terça-feira, dezembro 31, 2019

Crónica do segundo achamento...


'Senhor,

Posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que para o bem contar e falar, o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afeiar, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.'

Assim, vindos de uma aventura nas Arábias, resolvemos tentar a sorte no Brasil que embora já não pertença a Vossa Alteza, não deixou de ser a grande pátria da língua portuguesa. Escolhemos o Flamengo não para lembrar a ocupação holandesa, até porque nada tem a ver com isso, mas porque se trata de um dos maiores clubes brasileiros sendo assim mais fácil conseguir triunfos e glórias que pudessem embelezar o brasão lusitano. A Taça dos Libertadores que conquistámos será esse testemunho, ao mesmo tempo irónico, na medida em que foi obra do antigo colonizador!

'Deste porto seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, sexta feira, primeiro dia de maio de 1500.'


Nota: Na cerimónia da condecoração de Jorge Jesus estaria por certo presente, se ainda fosse vivo, o Presidente Cabral Ferreira do Belenenses, que foi quem o contratou e de facto o lançou na alta roda do futebol.

sábado, dezembro 21, 2019

Um Natal pobrezinho...


A copiosa derrota da equipa de sub 23 (2-5) frente ao Vitória de Setúbal a juntar à derrota em Moreira de Cónegos resumem um Natal muito pobrezinho para os heróicos adeptos do Belenenses. Sem esquecer que já estávamos arredados quer da Taça de Portugal quer da Taça da Liga. Pior é (quase) impossível.

Mas voltando à Liga Revelação, devo confessar que acompanho a prova com especial interesse e o mesmo deve acontecer com todos os belenenses. As razões são várias sendo que a principal reside na actual classificação, bem próxima dos primeiros lugares. Algo que faz lembrar os bons velhos tempos e funciona como sistema de compensação para a época menos feliz da equipa principal. Por isso esta derrota chega na pior altura. A vitória seria o salto em frente, a confirmação, que assim vai continuar adiada. Mao Tsé Tung disse que a derrota era a mãe da vitória, mas não estava a pensar no futebol. Muito menos no Belenenses. Aqui é mais certo afirmar que ninguém cresce com derrotas.

Fechando este assunto é preciso referir que a escolha de Odivelas para jogarmos em “casa'' não foi particularmente feliz. Provávelmente não haveria outro campo disponível. O problema é que uma das funções desta equipa de sub 23, para além de outras mais óbvias, seria a de criar um pólo aglutinador para os adeptos. Não é o caso. Odivelas fica fora da rota azul. Quem não perceber isto...

Um Bom Natal para todos os belenenses



segunda-feira, dezembro 16, 2019

O Belenenses, o 'projecto', e um jogo que não podíamos perder!


Uma imagem vale por mil palavras. E serve também para explicar uma série de erros e decisões que começaram no início da época e tardam em ser corrigidas. E não é o caso de passar de bestial a besta! O jogo com o Porto é enganador. Como são sempre os jogos contra equipas de outro campeonato. Aí, Pedro Ribeiro arriscou muito quando recuou demasiado cedo no terreno. Nessa altura teve sorte e um guarda-redes á altura. Desta vez, reduzidos a dez, ninguém podia falhar.

Os erros de Rui Pedro Soares já aqui os denunciei. Uma deplorável preparação da época com os resultados que se conhecem. A que podemos acrescentar alguns pontos perdidos por causa do diferendo com o Lille, diferendo que terá levado à ausência de Koffi, verdadeiro Pai Natal desta equipa. E para quem gosta de estatísticas os onze golos marcados em quatorze jogos são um número incontornável e preocupante.

Pedro Ribeiro conseguiu dar outra verticalidade ao nosso futebol, e esse elogio mantém-se. Mas nas substituições é um desastre. Seja no timing, seja porque não existem substitutos á altura, a verdade é que não me lembro de um recém entrado ter dado a volta ao jogo! Pode ter acontecido, mas não me lembro. E tem que proibir os jogadores de agarrarem os adversários perto da nossa área. O único jogador que pode usar as mãos com o jogo em andamento é o guarda-redes. Regra básica.

De qualquer modo e voltando a Rui Pedro Soares, eu entendi as contratações de Silvestre Varela e Marco Matias como um expediente para tentar remendar algo que não correu bem no defeso. E é nesse contexto que continuo a encarar o assunto. Varela é útil nalguns jogos para segurar a bola e o jogo mas quando se trata de objectividade, dar velocidade à transição, por forma a atingir o adversário e marcar... nunca foi o seu estilo. E também já não tem idade para ser o 'ciclista' de antigamente.
Quanto a Marco Matias continuo á espera de ver alguma coisa que me convença. Mas já não temos muito tempo.

Sem papas na língua, até porque o que está em causa pode ser a descida de divisão, que é o equivalente ao fim deste projecto, o Belenenses precisa de reforçar a equipa com dois ou três jogadores que façam a diferença. O ideal seria um por cada sector. E precisa de Koffi na baliza.

Saudações azuis

Lembrete:- No dia 5 de Janeiro recebemos um Braga ferido e queixoso com as arbitragens. Para bom entendedor...

domingo, dezembro 15, 2019

Dois socos no estômago!


Com efeito depois de uma primeira parte bem conseguida, de domínio do jogo e do adversário, saindo para o intervalo em vantagem no marcador não se esperava que no final dos noventa minutos acabássemos vencidos! Vencidos pelos nossos próprios erros. Num minuto fatal, uma falta escusada, reiterada, ligeiro agarrão no adversário, falta que os árbitros marcam sempre e que infelizmente ainda não aprendemos a evitar, uma falta que deu em golo, um golo um tanto consentido, e levou á expulsão por palavras do faltoso. Que por acaso era o capitão de equipa!

