segunda-feira, dezembro 31, 2007

Votos para 2008

Assim de repente, aquilo que me apetece pedir ou desejar, seria uma segunda volta do campeonato que nos catapultasse para os primeiros lugares da tabela! Claro que a seguir desejo a todos um Bom Ano cheio de saúde e prosperidade. Os restantes votos já os tenho vindo a enunciar ao longo de quase três anos de vigência deste blog e por isso será melhor não insistir, pois pode trazer azar e isso ninguém quer concerteza. Já basta o que basta.
Mas sempre posso enumerar algumas coisas que desejo que não voltem a acontecer, uma forma ardilosa de ultrapassar o último parágrafo, por exemplo:
Que não se repitam os discursos pouco ambiciosos e sem rumo, pois assim não iremos a lado nenhum. Que não seja a inércia o nosso timbre, pois assim não sairemos ‘da mesma apagada e vil tristeza’. Que ninguém pense que nos podemos alhear da realidade que nos cerca, pois assim nunca saberemos quem nos limita e condiciona. São três afinal as negações e se as contrariarmos no Ano Novo que se avizinha… pode ser que seja enfim, para nós, um Ano Bom.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Festas

Natal

Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado.

Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar,
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.

Miguel Torga

sábado, dezembro 22, 2007

Regresso à normalidade

O normal são estes jogos desinteressantes, um jogo a fingir, tudo parado, sem ambições, empatar já é muito bom, ganhámos ao Benfica o que é que vocês querem mais?! Não se esqueçam de duas coisas: - estávamos a jogar contra uma grande equipa e o Belenenses tem o supremo objectivo de se classificar entre os dez primeiros!
Tu é que ainda te irritas, ainda pensas num Belenenses que já não existe! Capacita-te de uma vez por todas que o passado não volta, entretém-te com as modalidades, agora até podes jogar golfe, buracos não faltam!
Como já me passou aquele mal-estar, incompreensível diga-se, vou fazer este exercício de escrita para libertar fantasmas, para desabafar.
E pergunto – porque não jogou a mesma equipa que venceu o Benfica?
Terá sido para moralizar o Devic? Ou foi prémio pelo mau comportamento disciplinar de Hugo Alcântara, e que lhe valeu uma justa expulsão?! E o Amorim! Porque não jogou a defesa direito, posição onde brilhou contra o Benfica! E deu vida e movimento a todo aquele meio campo azul que hoje… parecia um lar da terceira idade! Incapaz de descobrir um corredor para avançar, um companheiro expedito a quem passar! Terá sido porque o próprio se afirmou durante a semana como médio ofensivo? E por essa razão alinhou a trinco!!! Libertando-se apenas no fim do jogo e com resultados visíveis, pois foi nessa altura que conseguimos flanquear a defensiva minhota. E criar as únicas jogadas de perigo real durante noventa minutos!
O treinador é que sabe, mas convenhamos que não era o Cândido Costa, vindo de uma lesão, sem velocidade e fora de forma, que iria fazer o corredor direito como se impunha.
Vamos por partes, o Silas fartou-se de falhar passes, o Zé Pedro idem, o Hugo Leal não conseguia progredir, porque não havia ninguém que vindo de trás criasse desequilíbrios nas faixas laterais, abrindo assim espaços de penetração. O Areias ainda ensaiou umas subidas pelo lado esquerdo, mas isso era curto, até porque o Vitória pressionava por aquele lado, destapando perigosamente a defesa azul, pois ninguém compensava!
Resumindo: não basta anular os pontos fortes do adversário, precisamos de atacar os seus pontos fracos para garantirmos algumas hipóteses de ganhar um jogo.
Termino com um aviso importante que aqui venho repetindo: assim como na sociedade portuguesa não existe classe média, também no campeonato português não existem clubes médios, por isso, quem projecta classificar-se no meio da tabela acaba a lutar para não descer. E o Belenenses não consegue marcar golos, o que pode agravar a situação. Portanto, cuidado.
Resultado: Vitória de Guimarães 1 - Belenenses 0
Saudações azuis.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Presentes de Natal

O presente maior já o recebemos sábado passado, mas faltam ainda umas lembranças para compor o sapatinho, a saber:

- Renovação com o Ruben Amorim e Rolando. Segurar o Mano e mais dois ou três que por lá andam e são oriundos da cantera.
Mas atenção: o Belenenses não é barriga de aluguer, as renovações têm que garantir que em futuras vendas o dinheiro reverte para o Clube (senão na totalidade pelo menos na parte de leão) e não para os bolsos de eventuais investidores que entretanto tenham viabilizado as ditas renovações. Porque a ser assim, se o Clube se está a transformar numa ‘loja’ com produtos à consignação, uma vitrina para os empresários exporem os seus os jogadores, então o melhor é acabar já com o Belenenses pois desta maneira não passamos da cepa torta.
Espero bem que não seja este o cenário que se vive no Clube.

- Contratação de um avançado centro, daqueles que costumam marcar uma dúzia de golos por época. Não me importo que seja o Adriano, já conhece o nosso futebol, emprestado ou não pouco me interessa, desde que pela nossa parte o negócio não tenha sido feito de cócoras. Compreendo alguns dos argumentos contra empréstimos de jogadores provenientes dos clubes do estado, mas os sócios deveriam estar mais atentos e preocupados com o que escrevi acima – saber se estamos ou não transformados numa barriga de aluguer! Isso é que pode ser preocupante.

- Um bom jogo em Guimarães, a lutar pela vitória, aproveitando a velocidade de Weldon. Que terá de ser bem lançado por alguém que tenha capacidade de passe à distância e não perca muito tempo, nem a pensar, nem a executar.

É pedir muito?!

Saudações azuis.

domingo, dezembro 16, 2007

O jogo do título

O jogo que pode salvar uma época, o ajuste de contas com a história, a tiritar de frio, o coração a bater descompassado, tudo se esquece, até o inglório e prematuro adeus à Taça de Portugal. Hoje, Jorge Jesus é o melhor treinador do mundo e este fim-de-semana os azuis verdadeiros podem finalmente sorrir.
Ganhámos ao Benfica com um golo de antologia! Ai, Weldon, Weldon, andaste meia época a experimentar as traves… mas sempre tinhas um presente de Natal para todos nós! E que presente!
Do jogo propriamente dito façamos justiça à excelente exibição, uma primeira parte impecável em termos tácticos, movimentação perfeita que não deixou o Benfica respirar… quanto mais jogar! Aplaudo desde logo a escolha do onze inicial, com as entradas de Devic, muito seguro e sem acusar qualquer nervosismo, e também de Alvim, que ocupou a lateral esquerda e que fez também um grande jogo, até se lesionar já na segunda parte. Porém, a chave do desafio foi Ruben Amorim que alinhou a defesa direito e realizou uma exibição portentosa! Secou o perigoso Rodriguez, dobrou com inteligência os seus companheiros da defesa, e sempre que subiu no terreno levou o pânico à defensiva encarnada! Subitamente, no início da segunda parte e depois de mais uma arrancada espectacular pelo centro do terreno, que levou atrás de si meia dúzia de adversários… cedeu o seu lugar a Amaral, ao que julgo saber por se ter ressentido de alguma lesão! Fiquei confuso e barafustei com quem me quis ouvir na bancada.
Com Amaral no lugar de Amorim e Areias no lugar de Alvim, abordámos a segunda parte mais recuados no terreno e ao princípio confesso que receei as mudanças. Mas o tom do jogo manteve-se, o Belenenses sempre mais perigoso, e a merecer inteiramente a vantagem alcançada por Weldon! O Benfica reagiu como lhe competia e foi a vez de arregaçarmos as mangas, de defender de forma compacta, com um senão – Amaral tem que ser mais eficaz nas suas acções, não pode deixar cruzar tantas bolas à linha! Numa delas Cardoso quase que empatava a partida. Valeu Marco que sacudiu a bola, com Rolando (outra exibição memorável) a completar o alívio. Que alívio, digo eu. E não havia necessidade, pouco antes Roncatto tinha perdido infantilmente uma oportunidade soberana para sentenciar a partida. Aliás, em termos de oportunidades pode dizer-se que batemos largamente o Benfica!
Algumas notas individuais para além dos destaques já evidenciados: Hugo Leal realizou hoje uma exibição em crescendo, e foi útil naquele meio campo onde também brilharam Zé Pedro e Silas, com este a cotar-se como um dos melhores em campo!
Gabriel Gomez tem bom jogo posicional, passa bem, mas continua a insistir em toques e arrebiques que não funcionam no futebol europeu. Um defeito a corrigir. Nos últimos minutos cortou muitos lances de cabeça.
Marco com pouco trabalho, esteve seguro, e quando foi chamado a intervir, fê-lo com a propósito. Um bocadinho enervantes as suas reposições de bola em jogo. Finalmente Roncatto, esforçado, mas ainda muito verde. Areias cumpriu.
Mas estão todos de parabéns, lutaram e formaram uma verdadeira equipa. A fazer lembrar velhos tempos!
Belenenses 1 – Benfica 0.

Saudações azuis.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

A estrutura do Clube

Sábado fui até ao Restelo e fiz aquilo que os habituais frequentadores costumam fazer: havia jogo de basquetebol e fui dar uma espreitadela:
Estávamos no quarto período, tínhamos uma vantagem de vinte pontos, mas o Vagos passou para uma defesa pressing em todo o campo e começou a recuperar a desvantagem. O nosso banco demorou a reagir, não soubemos jogar com o tempo, precipitando os lançamentos, deixámos de marcar. O nervosismo acentuou-se, Diogo Carreira não conseguia organizar o ataque, não tínhamos ninguém para disputar as tabelas defensivas, e o imprevisto aconteceu – no último segundo um lançamento de três pontos, acabou por dar a vitória ao Vagos.

Saí dali visivelmente desconsolado mas a notícia da vitória do rugby sobre a Académica, jogo disputado pouco antes no campo nº 2, pôs a funcionar o meu sistema de compensações! Logo traído pela velha questão da falta de campos para a prática e desenvolvimento de todas as modalidades com as quais nos comprometemos. Neste capítulo o rugby é um claro exemplo de concorrência com o futebol de formação… que não temos! Ou se temos não apresenta resultados há muitos anos! Para informação comparativa, o Benfica disputou o seu jogo de rugby na condição de visitado, na… Sobreda.

E passo para a questão das questões: o futebol.
Se não temos formação nas mesmas condições dos nossos rivais, acabamos por tê-la impropriamente no futebol de alta competição! E o jogo com o Paços de Ferreira para a Taça de Portugal foi nesse aspecto revelador! Os brasileiros do Paços não serão grandes craques mas são jogadores feitos, adultos, que dominam as categorias básicas do passe, da recepção de bola, do jogo colectivo, enquanto que no lado do Belenenses, salvo no caso do Weldon, os brasileiros que fomos buscar, terão por certo grande margem de progressão, alguns poderão vir a tornar-se verdadeiros craques, mas neste momento fazem ainda muitas asneiras, são aquilo a que podemos chamar – muito tenrinhos. E isso paga-se, em golos que não marcamos e em resultados negativos.
Por isso não vale a pena remoer muito sobre o desempenho deste ou daquele jogador, que hoje nos desilude e amanhã nos surpreende, o que vale a pena é pensarmos nas necessárias e urgentes alterações que temos que fazer na estrutura do Clube que como venho repetindo, tal com está, não nos leva a lugar nenhum. Melhor dito, leva, mas não para o lugar que está na nossa certidão de nascimento.
Saudações azuis.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Assembleias

Um razoável sociólogo talvez fosse capaz de interpretar o que se tem passado nas últimas assembleias comparando com o resultado das últimas eleições! Não seria tarefa fácil, era por certo um desafio à imaginação, porque é difícil descortinar alguma coerência entre os maioritários apoiantes desta Direcção e os sucessivos chumbos que as respectivas propostas recebem sempre que as apresenta aos associados! Quem há sete meses era bestial não pode agora ser uma besta!
Já se sabe que estas assembleias orçamentais a meio do mandato servem sobretudo para a oposição recolher alguns trunfos, pelo desgaste, pelas promessas não cumpridas, mas a contundência dos números não engana, a Direcção está cada vez mais isolada. Portanto a pergunta é a seguinte: o que fará desta vez Cabral Ferreira?
Neste terreno da adivinhação, dispenso sociólogos e vou pelos meus dedos:

1. Conhecendo a mentalidade dos sócios, um bom resultado no sábado contra o Paços, ou o jackpot de uma vitória sobre o Benfica, era um sossego! Portanto… nada de decisões precipitadas!
2. Depois, que venha o totobola de Janeiro onde se perspectivam bons negócios para Amorim e Rolando. O Sporting já pensa num médio para o lugar do insatisfeito Veloso. O Porto precisa urgentemente de um central.
3. Com o dinheirinho arrecadado (ou prometido) hão-de calar-se as vozes recalcitrantes, as ‘quintinhas’ do Restelo serão recompensadas, elas gritam muito pelo Belém mas no fundo… querem que tudo fique na mesma. Aliás, é a única maneira de sobreviverem!
4. Mas como o dinheiro que entrar já está quase todo hipotecado, seja à ‘renda’ mensal incomportável, seja aos hipotéticos co-proprietários dos passes dos jogadores, iremos outra vez aos saldos para tentar colmatar as saídas e realizar o necessário ajuste no plantel.
5. Com alguma sorte e algum saber do treinador talvez seja possível fazer uma segunda volta tranquila, entretendo os sócios com uma nova viagem ao Jamor!
6. Para o ano que vem recomeça tudo outra vez…

Nada disto é útil ao Belenenses, não é assim que se resolvem os problemas do clube, e por isso acredito que tem que ser outro o caminho e outra a decisão de Cabral Ferreira quando sentir que o seu projecto está esgotado.
O Belenenses precisa de um verdadeiro projecto, sem interrupções nem recuos, em suma, precisa de um projecto belenense.

sábado, dezembro 01, 2007

Well, well, Weldon!

