sexta-feira, outubro 30, 2009

Empate no Dragão

Através de uma exibição tácticamente irrepreensível o Belenenses foi esta noite arrancar um empate ao estádio do Dragão! Mérito do treinador, que só não conseguiu aquilo que nenhum treinador consegue - dar maturidade ao futebol juvenil do Freddy, meter duas velocidades no Celestino, ensinar as vedetas da equipa a não errarem passes a dois metros de distância, ou dar tranquilidade a alguns jogadores que os sócios gostam de escarnecer. Isso de facto é mais difícil.
Mas mesmo assim... a equipa nunca se desuniu, tentou algumas vezes sair a jogar, marcou um bom golo, e para quem dizia que íamos ser goleados... não foi nada mau. Acresce que nunca estivemos perto disso, nem pouco mais ou menos.
Hoje não há destaques individuais, e mesmo aqueles jogadores que referi no início da crónica (Freddy e Celestino) estiveram diligentes e cumpriram.
Não é fácil pontuar no Dragão... mesmo com sorte. Que a houve também.
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Saudações azuis.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Capitão precisa-se

Anúncio de página inteira, urgente, precisa ter espírito ganhador, que anime os fracos, levante os caídos, e nas horas difíceis carregue a equipa para a frente, para a vitória. E ponho este anúncio em vésperas de jogo importante, jogo onde se define a têmpera, não dos que ganham, mas dos que querem ganhar.
A verdadeira liderança é sempre uma escola de obediência, porque só sabe mandar quem sabe obedecer. Não quero que o Belenenses continue este monte de destroços onde todos botam sentença mas afinal ninguém manda. Não quero reprises de filmes passados, golpes de balneário, apoiados por aduladores e arruaceiros. Disso, o Belenenses está farto e não aguenta muito mais. Aliás, se os golpes de balneário frutificassem, há muito que éramos uma árvore carregada de títulos. E não somos.
Estou farto do ar triste e vencido de certos artistas do Restelo. Com eles, nunca ganharemos a guerra.
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Saudações azuis... só para azuis.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Pegar no jogo ou pegar no Clube?

Parece ser esse o dilema de muitos belenenses, insatisfeitos com a fraca prestação da equipa, e como é habitual nestes casos já pedem a cabeça do treinador. Ora bem, aquele dilema leva-me ao encontro de Luís Freitas Lobo que discorre hoje no jornal 'A Bola' sobre essas mesmas expectativas e frustrações. Diz ele em síntese que 'o problema da equipa está no corredor central'... 'na falta de capacidade para alguém pegar na bola na segunda linha e assumir essa segunda fase de construção...', em suma, assumir o jogo. É a opinião de um estudioso do futebol que sem sacrifício subscrevo. Aliás o que se nota mais é o medo de assumir tais funções! E daqui podemos estabelecer algum paralelo com o que se passa no clube.
As notícias de hoje não são animadoras, falam de incumprimentos com consequências judiciais! E quem sabe, consequências desportivas! As desculpas de hoje também não são animadoras, remetem-nos para o 'prejuizo brutal da SAD'!
Em que ficamos?! A Direcção tem, ou não tem, remédio para o problema?
Isto é que interessa saber, porque os prejuizos da SAD já conhecemos. E interessa, porque é a viabilidade do Belenenses (como clube de futebol) que está em causa. Por isso, andar nesta altura a pedir a cabeça do treinador é um disparate. Disparate que só serve os interesses dos irresponsáveis. Neste momento o treinador precisa é ser apoiado pela Direcção. E os jogadores precisam de trabalhar (jogar) mais. Porque substituir treinadores tem sido uma boa maneira de não pegar no Clube.
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Saudações azuis.

