terça-feira, dezembro 21, 2010

O hino azul

Eu sei que temos muitos hinos, todos bonitos, sei que existe um hino oficial, bonito também, conheço-o, sei entoá-lo, mas de todas as letras e músicas que têm a ver com o Belenenses, aquela com a qual mais me identifico é cantada pelo Pedro Barroso e começa assim… ‘eu sou do mar…’ fala em caravelas que partiram da praia do Restelo há muito tempo, levando nas velas a Cruz de Cristo… E o refrão diz tudo… ‘Belém, Belém, grito do peito, Belém, Belém aqui te juro, azul do mar, como o passado, azul do céu, como o futuro…' Belos versos, bela voz, o hino mais bonito de todos os hinos, de todos os clubes!
Bem gostaria que todas as equipas do Belenenses (especialmente as mais jovens) entrassem em campo ao som desta afirmação de fé belenense. Ou de qualquer um dos outros hinos
Eu não descobri isto agora, mas fui alertado pelo pai de um jogador de palmo e meio, para a necessidade de transmitir algum calor (e fazer subir a auto estima) dos nossos futuros campeões. Daí a oportunidade deste postal.

Saudações azuis


Post- Scriptum: - E se por acaso algum leitor tiver a amabilidade de me enviar o hino do Pedro Barroso também eu abrilhantaria este espaço com a referida música.
Para o efeito o e-mail é - joaomenezes@sapo.pt

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Semmler e mais dez!

Não foi bem assim, mas quase, talvez inspirado no equipamento preferido do falecido Sério (lembro-me dele no estádio Nacional equipado de amarelo e preto) a verdade é que Semmler foi resolvendo os inúmeros problemas criados pelo ataque do Gil Vicente, transformando-se num obstáculo intransponível! Já perto do final, ainda antes do golo de Miguel Rosa, safou o empate por duas vezes na mesma jogada, de forma milagrosa, sinal seguro de que o Belenenses acabaria por vencer o jogo.
Mas os milagres nem sempre acontecem, por isso não convém repetir a graça de passarmos toda a segunda parte a ser massacrados pelo adversário, ainda por cima no Restelo! Isto enquanto esperávamos uma aberta para marcar o golito da confirmação! De facto acabámos por marcar em contra ataque mas já perto do fim e depois de muitos calafrios.
Enfim, ganhou-se que era o que interessava, a equipa está mais arrumada, a defensiva bateu-se bem, especialmente no jogo aéreo onde o Gil tinha um calmeirão, os laterais (que não são rápidos) esforçaram-se, e o meio campo jogou como sabe jogar – com pouca clarividência e muita lentidão. E quando surgia a tal aberta, uma nesga de oportunidade, o Celestino escorregava, o Lima e o Balu em lugar de municiarem o ataque, viravam-se para a nossa baliza!
Falta falar sobre os avançados - em princípio cumpriram, uma vez que os dois golos foram apontados pelos elementos mais adiantados – Camará e Miguel Rosa. Este último a confirmar o sentido da baliza!
E pronto, estamos a quatro pontos da subida e a um da descida, nada mau para quem já esteve pior.

Uma referência à homenagem póstuma prestada a Carlos Pinto Coelho, jornalista e adepto do Belenenses, assim como aos nossos antigos jogadores Sério e Feliciano.
Enquanto houver memória e gratidão, o Belenenses não acaba.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Feliciano