Por razões profissionais só vi a primeira parte, mas segundo informação telefónica, que reputo de fidedigna, a segunda metade obedeceu ao mesmo diapasão da primeira, por isso aqui vai a meia crónica com pretensões a crónica inteira:

Jorge Jesus percebeu que sem laterais em condições o esquema que tem montado não funciona e vai daí entraram logo dois, um para cada lado. Nos minutos iniciais pagámos naturalmente a factura da pouca rodagem de Areias (um cartão amarelo) e a estranha apatia de Ruben Amorim (insegurança no passe e auto-golo), mas a partir daí a equipa desbobinou futebol apoiado, Areias começou a integrar-se no ataque, Ruben foi-se recompondo, Zé Pedro carrilava jogo, Hugo Leal segurava bem a bola (excepto quando se põe com arrebiques) e Gavilan crescia no terreno através de uma exibição conseguida! Faltava Silas que não atinava com os passes! E Roncatto que não atinava com nada! A defesa, Marco incluído, estava segura e Rolando mostrava porque é um jogador cobiçado!
Esqueci-me de alguém?
Não me esqueci obviamente de Weldon, a par com Rolando o melhor do Belenenses, e ontem a revelar as qualidades que lhe temos apontado – arranque impressionante, desmarcações oportunas, um bom golo de cabeça e ainda… algumas perdidas com os pés (direito e esquerdo) que a serem aproveitadas nos dariam um triunfo folgado. Mas Silas também falhou um golo certo na primeira parte! E Roncatto terá falhado na segunda parte uma boa ocasião para concretizar. Por isso nada de alarmismos exagerados, Weldon deu vida ao ataque azul! Como experiência educativa obriguem-no a trabalhar a finalização – ponham o homem a correr isolado para a baliza só com o guarda-redes pela frente, vinte, trinta vezes, todos os dias, incluindo os feriados. Veremos quantos golos consegue marcar.
Como acima referi, no que toca á segunda parte baseio-me em informação habilitada para dizer que as alterações efectuadas por Jesus, entrada de Cândido Costa e saída de Hugo Leal, passando Ruben Amorim para o seu lugar habitual, não terão rendido aquilo que se esperava, a equipa ter-se-á desunido um pouco, continuando no entanto a mandar no jogo, com mais posse de bola e mais ocasiões de golo. Apenas nos derradeiros minutos e reduzidos a dez, devido à justa expulsão de Hugo Alcântara (por atitude reprovável, repetitiva e a merecer punição interna), só nessa altura, dizíamos, sofremos algum assédio do Vitória de Setúbal. E já mesmo no fim, uma saída em falso de Marco podia ter dado a vitória aos sadinos não fora a oportuna intervenção de Areias!
Enfim, na guerra dos pontos, mais um ponto.
Resultado final: Vitória de Setúbal 1 – Belenenses 1.
Saudações azuis.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Grau zero

Tive que deixar passar algum tempo até conseguir escrever as habituais notas sobre o jogo do Belenenses, que acabei por ver na televisão. Não estou mal disposto, estou simplesmente desencantado. O desencanto começou antes do jogo começar! O nosso treinador já então admitia que o importante era pontuar! Ganhar deve ser um segundo objectivo, digo eu!
Que estamos de facto mal não tenho dúvidas, que o excesso de losangos acaba no pontapé para a frente, também não tenho dúvidas, e por isso não admira que o futebol português deixe as bancadas vazias de tão pouco atractivo. A guerra do ponto parece ser o desporto favorito de quase todas as equipas da primeira Liga! Mas tentemos descodificar o que na realidade aconteceu:
As equipas fecharam-se na sua concha, fecharam o jogo a sete chaves, os guarda – redes não foram postos à prova, os treinadores não arriscaram nada. Este é o retrato fiel do que se passou este Domingo à noite no Restelo. Pormenores a destacar, só pela negativa. Neste sistema ‘travadinho’, os laterais poderiam ter salvo o jogo, mas pouco fizeram para isso. Por exemplo, Amaral recebia a bola desmarcado e em vez de correr, em vez de arriscar um pique em direcção à linha de fundo, porque tem velocidade para isso, não, parava e executava um passe para o companheiro mais próximo, como se quisesse livrar-se de responsabilidades. E como do outro lado Alvim também esteve pouco afoito, o Estrela não tinha dificuldades em cortar todas as linhas de passe do meio campo azul. Restava a hipótese de um ressalto, uma bola perdida pela defesa da Amadora, aproveitada pelos dois avançados de serviço, Weldon e Roncatto. Mas os forasteiros apresentaram-se com a lição estudada e têm uma defesa que não facilita. Apenas por uma vez estivemos realmente perto de marcar, mas Weldon esteve igual a si próprio e rematou à trave!
Falta ambição e sem ambição não vamos lado nenhum.
Saudações azuis.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Rolando

Lembro-me de o ver treinar com a equipa principal, cheio de genica, ía a todas, cortava tudo, de cabeça, com os pés, e não era preciso ser especialista na matéria para adivinhar que estava ali um jogador de futuro. Na altura já lutávamos para não descer e o treinador, suponho que era o Inácio, queixava-se, entre outras coisas, de não o poder utilizar! Entretanto o tempo foi correndo e o Rolando foi ganhando espaço na equipa principal, sujeito aos naturais altos e baixos próprios de um jogador em formação.
Hoje é titular indiscutível do Belenenses, foi internacional pelos sub-21, e de acordo com as notícias que correm arrisca-se a deixar o clube a troco de meia dúzia de tostões, que não sabemos se entram directamente nos cofres azuis ou se parte deles pertencem a algum investidor que talvez ainda detenha uma parte do passe do jogador!!! Não conheço os contornos do assunto, que terá decerto os seus bastidores, escrevo portanto sob o risco de me enganar, mas uma coisa é certa: - Rolando há muito que deveria estar vinculado ao Belenenses através de um contrato que nos pusesse a salvo de surpresas desagradáveis. Aliás, esta deverá ser a política de qualquer clube que queira singrar na selva mercantil em que se transformou o futebol. Por isso, nunca mais podemos apostar num jogador da formação, fazendo-o subir à equipa principal, colocando-o na mira dos holofotes e da cobiça, sem primeiro garantir (e blindar) o seu vínculo ao Belenenses. E por isso também se torna necessário dispor de um departamento de futebol competente, querendo isto significar, que sabe investir com reduzidas margens de erro. Tal como no jogo da Bolsa, trata-se de saber comprar quando as acções valem pouco e acertar na sua valorização futura. Sabemos que não é fácil, mas é essencial para um clube poder crescer.
Resumindo, se o Rolando sair praticamente a custo zero, isso será o equivalente a um rombo no nosso património. Esperemos que não seja assim.
Saudações azuis.

domingo, novembro 18, 2007

Uma tarde no Restelo

Não estava no programa mas aconteceu e poderia tornar-se um hábito se o sol brilhasse como hoje, se existissem por ali mais alguns cómodos, mas também aprecio um certo à vontade, aquele ar familiar, envelhecido, de casa que já foi farta, e onde agora falta o dinheiro…
A função principiou no campo de treinos, a relva estava impecável, iam defrontar-se Belenenses e Agronomia em rugby. É o desporto da moda, as bancadas soalheiras estavam cheias, o público é diferente, são adeptos da modalidade, a maioria estava do lado dos agrónomos, campeões em título, os restantes apoiavam o Belenenses. Estes, vê-se que simpatizam com o Clube, que afinal lhes fornece as condições para praticarem o seu desporto favorito, mas sabemos que não frequentam o futebol no campo principal.
Olhemos entretanto o jogo na perspectiva de um leigo:
Agronomia instalou-se desde o início no meio campo azul, graças ao peso dos seus avançados, que ganhavam vantagem em todas as formações, aos seus saltadores que ganhavam quase todos os lançamentos laterais, e ao pontapé colocado do seu arriére que ganhava sempre imenso terreno! Nestas condições e durante a primeira parte, a nossa equipa nunca conseguiu respirar, defendia-se com denodo, apenas por duas vezes entrou com perigo na área de 22 metros do adversário.
Veio o segundo tempo e com ele mais equilíbrio. Através de dois pontapés livres conseguimos reduzir para 13-6, e numa altura em que procurávamos empurrar o quinze de Agronomia para a sua área, um passe infeliz foi bem interceptado e acabou em ensaio, que depois foi convertido. Já não havia recuperação possível.
Resultado final: Belenenses 6 – Agronomia 21.

Seguiu-se o basquetebol, recebíamos o Porto, estava lá a televisão, o jogo prometia:
Assistimos a um belo despique, em que o Belenenses comandou quase sempre o marcador, embora sem grande margem. No início do quarto período conseguimos alargar o fosso até aos onze pontos de diferença, a coisa parecia resolvida, mas a substituição de Diogo Carreira (para descansar) poderia ter deitado tudo a perder. Já com o extraordinário ‘base’ em campo sustivemos a recuperação do Porto e terminámos com dois pontos de vantagem. Mas os momentos finais foram de susto.
Resultado final: Belenenses (89) – Porto (87)
Tudo está bem quando acaba bem. Já era noite quando saí do Restelo.
Saudações azuis.

terça-feira, novembro 13, 2007

Futebol a quanto obrigas…

A televisão pública deve estar atenta aos fenómenos que ocupam e preocupam os portugueses e um desses fenómenos é sem dúvida o futebol. A alienação está identificada e denomina-se “deslocação de interesses”. Persiste endemicamente no terceiro mundo, e no continente europeu, é uma herança das ditaduras. Uma das bolsas mais resistentes na Europa é o caso de Portugal, onde o futebol assume a condição de desígnio nacional, abre e fecha telejornais, suporta três jornais desportivos diários, ocupando ainda espaço e tempo mediático em proporções que raiam o insuportável.
Apesar de todo este entusiasmo e interesse, o nosso principal campeonato sobrevive em falência técnica, depende exclusivamente de receitas extraordinárias e dos vastos subsídios, encapotados ou não, provenientes do orçamento de estado. É um campeonato reduzido a três clubes, que há mais de meio século disputam, praticamente sem concorrência, os primeiros lugares, clubes esses que congregam a simpatia de mais de noventa por cento dos adeptos, outra peculiaridade portuguesa que concorre para a sua insustentabilidade competitiva e financeira.
Curiosamente não foi sobre esta realidade que os ‘prós e contras’ de Fátima Campos Ferreira se debruçaram, o que poderia ser curial e interessante! Não, a grande preocupação nacional versa sobre a arbitragem e sobre as tecnologias que a poderão auxiliar a diminuir os erros… no tal campeonato em que ganham sempre os mesmos!!!
Dizem que o ridículo mata, acredito, mas não em Portugal.