Equipas empatadas, meia hora para jogar com dez elementos, e Pedro Ribeiro começa a pensar nas substituições, uma variável que não é o seu forte. E confirmou-se. A cada substituição era o Moreirense que crescia. Seguiu a cábula do jogo anterior e fez o mesmo. Minto, quase o mesmo. Tirou Cassierra, o único atacante com capacidade para receber a bola de costas e dar alguma sequência aos lances. Para o seu lugar entrou Kikas que não tem essas características e nada acrescentou. Depois retirou Varela, que já deveria ter saído no ínício da segunda parte, e sem surpresa fez entrar Marco Matias, jogador que até agora não tem feito a diferença. Foi ajudar Chima a fechar o flanco esquerdo. O jogo aproximava-se do fim, o Moreirense carregava e Pedro Ribeiro não resiste e faz entrar o central Akim, uma substituição de risco numa altura em que não convinha mexer nos posicionamentos defensivos. E num pontapé de canto, aos noventa minutos o Moreirense marca o golo da vitória. Pontapé de canto cujo desenlace explica a vantagem de ter o ausente Koffi entre os postes.

Sobre o jogo está tudo dito. Talvez não o merecêssemos perder, talvez. Mas de uma coisa estou certo precisamos de reforços em Janeiro*. Há posições em que estamos à pele. Há outras em que os titulares não têm nível de primeira Liga.

Resultado final: Moreirense 2 - Belenenses 1


Saudações azuis


*Janeiro é o mês em que retomaremos o campeonato. Neste momento e com a vitória do Paços em Braga estamos quatro pontos acima da linha de água! É isto que queremos para o Belenenses?!

quinta-feira, dezembro 12, 2019

Quem é que não gostaria de ser espanhol?!


Direitos televisivos e diferenças:

Barcelona: 166,5M€;
Real Madrid: 155,3M€;
Atlético Madrid: 119,2M€;
Sevilla: 80,1M€;
Valência: 78,7M€;
Athletic Bilbao: 74,8M€;
Villarreal: 74,3M€;
Betis: 62,3M€;
Real Sociedad: 59,1M€;
Espanyol: 58,3M€;
Celta de Vigo: 55,7M€;
Eibar: 50,8M€;
Getafe: 50,5M€;
Alavés: 49,9M€;
Levante: 49,5M€;
Girona: 48,6M€;
Valladolid*: 47,6M€
Leganés: 47,6M€;
Rayo Vallecano*: 47,4M€
Huesca*: 44,2M€

Total: 1420,4M€

* clubes que não estavam na La Liga há duas épocas
Texto retirado do zerozero.pt
https://www.zerozero.pt/news.php?id=270965

terça-feira, dezembro 10, 2019

O que para aí vai!...


Por causa de um golo limpo, bonito até, o que para aí vai! Começou a guerra?! Ou são apenas as primeiras escaramuças?! Vamos ao ponto de partida e aos factos mais relevantes:

  • Em Portugal há três clubes que têm que ganhar sempre. O Benfica e o Porto porque dependem das receitas extraordinárias da liga milionária e o Sporting para evitar o regresso de Bruno de Carvalho... ou de outro que sonhe intrometer-se naquelas receitas. Receitas que já nem dão para dois quanto mais para três! Também há a rivalidade norte-sul, a luta pela hegemonia, mas o busílis da questão é aquele.

  • E sendo assim, num país onde a justiça não funciona, não era no futebol que ía começar a funcionar. Logo, a corrupção é a regra, por mais tecnologia que se invente, por mais normas que se façam. E não há inocentes.

  • Subsiste entretanto uma pergunta: - e os outros concorrentes aceitam isto?! Não protestam?! Para responder chocamos de frente com a realidade – hoje, em Portugal, por muitas contas que se façam, só há adeptos de três clubes. Estamos até mais pequenos que na segunda república, em que havia quatro. São eles que comandam tudo e todos. Os restantes participantes estão completamnete subjugados e a prova é que nem conseguem impor, por maioria, uma melhor distribuição dos direitos televisivos! Está tudo dito.

  • O poder político sabe ou deve saber que a situação é explosiva mas não se atreve a fazer nada. Neste jogo das culpas, é fácil perceber que o Porto tem mais razões de queixa, podendo sempre invocar o centralismo lisboeta. E se calhar vai ser pelo futebol que o regionalismo avança. Única hipótese do Porto ser a cidade condal, que na realidade é! Ou seja, o Barcelona cá do sítio.

Guerras à parte, viva o Belenenses!


Saudações azuis

segunda-feira, dezembro 09, 2019

Azul Belém!


A primeira agradável surpresa foi o azul e branco ancestral, a lembrar os bons velhos tempos! Também gosto do azul escuro mas este é mais Belém! A segunda agradável surpresa foi a postura da equipa face a um adversário poderoso, postura que surpreendeu e depois do bonito golo de André Santos podia ter levado o Belenenses a outro patamar! Mas ainda sobre o André Santos ficou provado que precisa de liberdade para pisar terrenos mais adiantados. Foi assim em Tondela e terá que ser assim no futuro. Aliás a sua substituição foi um erro, não era ele que deveria ter saído para entrar o terceiro central. Mas sim Varela. E para falarmos em Varela tenho que falar nas coisas desagradáveis que também aconteceram. E não há que pôr panos quentes no assunto. Com efeito aquela perda de bola (com a equipa toda subida) e que dá origem ao penalty não pode acontecer. Nem isso nem as hesitações constantes com atrasos de bola comprometedores. Estamos a falar de um jogador experiente.

Mas voltemos ao agradável que encheu de satisfação os corações azuis! E o mais relevante desta exibição não foi o resultado mas o facto de termos criado oportunidades de golo para marcarmos mais. Isso é que é difícil em relação à equipa de Sérgio Conceição. Uma equipa que habitualmente não consente ocasiões de golo aos seus adversários. Tem contudo pontos fracos sendo que o maior deles é a enorme dificuldade em marcar golos em jogo corrido. Valem-lhe as bolas paradas. Pedro Ribeiro sabia disso e tratou de agravar as dificuldades portistas nessa matéria. Por isso que o erro de Varela se tornou decisivo. Estou até convencido que se chegássemos ao intervalo com um a zero talvez houvesse uma surpresa maior. Isto se mantivéssemos a chama do contra ataque acesa...