terça-feira, outubro 27, 2009

Exibição incompreensível

Ou me engano muito ou temos o caldo entornado. E não vou fazer de treinador, não sou, mas aquilo a que assisti não tem explicação possível: - um futebol liceal, jogadores parados ou semi-parados, lances inexplicáveis, passes e mais passes transviados, duas jogadas com princípio meio e fim... em noventa minutos! E mesmo assim chegámos ao intervalo a vencer! Valeu na circunstância o esquema defensivo, sempre muito recuado, o mesmo que impossibilita que a equipa tenha algum apoio ofensivo. Mas na segunda parte, nem isso! O golo do empate é um testemunho – Cesinha teve tempo para tudo, isolou-se, evitou a intervenção do nosso guarda-redes, flectiu para a linha de fundo, voltou-se, sem ser importunado passou a bola a um companheiro, que por sua vez a meteu no coração da área. Rui Pedro (sem marcação!) esticou-se e o Belenenses foi eliminado da Taça da Liga. Depois do golo houve um leve estremecimento, os jogadores acordaram, mas era tarde.
No ‘flash interview’ o treinador do Belenenses queixou-se da atitude da equipa e quando isto acontece é sinal de que a direcção tem que intervir. Depressa e em força.
É preciso prestar mais atenção ao futebol do clube e deixarmo-nos de comparações com o que se passa nas outras modalidades. O negócio do futebol é para quem percebe do negócio do futebol. Não se improvisa. Nem se compara.

O semeador de relva

O provincianismo é uma doença do espírito, e como dizia o poeta, ataca sobretudo os que se acham civilizados – ‘precisamente pelas razões que o não são’ – e nós, portugueses, sofremos desse mal periférico, vá lá, para não dizer desde sempre, desde que uma comitiva trajada à francesa, peruca incluída, foi receber e dar as boas vindas ao invasor Junot! Invadidos e agradecidos.
Aimar é um argentino, que acrescenta aos seus (reconhecidos) dotes futebolísticos, uma enorme propensão pela relva, especialmente aquela que foi semeada nas imediações da baliza adversária! Os brasileiros dizem que estes jogadores ‘cavam penalties’, e os nossos árbitros, embalados pelo seu virtuosismo, vão (ou gostam de ir) na conversa.
Foi assim em Leiria, lance decisivo, foi agora contra o Nacional, lance que matou o jogo.
Fica a pergunta: - quando será a próxima sementeira?!

A jornada ainda não acabou mas vale a pena registar a excelente perfomance da Académica no estádio do Dragão! Sem provincianismos bacocos, Vilas Boas, um jovem treinador, armou os estudantes com uma estratégia de jogo (defensivo e ofensivo) que pôs Jesualdo a coçar a cabeça!
E não fora um feliz golpe de cabeça do mal amado Mariano (e alguém a atrapalhar o guarda-redes de Coimbra) e não sei não…

O meu Belém recebe hoje o Gil Vicente para a Taça da Liga e recebe também o incontornável Fiúza. Seria bom que aproveitássemos a oportunidade para um gesto conciliatório. Não é bom para o futebol português que dois emblemas que não são beneficiários do sistema se mantenham de relações cortadas.
Dividir para reinar não é o nosso lema. Essa é a estratégia dos ‘donos da bola’.