sábado, novembro 10, 2007

Não se confirma

Como vem sendo hábito o Belenenses falha sempre o jogo da confirmação. Afinal a exibição das Antas não se confirma, o resultado sim – desta vez aconteceu um empate a uma bola frente ao Leixões, o que acaba por ser um desfecho ajustado ao que se passou em campo.
Entrámos bem, marcámos cedo, numa recuperação de bola, Ruben Amorim galgou terreno até à linha de fundo e centrou atrasado para Zé Pedro fazer o golo. Um belo golo, diga-se de passagem. O jogo era nosso, os homens de Matosinhos estavam atordoados, não conseguiam acercar-se da nossa baliza, o pressing alto funcionava, recuperávamos rápidamente a bola, e Weldon desperdiçou então uma oportunidade soberana para fazer o dois a zero. Falhou escandalosamente! Carlos Brito mexe na equipa, sai um médio e entra um avançado, o Leixões encaixa-se, equilibra-se, e revelam-se então as nossas insuficiências. O meio campo emperra, os dois pontas de lança, Weldon e Roncatto, especialmente este, mostram enormes dificuldades em jogar de costas para a baliza. Incapazes de sustentar a bola nas transições para o ataque, o meio campo e a defesa começam a bombear bolas por alto tentando servir o ataque. Sem êxito - mérito da defesa do Leixões e demérito dos nossos pontas de lança, duas nulidades no jogo aéreo. Jesus não mexe na equipa e na segunda parte Costinha tem que se aplicar porque o Leixões procura claramente o empate. Que chega já perto do fim, num remate feliz de um jogador recém entrado no jogo! Pode dizer-se que quando sofremos o empate a equipa estava mais equilibrada, Hugo Leal, sem ritmo competitivo, cedera o seu lugar a Gavillan, adiantando-se Amorim para onde rende mais, enquanto Roncatto, muito apagado, fora substituído por Fernando. Mas era tarde, faltavam dez minutos para o fim. E mais tarde ficou com a expulsão de Gavillan por sucessão de amarelos a punir duas entradas à margem das leis. E está feita a história do jogo.
Concluindo: alguns tiques de vedetismo, equívocos de Jorge Jesus, e uma enorme frustração da massa associativa. Eram poucos os presentes, e com exibições destas, serão menos para a próxima.
Perante este cenário compreende-se que não haja lugar para grandes destaques individuais. Ainda assim, escaparam à mediania, Alcântara e Rolando, os mais regulares, Alvim e Amorim, a espaços, e Zé Pedro, durante a primeira parte.
Saudações azuis.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Empate no Dragão e outras notícias

Não vi o jogo, ouvi o relato a espaços, os meus nervos já não têm pernas para noventa minutos, e saboreei o empate até… hoje. Não me reconheço a saborear empates mas nos tempos que correm, não foi nada mau.
Sobre o jogo não vou escrever do que não sei, mas tenho a sensação que se confirmam os créditos que atribuí ao Weldon, à subida de forma do Zé Pedro e do Silas, também do Alvim, à boa forma de Cândido, que teve pela frente Quaresma, um adversário difícil e com mau perder, e naturalmente, a regularidade exibicional dos dois centrais.
Surpresa foi a prestação de Roncatto, mais magro, mais mexido, vamos acreditar na sua grande margem de progressão. A jogada que deu o golo do empate é soberba!
Também quero falar de Gabriel Gomez (Gavillán): parece-me mais pesado, mais lento portanto, mas acredito que saberá adaptar-se ao futebol europeu, onde existe muita marcação, sem tempo nem espaço para rodriguinhos. De qualquer modo as crónicas referem-se a uma exibição positiva do médio panamiano.
Em resumo: um Belenenses personalizado no estádio do Dragão, jogando em todo o campo, e sem perder de vista a baliza do Porto. Será por certo o arranque para uma boa época.

Basquetebol:
Quem hoje se der ao trabalho de folhear o jornal “A Bola” ficará ciente da discriminação noticiosa de que é alvo a Liga Profissional em favor da Proliga. Quase uma página para o Benfica-Illiabum, apenas um quadradinho para o Barreirense-Vagos!
Quer isto dizer que não vale a pena investir numa Liga profissional, seja do que for, porque se o Benfica ou o Sporting não participarem na prova, a comunicação social desportiva desinteressa-se pura e simplesmente do assunto. Por isso, há muito tempo que aconselho o Belenenses a não gastar dinheiro em modalidades de alta competição que não tenham o devido retorno, ao menos em termos de imagem do Clube.

Medalha prometida:
Para os devidos efeitos se declara que o Belenenses espera ansiosamente a sua oportunidade para elevar Henrique Granadeiro (Presidente da Portugal Telecom) à qualidade de sócio de mérito, em sinal de reconhecimento pelos serviços prestados ao Clube da Cruz de Cristo.
Havendo oportunidade e motivo, fica também a promessa de que a proposta não será chumbada na competente Assembleia-Geral. Somos pobres, mas não somos mal agradecidos.

Saudações azuis.

domingo, outubro 28, 2007

Empate justo

Com algum atraso deixo aqui as minhas impressões sobre o encontro que se disputou sábado no Restelo:
Foi um empate justo num jogo que teve duas partes distintas, a Académica superiorizou-se na primeira parte graças sobretudo ao labor de Ndoye (jogador de outra galáxia) e de Lito, que ainda mantém uma velocidade base muito apreciável, enquanto que o Belenenses conseguiu algum ascendente na segunda parte, que se desvaneceu com a saída de Silas, pois a partir desse momento o jogo passou a ser de parada e resposta, com lances de perigo numa e noutra baliza.
Como vem sendo hábito entrámos com dois pontas de lança, Weldon e Roncatto, com Zé Pedro e Alvim a tentarem a sua sorte, ensaiando alguns passes e cruzamentos perigosos. Mas o problema centrava-se no flanco direito azul que não funcionava de maneira nenhuma – Amaral via-se amiúde confundido com a movimentação de Lito e de Miguel Pedro (outra excelente exibição coimbrã), Mendonça não acertava no ataque e também não ajudava na defesa, a que se juntarmos o factor Ndoye (Gavillan não lhe deve ter ganho uma única bola dividida!), somos forçados a admitir que só por milagre não fomos a perder para o intervalo.
No segundo tempo Jesus fez entrar Cândido Costa e Amorim para os lugares de Amaral e Mendonça e com essas alterações o jogo pendeu para a baliza de Pedro Roma, especialmente graças às movimentações de Cândido Costa, que está numa forma soberba e criou os dois lances que poderiam ter decidido o jogo a nosso favor – no primeiro, cruzou para a frente da baliza mas Weldon não conseguiu desfeitear Pedro Roma (no campo deu-me a sensação de ter atirado ao poste), no outro lance Cândido atraza para Roncatto encher o pé com a bola a encontrar o corpo do guarda-redes da Académica. No último quarto de hora Ndoye ressuscita memórias antigas no Estoril e ainda prega dois ou três sustos a Costinha – num deles Rolando tem um corte admirável, já perto do fim atira por alto graças à destemida saída do guarda-redes azul!

Alguns destaques: Costinha (seguro); Alcântara (regular); Cândido Costa (em grande forma); Rolando (um corte precioso); Alvim (melhor que nos últimos jogos); Zé Pedro (a subir de rendimento); Silas (idem); Weldon (recepção e pormenores de ponta de lança);
Resultado final: Belenenses 0 – Académica 0.
Este jogo já passou, preparemo-nos para pontuar nas Antas.
Saudações azuis.

terça-feira, outubro 23, 2007

Antecipei-me…

É uma das regras do jogo, jogar em antecipação, surpreender o adversário, chegar primeiro á bola do que ele, mas nada disto é verdade, porque o adversário é manhoso e há muito que se prepara para nos pregar uma rasteira. Mais uma. Senão vejamos: no último postal tinha feito uma breve alusão à chamada ‘reforma Platini’, que visa democratizar ligeiramente as provas organizadas pela UEFA, nomeadamente a Liga dos Campeões. Trata-se de facilitar o acesso à fase de grupos de clubes oriundos de campeonatos menos fortes, alargando ainda essa possibilidade a alguns vencedores das respectivas Taças nacionais. Poderia pensar-se portanto que as alterações previstas seriam recebidas de braços abertos pelas instituições que representam o futebol português, ou seja, Federação e Liga. De facto, o nosso campeonato é pouco competitivo, ganham sempre os mesmos, e assim, pelo menos através da Taça de Portugal haveria a hipótese de um clube, fora do círculo dos chamados três grandes, conseguir chegar à fase de grupos da Champions. Mas não, é precisamente neste ponto que os nossos organismos parecem discordar, é precisamente sobre este ponto que iremos assistir a uma guerra de desgaste entre os grandes clubes europeus e a proposta Platini. E Portugal, à semelhança do que já se passou com o Tratado de Lisboa, apoia sempre as posições dos grandes contra os pequenos, ou seja, contra si próprio! Vamos lá descodificar a conversa, e esclarecer o que está em jogo: - para os três clubes do estado as receitas da Champions são indispensáveis e segundo as regras propostas por Platini o terceiro lugar no campeonato deixa de dar acesso a essa prova, avançando em seu lugar o vencedor da respectiva Taça nacional, prova muito mais aleatória como todos sabemos. Se a esta incerteza acrescentarmos ainda a previsível descida no ranking europeu do nosso país, imaginamos o alarme que não irá entre os ‘nossos três meninos’… e entre os seus pertinazes defensores!
A comprovar o que digo, o jornal “A Bola”, na sua edição de hoje, reflecte sobre o assunto e também já anda preocupado! Destaco este título: - “Dificuldades para o Benfica…”! Um mimo, estes democratas são uns pândegos, não acham?
Saudações azuis.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Prova de vida

Sem futebol não há postais para ninguém. Andam a dar cabo do campeonato com estas interrupções sucessivas, estou farto das selecções e de provas europeias que nos levam até às fronteiras da Mongólia, estou farto da batota das naturalizações e dos hinos cantados nestas condições, enfim, estou farto do mercantilismo da UEFA que ameaça reduzir a vertente desportiva do futebol a assunto de menor importância. Ah, pois, pois, a indústria… da televisão e do resto, as galas, as passagens de modelo… e ainda o curioso alinhamento (anti-Platini) dos três clubes do estado com os grandes clubes europeus! Igual a isto só o Tratado de Lisboa, cujo lema em relação aos interesses dos portugueses é o seguinte: - o que é bom para os grandes países da Europa é bom para Portugal!!! Toca a assinar e venha o cheque.
Se calhar ando mal disposto! Se calhar quero voltar ao tempo das balizas às costas! Se calhar quero apenas um bocadinho de bom senso e equilíbrio… e menos batota. Explico: a batota não rima com desporto.
Outros assuntos. Fui ver o Futsal e parece-me que temos finalmente uma equipa competitiva. Parabéns à respectiva Secção e só desejo que a ‘contra cultura’ que invadiu o Clube há uma série de anos não comece já a facilitar nos graus de exigência.
O andebol continua a perder tangencialmente! Pode ser que sejam nervos.