Para finalizar e numa equipa que valeu pelo conjunto tenho ainda assim de destacar alguns jogadores:

Koffi – o guarda-redes que vale pontos! Valeu no início da época, inexplicavelmente foi substituído depois de Famalicão, felizmente voltou e os pontos voltaram. Não é só pelo que joga mas pela segurança que transmite ao resto da defesa.
Tomás Ribeiro – o central discreto mas omnipresente! Grande exibição!
Show – um médio defensivo que sabe sempre o que fazer à bola. Um exemplo para os médios! E quando aprender a rematar à baliza, as suas arrancadas podem fazer estragos!
André Santos – o nosso 'Pizzi'!

Resultado final: Belenenses 1 – Porto 1

Saudações azuis

quarta-feira, dezembro 04, 2019

Melhorias...


Começaram no Sábado com um empate dos sub 23 com o Benfica, mas a jogarem de igual para igual, continuaram no Domingo em Tondela onde realizámos uma exibição consistente a justificar a vitória e estenderam-se ainda ao jogo com o Estoril, de novo para a liga revelação, e que vencemos por duas bolas a zero. Diga-se aliás que esta prova é uma das mais úteis e interessantes do futebol português. Útil porque permite dar rodagem aos jogadores mais jovens preparando-os para entrarem na equipa principal. Interessante dado o grau de competitividade da mesma com os resultados a poderem cair para qualquer dos lados.

Quanto às melhorias entretanto verificadas temos que concluir que não podemos prescindir dos internacionais (A) que estão ao nosso serviço. Internacionais que jogam regularmente nas respectivas selecções. Com eles o nível sobe e os resultados aparecem. Refiro-me ao guarda-redes Koffi, que quando joga dá outra segurança à defesa, refiro-me ao médio Show, pese o handicap que já lhe apontei de disputar alguns lances no limite disciplinar, e refiro-me também ao defesa Hakim, que nas aparições que fez em campo, quer nos sub 23 quer em Tondela demonstrou capacidade para ser titular. Sem esquecer Chima Aka que reapareceu na equipa, e mesmo fora de forma, tem lugar de caras.

Continuando com internacionais, mas este mais antigo, quero dizer que a entrada do André Santos para uma posição mais adiantada no terreno (uma espécie de 8/8,5) na expressão do comentador da Sport TV, foi de facto bem vista e talvez esteja aí uma hipótese a explorar! André Santos não é um 'seis', não tem físico para isso, e lá atrás os dribles nas saídas de bola são perigosos para a nossa baliza. Em contrapartida, lá na frente, podem tornar-se perigosos para a baliza adversária. É de aproveitar.

Um último apontamento: - tem a ver com o temor de avançar quando interceptamos a bola em posição promissora. Não pode acontecer. É preciso alguma coragem, mais até que talento, para tentar ferir o adversário em contra pé. Em Tondela com um bocadinho mais de cabeça, e menos hesitação, teríamos resolvido o assunto mais cedo.


Saudações azuis

Nota: Faltam cinco jogos para acabar a primeira volta e temos que ultrapassar a barreira dos vinte pontos. O nome do próximo adversário não interessa.



segunda-feira, novembro 25, 2019

Época terrível!


E ainda agora a procissão vai no adro! Lentos, previsíveis, tenrinhos, só por acaso seria possível marcar um golo! Podiam até entrar mais dois ou três 'avançados' que o resultado seria o mesmo. E não sofremos mais também por acaso.

Chovia muito é certo mas o relvado esteve sempre em boas condições! E no que respeita ao futebol apresentado, visto de longe, até parecia que o Belenenses controlava o jogo, dominava. O problema são aqueles médios sem categoria, timoratos, incapazes de um rasgo que abra brechas nas defensivas contrárias. E sempre a falharem o último passe. O problema é a ausência completa de remates de meia distância. Remates dignos desse nome. Neste capítulo André Sousa até metia nervos. 

Outro problema é aquela defesa com medo de avançar no terreno porque sabe que não tem pernas para os velozes extremos contrários. O espanhol Varela, por exemplo, passou o jogo todo a correr atrás de um tal Batxi, que fazia a sua estreia na equipa principal do Chaves. A pergunta é a seguinte: - porque é que nunca temos estreias destas?!

Bem, continuando com os problemas temos o Silvestre Varela a complicar as jogadas e o Marco Matias que nunca percebo para que lugar é que entra! Nem ele deve perceber. O resto são as verduras da mocidade. E das verduras Tomás Ribeiro salvou-se e Show acabou por ser o melhor graças ao seu sentido de passe e à simplicidade do seu futebol. No entanto está sempre em risco de ser expulso. Licá, pois, ensaiou alguns remates, mas não chega.

Resta agora o campeonato. Mas a tarefa de amealhar pontos/vitórias não vai ser nada fácil.


Saudações azuis

quinta-feira, novembro 14, 2019

Escrita em dia


(Sporting-Belenenses)

Um brilharete táctico que não conseguiu os resultados pretendidos. Assim saímos de Alvalade com mais uma derrota, talvez injusta, mas que até poderia ter sido pior dadas as facilidades que a partir da primeira substituição (saída de Benny e entrada de Marco Matias) começaram a ser concedidas ao ataque leonino. Aliás o nosso treinador, fruto da sua verdura, já não é a primeira vez que ensaia substituições fatais. Isto não tem nada a ver com a prestação deste ou daquele jogador mas com a regra básica de que face a um adversário com mais argumentos, e que estava a lançar avançados, não é boa política fazer o mesmo. Enfraquecer a linha média numa altura daquelas até podia ter dado em goleada.

E por falar em verduras, elas também existem e têm consequências quando se lançam uma série de jogadores jovens (ao mesmo tempo) na equipa principal. Mas é o que temos e nesse sentido penso que Robinho é uma aposta ganha. E não devia ter saído apesar do cartão amarelo por uma falta infantil que não pode acontecer. Agarrar a camisola do adversário dá sempre cartão. Digo que não devia ter saído porque corre o campo todo com enorme generosidade não dando descanso aos defesas do Sporting. E também sabe defender quando é preciso.