Saudações azuis

segunda-feira, outubro 26, 2009

Encomendas nacionais

Embrulhadas em papel verde e encarnado, remetente desconhecido, aparecem de acordo com as necessidades da república. Foi assim com o ‘e-mail’ surripiado e publicado por altura das últimas eleições legislativas, e no que toca ao futebol indígena, estas encomendas são prática corrente, e resolvem normalmente o problema. E um dos problemas era o primeiro lugar do Braga, situação que de certo modo obscurecia (e entristecia) a nação encarnada. E eis que surge a encomenda, a dez metros do lance, apito calado, e um golo de avanço, num terreno difícil perante um adversário difícil. Mas o Braga empatou e o apito entupiu-se de novo quando Mossoró levou um pontapé nas costas já dentro da área do Rio Ave.
O Salvador de Braga bem pode barafustar, cortar ligações e telefones, que as encomendas não param. Nada as assusta e basta olhar (nem é preciso ler, tal o tamanho do apelo!) num ‘jornal de referência’ – “Venham ajudar-nos a ganhar” clama Jesus!
Deduzo que algo está em perigo e todos somos poucos para conseguir tão importante vitória! Vitória, que a não acontecer, será má para Portugal porque corresponde aos interesses do Nacional (e do Braga), tudo gente que pertence a outro país!
E não contente, esta bola que conhecemos, ainda tem espaço, no espaço reservado ao Braga para ‘noticiar’ – ‘Rodriguez pode ser multado’! Imaginem porquê! Diz a encomenda – quer ir (já) para um ‘grande europeu’, está no 'site oficial' do jogador, mesmo a calhar na semana que antecede um jogo decisivo.
Entretanto as encomendas de sentido contrário sucedem-se para os lados da Luz – nenhum jogador do Benfica tem ‘site oficial’ e nenhum quer sair do Benfica… nem a ganhar dez vezes mais. Minto, o Di Maria não quer sair, mas era bom que saísse porque interessa ao Benfica.
Este é o futebol a que temos direito – o futebol das encomendas.

sábado, outubro 24, 2009

Empatas

Mais um jogo no Restelo, mais um empate, a zeros, e se o adversário tem o ‘azar’ de marcar um golo, perdíamos naturalmente por um a zero. Adversário que chegou a introduzir a bola na nossa baliza, porém, um fiscal de linha, no mínimo, minucioso, assinalou um fora de jogo. Terá considerado que o jogador do Olhanense (Paulo Sérgio, lembram-se dele?! – aquele que só jogava bem contra nós!) tinha apenas um adversário entre si e a baliza.
O lance não é de fácil julgamento, estão três jogadores praticamente em linha – Paulo Sérgio, Nelson e outro defesa azul – e ainda bem que foi decidido a nosso favor. A favor do Belenenses, uma raridade!
Mas aconteceram outros lances, pelo menos dois, que não podem acontecer – duas perdas de bola em zona proibida, uma de Gavilan e outra de Mano, que só não deram golo (ou penalty) por mero acaso. No caso do Mano, o ‘acaso’ vestia de preto!
Mas nem só de casos viveu este jogo – faltou pressão inicial, o que implica subir linhas, sem medo, pois não sendo assim, a equipa visitante joga à vontade, toma a iniciativa, moraliza-se, pode até marcar um golo. Isto, em nossa casa, não pode acontecer. Por outro lado, afogueados, e sem bola, os nossos laterais – base do futebol moderno – não entram no jogo.
E que faz o nosso meio campo entretanto? Corre atrás da bola e quando por sorte a recupera, está tudo lá atrás, é por isso obrigado a fazer passes de risco. E perdemos a bola outra vez. Parece um destino, mas não é. Porque podemos mudar.
Apesar de tudo, houve coisas positivas – Lima, está mais solto, e interventivo. Podia até ter resolvido o jogo. Podia mas não pôde.
E agora?
Agora, existem uma série de equipas muito semelhantes, mas enquanto no Belenenses se investe muito pouco no futebol, os clubes concorrentes funcionam como satélites dos três eucaliptos (com as inerentes vantagens em termos de jovens craques, e sem ter que os pagar) e, muito importante, dedicam-se exclusivamente ao futebol.
Por tudo isto a nossa situação é perigosa e tem tendência a agravar-se.
Lamento ter que me repetir, mas assim não vejo grandes horizontes para o Belenenses.

Saudações azuis.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Domingo à tarde no Restelo