Notícias do estrangeiro: Temos vindo a assistir a alguns episódios interessantes de conhecidas telenovelas, a saber: o Sporting, clube acima de qualquer suspeita, campeão anti-sistema, apanhado nas malhas do sistema! Parece que há qualquer coisa que não bate certo na transferência de João Pinto!
No Boavista a era Loureiro pode ter chegado ao fim. Não faço juízos de valor sobre as pessoas mas as dificuldades financeiras sentidas no Bessa dão que pensar. O estádio novo e o facto de não terem conseguido afirmar-se como grande clube do norte, apesar de terem ganho um campeonato, talvez seja uma questão para levar a sério e entronque naquela ‘guerra’ que aqui venho travando há muito: enquanto os clubes ditos pequenos não se rebelarem contra o actual sistema, que todos os dias cava mais fundo o fosso entre os três clubes do estado e todos os outros, não vamos a lado nenhum. O exemplo do Boavista, repito, é para levar a sério, para além de animosidades ocasionais.
Saudações azuis.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Ai, Hermínio…

O homem parece ter boa vontade mas com franqueza, considerar uma prioridade para o futebol português colocar chips nas bolas e altas tecnologias na linha de baliza não lembra o careca! Sem ofensa para a careca do Hermínio. O que esta preocupação acaba por revelar é o tremendo clima de suspeição em que vive o nosso futebol e assim nada melhor do que irresponsabilizar ainda mais os árbitros e fiscais de linha, atribuindo à robótica o encargo de tomar decisões difíceis! E as decisões difíceis em Portugal são como todos sabem, marcar penalties contra os três clubes do estado, ou quando jogam entre si, marcar qualquer tipo de falta! Hermínio Loureiro e os árbitros da Liga livravam-se assim de trabalhos e canseiras. Mas não devem ter sorte nenhuma porque não imagino que sejam estas as preocupações da Europa do futebol, pelo menos aquela Europa que organiza os campeonatos mais competitivos e por isso mais rentáveis.
Outra das ideias do presidente da Liga de Clubes consiste em organizar na pré-época um torneio de prestígio com a presença de dois ou três grandes emblemas europeus para defrontarem os melhores classificados na Liga portuguesa. Registo a nuance ‘dos melhores classificados’, já é um avanço na linguagem, mas enquanto não se alterarem algumas das regras que viciam o nosso campeonato, aquele torneio destina-se apenas a encher os cofres dos três do costume.
A taça da Liga foi uma boa ideia faltando apenas dar-lhe o empurrão de uma presença nas competições europeias.
Para o fim uma ideia interessante dirigida aos estádios que não beneficiaram das ajudas do Euro para se modernizarem convenientemente. Hermínio Loureiro promete fundos europeus para o efeito. Penso que o Belenenses poderá candidatar-se a estas ajudas com toda a legitimidade.
A ideia que faltou, mas já é habitual a sua falta, diz respeito à distribuição mais equitativa dos dinheiros das transmissões televisivas, transmissões que deveriam ser negociadas globalmente pela Liga de Clubes.
Saudações azuis.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Boavista 2 - Belenenses 4

O Belenenses arrancou hoje uma brilhante (e fundamental) vitória no Bessa. Marcaram pelo Belenenses: Zé Pedro (2), Silas e Gavilan. Marcelão apontou os dois golos do Boavista.
Com este resultado a diferença para o segundo lugar é de apenas quatro pontos!
Saudações auis.

Cultura de vitória

Demora muito a perder, mas quando se perde é difícil de encontrar outra vez. É um pouco o que se passa com o nosso clube, pois apesar dos esforços bem intencionados de alguns, tenho dúvidas se estamos no caminho ascendente, tentando recuperar o estatuto perdido, ou se estamos parados, o que equivale sempre a descer, porque o mundo não pára. Isto vem a propósito das últimas prestações da equipa de futebol onde parece faltar qualquer coisa, aquela raiva ou revolta contra o inevitável, que se espera sempre de quem tem a tal cultura de vitória. Depois o discurso dos colossos e dos pobrezinhos também não ajuda, e não é saudável esgrimir argumentos baseados nas diferenças orçamentais quando ao mesmo tempo não se denunciam as causas dessas mesmas diferenças. É preciso fazer alguma coisa, porque esta situação só interessa aos actuais beneficiários… que não somos nós.
Mas a cultura de vitória tem que se estender a todo o clube, às modalidades de alta competição, e nesse aspecto apraz-me registar o comportamento do treinador de andebol, inconformado com a prestação da equipa frente ao Águas Santas, último classificado e até ontem só com derrotas. Sem paliativos disse o que se esperava, que um candidato ao título não pode jogar assim! E como também vi o jogo de basquetebol contra a Ovarense, constatei mais uma vez que não vale a pena manter equipas profissionais para serem cilindradas pelos seus adversários directos, e sem quaisquer hipóteses de réplica! Já sei que a explicação para a expressiva derrota é que a Ovarense é um colosso…
Saudações azuis.

Post-Scriptum: Parece que o Weldon não foi convocado, o que diminui ainda mais a nossa capacidade ofensiva. Vamos ver no que dá a deslocação ao Bessa. Mas é preciso marcar golos… e aquela força interior que faz a diferença.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Belenenses 0 - Bayern Munique 2

O Belenenses despediu-se da Taça UEFA com uma derrota no Restelo. Durante a primeira parte ainda foi possível adiar o inevitável, mas a reentrada impetuosa dos alemães na segunda metade deu frutos. Bastou uma falha da defensiva azul para Luca Toni marcar o primeiro golo. A eliminatória estava definitivamente comprometida. O segundo golo foi talvez castigo imerecido, mas o futebol é assim. Precisamos de marcar golos, a táctica só não chega.
Saudações azuis.

terça-feira, outubro 02, 2007

Pelé e o Belenenses

Não há belenense que não ligue Pelé ao nosso Vicente Lucas, também um grande jogador e que soube como ninguém travar o passo ao génio brasileiro. O que eu não sabia (ou não me lembrava) é que tinha sido o Belenenses quem apadrinhou a sua estreia! Com a devida vénia transcrevo um depoimento de Aurélio Márcio, publicado no jornal Público de ontem (01/10/2007):

“Uma curiosidade de que talvez as pessoas não se lembrem foi que Pelé estreou-se na sua carreira com 15 ou 16 anos, no Rio de Janeiro, contra a equipa do Belenenses. Lembro-me perfeitamente do jogo e o que este miúdo fez no estádio. Foi talvez há cinquenta anos. Jogadores como o Pelé, naquele tempo, haviam aos montes. Numa viagem de avião, para o Rio de Janeiro, ía sentado ao lado de Pelé, recebi um autógrafo numa nota de cinco dólares. Ainda devo ter essa nota. Pelé é considerado o melhor jogador da história do futebol. Mas há muita gente que discorda. A verdade é que ele foi por ali a cima, e nunca mais parou.”

Uma curiosidade que registo com agrado neste espaço. Mais uma história do Belenenses, que fica para a história.
Saudações azuis.

domingo, setembro 30, 2007

Vitória sofrível mais

Vitória sofrível porque podíamos sofrer menos. Sofrível mais, porque acabou como devia ter começado. Explico: o futebol é um jogo simples e já deu para perceber que sem um extremo, que seja mesmo extremo, a nossa equipa tem grandes dificuldades em marcar um golo. Desta vez não estávamos a defrontar nenhum colosso e mesmo assim, não conseguíamos criar perigo! Durante a primeira parte, altura em que tivemos o controle das operações, contam-se por uma mão os remates que efectuámos à baliza do Paços de Ferreira. Valeu o golo marcado perto do intervalo, um excelente passe de Silas a descobrir Roncatto que não perdoou!
Veio o segundo tempo e com ele a esperada reacção dos amarelos, Ricardinho empunhou a batuta, obrigando a nossa equipa a recuar no terreno. Costinha teve então que se empregar a fundo para evitar o empate. O contra ataque podia ter funcionado mas não funcionou, excepto numa ocasião soberana construída e desperdiçada por Weldon! Até que no jogo das substituições Jesus resolveu fazer entrar Amaral para defesa direito, fazendo subir Cândido Costa para o lugar de extremo, o tal extremo que faltava. Descansei e comigo descansaram muitos belenenses, faltavam dez minutos para o fim, mas o Paços acabou aí. A bola fixou-se nas imediações da área adversária sem mais sustos para a nossa baliza.
Foi uma vitória importante, como são todas.
Resultado: Belenenses 1 – Paços de Ferreira 0
Melhor em campo: Cândido Costa.

Outras impressões:

Costinha – Muito bem!
A defesa em linha esteve impecável e contou com a colaboração e atenção dos fiscais de linha!
Weldon – exibição positiva, melhorou com o decorrer do jogo!
Roncatto – um excelente golo e alguma capacidade de retenção de bola!
Zé Pedro – a subir de rendimento!
Silas – idem.

Saudações azuis.

O árbitro

Reduzida ao único interesse de saber quem é que consegue ficar nos lugares de acesso ao dinheiro da Champions, a nossa Liga está por isso completamente dependente das ‘boas’ arbitragens, aquelas que favorecem esses altos desígnios! Envolvidos no esquema, completamente dependentes dessas receitas extraordinárias, estão os três clubes do estado, que sabem bem que se forem excluídos dessa competição não terão como disfarçar as respectivas falências técnicas. É à volta disto, e da propaganda das selecções, que se constrói todo o edifício do futebol português, onde se inclui uma comunicação social missionária, para além de outros interesses que nada tem a ver com o futebol jogado nas quatro linhas. Já tracei este retrato mil vezes, já repeti mil vezes que os campeonatos internos não interessam para nada, que os restantes clubes são meros figurantes desta farsa, e por isso não é de estranhar que só tenham eco os casos de arbitragem que envolvam os clubes do estado, que se vigiam mutuamente, não vá um deles ser mais beneficiado que os outros. A única certeza que temos é que os pequenos clubes são sempre prejudicados quando os defrontam. A regra em Portugal é conhecida – na dúvida a favor dos grandes.
Reportando-me apenas ao passado recente, foi assim em Alvalade contra o Vitória de Setúbal, onde o árbitro e os respectivos auxiliares não viram uma falta assassina dentro da grande área leonina, que inclusivamente poderia ter posto em risco a integridade física do atacante sadino, mas depois conseguiram ver uma infracção milimétrica, porque era a favor do Sporting… e o Sporting estava a perder. Na Reboleira foi o que se sabe, ao minuto noventa, defronte para o lance, o árbitro viu por certo o defensor do Estrela devolver a bola de cabeça, mas porque o fiscal de linha levantou a bandeirola, resolveu seguir a sua indicação, acabando por favorecer o Benfica. Pediu desculpas depois, mas revelou o estado de irresponsabilidade em que vivemos. Explico: o árbitro é quem decide, os auxiliares servem apenas, como o nome indica, para auxiliar o árbitro e quando este sente necessidade disso. Nestas condições, se o árbitro não marca uma falta é porque não tem dúvidas, se entretanto o fiscal de linha levanta a bandeirola, o árbitro que está em contacto com o seu auxiliar, via rádio, deve prosseguir o jogo e o jogo tem que prosseguir. Assume assim a responsabilidade pelo que julga estar certo, e só em caso de dúvida, deve parar o jogo e consultar o seu auxiliar. E assim chegamos ao mais recente erro de arbitragem ocorrido ontem, no Benfica-Sporting, em que o árbitro resolveu desta vez responsabilizar-se... irresponsávelmente! Pedro Henriques estava mal colocado para visionar o lance que envolveu Katsouranis, teve dúvidas porque foi consultar o seu auxiliar, e nestas condições deveria ter seguido a respectiva indicação, que toda a gente percebeu qual era – marcar um penalty contra o Benfica. Porque é que não marcou? Eis a dúvida insanável!
Mas não crucifiquemos apenas a arbitragem porque aqui, sim, é obrigatório distribuir as responsabilidades pelos outros agentes desportivos, especialmente por quem tem a responsabilidade última de decidir... que tipo de competição é que queremos organizar. Esta que temos ou uma competição mais séria, a sério!
Saudações azuis.

quarta-feira, setembro 26, 2007

“O povo é sereno…”