Show por sua vez ficou a partir de certa altura demasiado entregue a si próprio naquele meio campo. E voltou a revelar alguma imaturidade num lance em que escapou à expulsão por um triz. É preciso corrigir este tipo de atitudes.

Uma palavra também para a actuação do jovem Nilton Varela que a continuar assim pode aspirar à titularidade no exigente lugar de defesa esquerdo.

Termino este comentário sobre o jogo de Alvalade voltando ao assunto da arbitragem e do VAR que a sustenta. Não foi por causa da arbitragem que o Belenenses perdeu, mas sim porque quando estava na mó de cima não conseguiu marcar qualquer golo. E quando estava na mó de baixo não soube fechar-se como devia. No entanto ficou mais uma vez demonstrado que em Portugal, a tecnologia por melhor que seja, deixa sempre suspeitas. Toda a gente viu, a olho nu, que o segundo golo do Sporting é precedido de um fora de jogo claro. E era essa a decisão que 'toda a gente' esperava que o VAR confirmasse. Mas não foi assim e para surpresa geral o golo foi validado. Ficámos convencidos?! Não.
Mais tarde, os habituais árbitros comentadores, deram razão ao VAR nesse e em todos os lances que acabaram por favorecer o Sporting. Mais palavras para quê?!

Saudações azuis


(Nota final):

Está em curso (mais) uma campanha contra a designação 'Belenenses SAD', campanha essa baseada numa providência cautelar e que ignora propositadamente a acção principal que entretanto decorre e cuja decisão estabelecerá os direitos e deveres de ambas as partes – Clube e SAD. Por isso não se entende esta pressa por parte da actual direcção do Clube em resolver um assunto que nunca ficará resolvido através de uma providência cautelar. Tenha ela os recursos que tiver. Porque a verdade cristalina é esta - enquanto a lei não mudar, o CFB, no que diz respeito ao futebol profissional, já tem uma SAD cuja designação é precisamente Belenenses SAD! E no caso de vender a sua posição na SAD, hipótese que tem vindo a ser ventilada, isso significa que o CFB abdica do futebol profissional. Face à lei vigente não existe outra leitura.

É claro que não é isso que a actual direcção do clube diz aos seus seguidores. No entanto chamo a atenção que a ideia de reaver a maioria do capital da SAD, a grande bandeira que mobilizou as assembleias de outrora, é hoje uma ideia retrógrada e sem qualquer suporte na realidade. Depois do Sporting terão de ser Porto e Benfica a venderem a maioria do capital das respectivas SAD a quem lá queira investir. Até agora têm sido os bancos do estado e os contribuintes que pagam a conta mas isso acabou ou está a acabar. Portanto mesmo que a Codecity aceitasse vender as suas acções ao CFB este teria de arranjar outro investidor que ficasse com elas. Porque ninguém investe se não mandar no seu investimento.

Outro aspecto do problema e esse sim aberto a discussão é a 'defesa da marca'. E aqui cabe aos clubes através das suas direcções estabelecerem um protocolo que salvaguarde esse aspecto. Protocolo que pode ser denunciado pelos clubes se estiver em causa o prestígio da marca, nomeadamente em termos desportivos. Ora bem convenhamos que neste contexto a Codecity pode ser acusada de tudo, inclusivé de não investir o suficiente na equipa de futebol. O suficiente em termos da nossa ambição azul. Mas a verdade é que tem garantido aquilo que o clube através das várias direcções já não garantia há muito tempo – a presença entre os maiores do nosso futebol. E enquanto assim for, o melhor é preparar o tal protocolo. Protocolo que entretanto deverá ter o apoio legal da tutela. Acabando-se assim com a maior parte dos conflitos entre clubes e sads.

quarta-feira, novembro 06, 2019

Intranquilidades


Começa a ser difícil escrever crónicas sobre os jogos do Belenenses e por isso tenho optado por algum silêncio. Não possuo bagagem nem conhecimentos para descodificar o que se passa no futebol azul, desde as opções tácticas à irregularidade exibicional, das surpresas nas convocatórias aos mistérios por desvendar!

Assim e para não defraudar as expectativas dos raros viajantes desta página, vou apenas relatar as minhas emoções. E faço-o num zapping pelas últimas coisas positivas de que me lembro. Foi a primeira parte em Famalicão, foram os surpreendentes quinze minutos na segunda parte em Guimarães, e foi a capacidade para recuperar por duas vezes frente ao Aves.

Neste encontro com o Paços de Ferreira, a memória está mais fresca, e posso descrever o que senti com mais precisão - os sustos iniciais (aquela perda de bola do André Sousa no primeiro minuto...) a garantia de agilidade e os reflexos prontos de Koffi, passando depois a um período de maior tranquilidade, com menos perdas de bola e passes errados, até ao paraíso final com um golo quase milagroso. Pelo meio o Silvestre Varela*, mentalmente bloqueado, sem dar saída aos lances, contrastando com a desenvoltura de um Robinho que vai a todas. E finalmente o acerto nas substituições, desta vez sem o radicalismo de outras de má memória, e que culminaram no golo de Cassierra. Uma felicidade para os adeptos algo descrentes pois esperavam mais desta época. É certo que ainda não acabou, mas que começou mal disso ninguém tem dúvidas.

Saudações azuis

*Silvestre Varela tem as suas qualidades e os seus defeitos e posso concordar que pode trazer coisas positivas ao futebol do Belenenses. Mas não faz parte do seu curriculum, nunca fez, ser um especialista na marcação de grandes penalidades. Aliás a relação com o golo também não é historicamente famosa. A sua especialidade, graças à capacidade técnica que possui sempre foi saber guardar a bola, driblar e quando tinha a força dos vinte anos, arrancar deixando os adversários para trás. Espera-se agora que use a maturidade para assegurar a transição, descobrindo linhas de passe, fazendo tudo isto sem perdas de tempo e rodriguinhos inúteis.


Nota: Ficou um penalty por assinalar a favor do Belenenses por derrube do pé de apoio de Marco Matias. O VAR deve ter ido tomar um café e o árbitro poderia ter ido ver o lance outra vez. E começa a perceber-se que em Portugal a tecnologia afinal também tem clube. E são do estado. 

segunda-feira, outubro 28, 2019

Desafio total!