Azul poente, estádio deserto de sócios, uma mancha encarniçada no lado nascente (são os adeptos do velho clube de Marvila) e calma, muita calma dentro do meio campo azul. Celestino só tem uma velocidade, os jogadores do Oriental vistos da bancada, são secos, geniquentos, e correm quilómetros! O speaker não se cala – ‘quem foi que marcou o golo do Belenenses, quem foi?! Foi o Li…ma’!
Cândido embrulha-se no ataque e fica caído a pedir falta. Foi azelhice, o árbitro tem a mesma opinião, manda seguir, os orientais não se fazem rogados e empatam. A equipa azul enerva-se, perde bolas infantis, não pressiona, e eu começo a enervar-me.
Na segunda parte, a ingenuidade dos forasteiros ajuda o Belenenses – um agarranço dá segundo amarelo e o Oriental fica reduzido a dez. Mas continua bater-se com arreganho.
Em superioridade numérica, JCP resolve-se pela primeira substituição – sai Ivan (bons pés a merecer mais oportunidades) e entra Igor que vai fazer companhia a Lima no ataque. Freddy recua. E numa das suas arrancadas é ceifado por trás, falta indiscutível, e Marvila passa jogar com nove.
Agora é que é – pensei. Mas os avançados azuis cabeceiam mal, são pouco acutilantes e foi preciso esperar para ouvir de novo – ‘quem foi que marcou o golo do Belenenses, quem foi?!’ Pois, não foi um avançado, foi o Dia…kité! Com o pé, em recarga a uma bola rematada pelo recém-entrado André Almeida.
Até ao fim ainda houve tempo para assistir a três situações notáveis: - com o resultado em dois um, e nove jogadores, o Oriental consegue ganhar um canto! E perante a admiração geral o seu guarda-redes corre para a área do Belenenses a tentar o golo do empate! A segunda situação diz respeito à saída (desta vez, por lesão) de mais um jogador do Oriental, que assim acabou a jogar com apenas oito elementos! A última situação tem a ver com o golpe de misericórdia desferido por Lima, um belo remate e um belo golo!
Resultado final: O Belenenses vence o Oriental por (3-1) e segue em frente na Taça de Portugal.

Terminado o futebol dei um salto ao Pavilhão para assistir ao Belenenses/ABC em Andebol. Um grande jogo, com o ABC a superiorizar-se na primeira parte, e o Belenenses (tapadas as entradas dos bracarenses pelas pontas) a conseguir igualar, chegando já perto do fim a uma vantagem de três golos. Vantagem que não logrou manter, fruto de alguma precipitação que a juventude da equipa explica e justifica. Pina teve nas mãos e no último segundo a hipótese de vitória.
O empate (23-23) foi um mal menor. Parabéns ao treinador e à jovem mas destemida equipa azul!

Saudações azuis.

terça-feira, outubro 13, 2009

Derrota em casa com o Nacional (0-1)

Levei algum tempo a digerir a derrota, vi a primeira parte, não vi a segunda (a habitual correria atrás do prejuizo) mas dizem-me que jogámos bem, acredito, no resumo disponível dá a ideia de termos tentado tudo para chegar ao golo. Também dá para ver que o Nacional passou por sérias dificuldades, que teve sorte nalguns lances, que o guarda-redes Bracali fez uma grande exibição, e que ficou um penalty por marcar, a nosso favor, já perto do fim… No entanto, há uma ideia que me martela o juízo – se o jogo voltasse ao princípio o Nacional acabaria por se adiantar outra vez no marcador!
Machado tinha a lição estudada - sabendo que os centrais azuis se adiantam nas bolas paradas, sabendo das dificuldades de recuperação do nosso sistema defensivo, e das hesitações em relação ao adversário que transporta a bola (deve ter visto muitas vezes o vídeo do golo do Saviola), ensaiou rápidos contra ataques, a partir precisamente dos lances em que apostávamos tudo para sermos nós a fazer golo!
Houve uma primeira vez… e Diakité ainda chegou a tempo de cortar, correndo o risco do auto-golo! E beneficiámos de outra bola parada… mas Diakité já não chegou a tempo de cobrir o adversário pelo lado de dentro, ficou de fora, o irrequieto Salino (belo jogador!) rematou ao poste, mas estava lá o Anselmo (que nos difíceis tempos do Estrela sugeri que contratássemos) e fez o golo com toda a calma.
A imagem que tenho do início deste mortífero contra ataque é pouco abonatória para Adu – saltou encolhido à bola que sobrou do primeiro corte defensivo. Se tivesse estorvado esse segundo cabeceamento, o contra ataque não sairia com aquela fluidez.
Também me assustei, ainda na primeira parte, com duas bolas paradas, dois livres que favoreceram o Nacional – bolas bombeadas para o coração da área onde apareceram relativamente à vontade dois ou três nacionalistas na tentativa de cabeceamento. Outro ponto a rever… nesta equipa em construção.
Não estou a ironizar, estou apenas preocupado.
E a crónica fica hoje por aqui.