A frase é do Almirante Pinheiro de Azevedo, foi proferida no Terreiro do Paço, numa situação bastante complicada… e acrescentou – “é só fumaça”!
Será?!
Esperemos que sim porque eu hoje não queria envolver-me nas más notícias que os jornais divulgam – ordenados em atraso no andebol, problemas entre a liga e a federação de basquetebol, que irão certamente sobrar para a liga, onde o Belenenses participa. Em relação ao PEC (Plano Extrajudicial de Conciliação), nomeadamente no que toca às garantias patrimoniais exigidas pelo fisco, a situação também não é líquida. A Direcção vai apresentar o assunto à consideração dos sócios na próxima Assembleia-geral, mas ouviu previamente a opinião do Conselho Geral, cujo comunicado é do seguinte teor:
- “Após uma ampla e objectiva discussão que alargou uma análise genérica das questões colocadas, designadamente assinatura do contrato relacionado com o PEC, intermediado pelo IAPMEI, não se obteve uma posição de unanimidade, se bem que tenham havido manifestações de apoio às orientações da Direcção”.
Bem, amanhã se verá, mas espero que a proposta da Direcção passe sem mais problemas. Afinal não queria envolver-me… e já me envolvi, pois a mera enunciação das questões pendentes já chega para me preocupar.
Antes de me despedir porque daqui a bocado temos o Belém a jogar, deixo ainda duas pequenas notas: a primeira tem a ver com o excelente comportamento da equipa portuguesa de rugby, que se bateu com muita galhardia no campeonato do mundo da modalidade. Nela se incluíam alguns atletas do Belenenses que dignificaram o país e o clube. Não alinho no fado nacional das vitórias morais, nem tão pouco me deixo impressionar com hinos que me fazem lembrar guerras civis! Mas não deixei de ver a esforçada actuação da nossa equipa, que na primeira parte chegou a dar a sensação que iria bater os romenos.
A segunda nota dirige-se ao amigo Luís Lacerda para agradecer a disponibilidade para publicar no seu Blog o ponto de vista do Belém Integral sobre a readmissão de sócios.
A falha é minha, o atraso é meu, e por isso, atendendo a que estamos em cima dos acontecimentos, não quero entupir o seu espaço num dia em que a nossa atenção está voltada para Portimão. Ficará para melhor oportunidade.
Saudações azuis.

domingo, setembro 23, 2007

Mais um…

No dia em que fizer oitenta e oito anos, se ainda cá estiver, irei à missa à Capela do Senhor Santo Cristo celebrar a fundação do Belenenses… e uma dúzia e meia de campeonatos entretanto conquistados! Estou a brincar com os campeonatos mas não estou nada satisfeito com a marítima derrota… não sei nada, não vi nada, sei apenas que perdemos por dois a zero. E que ficámos mais uma vez em branco… não há ninguém que marque um golo?! Um apenas, para servir de vela no bolo de anos! Mudemos de assunto. Para a semana ganhamos e a meio da semana também. “Belém, Belém, das caravelas…”!
Viva o Belenenses.

sábado, setembro 22, 2007

Vitórias morais

Não posso passar a vida a criticar o director do jornal “A Bola”! Tenho que admitir que hoje esteve bem ao glosar no seu artigo de fundo o tema das ‘vitórias morais’, espécie em franca expansão neste Portugal dos pequeninos. Expansão quer aqui significar recaída, e recaída numa doença nacional grave, que parecia ultrapassada, mas não está.
Aliás a doença aparece agora com uma nova estirpe, vem acompanhada do hino, o que não acontecia antigamente! Já se sabe como são as viroses, multiplicam-se, e surpreendem-nos sempre! Agora é certo e sabido que qualquer derrota, por mais expressiva que seja, aparece ornamentada com os louros de uma vitória impossível de alcançar! Porquê?! Por causa dos sucessivos ‘colossos’ que nos surgem ao caminho! Nós somos o eterno David da fábula, mas ao contrário do antigo, não conseguindo vencer o Golias, o nosso David tem a particularidade de levar uma tareia do mesmo, e depois vai para casa… cantar vitória. No mínimo curioso, este David!
Mas a coisa não se fica por aqui, Portugal lidera um movimento em que os jogadores devem pedir desculpa pelos golos que marcam às equipas adversárias, como sinal de gratidão aos seus antigos patrões! É mais uma originalidade portuguesa dentro da cultura de derrota (e anti-competitiva) que queremos implementar. E assim se desculpabilizam insuficiências permanentes!
Não se tratem que não é preciso.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Munique a duas vozes

Segui o jogo na RTP e tenho naturalmente duas opiniões opostas. Por um lado sou tentado a alinhar na canção nacional e ficar feliz com a exibição e com o resultado tangencial. Afinal não fomos esmagados pelo ‘colosso’ germânico! Mas se me abstrair do nome do adversário detecto inúmeras deficiências na nossa equipa e que bem poderiam não ter acontecido. São deficiências que não têm nada a ver com Munique, que se verificam também nos jogos disputados no Restelo, como sejam, a inexistência de uma referência atacante que saiba simplesmente receber a bola e temporizar a jogada, por forma a que ela não se perca em poucos segundos. Estas falhas técnicas também se estenderam ao meio campo, no capítulo do passe, e em momentos decisivos, naqueles em que tínhamos algumas chances de criar perigo. E foi pena porque em termos tácticos estivemos quase perfeitos, com uma defesa em linha a colocar enormes dificuldades aos avançados do Bayern, apanhadas inúmeras vezes em fora de jogo. Mas o desafio teve duas partes distintas, na primeira, por causa do nervoso miudinho, lateralizámos em excesso, ninguém queria assumir responsabilidades, nomeadamente Amorim de quem se esperava uma atitude mais personalizada. No segundo tempo Jesus deve ter espicaçado os jogadores que se apresentaram mais desinibidos conseguindo então desenvolver o seu futebol, e durante vinte minutos o Belenenses pareceu poder discutir o jogo e o resultado! Mas as carências atacantes frustraram as melhores intenções. Precisamos de um avançado de categoria indiscutível, que domine o básico daquela posição decisiva. Era suposto ser o Weldon!
Nota alta para o centro da defesa, Devic incluído, e para Costinha! Alvim esteve esforçado, José Pedro e Silas no melhor e no pior, Amorim melhorou na segunda parte.
As substituições não resultaram, apenas Amaral cumpriu.
Na segunda mão temos hipóteses... mas é preciso marcar golos.
Resultado final: Bayern de Munique 1 - Belenenses 0
Saudações azuis.

Belém no primeiro canal!

O poder político parece ter acordado de uma longa e triste hibernação, deve ter percebido, ou alguém lhe explicou, que isto de reduzir a informação pública desportiva a Benfica, Sporting e Porto, pode ser muito engraçado, mas tem consequências, destapa excessivamente a veloz caminhada para um destino mais que provável – o país transformado em mera região autónoma peninsular, sem necessidade de tantos políticos e governantes e na parte que agora nos interessa, sem condições de disputar um campeonato nacional. Deve ter soado então o alarme e por essa razão as participações na Taça UEFA de Braga, Belenenses e Paços de Ferreira merecem honras de transmissão televisiva! Tenho a certeza de que há um ano (antes do lamento de Paulo Duarte, treinador da União de Leiria), isto não teria acontecido, no máximo, talvez uma rádio local transmitisse algum destes desafios.
Quer isto dizer que podemos ter esperança? Que os tempos mudaram? Não vou responder, preciso de outros sinais do poder político, sinais de independência, sinais de patriotismo e verdade, o que até à data não tem acontecido, mais parecendo que somos governados pelo medo, pela cumplicidade e… pelas sondagens!

Agora o jogo de Munique, e as hipóteses azuis de conseguir um bom resultado. Sabe-se que bom resultado é ganhar, ou não perder, marcando um golo! A eliminatória seria então resolvida no Restelo. Para que isto aconteça confio que Jesus terá imaginado a melhor táctica e terá escolhido também os melhores intérpretes. Não devo andar longe da verdade se disser que a chave do jogo se situa no trabalho dos médios defensivos, Amorim e Weverson (?), e na capacidade de toda a equipa pressionar o adversário quando este tiver a bola. Precisamos de jogadores rápidos e que consigam ao mesmo tempo refrear o ritmo dos alemães. E cuidado com os disparos de meia distância daquele jogador que tem um nome difícil de escrever.
Logo já saberemos. O jogo é transmitido em directo no canal 1, às 18 horas.
Saudações azuis.

terça-feira, setembro 18, 2007

Rábulas da segunda circular

A primeira anedota tem a ver com o incontornável Vieira do Benfica. Cuidado com o homem, não terá lido Maquiavel, nem precisa, porque tem a escola toda! A forma como se desembaraçou do incómodo Veiga, e dos processos judiciais que o perseguem, depois de uma coabitação tão íntima que até deu frutos… é de facto brilhante. Já não digo o mesmo no que toca a Fernando Santos porque podendo discordar das suas decisões técnicas, embora tenha sido ele que o escolheu, toda a gente reconhece tratar-se de um homem íntegro. Mas onde Vieira se revela um ilusionista consumado é na tentativa de se colar ao justo prestígio de Rui Costa junto da massa associativa benfiquista. Diz que vai fazer dele o futuro presidente, garantindo assim a sua própria longevidade (porque fabricar um presidente demora tempo) e ao mesmo tempo passa a mensagem omnipotente de quem designa os seus sucessores! Faz-me lembrar um antigo ditador que foi muito popular entre os soviéticos. Se não sabem, adivinhem.

A outra rábula tem sede em Alvalade, futura Sede da arbitragem nacional e internacional. Só tem graça pelo absurdo que é assistir ao espectáculo de um clube que foi sempre beneficiado pelas arbitragens e que quando surge algum lance duvidoso que o desfavoreça… desata num berreiro como se tivesse sido espoliado de um campeonato! Quem foi espoliado de um campeonato foi o Belenenses, e num jogo contra o Sporting, lembram-se?! No célebre desafio das Salésias, a poucos segundos do fim, com o árbitro a anular um golo ao Matateu quando a bola já tinha ultrapassado em mais de um metro a linha de baliza. Carlos Gomes, o guarda-redes dos leões que safou a bola de dentro da baliza, confessou o facto em entrevista dada pouco antes de morrer.
Também por isso a rábula do livre indirecto já enjoa… e mete dó!

Saudações azuis.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Primeira vitória

No fim do jogo, um longo abraço entre Jorge Jesus e Cabral Ferreira selou o contentamento e a importância desta primeira vitória no campeonato! E não foi fácil, ainda não tinham decorrido quinze minutos, e já a União de Leiria se adiantava no marcador fruto de um golo irregular de João Paulo, claramente deslocado em relação à defensiva azul. O Belenenses reagiu mas aquele sistema, com dois pontas de lança, lado a lado, já o disse várias vezes, não funciona em Belém. Era preciso que estivessem muito afinados e que o nosso meio campo tivesse uma qualidade de passe que efectivamente não tem. Ou em alternativa, que os laterais conseguissem flanquear o jogo quase até à linha de fundo, situação que raramente aconteceu. E andávamos nisto, a centrar bolas atrasadas, enquanto a União de Leiria ía exibindo boa capacidade de retenção, com realce para o virtuosismo de Paulo César, a fazer correr a bola, e o tempo, entre os leirienses. E o jogo podia ter ficado sentenciado mesmo no final da primeira parte – de livre directo, ainda a uns bons metros da grande área, Laranjeira disparou um petardo ao poste…Marco nem se mexeu.
E veio o recomeço, Jorge Jesus alterou o esquema, fez sair o trinco Gavilan, que esteve sempre a mais ou a menos durante os primeiros quarenta cinco minutos, substituindo-o por Evandro, que se foi encostar à extrema-direita enquanto Roncatto se encostava à esquerda. Weldon manteve-se no centro do ataque, Amorim recuou e José Pedro posicionou-se no meio. Com este novo esquema o Belenenses subiu de rendimento, tornou-se mais perigoso, graças especialmente à velocidade de base de Evandro, bem secundado por Cândido Costa. Mas o golo do empate surgiu de um lançamento de linha lateral do lado contrário. Alvim executou, um defesa do Leiria meteu mal a cabeça à bola que sobrou para Evandro marcar com um pequeno toque também de cabeça. Estava feito o mais difícil. A partir daí o Belenenses carregou e numa jogada confusa, saída de um livre batido por Zé Pedro, Hugo Alcântara atirou para o fundo da baliza uma bola que teimava em não entrar. Faltavam cerca de vinte minutos para o fim do jogo, tempo para refrescar a equipa e passar a explorar o contra ataque. O estreante Weldon saiu, entrou Fernando que foi jogar na ponta esquerda, deslocando-se Roncatto para avançado centro. E o jogo foi previsível até ao fim – o Leiria tentava chegar ao empate e o Belenenses teve duas hipóteses para marcar o terceiro golo. Nada disto se verificou, acabando o Belém por ser um justo vencedor, pois não é todos os dias que se consegue dar a volta ao resultado. Também por isso merecemos a sorte do jogo.

Resultado final: Belenenses 2 – União de Leiria 1

Algumas referencias individuais:

Weldon – Foi a primeira vez que o vi actuar, pareceu-me um bom jogador, arranca e ganha velocidade rapidamente, esperemos por uma adaptação completa ao nosso futebol onde determinados lances que se praticam no Brasileirão, por cá, não funcionam.