Podia ser o título de um filme mas aplica-se a este jogo, que ganhámos bem, mas que podíamos ter perdido. Sei que o futebol é isto e acabam por ser os pormenores a fazer a diferença numa Liga de facto muito equilibrada, tirando é claro aqueles clubes que já conhecemos. E os pormenores foram basicamente a ousadia atacante, a inspiração de Licá* e a capacidade técnica de Varela. Dos dois Varelas, para ser mais preciso. Sem esquecer a movimentação constante de Robinho, movimentação com talento, diga-se, embora ainda lhe falte outra eficácia no remate.

Em sentido contrário tivemos o nervosismo do guarda redes e as dificuldades, que já não são novas, em jogar com os pés. Um nervosismo que normalmente se comunica a toda a defesa. Tivemos também e durante muito tempo um sistema defensivo bastante permeável pelo lado direito além da ausência de um trinco mais posicional. Aliás este jogo fez-me lembrar a primeira parte dos sub 23 contra o Portimonense! Uma partida que ganhámos mas que estivemos a perder por duas bolas a zero. As rectificações ao intervalo fizeram toda a diferença independentemente de estarmos a jogar contra uma equipa reduzida a dez unidades. Aqui no Jamor só com a entrada de Calila é que conseguimos estabilizar defensivamente.

Bem, mas deixemos as considerações técnico-tácticas para os profissionais porque aqui cabe-me realçar a importância desta vitória, e os primeiros golos que marcámos no Jamor. Aliás o que este campeonato português nos ensina, e já não é de agora, é que quem tem a eficácia (e os respectivos goleadores) acaba sempre por subir na tabela. Se juntarmos a isso uma defesa sólida podemos sonhar com outros voos. O grande progresso desta vez é que o Belenenses criou oportunidades e marcou. E por isso os destaques vão para os avançados e não, como era costume, para o guarda redes ou para os defesas.

Resultado final: Belenenses 3 – Aves 2


Saudações azuis


*Quando se fala em inspiração quer dizer que foi servido como deve ser. No caso de Licá nunca pode ser de costas para a baliza mas sim em corrida.

Nota final: De realçar o desportivismo de Esgaio perante a lesão de um adversário que com ele disputava o lance. Lance perigoso para a baliza do Aves.

domingo, outubro 20, 2019

Pevidém, campeões por decreto e centralização dos direitos televisivos no próximo século!


Escrever qualquer coisa sobre este país, ou espécie de país, não é tarefa fácil, sendo que o melhor é abordar cada tema com algum cuidado. Vamos por partes, vamos até Pevidém onde o Belenenses conseguiu eliminar a equipa local, fugindo assim a um destino que nos últimos anos não tem sido brilhante. 

Sabemos muito pouco sobre o jogo o que também não é novidade numa semana recheada de acontecimentos importantes. O avanço da Turquia sobre a Síria, o Brexit iminente, tumultos em Barcelona, e claro, a deslocação do Sporting a Alverca do Ribatejo! Este sem dúvida o acontecimento número um para os nossos media e com honras de transmissão em directo no canal público. Ontem, para compensar o Coimbrões, transmitiram outro jogo da Taça, desta vez com a participação do FC Porto. Porque se trata ainda das primeiras eliminatórias imagino que a partir dos quartos de final a RTP já tenha a programação repleta. 

Os campeões por decreto é outra das conclusões a que podemos chegar sempre que a FPF e a Liga se juntam para tomar 'decisões'. E lá surgem os 'grupos de trabalho' para estudar as alterações que nos outros países já vigoram há alguns anos, mas que em Portugal só podem ser implementadas se não houver nenhum prejuízo para o Benfica, Sporting e Porto. Sendo que os outros clubes é como se não existissem. Portanto admito que daqui a dez anos a centralização dos direitos televisivos entre em vigor em Portugal. Numa altura em que provávelmente o resto da Europa já está noutra onda. Atraso é isso mesmo. Gostar de ser atrasado, é um vício.

Mas não podia terminar sem falar mais um pouco do Belenenses e da sua trajectória. Começámos a marcar golos, quer na vitória dos sub 23 sobre o Famalicão, quer na eliminatória com o Pevidém. Começando pelos sub 23, um projecto que julgo todos os belenenses acompanham, esta vitória coloca a equipa num lugar que dá apuramento para segunda fase e que seria útil manter mesmo sabendo que os objectivos principais não são esses. Mas os adeptos precisam de conquistas para se animarem.

Sobre a vitória na Taça nem se fala. E fez bem o treinador em levar a melhor equipa para não haver qualquer surpresa. Como afirmei em cima não sei quase nada sobre o que se passou mas a presença de Show no onze inicial pareceu-me uma boa notícia assim como o golo de Robinho. E já agora o de Licá que tem andado com má pontaria neste início de época.

Saudações azuis

quinta-feira, outubro 10, 2019

Perdão de dívidas, concorrência desleal, etc.


Quando oiço falar em 'reestruturação da dívida' lembro-me do Bloco de Esquerda e do PCP e instintivamente agarro-me à carteira! Já sei que em última análise serei eu, na qualidade de contribuinte, quem vai pagar o calote. Dito e feito. O meu banco, e os outros, hoje falidos e semi-nacionalizados, não conseguem mudar de vida. E desta vez o feliz contemplado foi o Sporting. Como já tinham sido (encapotadamente) os outros dois clubes do estado. Mas existe agora uma diferença, houve escândalo, e já se começa a falar na inevitável venda da SAD a um investidor externo privado! Se for para começar aqui uma nova história do futebol português, uma história mais clara, mais leal, e menos batoteira... não se perdeu tudo.