Saudações azuis

domingo, outubro 11, 2009

Selecção com sorte

Confesso que não sou um apaixonado pela selecção do Madaíl, uma selecção do regime, cheia de emigrantes (de luxo) e de imigrantes (oportunistas), como também não alinho no histerismo das bandeiras, excessivamente verdes e encarnadas para o meu gosto. Nesta matéria gosto mais das cores de Portugal. E detesto obviamente a paranóia destes ‘cristãos novos’ da bola, que engravidam os estádios onde joga a selecção, com mulheres, filhos e enteados, mais as beldades da moda, primas e namoradas dos jogadores! É muita coisa para não gostar!
Depois, penso que há um excesso de selecções (e de competições internacionais) fenómeno crescente que transfere para o exterior os centros de decisão da bola indígena. Com todos os malefícios que se conhecem – desvalorização das competições internas, enormes pausas nos campeonatos, enormes prejuízos financeiros para a esmagadora maioria dos clubes, e pior do que tudo, gera o desinteresse nos verdadeiros adeptos do futebol. Aqueles que frequentam o futebol todo o ano e não apenas os jogos da selecção.
Eu até compreendo o ‘fenómeno selecção’, já escrevi sobre isto, trata-se de uma deslocação de interesses, um grito de orfandade política, num povo que sente que não tem mais nada em comum, a não ser a selecção… do Madaíl!
Antigamente sempre tínhamos um Rei, um Rei que nos fez companhia desde os primórdios, um Rei que nos unia, e tínhamos a empresa colectiva da nacionalidade que entretanto mandámos às urtigas. Pode dizer-se que estamos mais divididos do que nunca, e eu, que não uso preservativos para o sentimento, também não uso a selecção para fingir que somos Pátria.
Dito isto, e antes que me digam que isto das selecções é muito bom para o país, para sermos conhecidos lá fora, informo desde já que tenho os meus amigos cá dentro e não tenho esse tipo de necessidades – ser conhecido lá fora!
Quanto a ser bom para o país, não digo que não, porém ainda não senti nada no meu bolso! Nem consta que o nível de vida vá aumentar por causa das vitórias da selecção. Se assim fosse o Brasil teria o melhor rendimento per capita do mundo. E sabemos que não tem.
Claro que deve haver muita gente que vive à conta disto, deste internacionalismo democrático, mas não me parece que sejam os mais necessitados.
Meu Deus, agora reparo que me desviei tanto da selecção que só me resta acabar com a selecção – teve sorte com a derrota da Suécia, fez o trabalho de casa contra a Hungria, e espero que esteja na África do Sul, sempre é uma terra onde deixámos raízes. Num continente onde deixámos a alma.

Saudações azuis.

sábado, outubro 10, 2009

Limitações ofensivas

O goal-average não engana, e se nos queixávamos das fraquezas defensivas, entretanto em vias de afinação, a verdade é que o ataque não é um ponto forte. Já não era o ano passado, porque desde que Weldon se foi embora, o seu lugar ficou vago, sem sucessor à altura.
Este ano Yontcha prometia, e nos primeiros jogos mostrou qualidades de goleador. Porém e segundo rezam as crónicas padece de um problema físico, e já se fala em operação ao menisco!
São más notícias tanto mais que no próximo jogo, a realizar segunda-feira contra o Nacional, também não podemos contar com Freddy, pois está ao serviço das selecções.
Eu bem sei que a capacidade ofensiva de uma equipa (tal como o seu sistema defensivo) é uma tarefa colectiva, que envolve todos os jogadores que entram em campo. Mas se isto é verdade, é também indiscutível que um avançado que aproveita as (escassas) oportunidades que lhe surgem, acaba por fazer a diferença – marca golos e golos equivalem a pontos. E os pontos são aquilo que precisamos!
Não foi impunemente que me referi à inconveniência de certos adiamentos pois corríamos o risco de acertar o calendário com a equipa posicionada nos últimos lugares da tabela. E sabe-se o efeito, e a pressão psicológica, que essa situação provoca nos jogadores. Já nem falo no coração dos adeptos.
Mas enfim, tenhamos esperança que o problema ofensivo se resolva, e juro que não me importo se for um dos centrais a marcar o golo da vitória.
O que é preciso é ganhar.

