhum, nunca falei com ele, admito que talvez leia alguns dos meus escritos, e se o faz, deve saber o que penso dele. Sabe que detesto as suas ligações socráticas, e por inerência, o socialismo que sofremos e o regime batoteiro em que vivemos. Reconheço no entanto que, numa altura muito difícil, resolveu um problema que muitos dos seus actuais detractores se mostraram incapazes de resolver. E que a partir daí, com maior ou menor dificuldade, tem mantido o Belenenses na primeira Liga. Não é o céu que desejamos, a sua vida também não tem sido fácil, foi um ponto de partida. Andar para trás é que não.

Saudações azuis

A cavanização do país!

Começa-se numa juventude partidária, a seguir escolhemos um dos lados da segunda circular, e mais tarde, já doutores, tornamo-nos comentadores de futebol. Acumulamos a função normalmente com os mais altos cargos da nação – deputado, juiz, autarca, futuro primeiro ministro, ou simplesmente cartilheiro.

Estas últimas semanas o assunto de estado é o Cavani! Quem é Cavani não interessa absolutamente para nada. Aparentemente é um craque no desemprego. O que é preciso é mobilizar todas as energias para através da contratação do Cavani, conseguirmos reeleger o actual presidente encarnado. E se ele precisa dessa reeleição... Ele e muitos dos que o rodeiam...

Porém, o Cavani não chega para tudo. Há espaços e momentos mortos que é preciso preencher, polémicas na ordem do dia que convém evitar, e vai daí, o jornal Público lembrou-se de trazer para a primeira página as contas do Belenenses SAD! Contas viciadas! Escondidas! Crime talvez!

Assustei-me, pensei no Novo Banco, fui mais atrás e lembrei-me do tempo em que o BES era accionista da SAD do Benfica. Relacionei perdões de dívida e engenharias financeiras no Sporting! E perguntei-me: - Será que o Belenenses SAD que tem um dos orçamentos mais baixos da primeira Liga, é afinal o grande branqueador, falsificador e corruptor deste país?! O biombo por onde passa toda a trafulhice nacional?!

Fui ler e qual não é o meu espanto quando constatei que a 'grande reportagem do Público' mais não era do que a simples transcrição das contas públicas e publicadas da SAD azul! Contas transparentes e que são do conhecimento das várias entidades interessadas! Então pergunta-se: - qual é o interesse do jornal Público neste assunto?! Desviar as atenções do que se passa noutros clubes?! Fazer algum frete à actual direcção do CFB?! Ou não tem motivo nenhum e estavam a pensar no Cavani?!

Saudações azuis

Nota: Não treinem mais com o Benfica. A não ser que a comunicação social faça o seu trabalho e indique também a constituição da equipa do Belenenses.  

Recomeço, reforços, etc.

Começo pela Champions e por corrigir o que escrevi sobre o crepúsculo dos deuses. Neymar, vagabundo por todo o campo, jogou como nunca o vi jogar! É certo que os alemães cometeram alguns erros de palmatória mas com aquele Neymar as coisas seriam sempre muito difíceis. De qualquer modo e fazendo já agulha para o Belenenses confirma-se que a tendência geral é tornar o campo numa estreita faixa de combate e onde os médios se tornam fundamentais. Outra lição é o pragmatismo. Quando não dá para jogar como estamos habituados é preciso ter um plano B. Luís Castro no jogo com o Inter pagou muito caro aquela teimosia.

Mas voltando ao Belenenses verifico que há uma preocupação em apetrechar o meio campo com jogadores experientes e fisicamente fortes. Cauê lembro-me dele numa célebre Taça da Liga que o Moreirense ganhou. Era o elemento mais recuado de um trio de meio campo que foi decisivo - Cauê, Francisco Geraldes e Podence.

Do Taira gosto do nome e penso que já o vi actuar pelo Estoril. Tem perfil de armador de jogo mas se é o criativo para substituir o André Santos ainda não tenho a certeza. Bruno Ramires não conheço mas confio em Petit. Finalmente Miguel Cardoso, se não perdeu qualidades, é um médio extremo de categoria.

Mas ainda faltam jogadores. Nomeadamente um goleador emérito, como agora se diz. Quanto aos centrais estou a partir do princípio que Ricardo Ferreira está de pedra e cal e que Chima Akas está recuperado. Porque a questão do guarda-redes também depende de termos ou não um naipe de centrais fortes no jogo aéreo. E assim ficarmos sossegados com o André Moreira na baliza. Que é bom entre os postes mas menos bom a sair deles.

Aguardemos.

Nota final: O futebol português não tem emenda. No fim de cada época surgem inevitávelmente as confusões e os problemas que ninguém teve coragem de prevenir ou resolver atempadamente. E nunca se sabe com o que se pode contar. Não é assim que conseguiremos valorizar a nossa Liga, dar-lhe alguma projecção internacional e o necessário retorno financeiro. Uma das causas tem a ver com a ditadura dos grandes e a consequente satelização (leia-se dependência) de alguns clubes da primeira Liga. E que sem essa muleta (empréstimos de jogadores e outras negociatas) não teriam condições de inscrever uma equipa profissional. Toda a gente sabe disso mas ninguém quer saber disso.

Saudações azuis

PS: Destaquei o Francisco Geraldes por se tratar de um jogador que poderia resolver quase tudo no Belenenses. O Sporting não o aproveita, ele não se move só por dinheiro, é um dos tais casos em que admito um empréstimo.

'O melhor esconderijo do país'!

A frase não é minha é de Rui Gomes da Silva em recente entrevista ao Jornal de Notícias. Rui Gomes da Silva que, recorde-se, é candidato às próximas eleições do Benfica. Referia-se naturalmente ao actual presidente Luís Filipe Vieira que, numa azáfama nunca vista de contratações sonantes, parece determinado em não abandonar 'o melhor esconderijo do país'.