Evandro Paulista – o outro estreante, excelente velocidade de base, muito mexido, penso que pode adaptar-se facilmente ao nosso futebol, marcou um golo na estreia o que é bom sinal.

Melhor jogador azul – Silas

Saudações azuis.

quinta-feira, setembro 13, 2007

A anatomia de um jogo

Os patriotas da selecção já descobriram o seu bode expiatório, é o tio Scolari, o mesmo que em tempos não muito recuados pôs o país em ‘verde e rubro canto’! Se fosse romano diria como o Cipião – ‘ingrata pátria, não possuirás os meus ossos’! E de citação em citação, ou excitação em excitação, Alvalade encheu-se para ver ganhar a selecção – esse mítico conjunto de emigrantes, tudo o que nos resta para vingar as frustrações diárias, o antigo hábito das derrotas, o império perdido, a independência a esvair-se… Para alicerçar o sonho a comunicação social que temos (e somos), garante em cada noticiário, ou em mesas redondas organizadas para o efeito, que Cristiano Ronaldo ou Quaresma irão reduzir a escombros qualquer adversário que lhes apareça pela frente! Nestas circunstâncias o estádio está em ponto de rebuçado, 50.000 almas que pouco percebem de futebol, exigem a vitória ou a cabeça do seleccionador! Mas ninguém se lembrou (salvo Scolari) que a Sérvia pertence a uma escola de futebol (individual e colectivo) superior à nossa, dispõe também de grandes jogadores, que são titulares nos melhores campeonatos da Europa, e que nestas condições o jogo seria sempre muito complicado de vencer. No final, um gesto irreflectido de Scolari pode ter comprometido a sua continuidade à frente de uma selecção que tem na sua capacidade de liderança o seu ponto forte.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Está na hora

Não é o que pensam, eu gosto de futebol, nunca peço para o jogo acabar, esteja a perder ou a ganhar, e nem estou a versejar. Está na hora de começarmos a pedir qualquer coisa, qualquer coisa de substancial, numa esquina, na televisão, à Caixa Geral de Depósitos, com faixas e cartazes, à porta da Câmara Municipal de Lisboa, eu sei lá, vejo tanta gente a pedir, e tão bem sucedida! Já me estão a chamar invejoso, mas não é verdade, estou a adaptar-me, pois nesta terra ‘quem não chora não mama’! Vejam lá Sporting e Benfica, construíram os seus estádios novos e no terreno dos antigos já resolveram com a Câmara as respectivas urbanizações, eu só oiço falar em milhões, e ainda reclamam por mais milhões! Não sei se alguém ainda se lembra do edil Sampaio jurar a pés juntos que durante dez anos, para aqueles dois, nem mais um euro! Lembram-se? Não se lembram, pois não! Claro, eu também já me esqueci.
Mas voltando ao nosso caso tenho a impressão que temos que aprender a pedir, não se admirem, porque pedir é uma ciência, como outra qualquer, exige estudo, ponderação, e principalmente muita perseverança. Por exemplo, temos que saber exactamente aquilo que queremos e só então fazer o pedido. Se desatamos a pedir tudo e mais alguma coisa ou se o nosso interlocutor percebe que existe alguma hesitação da nossa parte, saímos de mãos a abanar. Portanto exige-se sabedoria e determinação. O outro factor decisivo no pedido consiste em pedir à pessoa certa. Se nos desviamos um milímetro dessa rota está tudo perdido. E a pessoa certa deve ser previamente seleccionada e estudada ao pormenor. Não vou adiantar muito sobre este tema porque tudo depende do tipo de pedido, ou da entidade a quem nos dirigimos, mas já todos perceberam que na Câmara de Lisboa quem manda é a opinião pública, ou seja, antes de pedirmos qualquer coisa temos que nos certificar que o edil está suficientemente pressionado e fragilizado, sem força portanto para recusar o pedido. Por isso antes de pedirmos o que quer que seja na Câmara de Lisboa precisamos de lançar uma campanha mediática surgindo aos olhos da opinião pública como os desvalidos de sempre, as eternas vítimas. Que apenas reclamam justiça. Esta receita funciona sempre. Só se com o Belenenses é tudo ao contrário!
Saudações azuis.

quarta-feira, setembro 05, 2007

O Belenenses nos media

Não sei se foi ontem ou anteontem que dei com o artigo de fundo de um jornalista que tem fama de ser do Belenenses. Surpreendia-se o director do jornal “A Bola” com o fosso, cada vez maior, que existe entre os três ‘clubes do estado’ (a designação é minha) e o resto do pelotão! Não sei se apenas se referia aos resultados desportivos se ao resto, porque o pior é o resto, e neste resto tem a comunicação social enormes responsabilidades uma vez que ignora tudo o que não tenha a ver com os três privilegiados emblemas. E não apenas ignora como adopta uma atitude missionária em relação a Benfica, Sporting e Porto, apoiando em tudo o que for preciso, branqueando tudo o que for necessário, como se deles dependesse a vida ou a morte do futebol em geral, a felicidade ou infelicidade universais!
Por isso me surpreende a surpresa do influente colunista, que deve saber melhor do que eu que nos tempos que correm, quem não é falado não existe. E porque não existe, mesmo existindo, está condenado a uma morte lenta. É efectivamente isto que está acontecer ao nosso campeonato nacional, perante a arrogância de uns quantos, a megalomania de muitos, mas principalmente, com a cumplicidade de todos!
Tenho glosado esta matéria desde que o Belém Integral existe, há mais de dois anos portanto, e posso hoje concluir que a situação não tem melhorado, muito pelo contrário.
Lembremo-nos, para quem tem memória curta, que a redução de clubes foi defendida em nome de uma maior competitividade na primeira Liga, lembremo-nos ainda dos vários diagnósticos sobre o futebol indígena, que supostamente deveriam servir para atacar a maleita, mas não, servem apenas para sustentar medidas (ou campanhas) que acabam por favorecer os suspeitos do costume!
Daqui passo rapidamente para aqueles monótonos (e infantis) programas televisivos onde se debate até à exaustão a transferência do Simão, a possível transferência do Quaresma ou a possibilidade remota do Sporting ter sido prejudicado pela arbitragem!
Sobre este livre indirecto que virou ‘assunto nacional’, tem tido intervenção infeliz um dos raros elementos conotado com o Belenenses! Digo infeliz porque Coroado disfarça mal os seus amores e ódios… e logo eu que desconfio sempre de ‘belenenses’ que odeiam o Porto!...
Vou ficar por aqui, esperando que seja prioridade na política do clube um combate acérrimo, vital, contra a hegemonia asfixiante dos três ‘clubes do estado’, denunciando isto mesmo: não queremos viver numa democracia popular de leste onde existiam os clubes do estado… e os outros. Ou queremos?!
Saudações azuis.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Não se enganem

O Sporting está mais fraco, tal como Porto e Benfica, consequência natural de quem é obrigado a vender os melhores jogadores, mas mesmo assim, o fosso entre estes três clubes e os restantes aumentou consideravelmente! Basta ver a facilidade com que Porto e Benfica se desembaraçaram de Leiria e Nacional, em casa destes, e as dificuldades que experimentaram em anos anteriores. É neste contexto que deve analisar-se o jogo de Alvalade, e por mais optimista que eu queira ser, confesso que o Belenenses me desiludiu. E desiludiu-me porque apesar da maior fragilidade do Sporting, não apresentámos argumentos para vencer o jogo, empatar já seria um milagre. Há quem se contente com pouco, quem arranje sistematicamente desculpas, seja o árbitro, seja o início do campeonato, seja o que for, eu já dei essa matéria há muitos anos, já não me deixo enganar. Estamos longe do Sporting, mentalmente continuamos a léguas de distância, estou convencido que se o Sporting se apresentasse de muletas, ainda assim havia de nos acontecer qualquer coisa, alguma inferioridade que nos impedisse de ganhar o desafio! E não é uma enorme inferioridade efectuar apenas um remate à baliza durante a primeira parte! Não temos ataque, Roncatto não chega, em três jogos marcámos um golo de livre! De que serve reconhecer que Hugo Alcântara tem lugar no eixo defensivo, ao lado de Rolando, que Gabriel Gomez me parece um trinco eficaz, ou enaltecer a classe de Ruben Amorim, se somos incapazes de nos atirarmos com raça e determinação para cima do adversário, sem complexos, antes preferindo exibir uns toques inconsequentes sem destino nem glória!
A segunda parte acabou com um falhanço clamoroso de Zé Pedro…e mal tinha começado! Os episódios que se seguiram, a grande penalidade, as substituições completamente falhadas, a tudo isso assisti na certeza que mais tarde ou mais cedo sofreríamos o golo da ordem.
E assim foi.
Um dia, quando a mentalidade for outra, de cima abaixo, talvez seja possível ganhar em Alvalade.

Resultado final: Sporting 1 - Belenenses 0

domingo, agosto 26, 2007

Lances capitais

No campo não consegui perceber, vi uma vez o lance na televisão e continuei sem perceber, Jorge Jesus achou o penalty forçado, mas Bruno Paixão não teve dúvidas e marcou falta. Até aí, o golo do Braga não se adivinhava, uma vez que o jogo estava repartido, e sem grandes lances de perigo, quer numa quer noutra baliza. Reconheça-se no entanto que a máquina bracarense está mais afinada, tem outro ritmo, é mais perigosa. Ainda antes de começar esta despretensiosa croniqueta, quero dizer que não gosto do esquema que Jesus vem ensaiando, com uma linha de quatro médios e dois pontas de lança. Prefiro o 4-3-3, mas isso é com o treinador, agora não existem dúvidas que perante uma dupla de centrais fortíssima, poucas hipóteses teríamos de ganhar vantagem nessa guerra, e por isso, melhor seria ter um flanqueador parecido com o irrequieto jogador do Qatar, esse mesmo que fez a vida negra ao Rodrigo Alvim, e não só. É uma opinião que assenta também na visível dificuldade que os pontas de lança (João Paulo e Silas) tinham em tabelar as bolas provenientes dos médios. A verdade é que na segunda parte, com a entrada de Mendonça e Roncatto, agitaram-se as águas, Cândido subiu mais vezes em apoio do ataque, fizémos alguns cruzamentos, ganhámos alguns cantos, sem consequências práticas, é certo, muito por culpa do guarda-redes do Braga que é alto e dominou nas alturas. Continuamos no entanto a falhar clamorosamente o último passe. Lembro-me de três ocasiões durante a primeira parte em que ganhámos vantagem numérica e posicional, e fomos incapazes de colocar a bola ao alcance do jogador que se desmarcava! Assim fica difícil marcar golos. Outro lance capital aconteceu na segunda parte e teve a participação de Rolando! O ponto de exclamação porque Rolando, um dos melhores azuis, resolveu complicar o que era fácil perdendo a bola para o perigoso Hussaine. Este não se fez rogado, entrou pela área e cruzou dando origem ao segundo golo bracarense. Estávamos a meio da segunda parte e o jogo ficou sentenciado.
Numa análise global, constatamos que nos falta uma referência no sector defensivo, que imponha a necessária autoridade, assim como necessitamos de outra referência no ataque que consiga receber a bola de costas para a baliza, temporizando a jogada e entregando a bola jogável. E claro está, mais ritmo, e outro discernimento.
Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Contratações e preços