Saudações azuis.

quinta-feira, outubro 08, 2009

As autárquicas e o Belenenses

O Belenenses nasceu num banco de jardim, banco de jardim que ainda existe, mesmo defronte do Palácio de Belém. E fosse pela modéstia do nascimento, fosse pelo facto de já ter dois irmãos mais velhos, a verdade é que foi sempre tratado com menoridade. Discriminado, como agora de usa.
Os adeptos mais antigos descobrem outras razões: - a cor azul, num país que em 1910 adoptou o verde e encarnado; e a Cruz de Cristo, num país de incréus. Num país descrente.
A situação piora quando a Câmara se confunde com o Governo, como é notoriamente o caso de Lisboa, e assim se duplica a discriminação.
Mas hão-de perguntar leitores (e eleitores): - o que tem isto a ver com as autárquicas?!
Respondo - tudo e nada.
Tudo, se pensarmos na lógica das eleições locais (à portuguesa): - um carnaval partidário; ocasião de empreitadas e rotundas; e grande promiscuidade com os clubes de futebol.
Nada, se o governo da república conseguir manter a isenção depois do expresso apoio eleitoral do presidente do Benfica! E nada também se a Câmara não alterar o PDM para viabilizar negócios particulares de alguns clubes de futebol. Ver sobre o assunto os contratos entre a Euroárea e o Benfica, em que este clube se compromete a 'conseguir' alterações no PDM de Lisboa! Alterações entretanto 'conseguidas' e aprovadas, desenhando-se idêntico cenário junto da Câmara do Seixal!
Ora bem, entre o tudo e o nada fica o Belenenses! E das duas uma: - ou o Belenenses passa a fazer parte desta lógica autárquica, e é tratado em pé de igualdade em relação a Benfica e Sporting; ou teremos que ressuscitar o antigo ‘Município de Belém’, independente do governo central, e que naturalmente há-de apoiar o clube da terra – neste caso o Belenenses.
Afinal tem tudo a ver com as eleições autárquicas.

Saudações azuis.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Contra análise

Mais sossegado, revi o filme do jogo, e posso rectificar algumas coisas: - rectificar pormenores, não a impressão geral com que fiquei, e que transmiti no postal anterior.
Houve um bom posicionamento táctico, que funcionou em termos defensivos, mas o nervosismo de uns e a inexperiência de outros não permitiu explorar as actuais fragilidades leoninas. Assim, como o óbice teve natureza eminentemente individual, passo a analisar as exibições de cada um dos jogadores utilizados pelo Belenenses:

Nelson – uma excelente exibição! Com uma consistente organização defensiva à sua frente, acabou por ser decisivo em dois ou três lances, evitando que o Sporting abrisse o activo.

Mano – muito bem a defender, menos bem a atacar. Exige-se mais precisão no passe defensivo, naquele que assegura uma transição viável. Ainda assim apoiou sempre as movimentações ofensivas da equipa.

Diakité – Exibição impecável. Sem um erro, sem uma falha! Rei e senhor nas alturas, cortou tudo o que havia para cortar.

Beto – Assumiu o papel de patrão da defesa e fez um bom jogo. Dispensável o alarde exibicionista, numa ‘brincadeira’ que poderia ter deitado tudo a perder.

Tiago Gomes – teve de ser substituído antes do primeiro quarto de hora de jogo. Lesionado num lance de que resultou uma falta contra o Belenenses.