Uma insinuação que vinda de dentro ganha mais força e, quem sabe, confirma muitas das suspeitas que existem.

Futebol de onze ao ritmo do futebol de salão!

Desta Champions realizada entre nós já podemos concluir alguma coisa sobre as novas tendências. O crepúsculo das estrelas, as marcações impiedosas, e uma nova vaga de treinadores. Passou a haver espaço para uma equipa como o Lyon eliminar dois colossos ingleses!

A litigância azul!

Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão, diz o povo. Pensava eu que a litigância estava de férias ou de quarentena, mas enganei-me. E pergunto: - mas a FPF já não tinha solicitado às partes para estarem sossegadas?! Os actuais dirigentes do CFB acham mesmo que estão a contribuir para o futuro do Belenenses?! Por este caminho vão acabar por destruir o que resta. E afastar mais alguns belenenses de sempre. Se calhar é o que querem, para ficarem mais à vontade e com mais largueza.

Nota: Por mim continuarei a pagar as quotas, de preferência anualmente, para não ter que ir ao Restelo mais vezes. Um sítio que já foi agradável e onde me sentia bem. 

A revolução inevitável

Por todas as razões e mais uma o Belenenses teria que mudar. E mudar para melhor. Única chance para prosseguir com êxito uma penosa travessia do deserto cujo fim ainda não se vislumbra. Porém, uma grande equipa do Belenenses estará sempre mais perto de congregar os adeptos e quem sabe, reabrir a porta do futuro!

Descendo à realidade todos verificámos que a espinha dorsal (por onde se mede o potencial de uma equipa) já não cumpria os requisitos que nos permitissem obter uma classificação desafogada. Esta época mal deu para nos mantermos na primeira Liga. Na verdade, o futebol poderá ter evoluído muito mas um guarda-redes experiente, um central que comande a defesa, um médio organizador de jogo e um avançado que marque golos, continuam a ser os pilares de qualquer equipa com ambições. Ora bem, olhando ao que temos, só Ricardo Ferreira tem categoria para integrar aquele grupo restrito. Faltam os outros três.

Que nem serão muito difíceis de recrutar. O futebol mudou com a pandemia e vai continuar a mudar. E as leis do mercado mudaram também. Menor mobilidade, menos receitas, é sinal de arrefecimento geral e mais jogadores disponíveis. Se há mais jogadores os preços descem. O senhor de da La Palice diria o mesmo. Se acrescentarmos que a segurança contratual se vai sobrepor ao risco, dizemos o resto.

Assim, quem souber conjugar esta equação há-de por certo encontrar soluções. Peça fundamental nesta história é sempre o treinador. E o Belenenses tem um dos melhores. Em todos os sentidos. Por isso, haja esperança.

Saudações azuis

Nota: Li entretanto que Show terá sido emprestado ao Boavista no âmbito do protocolo que os axadrezados têm agora com o Lille. Nada a opor, desejando-lhe a melhor sorte pois foi um jogador que sempre deu tudo em campo com a gloriosa camisola azul.

Actualidades – assim vai o futebol!

O Belenenses oficializou Petit como o treinador para a próxima época. E fez bem. Um homem do futebol, experiente, sabedor, e excelente condutor de homens. Precisa que lhe proporcionem as condições indispensáveis para o Belenenses poder subir na classificação. Aliás no meu postal anterior já dei alguns palpites. Mesmo sabendo que Petit não necessita própriamente dos meus conselhos.

E por falar em treinadores, se até aqui tínhamos que aguentar o Jorge Jesus e o Flamengo quase todos os dias, agora vamos entrar na fase da indigestão com Jorge Jesus a todas as horas e em todos os noticiários! E com ele o Benfica obviamente. E ainda dizem que o Vieira está inocente! Um inocente não precisa de desenvolver uma estratégia de propaganda deste calibre, em contra ciclo com a nova realidade que o covid impôs. Isto só tem uma explicação – o medo de perder as eleições. E porquê?! Como diria o outro – vocês sabem do que eu estou a falar...

Outro tema muito badalado tem a ver com o regresso do público aos estádios a partir de Setembro. Ora bem, todos sabemos que os jogos á porta fechada penalizam sobretudo Benfica, Sporting e Porto, quer nas receitas de bilheteira quer no apoio das respectivas massas associativas. E já agora, por via disso, no condicionamento das arbitragens.

Mas também não nos podemos esquecer que o futebol profissional foi a grande excepção à paralização das restantes actividades desportivas garantindo assim as receitas televisivas, afinal o grande suporte desta indústria. E por esse lado garantiu também a 'presença' do público.

Agora, para dar um novo passo em direcção à normalidade, são precisas duas coisas: - que as condições sanitárias estejam salvaguardadas e que isso não envolva gastos adicionais para os contribuintes uma vez que policiar as entradas nos estádios e a nova ordem dentro deles não será tarefa nem fácil nem barata.

A cidade do futebol já tem hotel e o Belenenses continua sem estádio para jogar e sem um centro de treinos em condições. E ali ao lado o Jamor parece destinado ao abandono! Uma situação triste que diz muito sobre os tempos que correm. Sugestão: - enquanto o bom senso não regressa ao Restelo, sugiro que a SAD do Belenenses consiga algum tipo de entendimento com a FPF no sentido de reclassificar o relvado do Jamor, bem como os balneários. Sem esquecer as casas de banho para o público. Seria um pequeno investimento face a um grande objectivo: - não deixar morrer o estádio nacional e ao mesmo tempo manter vivo um emblema histórico.

Saudações azuis