Marcar golos é preciso

Isso terá percebido a SAD do Belenenses e foi ao mercado contratar avançados mais experientes e conhecedores do campeonato indígena. Silvestre Varela embora com um histórico de falhar golos fáceis terá amadurecido entretanto e parece-me uma boa aposta. Marco Matias conheço mal. Mas o caminho do equilíbrio entre a juventude e a experiência é fundamental. O pior é o campeonato quase sempre parado! Ou são os feriados que celebram o nosso atraso, ou são as eleições que o robustecem, ou à falta de melhor é a Taça da Liga que todos desvalorizam. E claro, a bendita selecção. Esta é para os patrioteiros de trazer por casa.


Saudações azuis

sábado, outubro 05, 2019

Dia de reflexão


Se há alguns anos me perguntassem se os clubes deveriam ser maioritários nas respectivas SAD, eu diria que sim embora a minha opção não tivesse qualquer base lógica a suportá-la. De facto as SAD nasceram porque as receitas dos clubes não conseguiam acompanhar as exigências colocadas pela crescente indústria do futebol. Tornava-se assim necessário recorrer ao investimento externo para manter a competitividade das equipas de futebol profissional. O problema é que ninguém investe se não mandar no investimento que faz. E isso exige ter a maioria no capital da SAD. Branco é galinha, o põe!

Nestas circunstâncias a questão que se põe é saber como funcionam as SAD onde isto não acontece, ou seja, aquelas onde clube detém a maioria na SAD, os investidores aceitam ser minoritários, e quem põe e dispõe sobre o seu dinheiro acabam por ser os sócios que elegem os órgãos sociais do mesmo clube! Isto é uma anomalia, acontece em Portugal, pelo menos nos três clubes chamados grandes, e talvez por isso ninguém questiona a situação! E aqui levanta-se uma montanha de perguntas e ao mesmo tempo de suspeições, perguntas que não têm resposta, suspeições que nos levam à teoria do 'biombo' que esconde 'negócios' que não são devidamente escrutinados.

No entanto a fórmula que rege as relações entre os clubes e as respectivas SAD já foi inventada. Ela é aliás praticada nos países civilizados e nos clubes normais. Veja-se o caso de Inglaterra que inventou o futebol. Porque os interesses entre clube e SAD não podem deixar de ser coincidentes. O clube e os seus adeptos querem ganhar campeonatos para honra e glória da respectiva colectividade. O investidor também quer ganhar campeonatos para valorizar o seu investimento. O resto é atraso de vida. Ou outra coisa pior.


Saudações azuis

domingo, setembro 29, 2019

Triste sina!


Foi de facto um sábado terrível e se não retirarmos rápidamente ilacções sobre os acontecimentos não sei onde vamos parar! Com efeito e tal como acontecera na parte da manhã contra o Sporting, à noite perdemos um jogo em Famalicão que também não merecíamos perder. Pelo menos até à altura em que o treinador Pedro Ribeiro começou a arriscar demasiado. Com efeito após o empate (desatenção de Sousa e frango de Koffi) não havia necessidade de desarmar o meio campo (e os corredores) daquela maneira. Não era essa a intenção mas foi o que aconteceu. É fácil falar depois mas creio que o treinador do Belenenses, a quem tiro o chapéu pela bela exibição produzida, se pudesse voltar atrás, não teria feito aquelas substituições.

Na verdade, as saídas quase de seguida de André Sousa e André Santos desequilibraram a equipa e o Famalicão agradeceu. É certo que ainda houve oportunidade para nos adiantarmos outra vez no marcador mas as probabilidades de cometermos erros defensivos aumentaram muito. E não aumentaram assim tanto as hipóteses de marcarmos. E um erro clássico na saída de bola deu o segundo golo aos minhotos traçando definitivamente o nosso destino. Que ainda podia ter sido pior. Com a saída de Beny, e com o jogo partido, ainda mais expostos aos contra ataques, sofremos naturalmente o terceiro golo. E não sofremos mais porque entretanto o jogo acabou.
Esta é a parte triste de uma história que poderia ter tido outro desfecho. E volto a repetir, até ao segundo golo do Famalicão o Belenenses justificou sempre outro resultado. Se isto for uma lição para o futuro, tudo bem. Se não for, tudo mal.

Não vou entrar em análises individuais porque a equipa valeu pelo colectivo. Um colectivo que funcionou exemplarmente durante grande parte da partida. Ainda assim alguns erros individuais acabaram por marcar o resultado. Koffi, que sempre tenho elogiado, pareceu-me algo nervoso e tem responsabilidades no primeiro golo. Que reparte com a deficiente marcação ao jogador famalicense que cabeceou à vontade. Esgaio, que marcou um golo pleno de oportunidade, deixou-se desarmar no lance crucial (em zona crucial) que deu o segundo golo. E no ataque Licá fica ligado à enorme ineficácia que revelámos. Teve nos pés duas ou três oportunidades que normalmente aproveitava.

Resultado final: - Famalicão 3 – Belenenses 1

Saudações azuis



sábado, setembro 28, 2019

Fim de semana de emoções fortes


Começo pela Liga Revelação, o jogo com o Sporting acabou há momentos, estivemos muito tempo a ganhar, merecidamente, diga-se, mas falhámos oportunidades incríveis (incluindo um penalty) para fazermos o dois a zero e assim vencermos o encontro. E no futebol, como sabemos, o que conta é a eficácia e nesse capítulo estamos muito mal. E o Sporting soube aproveitar virando o resultado para 1-2 já perto do final. Registe-se que até o golo que 'marcámos' foi um auto golo de um defesa leonino. Eu sei que o mais importante é o crescimento dos jogadores visando o team principal mas as vitórias também ajudam a crescer. Não apenas tecnicamente mas sobretudo mentalmente.

Passo ao 'anúncio da venda das acções' última manobra de propaganda engendrada pela actual direcção do Clube! Trata-se de um anúncio oportunista, para consumo de oportunistas, e ao qual a SAD já reagiu denunciando a ilegalidade do propósito. Fez bem e terá de reagir sempre que for necessário para defender o futuro do Belenenses. Futuro do Belenenses que como é evidente passa em primeiro lugar pelo cumprimento das leis substantivas em vigor e por mais uma série de coisas que não vejo no discurso da actual Direcção mas vejo no discurso do presidente da SAD.