Celestino – entrou a jogar na posição de trinco mas foi como médio ofensivo que se salientou. Ainda falha muitos passes, mas pareceu mais solto e com mais presença física. É um jogador construtivo e que ajudou a equilibrar as contas (deficitárias) no nosso meio campo.

Barge – o bombeiro da equipa, que deve ter treinado toda a semana para executar determinada tarefa, e foi logo no início do jogo deslocado para defesa esquerdo. Cumpriu. E perante a onda final do ataque leonino manteve a calma e a firmeza. Alguns erros legítimos, não desvirtuam a sua actuação.

Zé Pedro – está em melhor forma física (e mental) e isso permite-lhe ser mais útil à equipa. Falhou menos passes, perdeu a bola menos vezes, marcou melhor, cantos e livres. E continua a ser perigoso quando se aproxima da área adversária.

Gavilan – Entrado aos quinze minutos de jogo, na sequência da substituição forçada de Tiago Gomes, trouxe mais solidez ao meio campo defensivo. E reanalisando agora a sua exibição, tenho que concluir que teve uma actuação positiva. Quer a defender, quer nas transições ofensivas, esteve mais seguro e menos hesitante que o habitual, assumindo-se como uma referência no meio campo.
Dois ou três lances perdidos, daqueles que um jogador com as suas funções não pode perder, foram a causa do meu desespero quando via o jogo em directo. Só isso.

Yontcha – fui um pouco severo na primeira apreciação mas na realidade Yontcha cumpriu tacticamente o plano traçado, ajudou a defender, e entalado entre os centrais leoninos pouco mais poderia fazer. De qualquer modo não foi uma exibição conseguida, e a substituição impunha-se para criar outro tipo de problemas à defensiva do Sporting.

Lima – talvez prejudicado pelo mau estado do relvado, muito ansioso, Lima não convenceu durante a primeira parte. No segundo tempo, e aproveitando o adiantamento dos laterais do Sporting teve alguns ensejos para criar perigo.

Freddy – um jogo que não lhe correu bem. Tendência para o individualismo e alguns erros próprios da sua idade futebolística. Precisa de jogar mais concentrado. E mais adiantado no terreno.

Adu – falta de jogos e de confiança.

Filipe Bastos – pouco tempo em campo.


Saudações azuis.

Empate em Alvalade (0-0)

Vi na televisão e sofri. Na primeira parte o ataque não existiu. Yontcha, muito lento, nunca conseguiu recepcionar em condições. E deveria ter saído mais cedo, avançando Freddy para uma das pontas. Porque Freddy ainda não tem maturidade para jogar tão recuado – perde-se em individualismos e perde a bola. E o Belenenses perde acutilância.
Continua a faltar gente no meio campo muito embora Celestino me tenha surpreendido pela positiva! Não a jogar a trinco mas a filtrar o jogo.
A lesão do nosso defesa esquerdo, logo nos minutos iniciais, obrigou JCP a fazer alterações. Gavilan entrou para trinco, indo Barge ocupar a posição de Tiago Gomes. E a equipa ficou menos exposta na zona central, digamos que ficou mais sólida. Mas Gavilan tem de pensar e executar mais rápido. As suas hesitações e demoras enervam um santo! E continua pesado.
Lima, que só na segunda parte revelou alguma utilidade, também me pareceu pesado e com pouca frescura física! Mais visível face às dificuldades que o relvado apresentava.
Mas o ponto conquistado assentou no rigor táctico e no desempenho defensivo. Especialmente no jogo aéreo, onde Diakité e Beto estiveram à altura das circunstâncias! Só por uma vez deram espaço a Postiga para cabecear com perigo.
Nelson também esteve seguro salvando inclusive… um deslize de Beto. Fruto de uma jogada individual temerária, que todos esperamos não se repita.
Na segunda parte o Sporting, mais intranquilo, concedeu espaços que poderíamos ter aproveitado melhor. Lembro-me de três situações – numa delas Zé Pedro arranca para a área e com Lima desmarcado prefere rematar ainda longe da baliza. Um bom remate, é certo, mas o passe isolava Lima.
Noutra ocasião, é Adu que escorrega desastradamente num lance promissor. Lima, já perto do fim, também teve uma boa iniciativa mas precipitou-se no remate.
Do mal, o menos, e face ao histórico, um ponto em Alvalade é sempre um ponto ganho.