Quase que não me lembro desse tempo mas quando acontece surgir uma notícia, normalmente triste, a memória transporta-se outra vez para aquele peão das Salésias onde pouco mais via que troncos e cabeças a correrem de um lado para o outro, a multidão a agitar-se, e era melhor olhar para cima e perguntar ao meu pai o que se estava a passar!
Feliciano, como tantos outros jogadores belenenses, acabou por seguir na direcção do Porto, espécie de segunda casa dos azuis de Lisboa. Pedroto já tinha partido, uma grande transferência para a época, e depois, com o acentuar da crise foram saindo Murça, Freitas… e mais recentemente Rolando. Três grandes defesas que muito contribuíram (e contribuem) para a escalada portista em termos nacionais. Do mal, o menos, penso eu e pensam muitos belenenses, antes o Porto que a segunda circular.
Melhor seria que ficassem por cá, onde sentiam a camisola, mas este discurso é tão antigo, tão fora de moda, que vou ficar eu por aqui, nestas mesmas linhas, que apenas escrevi... porque uma Torre de Belém não cai todos os dias!

terça-feira, dezembro 07, 2010

Os ibéricos

Os ibéricos são gente curiosa e paradoxal! Falam do mar mas pensam em praias e piscinas, escrevem sobre a pátria mas gostam de viver noutro sítio, e mais recentemente, no futebol, sugerem ligas ibéricas ou similares. Vão avançando, a medo, mas sempre com a convicção peregrina que descobriram a pólvora do futuro!
Mas vamos à parte paradoxal deste assunto: - sempre que idealizam realizações ibéricas, seja uma candidatura comum (a qualquer coisa) seja um campeonato de berlinde, os ditos ‘ibéricos’ partem do princípio que a Espanha é una e indivisível o que convenhamos não é bem verdade! Acresce que estamos a falar de pessoas que fazem questão em ser republicanas e não percebem (ou não querem perceber!) que a unidade espanhola só existe porque existe a monarquia, pois de contrário o mais certo seria a fragmentação do país vizinho. E lá se íam as candidaturas e os campeonatos de berlinde por água abaixo!
Aliás, e para quem tem alguma noção histórica, o cenário fragmentado (de reinos e condados) foi precisamente de onde viemos nos alvores medievais. Foi a partir daí que se foram construindo (a duras penas) duas realidades históricas distintas, dois países que ainda permanecem – Portugal e Espanha.
Portanto, até aqui nada de novo.
Agora o que me parece (novo) é que estes ‘ibéricos’ se fartaram de ser independentes e estão danadinhos para se atirarem (de novo) para o regaço de Castela!
Será assim?!

domingo, dezembro 05, 2010

Vitória na Trofa!

Uma vitória importante conforme salientou o treinador José Mota, eu diria importantíssima! Descrente, afundado na minha bancada central, com a braseira para aquecer os pés, assisti impávido e sereno ao desenrolar dos acontecimentos. Lá fora, na Trofa, com chuva e frio, equipados de branco, os azuis pareciam mais organizados do que o costume, embora a iniciativa do jogo tivesse sempre pertencido ao Trofense. Depois aconteceu o penalty, uma precipitação do central adversário que Celestino converteu sem tremer. A sorte do jogo sorria-nos, havia que aproveitar. A muralha azul foi resolvendo os problemas com destaque para Semler e Baggio, bem acompanhados pelos restantes. De vez em quando notava-se uma falha comprometedora no lado esquerdo da nossa defesa (alguém se esquecia da dobra!) e o perigo rondava então a baliza belenense. Na segunda parte, com mais espaços, conseguimos trocar várias vezes a bola e se estivéssemos confiantes (ou se fossemos mais adultos) poderíamos ter resolvido o assunto mais cedo. Mas estava escrito, num contra ataque bem gizado (grande passe de Miguel Rosa!) devolvido por Elton ao mesmo Miguel Rosa que concluiu superiormente!
Faltava um quarto de hora para o jogo acabar e aí soubemos sofrer! O golo de José Manuel (com a infeliz colaboração de Baggio) chegou ao cair do pano e assim trouxemos os três pontos para o Restelo!
Melhores e piores nestes jogos não existem, todos lutaram pelo mesmo objectivo – pontuar. Ganhar foi, como disse, ouro sobre azul, até porque aumenta os níveis de confiança da equipa. Uma palavra apenas para valorizar dois jovens jogadores que revelaram progressos - Camará que sabe jogar de costas para a baliza, ganhou tempo e espaço para que a nossa equipa se adiantasse no terreno, e também para Miguel Rosa, jogador determinado e com faro pelo golo!