Assim concordo com Rui Pedro Soares quando afirma:

'Não haverá negócios imobiliários no Restelo enquanto houver uma equipa de futebol que lá quer jogar'.

E reforçando a ideia – 'Há uma equipa viva que gostava de jogar naquele estádio. Não vamos deixar que um negócio imobiliário acabe com um clube de cem anos.'

E deixou duas garantias: - 'Vamos voltar a recuperar a competitividade que fomos perdendo, mas sabemos também que vamos ser julgados pelas infraestruturas que fizermos.'

A outra garantia inscreve-se na inevitável mudança que terá de acontecer no futebol português: -

'Vivemos num país em que a cultura desportiva é garantir condições para que três clubes ganhem sobre todos os outros. Vamos viver um momento em que as diferenças entre clubes vão diminuir e em que vai deixar de existir três clubes e os outros. Vamos criar condições para que todos possam competir.'

Não posso estar mais de acordo.


Saudações azuis


Nota básica: Logo à noite jogaremos em Famalicão contra o líder do campeonato! Será tremendamente difícil mas espero uma vitória.



quarta-feira, setembro 25, 2019

O essencial em imagens!

As imagens falam por si, mas pode haver quem ainda assim questione a presença de Gonçalo Silva entre as grandes figuras do Belenenses. No entanto ele é há vários anos o capitão da equipa e tem assumido esse cargo com grande dignidade e indiferente a todas as vicissitudes. E sem capitão não há equipa.

Uma última nota: - prometi a mim mesmo não instrumentalizar a data do centenário com comentários divisionistas e vou cumprir essa promessa. Porém, cem anos depois, não posso deixar de lembrar  algo que muitos continuam a ignorar! Ao contrário do que diz a propaganda oficial o Clube de Futebol 'Os Belenenses' ganhou quatro campeonatos nacionais e não apenas um. Assim, em nome do respeito pela memória desses campeões esquecidos aqui fica a minha lembrança e a minha homenagem.

Saudações azuis

segunda-feira, setembro 23, 2019

O centenário


Quase em silêncio, sem comícios nem provocações, seria a melhor forma de celebrar o centenário do Clube de Futebol 'Os Belenenses'. Uma forma de respeitar o passado, os seus fundadores, e tantos adeptos que hoje se fossem vivos não reconheceriam o clube do seu coração. Mas já sabemos que não vai ser assim. Não vai haver um segundo de tréguas. Divididos, agarrados à equipa principal ou ao estádio do Restelo, vamos esgrimindo argumentos numa guerra que todos sabemos perdida. Perdida porque as decisões judiciais, sejam elas quais forem, não têm o condão de sarar as feridas nem reconstruir afinidades. Dou-vos o meu exemplo - sou sócio, já o meu pai o era, tenho as quotas pagas até ao final do ano, mas não vou ao Restelo, sigo a equipa principal do Belenenses, como sempre segui, onde quer que ela jogue, alegro-me com as suas vitórias, sofro com as suas derrotas, e como eu há-de haver mais. Perdi a confiança nesta Direcção quando expulsou a equipa do Restelo e resolveu arranjar outra para lhe fazer frente. Deixarei de ter clube quando perder a confiança na SAD. Isso acontecerá quando concluir que perdeu o sentido da sua existência. Que é mais dela própria que do Belenenses.


Saudações azuis

domingo, setembro 22, 2019

Foi apenas mais uma derrota 'em casa' ou devemos ficar preocupados?!


O que vi do jogo (a parte final no ecrã do meu telemóvel) não dá para grandes comentários embora os resultados práticos comecem a ser os habituais – mais posse de bola, um aparente equilíbrio, e no fim acabamos derrotados e sem conseguir marcar qualquer golo. Explicação para isto?!

Se recuarmos no tempo, aos tais seis meses em que ganhámos apenas uma vez, as dificuldades para pontuar 'em casa' foram sempre evidentes. De facto criamos muito poucas oportunidades e quando as criamos não as conseguimos concretizar. Mas não foi sempre assim e se quisermos ser justos é a partir de Janeiro com as saídas de Fredy e Reinildo, junto com a lesão de Henrique, que as dificuldades se agravaram. Dificuldades de criação e dificuldades de eficácia. Desde aí nunca conseguimos preencher as lacunas deixadas em especial a de Fredy um criativo que realmente fazia a diferença. Silas, justiça lhe seja feita, denunciou na altura a falta que Fredy iria fazer. E tinha razão. Esta é uma explicação ou pode ser apenas mais uma narrativa, o facto é que Fredy ainda não tem substituto à altura.

Aliás o jogo de ontem parece ter sido exemplar nesse aspecto. E socorro-me da opinião do meu sobrinho a quem telefonei. Então, como foi aquilo?! Respondeu: - não jogámos mal mas o Rio Ave foi superior. Além disso o Kikas falha o empate que poderia ter relançado a equipa. E concluiu com alguma ironia: - parecia um jogo entre uma (boa) equipa da Liga Revelação e uma (boa) equipa da Liga NOS!
Passe a ironia, Pedro Ribeiro tem ali muito trabalho pela frente, desde logo os erros defensivos. Aquele primeiro golo é terrível. Quanto à criatividade Robinho promete mas de promessas está o mundo cheio. E no que respeita à eficácia, ela precisa de jogadores mais maduros.
E a pergunta subsiste: - devemos ficar preocupados?!

Resultado final: Belenenses 0 - Rio Ave 2


Saudações azuis

quarta-feira, setembro 18, 2019

Futebol português – import/export!


Este poderia ser o cognome de muitas outras actividades mas fiquemo-nos pelo futebol, pelas suas vaidades e alucinações. E naturalmente pela propaganda que é dos produtos que tem maior saída. Com o mercado externo no entanto é preciso ter cuidado, evitando vender gato por lebre. Conclusão: - no Seixal não há minas de ouro, e mesmo que arrebanhem todos os jovens talentos de aquém e de além mar subsiste sempre a velha máxima – quem vende os melhores fica naturalmente com os piores. As coisas são o que são.
Quer isto dizer que a estratégia está errada?! Não. Quer apenas dizer que a propaganda tem limites.