Saudações azuis

sábado, outubro 03, 2009

Um certo desconsolo

Reina um certo desconsolo na blogosfera azul. Uma rápida busca permite constatar que a maioria dos blogues fechou, outros estão há muito tempo sem actualização, e os sobreviventes reflectem esse clima de pouco entusiasmo. Não me refiro aos comentários, nem podia, porque o Belém Integral há muito que os inviabilizou – desde a triste cena do ‘tapume’.
Mas não foram as restrições aos comentários, que outros blogues se viram (também) na contingência de adoptar, que esmoreceram os adeptos. O clube esmoreceu mesmo.
A redução sistemática de ambições, o nivelamento por baixo, reduziu a esperança. E sem esperança não há Belenenses.
Este esmorecimento é perigoso porque se transmite, e não me parece que existam vacinas para o evitar. Está talvez na altura de sacudir o clube com um novo élan, um novo projecto, um projecto que mobilize. O discurso do – vamos com calma, estamos a construir uma grande equipa, daqui a uns anos, quando consolidarmos as contas, então sim, discutiremos os primeiros lugares! Este discurso já não funciona, já ninguém acredita nele.
E se nós, sócios e adeptos, não acreditamos, mais difícil será passar a mensagem de ambição aos atletas.
Amanhã, em Alvalade, é disso que se trata. Mais do que os atributos técnicos, o que conta é a cabeça, a ambição de ganhar. Ao Sporting, mesmo desfalcado como sabemos que jogará, pode faltar-lhe o talento, mas não lhe há-de faltar a ambição. É uma atitude genética. Nós também a tinhamos. Enquanto ela existiu (essa atitude, esse espírito global de conquista), muito embora fosse um campo onde raramente pontuávamos, a força mental para discutir o resultado estava sempre presente. Por isso, os adeptos azuis gostavam de ir ver o Belenenses a Alvalade. E a toda a parte.
Agora não vão. Não é só o comodismo, não vão porque não gostam de ver um Belenenses menor. É a velha história - quem já comeu faisão, não se contenta com frango. Pode até aguentar uma longa dieta de arroz, sem frango nem faisão, mas para isso tem que vislumbrar uma luz ao fundo do túnel. Neste caso, um faisão no fundo da panela. Caso contrário, é difícil, afasta-se, vai desistindo. Desiste do frango.

Saudações azuis… desconsoladas

sexta-feira, outubro 02, 2009

Uma folgazinha!

Hoje o dia acordou mais desanuviado, mais suportável. Não houve notícias de goleadas gregas, Jesus não é afinal infalível, engana-se como os outros – de dedo no ar diz que não houve falta e nós a vermos o Maxi Pereira a pisar os calos ao jogador do AEK. Também por isto o ar ficou mais puro, e os jornais menos encarnados. Mas dia sem elogios ao Benfica não é dia! Do norte, com amor, os olheiros da águia são enaltecidos por causa de um falcão! A natural solidariedade entre pássaros.

Em Alvalade há sofrimento! O problema das arbitragens (e dos penalties) mantém-se! Desta vez foi a equipa alemã que se queixou.
Não quero asfixiar o assunto mas tenho algum receio que a ‘verdade desportiva’ seja reposta já este Domingo. À custa de quem, não sei, mas desconfio.

De Belém as notícias do costume: - ‘Nelson é sócio do Sporting mas promete que no Domingo só pensa nos azuis’! Esta ‘não notícia’ deve fazer parte do pacote das ‘escutas’ e foi certamente encomendada por algum submarino.
Assim se ganham jogos e eleições.

Saudações azuis