domingo, fevereiro 10, 2019

O preço da esperança


Com a barreira dos trinta pontos à nossa frente, com a tarefa de amadurecer Cleylton (enquanto Nuno Coelho não recupera), e a não menos difícil empresa de transformar Diogo Viana num número 10, (numa variante de Fredy) pode dizer-se que a vida de Silas não está nada fácil. Vamos então esmiuçar o assunto:

Cleylton, que veio em bruto para o Belenenses, tem apesar de tudo evoluído de forma surpreendente. Isto não invalida que não tenhamos que pagar um preço pela sua integração na equipa principal. Aliás basta ver o que nos custou neste último jogo: – ofereceu uma bola de golo ao ataque do Moreirense, atrapalhou o nosso Henrique na hora de cabecear para o golo, e ainda teve uma ou outra entrada à bola que com árbitros mais mimosos poderiam ter custado cartões e faltas. Este é o lado negativo. Do lado positivo o seu físico impõe-se aos adversários, pode marcar golos com a cabeça ou com os pés (tem um pontapé violento), boa capacidade de desarme e pelo que fica dito parece ter grande margem de progressão. Deve jogar em Setúbal no centro da defesa e terá pela frente avançados de grande poder físico.

Diogo Viana, ao que tudo indica vai abandonar o posto de defesa ala direito para se fixar no miolo do terreno onde tentará fazer as transições entre a defesa e o ataque. No postal anterior já esbocei uma análise a esta perspectiva. Vou agora gastar nela mais algumas linhas. Com efeito e face às suas características Diogo Viana tem mais espaço no miolo que nas alas para explanar o seu futebol. A sua capacidade no um para um é muito limitada junto às faixas mas pode melhorar se puder sair (arrancar) para um lado ou para outro e ganhar então espaço para servir o ataque. O problema depois é o serviço. Terá que levantar a cabeça, terá que decidir muito rápidamente, terá que estar disponível para fazer a jogada que o jogo naquele momento pede e não a que imaginou no seu complicador. A palavra chave é a simplicidade. No lado positivo assinala-se a sua capacidade de luta e até alguma evolução/amadurecimento em termos colectivos! Se não me enganar veremos o que faz em Setúbal contra uma equipa a necessitar de pontos e que não dá espaço nem tempo para pensar.

E termino com duas notas:
  1. O jogo que o Moreirense realizou contra o Porto (que escapou milagrosamente de uma derrota merecida) comprova que a crónica que escrevi sobre Belenenses/Moreirense estava mais que certa.
  2. Afinal o Tondela, quando o deixam jogar com onze, é uma equipa que pode causar dissabores a qualquer um! E se é verdade que pelas costas dos outros vemos as nossas, é obrigatório concluir que enquanto nós conseguimos dar a volta ao jogo na segunda parte (refiro-me ao Belenenses/Tondela realizado no batatal) o Vitória de Guimarães nunca o conseguiu. Apesar do investimento feito e que está à vista de todos.


Saudações azuis


Post Scriptum:

Morreu hoje o Fernando Peres jogador formado no Belenenses e que eu vi jogar tantas vezes! Era esquerdino e chegou a fazer dupla atacante com o Yaúca numa das últimas grandes equipas que tivemos. Peres foi mais tarde transferido para o Sporting. Paz à sua alma. 


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