Só acredito quando vir o preto no branco. Aliás a actual Direcção tem funcionado de forma inteligente no capítulo das contratações, driblando a comunicação social e empresarial do estado que, como é visível, tem a seu cargo a colocação, valorização e desvalorização de jogadores (all over the world) de acordo com os superiores interesses dos clubes do mesmo estado…de sítio. Mas eu tinha avisado, e nem era preciso, que quando se vende, fica-se com o dinheiro, mas fica-se sempre sem o jogador. E acrescentei que não era fácil substituir Nivaldo, como verificámos, infelizmente, na Figueira da Foz. Quanto a Dady a situação é semelhante, também não é fácil encontrar um jogador que chega e marca. Esses, só aparecem de vez em quando. Mas não é caso para desanimar, mantenho a confiança na equipa técnica e estou convencido que as lacunas serão preenchidas, mais tarde ou mais cedo.
Relativamente à política de preços de bilhetes penso que deveríamos caminhar para preços mais em conta, reduzindo e simplificando o esquema. Por exemplo, para não sócios, um bilhete de 5 euros com a excepção de um sector especial (central) para quem pudesse e quisesse pagar 15 ou 20 euros. Os sócios pagariam um bilhete único de 2,5 euros por jogo, exceptuando os que pagam a quota azul. É a base de uma proposta a estudar porque a vida está muito cara e há muito futebol na televisão.
Finalizo com um comentário sobre a eterna lamúria de que o Restelo não enche, que estão lá sempre meia dúzia de pessoas, que é preciso promover o espectáculo, etc. Este é um assunto demasiado importante para ser tratado pela rama ou através do humor do momento. Enquanto não combatermos a asfixia que a comunicação social sujeita todos os clubes que não sejam os três clubes do estado, a situação não se inverte, nem que a equipa jogue maravilhas. Claro que é melhor andar nos lugares de cima da tabela. Mas a grande verdade mantém-se, perder estatuto é fácil, recuperá-lo é muito difícil.

terça-feira, agosto 21, 2007

A sério é mais complicado

A maioria dos jogos vão ser assim, habituem-se, vamos viver a transição entre o Belenenses do ano passado, que tentava pontuar fora e já era bem bom, e a equipa actual, que tem outras pretensões, mas ainda não as consegue pôr em prática. O furacão Dean visitou a Figueira mas isso não é desculpa, afectou as duas equipas, e diga-se que a Naval até soube pôr a bola no chão em envolvimentos pela direita, a cargo de Saulo, e pela esquerda através de um extremo habilidoso que na segunda parte pôs a cabeça em água ao nosso Cândido. Mas a diferença esteve sobretudo nos defesas laterais, os da Naval foram mais atrevidos, e mais enérgicos a apoiar o ataque, enquanto que do nosso lado, Alvim continua longe da forma que o notabilizou e Cândido, embora mais solto que o seu colega, teve que refrear ímpetos face à desenvoltura do tal extremo esquerdo. O segundo desequilíbrio verificou-se a meio campo, aquilo não engrenava de maneira nenhuma, jogadores muito estáticos, lentos, previsíveis, sem conseguirem ligar os passes. Salvou-se a iniciativa de Mendonça, codicioso, inconformado, ainda conseguiu abrir algumas brechas pelo lado direito, mas sem resultados práticos. Pensámos que na segunda parte, a favor do vento, tudo seria diferente, mas não foi, a Naval continuou mais ligada, mais afoita e só a entrada de Hugo Leal, por troca com Gavilan, conseguiu serenar o nosso meio campo, invertendo-se então a tendência do jogo. E veio o livre superiormente marcado por Fernando, que seria o golo da vitória, pois faltavam dez minutos para o fim do jogo, e uma boa altura para tirarmos partido do natural adiantamento do adversário na busca do empate. Não sucedeu assim, recuámos, e quando assim é, pode acontecer o que aconteceu. Alvim cedeu um canto, Paulão saltou nas costas de Devic, e deu justiça ao resultado.

Algumas notas individuais:
Costinha regressou bem e quase que evitava o golo, mas o cabeceamento feito à queima-roupa era muito difícil de travar;
Gavilan aprendeu mais com a Naval do que com o Real Madrid. Neste campos e contra estas equipas não há tempo para respirar, a técnica está lá, mas as rotações precisam de ser mais altas;
Hugo Leal entrou e fez a diferença, durante alguns minutos conseguimos controlar o jogo e o adversário;
Silas jogou no seu lugar, próximo do ponta de lança e tentou levar algum perigo para a área adversária. Foi substituído depois de ver um cartão amarelo evitável;
Mendonça foi o mais perigoso durante a primeira parte. Muito individualista, baixou um pouco de rendimento na segunda, mas ainda assim penso que foi mal substituído;
Rolando – o melhor do Belenenses;
Devic está a ambientar-se, alguma ingenuidade nos confrontos aéreos (e físicos) com Paulão, como aconteceu no lance do golo do empate. Paulão não podia aparecer nas suas costas, ainda que a marcação directa não lhe coubesse;
João Paulo Oliveira – durante largos períodos, o Belenenses não conseguia sair do seu meio campo e por essa razão João Paulo Oliveira esteve muito desacompanhado. Sofreu também uma marcação cerrada (e muitas vezes faltosa) do intratável Paulão. Também terá que aprender a lidar com este tipo de adversários; no golo da Naval era suposto marcar Paulão;
Fernando entrou para ao lugar de Mendonça e foi encostar-se à esquerda onde a bola nunca chegava, ou se chegava era sob a forma de balões sem nexo. Marcou o livre que deu o golo, um grande remate, bem longe da baliza! O seu lugar é no meio do meio campo;
Ruben Amorim – na primeira parte foi o que mais trabalhou e por isso fez muitas faltas. Recuou com a saída de Gavilan, e na parte final tentou a sua sorte em remates de longe, mas não era esta a sua noite; levou um cartão amarelo por discutir uma decisão do árbitro;
Zé Pedro – noite não, com reflexos em toda a construção ofensiva;
Rafael Bastos – pouco tempo em jogo;
De Cândido e Alvim já falei;

Resultado final: Naval 1º de Maio - Belenenses (1-1).
Contra o Braga é mais fácil.
Saudações azuis.

domingo, agosto 19, 2007

A concorrência

Aí estão os primeiros pontapés a sério, a jornada é longa, alarga-se por cinco dias, originalidade portuguesa que só tem paralelo no tamanho dos nossos telejornais, outro caso a pedir reflexão, próprio de alcoviteiros sem emenda.
Mas regressemos ao esférico e àquele jogo de solteiros e casados que decidiu a super taça! Ganharam os casados mas completamente divorciados do bom futebol e não fora um tiro imprevisto de um homem de leste, estou convencido que a coisa só se resolveria na marca das grandes penalidades. E por falar em penalidades, começou um novo campeonato, sem apitos, cheio de promessas, mas a tradição ainda é o que era: Elmano, que não tem nada de sadino, lá fez vista grossa a um daqueles penalties que só não se marcam em Alvalade! À noite, no indescritível programa da TVI que só fala dos clubes do estado, o assunto foi naturalmente desvalorizado, mas se fosse ao contrário, se o Sporting precisasse do rigor da lei para conseguir um bom resultado, o chinfrim que não seria!!!
Vamos até Braga onde os arsenalistas receberam os azuis e brancos com Jesualdo no fio da navalha. Valeu-lhe Quaresma em ‘livre sim’, porque correr e lutar não chegam para ganhar na cidade dos Arcebispos.
A quem não chegou jogar em campo neutro para ganhar, foi ao Benfica! Equipados a rigor, cor-de-rosa, os pupilos de Fernando Santos até nem jogaram mal na segunda parte, Katsouranis elevou-se bem na marcação de um canto e desviou para Petit ganhar vantagem, mas as equipas de Carlos Brito só se rendem no fim e o Leixões conseguiu empatar no fim. Ezequias, o mesmo que quase comprometia a equipa em lance faltoso não sancionado, num último fôlego, lançou o seu ataque e a bola cruzada para o coração da área acabou no fundo da baliza encarnada. O Benfica sem o Veiga não é tão perigoso.
Se é isto a concorrência, o Belenenses pode estar descansado. Do que vi e não vi parece-me que os ‘clubes do estado’ estão mais frágeis, porque o estado está também mais frágil. Uma boa oportunidade para o Belém se aproximar do cimo da tabela.
Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 17, 2007

A minha selecção – O segundo anel

“Jesus tem convite”
“O treinador do Belenenses Jorge Jesus foi convidado pelo presidente da SAD, Cabral ferreira, a prolongar pelo menos por um ano o contrato que o liga ao clube até ao final da época. A resposta ainda não surgiu, uma vez que o técnico pediu algum tempo para pensar, mas os dirigentes do Restelo estão optimistas…”
Fonte: Jornal “Record” de 17/08/07.

Comentário: Jorge Jesus parece talhado para o Belenenses e essa empatia é mais importante que muitos atributos que se queiram contabilizar. Jesus vive o futebol com paixão, gosta de semear para colher, e embora seja um treinador com grande leitura de jogo, é um corredor de fundo, não se satisfaz com intervenções cirúrgicas na busca do êxito imediato. Por outro lado, a frontalidade e uma auto estima acima da média, são qualidades pouco apreciadas nos chamados clubes onde existe muita gente a mandar, e onde a pressão de ganhar a qualquer preço é enorme. Não é esse felizmente o caso do Belenenses. Por fim e baseando-me nas declarações que diversas vezes tem proferido penso que Jorge Jesus gostaria de ficar ligado a um projecto de futuro e com futuro. Se é assim, aí está o casamento perfeito.

“Paulo Duarte deixa críticas à televisão”
“Senti-me português de segunda. Fui enxovalhado. Como unionista, estou orgulhoso pelos meus jogadores. Mas como patriota senti-me desiludido. A União de Leiria não representa nada para Portugal. Andam a dar torneios e jogos amigáveis que não contam para nada e nós, que estamos numa competição europeia, não merecemos atenção…”!
Fonte: Jornal “Record” de 17/08/07

Comentário: Sem comentários.

“Apito Encarnado”
Fonte:
www.sendspace.com/file/tmrb2o

Comentário: Li o dossier e comentarei em próximo postal.

Saudações azuis.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Import/Export

Hoje tenho três ideias na cabeça, o que é um número muito razoável nos tempos que correm! A primeira tem a ver com a Academia do Restelo e com a espantosa valorização que ali se produz! Com efeito, seja a partir da prata da casa, seja através de rastreio no mercado sul-americano, começam a aparecer no Belenenses jovens jogadores a quem são ministrados ensinamentos, uma espécie de cursos intensivos, e que ao fim de pouco tempo passam a ser cobiçados por outros emblemas! A alma desta academia é Jorge Jesus mas o mérito alarga-se à direcção do futebol bem como a tudo o que sustenta a prospecção em curso!
A segunda ideia diz respeito à capacidade de negociação que a Direcção tem revelado face aos imensos obstáculos e artifícios que hoje em dia transformam a gestão dos activos (digo, jogadores) de um clube de futebol numa tarefa complicadíssima.
Por isso, a concretização dos negócios Nivaldo e Dady, especialmente deste último, foi uma excelente notícia para todos os belenenses!
A terceira ideia reflecte o clima mercantilista em que se está a transformar o futebol, associado a duas outras realidades que nos dizem respeito e que não podemos ignorar: a facilidade com que tudo se vende e a disponibilidade para vender tudo ao primeiro impulso, tudo aquilo que custou a construir ou que resultou de um anterior negócio bem conseguido, mas que não é vulgar repetir-se, veja-se a dificuldade em substituir Nivaldo, essa disponibilidade, penso eu, é perigosa, porque é sinal da profunda crise em que estamos mergulhados, crise espiritual e de valores mais consistentes que o dinheiro, e que antecipa sempre a outra, a mais visível e que todos os dias sentimos na carteira. Ainda compramos barato nalguns mercados como o sul-americano porque aí a crise é maior e de certa maneira ilude a nossa, mas a facilidade com que um clube como o Osasuna, de Pamplona, ou o Atalanta, de Bérgamo, e mesmo o Everton, de Liverpool, concorrem com êxito por jogadores vinculados aos melhores clubes nacionais, espelha bem a decadência (há quem lhe chame divergência) em que vivemos. “Vão-se os anéis ficam os dedos”, dirão alguns antes da falência definitiva. Eu prefiro recordar outra frase, julgo que de Henry Ford, que traduz o caminho inverso, ou seja, aponta para o crescimento e desenvolvimento – “Não vendo, compro”.
Saudações azuis.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Abertura