Resultado final – Trofense 1 – Belenenses 2

Saudações azuis

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Tempos e resultados

Elegeram o Marinho! Os socretinos esfregaram as mãos de contentes, e para fazerem o pleno faltava apenas que a candidatura ibérica ganhasse! Azar, mas foi a nossa sorte. Os fifas pensaram melhor no assunto, tiveram medo da imprensa do Reino Unido (que é livre), e despacharam a bola para longe, para a Rússia, clima onde as luvas são vulgares, indispensáveis até, e ninguém repara nelas.

Mas elegeram o Marinho! O tal que mata e esfola mas é um simples serventuário do poder… laico, republicano e socialista. Os advogados que votaram nele, coitados, é que não são, aliás não são nada, e se são alguma coisa, não aspiram ao socialismo. Nem os socialistas aspiram. Neste jogo de enganos, enganaram-se outra vez! É normal.

Pois é, calhava tão bem este mundial! Empurrávamos tudo para a frente, com a barriga, e durante mais seis ou sete aninhos viveríamos novo conto de fadas! O TGV, o aeroporto, tornavam-se de repente, não só viáveis, como prioritários, as construtoras do regime entravam em ebulição, os políticos do regime em delírio, os bancos amigos financiavam tudo outra vez, os estádios do regime tinham que ser aumentados, os outros voltavam a justificar-se durante quinze dias, e quando a festa acabasse, quando o último foguete estoirasse, estávamos no mesmo sítio onde hoje estamos e com os mesmos problemas que hoje temos. Não vale a pena explicar porque a explicação para o ‘provincianismo português’ já tem autor. A título de adenda bastam duas perguntas que talvez espelhem a doença:

- Porque é que na altura não se construiu apenas um estádio na segunda circular com a possibilidade de ser utilizado por dois clubes e com uma lotação que permitisse receber meias-finais e finais de um mundial de futebol?!
- Porque é que, por exemplo, a população de Leiria e arredores não frequenta o clube da sua terra e em vez disso prefere ir a Alvalade ou ao estádio da Luz?!

Enquanto não pudermos dar uma resposta satisfatória a estas duas questões, deixemo-nos de fantasias. Qualquer investimento será sempre um pseudo-investimento para engordar os mesmos e emagrecer o país.

Saudações azuis

quinta-feira, dezembro 02, 2010

A bola indígena

Em Alvalade foi descoberto um novo tipo de golo – o golo irregular! Pior do que isso é a extraordinária benevolência da crítica (e dos comentadores de serviço) quando se trata de analisar as jogadas e os jogos do Sporting. Benfica idem. Mas ontem foi demais!
Seriam três os comentadores, seis olhos pelo menos, mas só ao fim de algumas repetições lá se convenciam da realidade! No caso do golo, precedido de lance de andebol, primeiro foi limpinho, a seguir um dos comentadores admitiu que terá havido qualquer coisa do Postiga (sempre o mesmo), um segundo comentador calou-se enquanto um terceiro continuava com dúvidas!
Umas jogadas a seguir, Yanik ajeita a bola com o braço e isola-se: - grande jogada gritam os comentadores, do sofá onde estava vi a ‘irregularidade’, para um dos imbecis o Sporting falhou mais um grande golo, algum silêncio depois, e a medo, uma das vozes arriscou – há uma mão do Yanik… foi pena pois seria mais um golo irregular!
E eu, que me preparava para torcer pelo Sporting, passei-me de imediato para o Lille. Porém, como detesto os franceses – napoleónicos da ‘liberté, egalité, fraternité’ - desliguei a televisão. Porque é que não mudei de canal?! Porque nos outros canais ía levar também com a Marselhesa!

Saudações azuis