Mudando de assunto, Silas despediu-se do Belenenses fazendo um resumo da sua passagem ao comando da equipa principal. Seiscentos dias num resumo esclarecedor pautado pela dignidade e pela gratidão, virtudes que destaco e fazem dele um homem de confiança. Uma raridade nos tempos que correm!

Para terminar, duas questões de justiça: - esclarecido que o plantel foi escolhido pelo actual treinador Pedro Ribeiro, em comunhão com a SAD, podemos agora atribuir as naturais responsabilidades a quem de direito. Para o bem e para o mal. Também por isso não vou questionar a gestão de compras e vendas deixando isso a quem já deu provas de saber aquilo que faz.*

A segunda questão prende-se também com a justiça, expressão usada por Rui Pedro Soares quando questionado sobre o balanço dos 'seiscentos dias' de Silas. Rematou: - 'fez-se justiça ao plantel que tínhamos´'. E deu o exemplo dos vários jogadores que saíram para clubes importantes. Silas veio agora completar a frase chamando a si a quota parte da valorização dos mesmos jogadores. E creio que assim se fez justiça. A todos.

Saudações azuis


*(Adenda): - O que não me impede de comentar, como sempre faço, o acerto ou desacerto desta ou daquela contratação, desta ou daquela dispensa, assim como sugerir outras políticas para o futuro do Belenenses. Que é aliás a razão de ser deste espaço, pese a enorme limitação de me basear exclusivamente naquilo que vejo ou nas notícias veiculadas pelos media. Dito isto posso compreender os ajustes no plantel rescindindo com alguns jogadores que na verdade vão perdendo espaço com a chegada ou a recuperação de outros mais promissores. Liullic é um destes casos. No meio campo ofensivo não tem lugar. Cobre mal a bola, perde-a e perde-se com facilidade e o seu famoso pé esquerdo ainda não acertou na baliza. Que tenha mais sorte noutras paragens.
Sobre Eduardo Kau e a sua complicada lesão só lhe posso desejar as melhoras e que regresse depressa pois faz falta ao Belenenses.

terça-feira, setembro 17, 2019

Crónica alegre!


Já era tempo de uma alegria! E de ver um jogo com muitas camisolas azuis no ataque à baliza adversária! Sintomático o facto de no banco de suplentes existirem poucos defesas de raiz! E afinal o Benny existe, assim como outros jovens jogadores que entraram e mostraram valor, numa dinâmica de conjunto que ainda tem falhas. O que é natural quando se mudam processos de jogo. Concluindo e sem desmerecer do trabalho de Silas prefiro o Belenenses nesta versão, uma versão mais ofensiva, mais simples e directa, ainda que mais arriscada. A prova do risco (e do erro) vimo-la nós no início da segunda parte onde alguns equívocos de marcação entre Chima e André Sousa, abriram o corredor esquerdo ao primeiro golo do Marítimo. Um golo que empolgou os insulares e que poderia ter causado outros danos. Nessa altura a equipa soube sofrer e o treinador soube reagir fazendo entrar homens de meio campo, jogadores que sabem o que fazer à bola, retirando iniciativa ao Marítimo. E na parte final até poderíamos ter marcado mais golos não fora a falta de treino nessas situações. E antes das menções individuais o devido realce ao aproveitamento das bolas paradas, factor decisivo no futebol moderno.

Quanto aos destaques todos deram o litro mas... Hervé Koffi é o meu ídolo e mais uma vez constatei a segurança e a elegância com que guarda a baliza! A dupla de centrais esteve incansável e Gonçalo Silva merece lugar de honra. No que toca ao central Tomás Morais, o primeiro elogio vai para o treinador pela coragem de o lançar num jogo decisivo! E o rapaz até correspondeu! Nuno Coelho jogou mais adiantado que o costume e fez valer a sua experiência. Gostei da exibição de Chima na lateral esquerda, salvo o lapso de marcação no golo do Marítimo. André Santos começa finalmente a carburar para a frente e pelos vistos é melhor tê-lo perto da área adversária do que da nossa. Grande golo e grande pontapé ao poste. Quanto a André Sousa e por muito que eu queira ver-lhe defeitos, o golo que marcou redimiu-o e sossegou o universo azul. Parabéns! Kikas está mais confiante, e dos novos que nunca tinham alinhado gostei de todos eles. Robinho no entanto, destacou-se.

Resultado final: Marítimo 1 – Belenenses 3

Saudações azuis

sexta-feira, setembro 13, 2019

A separação de poderes no camarote da Luz!


'O Benfica é maior que Portugal'! Bolsou um distinto administrador da respectiva SAD! Não sei se disse isto na sequência da decisão judicial que poupou a SAD encarnada no caso e.toupeira ou se foi por outro motivo qualquer. Isso agora não interessa. Porque eu concordo e também acho que o Benfica é de facto (e de direito) maior que Portugal. E sendo assim, só me ocorre aplicar ao Benfica a mesma receita que apliquei a uma mesa que adquiri e não cabe lá em casa! Desmontei-a, está encostada a uma parede, e à primeira oportunidade tenciono despachá-la para um lugar onde verdadeiramente caiba e se sinta feliz. O problema é que eu estou desconfiado que fora daqui, num sítio onde as leis se cumpram, as regras sejam iguais para todos, e a justiça funcione, o Benfica não vai caber nem vai ser feliz! Acho até, como na história do sapo e do boi, que ou faz dieta ou então rebenta como o sapo.

Noutra perspectiva, socorrendo-me das imagens, posso também concluir que a grandeza do Benfica é mais um produto da propaganda e dos favores do regime do que uma coisa real por dentro. Comparo aliás esta aparente grandeza ao que se passava na união soviética relativamente aos clubes desse mesmo regime (Lokomotiv, Dynamo, etc,) clubes que com o advento da democracia acabaram por desaparecer. É claro que o Benfica, tal como o regime, pensam que são eternos. No entanto, às vezes, quando o escândalo se torna insuportável, costuma acontecer qualquer coisa.

Saudações azuis