É só para aves migratórias, mas o jejum é tanto que hoje disparo a tudo o que mexe, rolas, pardais, aves de capoeira, cucos, com pena, sem pena nenhuma. Sem me esquecer também das aves de rapina, espécie muito protegida entre nós!
Ora vejamos, se bem me lembro, tinha eu aventado a hipótese de que tínhamos o apito entornado a partir do momento em que todas as baterias apontavam a norte esquecendo lamentavelmente que as melhores perdizes se caçam a sul, e que a capital sempre foi o local de nidificação de muitos passarões! Também apontei em devido tempo o erro fatal cometido pela procuradoria, e pela procuradora adjunta, ao utilizar como elemento de prova um livro e uma personagem de romance barato.
Por isso, quem aqui vos escreve, verificou sem espanto que existe um novo dossier secreto para consulta dos interessados. Nele se conta que o “marido de Morgado trabalhava para Filipe Vieira” e mais à frente informa que “ Luís Filipe Vieira é acusado de pagar elevadas quantias a várias pessoas – entre as quais, Carolina Salgado, Fernando Seara e a Saldanha Sanches, marido da procuradora Maria José Morgado. Em 26 páginas com o timbre aparentemente original da Directoria Nacional da Polícia Judiciária, os autores do dossier dizem ser elementos da PJ, que não querem por agora identificar-se, para não colocarem as carreiras em risco. Afirmam ter como provas imagens, sons e documentos. Entre as várias acusações, dizem que Luís Filipe Vieira, ainda como presidente do Alverca, pagou a Fernando Seara cerca de 100 mil contos para que o clube satélite do Benfica ficasse na 1ª divisão, numa jogada que prejudicou o Gil Vicente…”! As revelações prosseguem envolvendo os nomes de Maria José Morgado, Saldanha Sanches, Carolina Salgado, Leonor Pinhão, etc.
Afinal também existe um apito encarnado e andava tudo a apitar para o lado, e se formos justos, também haverá por certo um apito verde, porque como tenho inúmeras vezes denunciado a verdadeira e única suspeição está há muito definida, tem mais de meio século, “em Portugal ganham sempre os mesmos” e como isso não se verifica em parte nenhuma do mundo, é por aí que a procuradoria e a procuradora têm que começar a investigação. Não adianta investigar um e deixar os outros dois de fora.
Depois, e com método, hão-de verificar que o poder político está comprometido com a popularidade e com a propaganda gerada pelo futebol o que obsta a que possa fiscalizar o autêntico biombo em que se transformou a chamada indústria da bola, para onde têm convergido ultimamente homens de negócios, construtores civis, advogados, magistrados, e tantos outros arrivistas, que já estou como o poeta – “são tantos que não podem ser tantos”!
Como se vê matéria para investigação não falta.

Fonte: Jornal “24 horas” de 15/08/07.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Apresentações…

E golos para todos os gostos, mas lá está, eu prefiro os do Fernando! Por isso é preferível que o rapaz jogue em posição mais frontal à baliza, não o atirem para a extrema que ele não é extremo, o que ele tem é um remate forte e sem balanço. Bela apresentação da equipa, com muitas soluções, e das novas aquisições adivinha-se a titularidade de Gavilan e Mendonça! Quanto ao João Paulo Oliveira, tudo é possível. Rafael Bastos revelou as qualidades promissoras que já lhe havíamos assinalado: não tem tipo de jogador brasileiro, é mais geniquento, muito determinado a arrancar para a baliza, rematador, gosta de fazer o último passe, embora ás vezes não acerte, é uma promessa para seguir atentamente. Hugo Leal foi subindo de rendimento. Mano é cada vez mais uma certeza. Devic também se impôs aos avançados contrários. Mas todos brilharam, merecendo especial saliência uma das grandes armas de Jesus – a excelente preparação física que ministra aos jogadores! Já foi assim o ano passado. Lembrar-me de equipas que em épocas anteriores se arrastavam em campo… não tem nada a ver, é o dia da noite.
Bonita apresentação também por parte de Marco Aurélio, um jogador sério que sempre honrou o Clube! Bem mereceu os aplausos da noite.
Voltando à festa, eu bem sei que a equipa árabe não era grande opositora, mas existem pormenores que são independentes do adversário, como por exemplo – a já referida preparação física, o entrosamento, a disciplina de jogo, a concentração, e o respeito que todos os jogadores manifestam em relação ao treinador, o que é sinal, não de medo, mas de confiança nos seus ensinamentos. Já todos perceberam que podem valorizar-se, e nós, simples associados, também já percebemos que temos a funcionar, ali no Restelo, uma verdadeira academia, escola que se alarga aos jogadores adultos, que chegam por tuta-e-meia e passado pouco tempo são jogadores valiosos! O que desejamos é que esta academia do Restelo se conserve por muitos e bons anos! Claro que há sempre quem seja pobre e mal agradecido ou então quem esteja a ser vítima dos cucos, aves que gostam de aproveitar o esforço dos outros para conseguirem os seus objectivos.
Aguardemos pelo desenrolar de mais uma telenovela, na certeza de que os interesses dos clubes têm que ser defendidos, porque sem clubes não há futebol…nem sindicatos dos futebolistas, nem empresários de futebol, nem outros espécimes que vivem á volta do futebol mas que só contribuem para a sua extinção.
Saudações azuis.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Impressões de Verão

Vi o jogo com o Atalanta, já não via jogar o Belenenses desde o Pragal, onde defrontámos o Estoril, e as apreciações que fiz na altura a propósito das novas aquisições, estão escritas, não as posso alterar. Mas parece que acertei, são muitos anos a correr atrás da bola!
Vejamos então: Na primeira meia hora não tínhamos guarda-redes na baliza, por isso, analisar a actuação da defesa, nomeadamente dos centrais, torna-se tarefa complicada, sabendo que a insegurança se transmite a todo o bloco defensivo. O guarda-redes é o primeiro e o último baluarte numa equipa de futebol, e quando não transmite confiança, está tudo estragado. Mesmo assim, com a prestimosa colaboração do Gavilan, que ía acorrendo aqui e ali, as coisas lá se foram aguentando. Falando de Gavilan, para confirmar que se trata de um verdadeiro reforço como já tinha vaticinado. Está mais ligeiro, mais solto, boa leitura de jogo, e muito importante, quando recebe a bola já sabe que destino lhe vai dar! Chama-se a isto, sentido de passe, e não é para todos. Aproveito esta deixa para falar de Cândido Costa, que também está mais solto e tem feito alguns progressos na arte de dar sequência ao jogo! Para continuar assim, sem inventar.
Bem, ainda estou na primeira parte e aquele meio campo, de facto, continua a falhar muitos passes! Não pode ser. Rafael Bastos está incluído, mas tem mais atenuantes que Silas e José Pedro. Até porque marcou um golo pleno de oportunidade e fez, na segunda parte, a assistência para o golo de Roncatto.
Mas de quem eu gostei mais durante os primeiros quarenta e cinco minutos foi do João Paulo Oliveira! Tem estilo de ponta de lança, faz umas infantilidades, a corrigir, mas é jogador. Com treino e trabalho pode surpreender.
Na segunda parte com a entrada de Amorim para o meio campo e Roncatto para segundo ponta de lança, o futebol azul tomou conta do jogo, mesmo antes do Atalanta ficar reduzido a dez unidades por expulsão de um dos seus defesas. Roncatto deu nas vistas, marcou um bonito golo e lesionou-se a seguir. Está menos individualista e assim terá de continuar se quiser ultrapassar uma barreira que o tem impedido de expressar, no colectivo, toda gama dos vastos recursos que possui.
Mendonça entrou bem e será por certo uma das apostas mais fortes de Jesus para criar perigo, especialmente pelos flancos. Fernando esteve intermitente, mal a auxiliar a defesa, por isso Alvim viu-se muitas vezes em desvantagem numérica. Eu, do meu sofá, puxava o Fernando para o centro do terreno. Esta época tem que ser a sua época. Termino com o nosso Mano, belíssimo jogador, não é para emprestar, é para jogar, de preferência, solto, vagabundo. E façam-lhe um contrato de futuro.
Saudações azuis.

Post-Scriptum: Deixo para melhor oportunidade uma apreciação quer a Devic quer a Weverson. Munoz actuou pouco tempo.

terça-feira, agosto 07, 2007

Também eu…

É uma das polémicas do defeso, tem a ver com a carga fiscal portuguesa, mais propriamente com o IRS, versa sobre a competitividade do futebol português face a outros futebóis, nomeadamente quando nos comparamos com ‘nuestros hermanos’, que ganham mais do que nós e pagam menos imposto sobre o rendimento. Na perspectiva da indústria do futebol, isto significa que o mesmo ordenado bruto corresponde a vencimentos líquidos muito diferentes, beneficiando claramente os jogadores que actuam em Espanha. É verdade, terminou em Portugal o período de transição, em que apenas parte do vencimento auferido pelo futebolista estava sujeito a imposto. Neste momento já não é assim, o que quer dizer que em termos fiscais os futebolistas estão equiparados a todos os outros portugueses. E não podia ser de outra maneira, pese o argumento que reclama tratar-se de uma profissão de desgaste rápido a merecer um tratamento diferenciado por parte do Fisco. Mas não é por aqui que podemos avançar, numa altura em que se pedem sacrifícios a todos, com o país endividado, com a classe média a afundar-se e sem terra à vista! A questão prende-se uma vez mais com a política, com uma carga fiscal insuportável, que atinge níveis que dificultam, quando não impedem, o próprio desenvolvimento. Não é um problema dos clubes portugueses nem dos futebolistas a actuar em Portugal, é um problema nacional. De que serviria aligeirar o IRS aos futebolistas, só para que três ou quatro clubes em Portugal continuassem a alardear uma competitividade externa que não existe para o resto da comunidade! De que serviria, por exemplo, conseguirmos concorrer com o Recreativo de Huelva na disputa de um jogador, se não conseguimos concorrer, nem de perto nem de longe, com o salário mínimo espanhol! E ficamos ainda mais cientes da nossa realidade quando olhamos para a tabela de preços do 'Tereza Herrera', torneio a disputar por estes dias na Corunha e em que participa o Belenenses: - os preços mais baixos rondam os cinquenta euros, mais de cem euros para ver dois jogos de futebol na Galiza!
Na nossa terra já nos custa dar 20 euros para ver futebol!...
Nós, portugueses, é que não somos competitivos.
Saudações azuis.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Ecletismo de fachada

Há quem diga que é psicose, mania da perseguição, inveja, mau perder, talvez tenham razão, mas não consigo evitar, é mais forte do que eu! Em minha defesa argumento com a coerência dos princípios que venho proclamando, seja qual for o clube que insista em tal prática. Sugeri, em escritos anteriores, que deveria ser o Governo a impedir que os clubes de futebol profissional utilizem atletas de outras modalidades em termos que apenas visam auferir tempo de antena extra, com os correspondentes ganhos publicitários. Quando não são os próprios subsídios públicos que estão em causa, a coberto da formação e fomento de determinada modalidade com expressão olímpica!
Reajo assim à notícia entusiástica de que Telma Monteiro, judoca de reconhecidos méritos, assinou ontem contrato com o Benfica! Benfica que até ontem não tinha secção de Judo; Telma Monteiro que até ontem pertencia a outro clube, que lhe deu formação e a lançou na modalidade; clube que entretanto, na lógica da globalização, foi incorporado no Benfica sob a forma de aluguer até 2010 com a aparente finalidade de explorar a participação de Telma Monteiro nos jogos olímpicos de 2008! Ora bem, eu acredito que a legalidade esteja a ser cumprida, calculo que estão todos satisfeitíssimos, desde a Telma, ao clube do Feijó, desde a federação de judo, ao comité olímpico português, acredito até que haja quem acredite que tudo isto é inovador, e bom para o país. Em termos financeiros não tenho dúvidas que é bom para o Benfica e para os outros grandes clubes do futebol português, dado que todos eles têm enveredado por este caminho.
Mas esta prática não é comum na europa a que fazemos questão de pertencer, não é comum nos países desportivamente mais desenvolvidos, aqueles que ganham as medalhas, nesses países vigora com sucesso o clube/modalidade, e é nesses países que vivem e treinam os atletas de alta competição portugueses que assinaram contratos com os grandes clubes do futebol português!
Daí o meu espanto perante a persistência neste ecletismo de fachada, ao sabor dos apetites e dos dissabores do futebol profissional, o que deixa no ar uma imagem de negócio de ocasião verdadeiramente preocupante. Por fim, o alheamento e a permissividade governamentais dão a ideia da redescoberta de uma velha fórmula de propaganda política que já julgávamos ultrapassada, mas que pelos vistos não está, e que passa pela utilização e manipulação da actividade desportiva!
Saudações azuis.